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Transcrição:

USDA PREVÊ AUMENTO DE 2,3% DA PRODUÇÃO DE LEITE BRASILEIRA EM 2012 De acordo com o relatório semestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de leite no Brasil em 2012 deve apresentar incremento de 2,3% em relação ao ano passado, indo para 31,3 bilhões de litros (a estimativa para 2011 era de 30,6 bilhões de litros). O consumo de leite fluido deve crescer em menor proporção, em 1,8% no período. No cenário mundial, o USDA projeta apenas leves aumentos na produção dos principais países exportadores. De forma geral, os custos de produção mais elevados tendem a frear os investimentos na produção de leite em alguns países. Além deste fator, o ligeiro aumento de 1% na produção prevista para os Estados Unidos, deve-se também à queda de preços do produto. Na Europa, o menor consumo e incertezas quanto à economia também tendem a limitar o aumento da produção (projetado para 1% em 2012). Na Oceania, há previsão de condições normais de clima e, portanto, disponibilidade de pastagens e forragens. Para a Nova Zelândia e Austrália, o USDA prevê acréscimos de 2% na produção. Na Argentina, os preços elevados de lácteos e as boas condições de produção tendem a estimular a expansão da atividade; entretanto, as pressões inflacionárias podem limitar este avanço. Estima-se crescimento de 4% na produção de leite daquele país. A Tabela 1 mostra a produção estimada pelo USDA para os principais países exportadores de lácteos. Tabela 1. Estimativa da produção de leite nos principais países exportadores para 2012. Produção prevista Var. (%) entre para 2012 2011 e 2012 (mil toneladas) Argentina 12.450 + 4% Austrália 9.750 + 2% Brasil 31.300 + 2% Estados Unidos 90.038 + 1% União Europeia 138.950 + 1% Nova Zelândia 19.130 + 2% Fonte: USDA / Elaboração: Cepea. O número de vacas leiteiras no Brasil deve aumentar em 2,2%, sendo que a produtividade por vaca tende a se manter constante, segundo estimativas do USDA. De acordo com o relatório, a produção de queijos tende a aumentar 3,7%, totalizando 700 mil toneladas em 2012. Já o consumo, tende a aumentar 2,9%, ficando acima do produzido internamente: 721 mil toneladas. A produção de manteigas deve alcançar 81 mil toneladas, 2,5% a mais que a

produção estimada para 2011. O consumo interno tende a aumentar quase que na mesma proporção, de 2,6%, de 80 mil toneladas. No caso do leite em pó desnatado, o USDA projeta aumento da produção nacional em 4,4% em relação ao ano passado, indo para 141 mil toneladas, enquanto o consumo deve ser de 163 mil toneladas (acréscimo de 1,9% frente a 2011). A produção de leite em pó integral deve ser de 550 mil toneladas, 7,8% a mais que a estimada para 2011. O consumo do produto, entretanto, deve ser de 597 mil toneladas (incremento de 5,5% frente ao ano passado). A Tabela 2 apresenta Tabela 2. Produção, consumo, importação e exportação de alguns derivados lácteos no Brasil em 2012. Produção Consumo Importação Exportação (em mil toneladas) Queijos 700 721 25 4 Manteiga 81 80 1 2 Leite em Pó Desnatado 141 163 22 0 Leite em Pó Integral 550 597 50 3 Fonte: USDA / Elaboração: Cepea Caso a projeção do USDA se concretize, novamente o consumo de lácteos crescerá mais que a produção nacional em 2012. Por outro lado, o Órgão projeta uma redução das compras brasileiras no mercado externo para alguns produtos neste ano: redução de 14% das importações de queijos, de 12% de leite em pó desnatado e de 14% para leite em pó integral. No caso das exportações, o volume projetado continua muito baixo se comparado à produção interna. Além disso, o câmbio desvalorizado e a qualidade do leite nacional por enquanto ainda são fatores limitantes para o segmento exportador. CUSTOS SEGUEM RELATIVAMENTE ESTÁVEIS EM MARÇO Desde o início de 2012, o Custo Operacional Efetivo (COE), que são as despesas correntes ao longo do mês, e o Custo Operacional Total (COT), que engloba o COE juntamente com as depreciações dos bens de produção e o pró-labore, seguiram relativamente estáveis na média ponderada pelos estados de RS, PR, SC, SP, MG e GO. Esta estabilidade está atrelada em especial às pequenas alterações de preços que a alimentação concentrada vem passando no período. Em março, o COE teve leve aumento de 0,2% frente ao mês de fevereiro, enquanto o COT apresentou ligeira alta de 0,1%. Frente a março/11, na média dos mesmos estados, o COE e o COT tiveram altas de 5%, puxados principalmente pelo aumento nos custos com a mineralização do rebanho (causado basicamente pela

elevada demanda por minerais fosforados, que também são utilizados como fertilizantes) e com a mão de obra. Em Goiás, os custos seguiram estáveis entre fevereiro e março. A maior alteração de preços ocorreu com os insumos destinados à mineralização do rebanho, com alta de 2%. O concentrado seguiu com leve alta de 1%. Devido a essas pequenas variações, tanto o COE como o COT oscilaram positivamente em apenas 0,5% e 0,4% respectivamente. Quando se comparado a março/11, as variações foram de 2% para o COE e 1% para o COT. No estado mineiro, a maioria dos insumos cotados em março não apresentou alteração frente ao mês anterior. Porém, o concentrado, insumo de elevada representatividade nos gastos correntes do produtor, teve queda de 4% no período. Os custos com silagem também seguiram em baixa, com diminuição de 2%. No mesmo período, o COE e o COT tiveram quedas 2% e 1%, respectivamente. Frente ao mesmo período de 2011, houve altas de 5% para o COE e de 4% para o COT. No Paraná, a alta dos preços de medicamentos em 7% foi o destaque entre os insumos na região no mês de março. Apesar do aumento, a pequena representatividade destes insumos (cerca de 2% do COE) fez com que o impacto sobre os custos do produtor fosse relativamente pequeno. No período, tanto o COE como o COT tiveram altas de 1%. Frente a março/2011, a variação observada foi de 5% para ambos. No Rio Grande do Sul, o concentrado e as forrageiras anuais tiveram altas de 3% e 2%, respectivamente, entre fevereiro e março; já os custos com silagem e forrageiras perenes tiveram recuos de 2% e 1%, respectivamente. O restante dos insumos se manteve em patamares praticamente estáveis. O COE o COT tiveram aumentos de 1% no período. Em relação a março/11, o estado gaúcho apresentou os maiores aumentos do COE e do COT: 8% e 7%, respectivamente. No estado de São Paulo, a maioria dos insumos cotados em março não apresentou alteração de preços frente a fevereiro. Os custos com silagem foram os que tiveram maiores mudanças no período, com queda de 2%. Devido às pequenas alterações, tanto o COE como o COT ficaram estáveis em março. Quando a comparação é feita com o mesmo período de 2011, houve aumento de 3% para o COE e 2% para o COT. No estado catarinense, a maioria dos insumos apresentou pequenas alterações entre fevereiro e março. O custo com sal mineral foi exceção, com alta de 14% no período. Mesmo com este aumento significativo, o COE e o COT tiveram altas de apenas 1%. Isso ocorreu devido à baixa representatividade deste insumo nos custos do produtor (cerca de 3%). Frente a março/11, os aumentos foram de 4% para o COE e 3% para o COT.

MEDICAMENTOS ENCARECEM EM MARÇO, MAS RELAÇÃO DE TROCA FRENTE À VACINA MELHORA A alta de preços dos medicamentos nos últimos meses foi ocasionada principalmente pela proximidade da campanha de vacinação de aftosa, que aumentou a demanda por este produto. Na média ponderada pelos seguintes estados: BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP, os custos com uma cesta de medicamentos que é composta por antimastíticos, controle parasitário, antibióticos, vacinas e demais medicamentos em geral apresentou alta de 4% em relação a fevereiro. Quando a comparação é realizada frente ao mesmo período de 2011, o aumento foi mais significativo, de 11%. A valorização anual dos medicamentos só ficou abaixo da mão de obra, que teve alta de 14%, fruto do aumento do salário mínimo, e do concentrado, que teve elevação de 13%. Dentro da cesta de medicamentos, as vacinas tiveram alta de 4,7% em março; entretanto, o produto se encontra em patamares 3% menores frente ao mesmo período de 2011 em termos nominais (sem descontar a inflação do período). Já o preço do litro de leite recebido pelo produtor aumentou 2,1% entre fevereiro e março. Frente ao mesmo período de 2011, o aumento foi de 13%. Desta forma, em março/12 eram necessários 79 litros de leite para a aquisição de 50 doses de vacina de aftosa, quantidade 14% inferior ao necessário em março/11 (91 litros de leite). Com isso, a redução dos preços da vacina frente ao ano passado, aliado ao aumento do preço do leite, melhorou a relação de troca, favorecendo com isso a situação do produtor de leite em relação a este item. Gráfico 1. Relação de troca entre litros de leite e doses de vacina de aftosa. 100 80 Litros de leite 60 40 20 0 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 Vacina Aftosa (50 doses) Fonte: Cepea/CNA

LEITE VALORIZA 2% EM MARÇO COM MENOR OFERTA Em março, o preço médio pago pelo leite ao produtor (referente à produção entregue em fevereiro) aumentou mais 2% (ou 1,7 centavos por litro), indo para R$ 0,8581/litro na média ponderada dos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA, conforme levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Esse valor representa aumento real (descontando-se a inflação até fevereiro/12 medida pelo IPCA) de 7,7% se comparado ao mesmo período do ano passado. A elevação neste mês esteve atrelada à menor oferta do produto nas principais bacias leiteiras, o que aumenta a disputa pela matéria-prima entre os laticínios/cooperativas. Em Minas Gerais, Goiás e São Paulo, que já estão entrando em fase de entressafra, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) registrou quedas de 1,2%, 4,9% e 4,5%, respectivamente, entre janeiro e fevereiro. No Sul do País, o ICAP-Leite/Cepea baixou 1,2%. Na média ponderada pelos sete estados analisados, o índice caiu 2,2% em fevereiro. Se comparado ao mesmo período de 2011, houve leve redução de 0,7%. Para o próximo pagamento (referente à produção de março), 56% dos laticínios/cooperativas entrevistados pelo Cepea (que representam 63% do volume de leite amostrado) acreditam em estabilidade de preços. Para 40% dos agentes de mercado (que respondem por 28% da amostra em volume de leite), deve haver nova alta e apenas 4% (que representam 9% do volume amostrado) acreditam em queda de preços para abril. Apesar da expectativa relativamente otimista com o início da entressafra, o setor lácteo está atento ao consumo interno e às importações. Pesquisadores do Cepea destacam que, assim como vem sendo observado no setor de carnes, as vendas de lácteos também estão desaquecidas. No segmento de queijos, por exemplo, agentes do setor afirmam que os estoques do produto estão elevados devido às vendas retraídas, o que limita o aumento de preços mesmo num cenário de valorização da matériaprima em função da queda de oferta. Além disso, o alto volume de lácteos importados (especialmente de queijos e leite em pó) também tem pressionado a indústria nacional que pode ter dificuldades para repassar ajustes concedidos à matéria-prima. O preço médio do leite UHT, cotado diariamente pelo Cepea no atacado do estado de São Paulo, teve média de R$ 1,75/litro em março (até o dia 27), registrando leve aumento de 2% em relação a fevereiro (o valor inclui frete e impostos). No caso do queijo muçarela, houve avanço de 1%, com o quilo, a R$ 10,30/kg. Essa pesquisa é feita com o apoio financeiro da OCB/CBCL. Os custos de produção de leite, também acompanhados pelo Cepea, continuam em patamares relativamente elevados devido aos preços dos grãos e da mão de obra, o que limita maiores investimentos na produção.

Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - FEVEREIRO/12. (Base 100=Junho/2004) 160 150 140 Patamar de Fevereiro de 2011 146,96 146,38 142,62 143,30 140,08 130 120 110 100 90 80 jun/04 set/04 dez/04 mar/05 jun/05 set/05 dez/05 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 mar/08 jun/08 set/08 dez/08 mar/09 jun/09 set/09 dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11 ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP IBGE - PTL Fonte: Cepea-Esalq/USP Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA). 0,95 2008 0,90 R$/liyto 0,85 0,80 0,75 2012 2011 2010 2009 0,70 Média 2001 a 2011 0,65 0,60 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Fonte: Cepea-Esalq/USP