Palavras-Chaves: Sistemas de Informações; Arquitetura de Tecnologia da Informação e Comunicação; Gestão da Tecnologia da Informação.



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Transcrição:

Análise da Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação em hospitais de Salvador-Bahia Sonia Maria da Silva Gomes (UFBA) Antonio José Balloni (CTI/MCT) Neylane dos Santos Oliveira (UFBA) Mirian Gomes Conceição (UFBA) Nverson da Cruz Oliveira (UFBA) TEMA: 1. Gestão de informação nos sistemas de saúde Resumo O objetivo desta pesquisa, de caráter descritivo, foi de mapear o parque da Gestão dos Sistemas e Tecnologias de Informação em Hospitais de Salvador/Bahia. Para tanto, aplicou-se um questionário em cincos hospitais privados da capital baiana. Os dados foram analisados descritivamente e os resultados indicam que os hospitais estão no mesmo nível de inovação dos sistemas de informação e comunicação, porém é necessária uma atenção maior de alguns hospitais no que se refere ao software integrado de gestão e a base de dados central. O uso da intranet e internet são bastante difundidos e os usuários da TIC dos hospitais pesquisados vêm sendo qualificados constantemente. Também ficou evidente a pouca utilização do Comércio Eletrônico e da Telemedicina. Outra evidencia que chama atenção é o fato dos gestores de TIC reconhecerem que o uso de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) agrega valor aos serviços prestados e acelera a disseminação de informações, o que acaba por melhorar o desempenho competitivo do hospital, no entanto ainda há muitas barreiras para investimentos em inovação tecnológica. Assim, sugere-se ampliar o escopo da pesquisa, assim como entender a razão das barreiras para investimentos em inovação tecnológica e a razão do pouco uso do comércio eletrônico e, em especial da telemedicina. Palavras-Chaves: Sistemas de Informações; Arquitetura de Tecnologia da Informação e Comunicação; Gestão da Tecnologia da Informação. Abstract The objective of this research, descriptive in character, was to map out the park's Management of Information Systems and Information Technologies in the Hospitals Salvador/Bahia. This questionnaire was administered to five private hospitals in Salvador. The data were analyzed descriptively and preliminary results indicate that hospitals are on the same level of innovation in information and communication systems, but is needed more attention at some hospitals in relation to integrated management software and central database. The use of Intranet and Internet are widespread and users of ICT of the hospitals surveyed have been trained constantly. It was also evident little use of e-commerce and telemedicine. Other evidence that calls attention is the fact that ICT managers recognize that the use of Information and Communication Technology (ICT) adds value to the services and speeds up the

dissemination of information, which ultimately improve the competitive performance of the hospital, however there are still many barriers to investment in technological innovation. Thus, it is suggested to expand the scope of the search, as well as understand the reason of the barriers to investment in technological innovation and the reason for low usage of electronic commerce and in particular telemedicine. Key Words: Information Systems; Architetcture Information Technology and Communication; Management of Information Technology. 1 Introdução Em plena era do acesso a informação, é eminente a influencia que a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) exerce sobre a estrutura das organizações, seus procedimentos gerenciais e a natureza de trabalho. Assim, o tratamento e uso da informação são imprescindíveis para as organizações conseguirem um diferencial competitivo no cenário atual. Sabe-se que as unidades hospitalares, apesar de seu caráter médico-assistencialista, devem ser vistas como uma organização lucrativa, e como tal, não estão alheias ao processo evolutivo da tecnologia e da gestão dos negócios. Sabe-se também, que os hospitais estão procurando se beneficiar ao máximo dos recursos disponibilizados pela TIC, em função do intenso fluxo de informações a serem processadas e da possibilidade de oferecer aos gestores informações mais acuradas, cuja principal importância é subsidiar a formulação de estratégias e o processo decisório. Diante desse contexto, o objetivo dessa investigação foi mapear a arquitetura de sistemas de informações nos hospitais de Salvador-Bahia quanto a estrutura de seus recursos tecnológicos: hardware, software, dados, redes e de seus recursos humanos sob o enfoque dos usuários, além da utilização do comércio eletrônico e da telemedicina. A pesquisa foi viabilizada através dos dados coletados junto a cinco hospitais privados de médio, grande e porte especial durante o primeiro semestre de 2010. Esta pesquisa foi realizada em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação (CTI) e é parte integrante de uma pesquisa de abrangência internacional, a qual faz-se relevante para os gestores de hospitais, pois possibilita detectar necessidades e demandas relacionadas a TIC, as quais, certamente, contribuirão para otimizar a sua gestão. O presente estudo também é relevante para a comunidade acadêmica, pois, permitirá aos alunos, professores e pesquisadores conhecerem como estão sendo aplicadas, no setor de saúde, algumas ferramentas de gestão relacionadas a tecnologia da informação e comunicação, de modo a potencializar a vantagem competitiva. A seguir apresentaremos uma Revisão da Literatura (seção 2), a Metodologia (Seção 3), os Resultados e Análise Parcial (Seção 4), as Considerações Finais (Seção 5) e, finalmente, seção 6 as Referências. 2 Revisão da Literatura

2.1 Tecnologia da Informação A TIC é a ferramenta que confere a organização a possibilidade de ter acesso, de forma integrada, a uma gama cada vez maior de informações confiáveis, tempestivas e estratégicas. Para Laudon e Laudon (2007, p.102) a TIC é composta por hardware, software, tecnologia de gerenciamento de dados, tecnologia de rede e telecomunicações e serviço de tecnologia. Assim sendo a TIC corresponde a ferramentas de criação, armazenamento e disseminação de dados e informações. De acordo com Balloni (2005) a TIC juntamente com os recursos humanos e alguns procedimentos de coleta, transformação e disseminação de informação são partes integrantes de um sistema maior denominado Sistema de Informação (SI). Tal definição corrobora com a acepção de Cunha (2005) de que um SI não se resume a um computador, mais do que isso, é composto por três dimensões: tecnológica, humana e organizacional. A dimensão tecnológica é representada pela TI; a dimensão humana compreende os recursos humanos que registram os dados e utilizam as informações advindas do SI a fim de melhorar seu próprio desempenho e o da organização; e por fim a dimensão organizacional é integrada pelas estruturas formais e as regras de funcionamento. Dessa forma o autor destaca o papel do SI como sendo otimizar o fluxo de informação relevante em determinado espectro de atuação, desencadeando um processo de conhecimento e de tomada de decisão e intervenção na realidade. Nesse sentido, Kuwubara (2003) observa que a Tecnologia da Informação não deve ser utilizada como sinônimo de Sistema de Informações. A primeira trata exclusivamente de artefatos, máquinas e equipamentos computacionais, ao passo que a segunda relaciona-se aos meios ou fins que são processados através deles. Para administrar um SI e os recursos que este abrange tem-se a Gestão da Informação (GI), que de acordo com Moraes, Terence e Escrivão Filho (2004), engloba a sinergia entre a tecnologia da informação, comunicação e os conteúdos informativos, visando o desenvolvimento de estratégias e a estruturação de atividades organizacionais. Assim, o principal objetivo da GI é identificar e potencializar os recursos informacionais de uma organização, a fim de ensiná-la a aprender e adaptar-se tanto às mudanças internas quanto às mudanças ambientais. A criação, aquisição, armazenamento, análise e uso da informação promovem uma estrutura de suporte ao crescimento e desenvolvimento de uma organização inteligente, adaptada às exigências e às novidades do ambiente no qual se enquadra (GAMA p.18, 2009). Assim, o exercício da gestão, o qual visa a racionalização de determinado sistema, compreende uma série de atividades como planejamento, organização, distribuição e controle de quaisquer recursos. Segundo Albertin (2001), a gestão da informação ganhou grande relevância em função dos métodos e aplicativos existentes no processo de uso de recursos tecnológicos. Com a evolução tecnológica e dos negócios, a presença da gestão da informação é ampliada, a partir de sua capacidade de apoiar a geração de conhecimento,

tornando-se efetivamente presentes nos mais variados segmentos de negócios, incluindo a área da saúde. Na visão de Marchiori (2002) são atribuições do gestor da informação diagnosticar as demandas por informações e suas possibilidades, definir metodologias para solução, aplicar tecnologias compatíveis, escolher profissionais e fornecedores adequados para se trabalhar em parceria, assim como os mecanismos de avaliação do andamento da atividade e seus resultados parciais e total. Em outras palavras, cabe aos gestores a análise, interpretação e síntese de dados internos e externos às organizações. Dessa forma, os gestores da informação conseguem pôr a disposição da empresa informações de valor agregado elevado, de fato úteis na formulação de estratégias e no processo decisório. A principal função do gestor da informação, então, é prover um serviço e/ou produto de informação que seja direcionado, funcional e atrativo (MARCHIORI, 2002). O mesmo autor amplia a visão acima, ao afirmar que mais do que habilidades técnicas, o gestor de informação deve pensar e planejar estrategicamente, estruturar articulações políticas e analisar mercados e contextos. Para tal exige-se dele alto nível de mobilidade pessoal e profissional que lhe permita atuar não só como um empregado, mas como consultor e assessor. Para que se consiga um sistema de informação realmente útil é necessário que tanto o mesmo quanto sua gestão esteja focada nos usuários. Segundo Kalil (et al., 2009) um sistema de informação é eficaz quando o mesmo é acessível aos usuários, quando as informações fornecidas atendem às necessidades de informações dos usuários. Sob essa perspectiva, Marchiori (2002), define como princípio da GI, o enfoque no indivíduo/ grupo/ instituição e suas situações-problema no âmbito dos diferentes fluxos de informações, os quais necessitam de soluções criativas e efetivas. Dessa forma, para conferir eficácia ao sistema de informação implementado, compete ao gestor implementar paralelamente estratégias de monitoramento e acompanhamento dos resultados, as quais possibilitem tal avaliação. Ressalta-se a importância da avaliação da eficácia até mesmo para justificar os altos investimentos de custeio de um projeto de TI. Um SI bem estruturado depende também da busca de alinhar a TI com os programas já existentes na instituição, com a viabilidade financeira e com estratégias organizacionais (JOHANSTON, 1993). Isso reflete práticas de gestão da informação responsáveis e eficientes. Nessa linha Balloni (2005) destaca que um SI para trazer contribuições para a organização precisa ser fruto de uma ação planejada. Tal planejamento deve preconizar o uso da TI integrado, com as características da empresa e sua estrutura organizacional. Segundo Laurindo et al. (2001) a integração acima exposta é considerado fator crítico para o sucesso. Assim, gerir informações significa subsidiar a formulação de estratégias e a tomada de decisão assertiva e tempestiva. 2.2 Tecnologia da Informação e Comunicação nos Hospitais

Especificamente em organizações hospitalares, de acordo com Rodrigues Filho, Xavier e Adriano (2001), os SIs foram desenvolvidos para atender às necessidades administrativas, tais como: aplicações financeiras, folha de pagamento, contabilidade e etc..posteriormente foi desenvolvida também a automação de sistemas médico-técnicos, a fim de atender demandas de setores como patologia, radiologia, laboratórios, farmácia e outros. Com essa maior abrangência, o que se pretende é satisfazer as necessidades operacionais dos diversos setores e especialidades existentes, bem como promover a integração entre os mesmos. Considerando a organização hospitalar na visão de Picchiai (1998, p.9), esta é uma das mais complexas organizações, pois agrega um conjunto de serviços de clínicas, hotel, restaurante, farmácia, lavanderia, laboratório e outros, além disso, envolve uma série de especialidades. Tendo em vista o alto nível de complexidade e a necessidade de integrar informações advindas dos mais variados setores é que se justifica a utilidade de gerir TIC. Neste caso, o uso de TIC como ferramenta gerencial, pode configurar um meio de assegurar vantagem competitiva a organização, na medida em que disponibiliza informações confiáveis em tempo hábil para que as decisões sejam assertivas e tempestivas (KALIL et al., 2009). Segundo Schout e Novaes (2007) dispor de informações confiáveis, atualizadas e pertinentes é um elemento afirmado como essencial para definição de políticas, práticas e gestão de sistemas e serviços de saúde. Nesse sentido Balloni (2005) destaca três funções vitais de um SI: suporte no processo de negócios e operações, suporte na tomada de decisões e suporte nas estratégias em busca da vantagem competitiva. Isso porque um SI tem a capacidade de converter dados brutos internos e externos ao hospital em informações de grande valor administrativo/gerencial, as quais facilitam o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório interno às organizações (CUNHA, 2005). De acordo com Beal (2001) sistemas de informações modernos oferecem as empresas oportunidades sem precedentes para a melhoria dos processos internos e dos serviços prestados ao consumidor final, já que, melhora a qualidade e disponibilidade de informações e conhecimentos importantes para a empresa, clientes e fornecedores. Sob esta visão, Cunha (2005) afirma que as organizações ligadas à saúde não podem prescindir de informatização, uma vez que a qualidade do atendimento a saúde também dependem de sistemas de informações bem estruturados. Um SI implantado em um hospital aperfeiçoa a gestão da informação, consequentemente a gestão organizacional (processos gerenciais e assistenciais), evitando retrabalhos e desperdícios por meio de um controle informacional ágil e flexível. 2.3 Arquitetura do Sistema de Informação 2.3.1 Hardware Os recursos de hardware, segundo O Brien (p.11, 2006) compreendem os dispositivos físicos e equipamentos utilizados no processamento de informações, ou

seja, envolve computadores, mídias de dados, periféricos, ou quaisquer outros objetos tangíveis nos quais são registrados dados. O hardware então é a tecnologia utilizada para processamento computacional, armazenamento, entrada e saída de dados. (LAUDON & LAUDON, p.102, 2007). São estes equipamentos que possibilitam ao hospital armazenar dados dos pacientes, imprimir diagnósticos, dentre outras atividades. 2.3.2 Software Na visão de Stair e Reynolds (p.118, 2006) o software é composto por programas de computador que controlam o funcionamento do hardware. Os autores destacam ainda a existência dos softwares de sistemas e dos softwares de aplicação. O primeiro refere-se a um conjunto de programas projetados para coordenar atividades e funções do hardware, enquanto que o segundo compreende programas que ajudam os usuários a resolver problemas específicos. Laudon & Laudon (p.102, 2007) complementa a idéia acima afirmando que além de aplicativos específicos usados por grupos ou unidades de negócio, muitas empresas estão fazendo altos investimentos em softwares de interação, como é o caso do Enterprise Resource Planning (ERP). Também conhecido com Sistema Integrado de Gestão, para Al Mashari (2002) o uso do sistema ERP é uma das maiores inovações da tecnologia da informação dos anos 90. Borba (2005) compreende ERP como um pacote de aplicativos de computador que dão suporte a maior parte das necessidades de informações de uma empresa. Sob a perspectiva desse sistema as atividades de uma organização passa a ser vista de maneira interligada, sistêmica e complementar. Assim ERP é capaz de fornecer informações integradas, proveniente das mais variadas áreas: enfermaria, logística, marketing, contabilidade, recursos humanas, estoque entre outras. No ambiente hospitalar o acesso a tais informações permitem melhorar a qualidade de atendimento ao paciente e também reduzir custos, pois evita o retrabalho, ou seja, a repetição de procedimentos e diagnósticos dispendiosos. 2.3.3 Dados Os recursos de dados dos sistemas de informação, na visão de O Brien (p.22, 2004), normalmente são organizados em: banco de dados, que armazenam dados processados e organizados e bases de conhecimento que guardam conhecimentos em uma multiplicidade de formas. O armazenamento destes dados é de grande importância, para Cornachione Junior (p. 143 2001), pois os dados devem ser rápidamente e corretamente processados no banco de dados. Isso garante que a informação gerada a partir do dado será confiável e fidedigna. A partir daí surgem ferramentas como o Data Warehouse que consiste em um banco de dados que armazena dados correntes e históricos de potencial interesse para os tomadores de decisão de toda empresa. Além disso, este tipo de ferramenta consolida e padroniza as informações oriundas de diferentes bancos de dados, de modo que elas possam ser usadas por toda a empresa para análise gerencial e tomada de decisão ( LAUDON & LAUDON, p. 149, 2007). Em

função da complexidade da organização hospitalar e da variedade de setores existentes, entende-se que um Data Warehouse é de extrema importância em tal ambiente. 2.3.4 Redes De acordo com O Brien (p. 23, 2004) redes de telecomunicações como intranet, extranet e internet tornaram-se essenciais ao sucesso de operações de todos os tipos de organizações e de seus sistemas de informações computadorizados. A intranet, segundo Laudon & Laudon (p.185, 2007) é uma rede privada, a qual prevê acesso a dados no âmbito da empresa, enquanto que a extranet é uma rede mais ampla que permite acesso de funcionários e clientes, por fim internet corresponde a rede mundial de computadores capaz eliminar qualquer barreira geográfica, interligando pessoas e organizações em todo o mundo. Para tanto, utiliza-se de vários tipos de conexão, como modem, rádio, rede digital integrada de serviços (ISDN) e outras. 2.3.5 Pessoas As pessoas são essenciais para operar todo e qualquer sistema de informação, sejam como desenvolvedores/especialista em SI ou como usuários. Neste trabalho será dado enfoque apenas nos usuários. Segundo Kalil (et al., 2009) um sistema de informação é eficaz quando o mesmo é acessível aos usuários, quando as informações fornecidas atendem às necessidades de informações dos usuários. O Brien (p.11, 2009) identifica tais usuários como sendo todas as pessoas que utilizam o sistema de informação ou a informação que ele prodruz. Na empresas, constitui-se de trabalhadores do conhecimento, ou seja, pessoas que gastam a maior parte de seu tempo se comunicando, colaborando em equipes, criando, utilizando e distribuindo informação. 2.3.6 Comércio Eletrônico Albertin (2000) definiu que Comércio Eletrônico (CE) é a realização de toda a cadeia de valores dos processos de negócio em um ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação e de informação, atendendo aos objetivos de negócio. De forma mais simplificada O Brien (2004) defende que CE é a compra e venda, marketing e assistência a produtos, serviços e informações sobre uma multiplicidade de redes de computadores, podendo incluir o uso de páginas de multimídia de catálogos de produtos na internet, acesso extranet a banco de dados de estoques de grandes clientes e o uso de uma intranet por representantes de vendas para obter acesso a cadastro de clientes. 2.3.7 Telemedicina

Para a Organização Mundial de Saúde, Telemedicina compreende a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico; tais serviços são prestados por meio do uso de equipamentos de TIC, de forma a permitir a troca de informações entre profissionais de saúde de localidades distintas. A definição do Conselho Federal de Medicina é dada no artigo primeiro da Resolução CFM n.1.643/2002 e considera a Telemedicina como sendo o exercício da Medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audio-visual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em saúde. No Brasil a telemedicina é uma realidade desde os anos 90, porém pouco utilizada. De acordo com Lima (et al. 2007) devido a extensão geográfica e à má distribuição de recursos, no Brasil, os benefícios trazidos pela telemedicina podem ser muito significativos, a saber: facilitação do acesso a protocolos sistematizados, a educação a distância, a pesquisa colaborativa entre centros de ensino, sessões de segunda opinião, além da melhor assistência à população, principalmente em regiões remotas ou deficientes, onde o acesso aos serviços médicos é precário. A distância entre o tempo de diagnóstico e o tratamento diminui, o que aumenta a eficiência dos serviços médicos, justificando o investimento em tecnologia. 3 Metodologia Em busca de atender o objetivo concernente a esta investigação, optou-se em desenvolver uma pesquisa descritiva. Na opinião de Vergara (2004), neste tipo de pesquisa expõe-se características de determinada população ou fenômeno, podendo estabelecer correlações entre variáveis, porém, sem o compromisso de explicar os eventos que descreve. O instrumento de pesquisa utilizado para coleta de dados foi o questionário, dividido nos seguintes blocos de questões: Caracterização do Hospital, Recursos Humanos, Gestão Estratégica do Hospital, Pesquisa e Desenvolvimento, Inovação Tecnológica, Equipamentos de Tecnologia da Informação nos Hospitais, Comércio Eletrônico e Telemedicina. Não se conhece até a presente data a existência de um questionário semelhante ao criado, itens acima, e que tenha o enfoque ou objeto proposto voltado à realidade da prospecção da gestão das TICs em hospitais e, desdobramentos (projeto GESITI/Hospitalar CTI/MCT). Tal questionário foi aplicado durante o primeiro semestre de 2010, a uma amostra de cinco hospitais privados de grande, médio e porte especial, conforme descrito no Quadro1: Quadro1 Qualificação da Amostra HOSPITAIS QUANTIDADE DE LEITOS PORTE Hospital 1 203 Grande Porte Hospital 2 639 Porte Especial/Extra Hospital 3 273 Grande Porte

Hospital 4 92 Médio Porte Hospital 5 354 Grande Porte Fonte: Dados da Pesquisa No Quadro 1, apresenta-se a distribuição da amostra classificada de acordo com a determinação do Ministério da Saúde, que estabelece o porte dos hospitais levando em consideração o número de leitos. Até 50 leitos, considera-se o hospital de pequeno porte, entre 51 e 150 leitos têm-se um hospital de médio porte, de 151 a 500 leitos entende-se o hospital como de grande porte e por fim, acima de 500 leitos configura um hospital de porte especial ou extra.. Para definir a amostra manteve-se contato telefônico com os gestores de TIC de diversos hospitais de Salvador-BA, convidando-os para participar da pesquisa. A escolha de cinco hospitais foi em razão do interesse dos mesmos em participar da pesquisa. Dessa forma, a amosta foi não probabilística e definida pelo critério da acessibilidade. Após definir os hospitais, foi marcada uma entrevista com os gestores de TIC para apresentar os objetivos da pesquisa e esclarecer o preenchimento do questionário, dando um prazo de quinze dias para a resposta do instrumento de coleta de dados. Foi solicitado aos gestores de TIC dos hospitais que respondessem a questões sobre a arquitetura de seus sistemas de informação quanto às estruturas de hardware, software, redes, dados e pessoas. Quanto à estrutura de hardware buscou-se mapear a quantidade de computadores e periféricos existentes nos hospitais investigados. No mapeamento da estrutura de software objetivou-se verificar a existência de aplicativos específicos em cada setor e a existência de sistemas de gestão integrada (ERP). No mapeamento da estrutura de dados foi observada a possível existência de uma base de dados central (Datawarehouse). O mapeamento da estrutura de redes teve como finalidade a verificação das tecnologias utilizadas, assim como a existência de intranet, extranet e internet nos hospitais investigados. Quanto ao elemento pessoas, buscou-se mapear, sob o enfoque do usuário, o percentual de funcionários que utilizam, em suas rotinas de trabalho, computador pessoal, e se há conexão destes com a internet. Adicionalmente, verificaram-se questões relativas à utilização do Comércio Eletrônico e a prática da Telemedicina, quais os meios utilizados pelos gestores para se informar sobre novas tecnologias da informação, e se, na opinião destes, a TIC poderia ajudar a melhorar o desempenho competitivo do hospital e agregar valor aos serviços prestados. Investigou-se também, qual o percentual do faturamento bruto destinado por esses hospitais à investimentos em Inovações Tecnológicas, quais as áreas prioritárias de investimento e quais os principais entraves para os investimentos. A tabulação dos dados estão apresentadas em quadros e gráficos a seguir. O principal procedimento estatístico utilizado foi a estatística descritiva, o que possibilitou a comparação de respostas entre os hospitais investigados. 4 Resultado da Pesquisa 4.1 Recurso de Hardware

Em relação a este item se investigou a estrutura dos recursos de hardware. O gráfico 1 evidencia a quantidade de computadores, impressora e computadores equipados com multimídia (componentes de hardware) existentes nos hospitais investigados. Considerando que há dois valores extremos (160 e 1200) a média da quantidade de computadores (PC) nos hospitais pesquisados é de 418,67. Com relação a quantidade de impressoras, apenas três hospitais responderam. O Hospital 2, o Hospital 4 e o Hospital 5 afirmaram possuir 490, 20 e 135 impressoras respectivamente; o que corresponde a 40,8%, 12,5% e 38,5% do total de computadores existentes em cada um. No que se refere aos computadores equipados com multimídia, apenas um Hospital não respondeu. O Hospital 2 dispõe de 60 computadores com multimídia (5%), o Hospital 3 possui 100 computadores com multimídia (19,7%), já o Hospital 4 afirmou a existência de 60 computadores equipados com multimídia (37,5%) e por fim o Hospital 5 afirmou dispor de 5 computadores com multimídia dos 350 existentes (1,4%). 4.2 Recurso de Software Gráfico 1- Componentes de Hardware O gráfico 2 mostra que quatro dos cinco hospitais analisados não utilizam qualquer software de Gestão Integrada, apenas um, o Hospital 4 afirmou utilizar o MV2000. Com relação aos softwares específicos os hospitais costumam utilizar para as áreas de Gestão Hospitalar, RH, Contabilidade, Compra e Venda e Gestão de Estoques.

Gráfico 2- Software de Gestão Integrada 4.3 Recurso de Dados O gráfico 3 sugere que apenas três hospitais investigados fazem uso de uma base de dados central (DataWarehouse). Enquanto que o restante, isto é, 40% não utilizam essa tecnologia. Nenhum dos hospitais investigado teve o cuidade de descrever a politica de segura de dados. 4.3 Recurso de Redes Gráfico 3-Base de Dados Datawarehouse As tecnologias de redes mais utilizadas pelos hospitais analisados, são: Redes sem fio, LAN, VPN, Serviço de segurança de rede, Switches e Roteadores, entre outras. Com relação a intranet, conforme o gráfico 4, quatro hospitais investigados utilizam TIC para Intranet desde 2001 ou antes. Apenas um afirmou utilizar desde 2008. Quando se trata de rede interna, todos os hospitais afirmam que as mesmas são protegidas por firewall. Gráfico 4-Utilização de TIC para Intranet O gráfico 5 mostra grande variação dos hospitais quanto utilização de TIC para a extranet, com destaque para dois hospitais que não pretendem utilizar.

Gráfico 5-Utilização de TIC para Extranet Todos os hospitais analisados dispõe de sítios na internet, no gráfico 6 fica evidente que a maioria dos hospitais pesquisados, isto é quatro deles, utilizam internet desde 2001 ou antes. 4.4 Recursos Humanos Gráfico 6-Utilização da Internet A quantidade média de funcionários, dos cinco hospitais, é de 2780, sendo que a maioria dos colaboradores possui nível médio. No que se refere aos tomadores de decisões, cuja maior parte já concluiu o nível superior, a média fica em torno de 656 funcionários, deste total prevalecem os profissionais da área de saúde, como médicos e enfermeiros. Destaca-se que a maior parte dos hospitais investe na qualificação de seus funcionários/colaboradores, oferecendo cursos tanto para os gestores como para os funcionários em geral, como por exemplo, Cursos de Espanhol, de Coleta de Materiais, Formação de Novos Gestores, Desenvolvendo Líderes e Programas de Desenvolvimento Gerencial. O gráfico 7 mostra que em 40% dos hospitais pesquisados cerca de 70 a 80% do total de funcionários utilizam computadores pessoais, estações de trabalho ou terminais em suas rotinas de trabalho, em outros 40% 90 a 100% dos funcionários utilizam.

Gráfico 7- Percentual de empregados que utilizam computador pessoal, estação de trabalho ou terminal Com relação ao percentual de funcionários que possuem computador pessoal conectado a internet o resultado demonstra alta dispersão, ou seja, cada hospital mantém um percentual diferente; o hospital 1 afirma que 30 a 40% dos seus funcionários possuem computador pessoal conectado a internet, já no hospital 2 este número salta para 90 a 100%, no hospital 3 este percentual fica em torno de 50 a 60%, no hospital 4 é de 60 a 70% e por fim no hospital 5 menos de 10% dos funcionários tem computadores pessoais conectados a internet. 4.5 Comércio Eletrônico e Telemedicina Os gráficos 8 e 9 tratam do Comércio eletrônico e evidencia que todos os hospitais investigados realizaram compras de bens e contratação de serviços pela internet em 2008, porém o percentual dessas compras na maioria dos hospitais pesquisados não passa dos 20%. A redução de custos com as compras via internet é o principal benefício esperado pelos hospitais. Em se tratando de recebimentos de pedidos via internet em 2008, nenhum hospital registrou ocorrência, como demonstra o gráfico 9. Gráfico 8-Compra de bens e serviços Gráfico 9-Recebimento de pedidos pela internet em 2008 via internet em 2008

As questões sobre Telemedicina foi respondido por apenas um dos hospitais pesquisados, que afirma adquirir tais conhecimentos por meio da literatura médica, de programas de treinamento formal em telemedicina e de colegas. Os usos mais comuns da telemedicina no referido hospital, atualmente, é para diagnósticos e emergências. Para tanto os softwares utilizados são: Kodac e WTT, cuja função é de diagnóstico e laudo. Em se tratando de hardware, utiliza-se o Deel, com a função de processamento, armazenamento e distribuição de imagem. Buscando ampliar a área de atuação da tecnologia citada acima, está sendo realizada pesquisas nas áreas de cardiologia, medicina de emergência, medicina intensiva, neurologia, radiologia, patologia e vídeoendoscopia. 4.6 Visão dos Gestores quanto a TIC Em todos os hospitais investigados fica evidente a importância de se inteirar das novas tecnologias referentes ao seu ramo de negócios, e os meios mais utilizados para atualização, como mostra o gráfico 10 são: Feiras e Congressos, Revistas, Benchmarking, Consultorias, Viagens ao exterior, Internet e Contato com colegas, realidade que revela fontes diversificadas de informações. Gráfico 10-Como se informa de novas tecnologias Os gestores ainda acreditam que a inovação tecnológica contribui para o hospital estar sempre aumentando a produtividade, melhorando a qualidade, melhorando a imagem do hospital e aumentando a clientela. Por isso quatro gestores afirmam incluir no seu planejamento estratégico investimento para a introdução de inovação tecnológica de produtos e/ou processos. A pesquisa indicou que os hospitais reconhecem que o uso de (TIC) agrega valor aos serviços prestados e acelera a disseminação de informações, o que acaba por melhorar a performance e o desempenho competitivo do hospital (ver gráficos 11 e 12).

Gráfico 11- Melhoria do desempenho competitivo com o uso de TI Gráfico 12-TI agrega valor aos serviços prestados Como forma de estar sempre atento as novas tecnologias, as estratégias dos concorrentes, e o interesse dos clientes, a maioria dos hospitais analisados afirmam dispor de mecanismos para monitorar elementos do ambiente externo, como por exemplo o nível de satisfação dos clientes, atuação dos concorrentes e tecnologias de interesse. Os mecanismos utilizados são semelhantes aos utilizados para se inteirar de novas tecnologias: Feiras, Congressos, Eventos, Redes de Inovação, Comitês Setoriais, Reuniões com representantes do setor e com gestores de TIC dos próprios hospitais de Salvador. O gráfico 13 mostra que destacam- se entre as organizações hospitalares pesquisadas, as seguintes áreas como prioritárias para investimento: o Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP), a Administração e Gestão, o Setor de Operações e o Gerenciamento de Relacionamento com clientes (CRM). Gráfico 13-Áreas de maiores investimentos em inovação tecnológica Mesmo admitindo a importância da introdução de novas tecnologias, ficou evidente a dificuldade financeira para investimento em TIC, não passando de 3% do faturamento, conforme apresentado pelos gráficos 14 e 15. Apesar disso, apenas três

respondentes admitem conhecer financiamentos, linhas de créditos ou incentivos governamentais para inovação tecnológica. Gráfico 14-Investimento em inovação tecnológica X Faturamento Gráfico 15-Entraves para investimento em inovação tecnológica Nenhum dos hospitais pesquisados mantém parceria com entidades públicas visando desenvolver inovação tecnológica. Todavia, grande parte dos hospitais pesquisados estão dispostos a se unir com uma entidade pública para promover a inovação tecnológica. 5 Considerações Finais Esta pesquisa de campo, sendo parte integrante de uma pesquisa de abrangência internacional, realizada em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação (CTI), objetivou identificar a gestão da tecnologia da informação em cinco hospitais de Salvador-Bahia, visando mapear as suas necessidades de TIC e prospectar desdobramentos após análise dos resultados. Para tanto escolheu uma amostra não probabilística e definida pelo critério da acessibilidade. Os resultados da pesquisa indicam que os hospitais estão no mesmo nível de inovação dos sistemas de informação, porém é necessário uma atenção maior de alguns hospitais no que se refere ao software integrado de gestão e a base de dados central, já que nem todos utilizam, mas destacam o ERP, por exemplo, como área prioritária de investimento. O uso da intranet e internet é bastante difundindo, todavia, com relação a extranet, dois hospitais não utilizam nem planejam utilizar. Os usuários da TIC dos hospitais pesquisados vem sendo atualizados constantemente por meio da realização de cursos de qualificação, o que é bastante positivo para facilitar o acompanhamento do surgimento das inovações do setor. Também ficou evidente a pouca utilização do Comércio Eletrônico. Os gestores de TIC destacaram apenas a importância de realizar compras via internet, em função da sensível redução nos custos, a obtenção de maior conhecimento sobre os fornecedores, além de tornar o processo de negócios mais céleres. Em relação a Telemedicina apenas um hospital utiliza. Outra evidencia que

chama atenção é que os gestores de TIC reconhecem que o uso de TIC agrega valor aos serviços prestados e acelera a disseminação de informações, o que acaba por melhorar o desempenho competitivo do hospital. Entretanto, ainda há muitas barreiras para investimentos em inovação tecnológica. O principal desdobramento a ser sugerido após o desenvolvimento da pesquisa é ampliar o escopo da mesma, assim como entender a razão das barreiras em investimentos em inovação tecnológica e do pouco uso do comércio eletrônico em especial da telemedicina. Tendo em vista a extensão territorial baiana e as vantagens trazidas pela prática da telemedicina, como por exemplo a contribuição dada as pesquisas, a redução dos custos com transportes, a permuta de informações decisivas para diagnósticos, prevenções e tratamentos de patologias e a permanente educação dos profissionais de saúde, entende-se como fundamental o esforço para consolidar tal prática no setor de saúde do estado da Bahia. Referência ALBERTIN, A.L.Valor estratégicos dos Projetos de Tecnologia da informação. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.41, n.3, p 42-50, jul/set, 2001. Disponível em: <http://www.eaesp.fgvsp.br/interna.aspx?pagid=dlmjmmtj&id=90> Aceso em: 17.09.2010.O Comércio Eletrônico evolui e consolida-se no mercado brasileiro. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 40. n.4, out/dez, 2000.Disponível em: < http://www16.fgv.br/rae/artigos/1027.pdf> Acesso em: 09.02.2011 AL-MASHARI, M. Enterprise resource planning (ERP) systems: a research agenda. Industrial Management &Data Systems, Wembley, v. 103, n.1, p.22-27, 2003. Disponível em: < http://w3.cyu.edu.tw/ccwei/paper/erp/erp%20research%20agenda(imds).pdf> Acesso em: 24.09.2010 BALARINE, O.F.O. Tecnologia da Informação como vantagem competitiva. RAEeletrônica, v. 1, n. 1, jan-jun/2002. Disponível em:< http://www.fgvsp.br/institucional/biblioteca/pe/raeeletronica/sp000336614.pdf> Acesso em 23.09.2010 BALLONI, Antonio José. Por que Gestão em Sistemas e Tecnologias de Informação? vii.2. Revista de Informação e Tecnologia, Campinas, n., p.1-3, 05 jan. 2005. Disponível em: <http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/artigos/gesiti_final.pdf> Acesso em: 03.09.2010 BEAL,Adriana. Introdução à Gestão de Tecnologia da Informação.. DIponivel em: <http://2beal.org/ti/manuais/gti_intro.pdf> Acesso em: 17.09.2010

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