Fisica do Corpo Humano ( ) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B04. Entropia Aula 8

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Transcrição:

Fisica do Corpo Humano (4300325) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B04 Entropia Aula 8

Princípios Físicos Aplicados à Fisiologia (PGF5306-1)

Proteína no Equilíbrio Encontrar o mínimo implica buscar: @F @u i =0(i =1, 2, 3,...,N) JOURNAL OF CHEMICAL PHYSICS VOLUME 116, NUMBER 19 15 MAY 2002 Foldability and the funnel of HP-36 protein sequence: Use of hydropathy scale in protein folding Goundla Srinivas and Biman Bagchi a) Solid State and Structural Chemistry Unit, Indian Institute of Science, Bangalore 560 012, India FIG. 5. Color Energy landscape the funnel for the model HP-36 protein obtained from BD simulations is shown. The distance from the native state Q in terms of topological contacts is indicated for different energy states. Configurations corresponding to various energy states given in parentheses unfolded, transition, and native state are also shown. The X axis denotes the number of configurations at energy E.

Proteina no Equilíbrio

Primeira Lei! Uma quantidade de energia pode ser distribuído de várias formas. A primeira lei da termodinâmica relaciona calor, trabalho e energia interna. Vimos que uma quantidade de energia pode ser transportada. Energia não pode ser criada ou destruída, só muda de forma.

O que falta na primeira lei U =0

O que falta na primeira lei U =0

O que falta na primeira lei Se fazemos atrito em uma superfície, convertemos trabalho em calor a uma dada temperatura. Esse processo é reversível? É possível re-converter esse calor em trabalho nessa mesma temperatura? A segunda lei da termodinâmica afirma que não!... seria ótimo se fosse possível. Se aplicássemos apenas a conservação de energia, seria sim.

O que falta na primeira lei Carnot assumiu que é impossível extrair energia do calor de uma única temperatura. Calor não pode ser retirado a uma dada temperatura e convertido em trabalho sem haver nenhuma outra mudança nas vizinhanças.

Segunda Lei! (Forma 1) Não existe um equipamento em que o único resultado é a conversão de calor em trabalho em a uma única temperatura. (Forma 2) Calor não pode naturalmente fluir de um ambiente frio para um ambiente quente. Quent Frio Q Processo Irreversível

Ciclo de Carnot Q 1 Q 2 > 0

Ciclo de Carnot O trabalho é: W = Q 1 Q 2 Q 1 Q 2 > 0 Igualando as duas Q 1 Q 2 = 1 Q 2 Q 1 = 1 1 T 2 T 1 T 2 T 1 Q 1 O trabalho máximo: W = 1 T 2 T 1 Q 1 Q 2 Q 1 = T 2 T 1 Q 1 T 1 Q 2 T 2 =0

Ciclo de Carnot Para uma maquina não ideal Q 1 Q 2 < 1 Q 2 Q 1 < 1 1 T 2 T 1 T 2 T 1 Q 1 S i = Q i T i Ou seja S 1 S 2 < 0 Q 2 Q 1 < T 2 T 1 Q 1 T 1 Q 2 T 2 < 0

Ciclo de Carnot Um verdadeiro motor (à esquerda) em comparação com o ciclo de Carnot (direita). A entropia de um material verdadeiro muda significativamente com a temperatura. Esta variação é indicada pela curva num diagrama T-S. Para esta figura, a curva indica um equilíbrio líquido-vapor (Ver ciclo de Rankine). Sistemas irreversiveis e as perdas de calor (por exemplo, devido ao atrito) evitam que o sistema ideal ocorra a cada passo.

Ciclo de Carnot Para um processo reversível I Q T =0 Ou seja, a integral abaixo é independente de caminho ds = Q T S é uma função de estado chamado de Entropia Z Q Entropia é um índice da L T tendência de um sistema fazer uma mudança expontânea

Entropia É um estado termodinâmico É uma medida do estado de diferenciação, ou distribuição de energia de um sistema Racionaliza, porque um soluto difunde de um meio mais concentrado para um menos concentrado Porque o calor sempre flui do quente para o frio...

Entropia Fig. 3.3 Schematic diagram of a rubber band in the unstretched (equilibrium) state (left) and stretched state (right). In the unstretched state, the molecules are highly disordered. When the band is stretched, the molecules form a relatively orderly array. The entropy of the molecules is lower in the stretched state than in the unstretched state.

Entropia 1S system þ 1S surroundings ¼ 1S universe > 0: Table 3.1. of energy Comparison of the orderliness of different types Form of energy Entropy per unit energy Nuclear reactions Internal heat of stars 10 3 Sunlight 1 Chemical reactions 1 10 Terrestrial waste heat 10 100 10 6 Note how the entropy of a given amount of energy increases as it is transformed from a nuclear reaction to the heat given off by biological organisms on the surface of Earth.

Sistemas Isotérmicos Suponha que uma célula realize uma transformação reversível a pressão constante e libere um calor q para o ambiente em torno S vizinhanca = Q T Como as temperaturas são praticamente as mesmas (célula e vizinhança) T 0 Variação da energia de Gibbs O trabalho pv é praticamente desprezível e Q = H 1S system 1H=T > 0; Ou 1H T1S system <0:

Estruturas Minimizadoras de Energia Livre Energia Livre = Energia - Temperatura x Entropia Onde Entropia é uma medição do número de formas distintas um sistema pode ser rearranjado Entropia é uma medida da degenerescência microscópica de um estado macroscópico S = k B ln W W! Número de microestados compatíveis com um dado macroestado

Entropia S = k B ln W (N p ; N) N p! Número de proteinas de ligação N! Número de sitios

Entropia W (N p ; N) = N(N 1)(N 2)...(N N p + 1) N p (N p 1)...1 W (N p ; N) = N! N p!(n N p )! S = k B ln N! N p!(n N p )! Aproximação de Stirling ln(n!) = n ln(n) n + O(ln(n)) n ln(n) n (para n grande) S = k B N[c ln c +(1 c)ln(1 c)], com c = N p /N