CAPTAÇÃO AUMENTA E PREÇO AO PRODUTOR CAI APÓS 6 MESES DE ALTA

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1 Uma publicação do CEPEA ESALQ/USP Ano 21 nº 245 Outubro 2015 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada ESALQ/USP CAPTAÇÃO AUMENTA E PREÇO AO PRODUTOR CAI APÓS 6 MESES DE ALTA Depois de seis meses de altas consecutivas, o preço do leite pago ao produtor registrou queda em todas as regiões que compõem a média Brasil (MG, PR, RS, SC, SP, GO e BA), de acordo com pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O valor líquido (sem frete e impostos) recebido pelo produtor ( média Brasil, ponderada pelo volume captado em agosto nos sete estados) recuou 1,2% de agosto para setembro, fechando a R$ 0,9844/litro. Na comparação com setembro/14, o preço está 9,9% inferior em termos reais (deflacionados pelo IPCA de agosto/15). O preço bruto médio (inclui frete e impostos) pago pelos laticínios/cooperativas foi de R$ 1,0667/litro, redução de 1,62% em relação ao mês anterior. por parte da indústria e a necessidade de promoções no fim do mês para compensar a falta de demanda que tem sido observada. Com isso, muitas empresas tentam baixar seus estoques, o que influencia na queda dos preços. Em setembro (até o dia 29), o leite UHT teve média de R$ 2,2458/litro e o queijo muçarela, de R$ 13,7817/kg, quedas de 2,96% e 1,28%, respectivamente, em relação a agosto/15. Esta pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). ICAPL/Cepea Índice de Captação de Leite AGOSTO/15. (Base 100=Junho/2004) Conforme pesquisadores do Cepea, as quedas foram influenciadas, principalmente, pelo aumento da captação em todos os estados que compõem a média Brasil e também pela demanda enfraquecida por derivados lácteos. Em algumas praças, no entanto, há competição entre laticínios por produtores e isso ajudou a manter a estabilidade ou mesmo a proporcionar elevação dos preços nessas localidades. Em agosto/15, o Índice de Captação do Cepea (ICAP L/Cepea) teve alta de 4,62% em relação a julho e de 8,0% na comparação com agosto/14. Santa Catarina teve o maior aumento de captação, de 12,3%, seguido por Goiás (8,1%), Paraná (6,2%), São Paulo (4,2%), Bahia (2,8%), Rio Grande do Sul (2,5%) e Minas Gerais (1,5%). Para o próximo mês, a expectativa da maior parte dos representantes de laticínios/cooperativas é de queda nos preços. Entre os compradores consultados pelo Cepea, 85,4% deles, que representam 93,9% do leite amostrado, acreditam que haverá novo recuo em outubro, enquanto apenas 14,6% dos agentes, que representam 6,1% do volume captado, sinalizam estabilidade para o próximo mês. Essas expectativas refletem o aumento da disponibilidade de leite nas principais regiões produtoras, principalmente nos estados da região Sul. Levantamentos do Cepea também sobre derivados lácteos negociados no segmento atacadista do estado de São Paulo mostram que o leite UHT e a muçarela se desvalorizaram em setembro pelo terceiro mês seguido. Agentes desse mercado relatam aumento dos estoques PANORAMA pág. 05 pág. 06 pág. 07 Dólar valorizado sustenta receita da balança comercial pelo terceiro mês UHT e muçarela se desvalorizam pelo segundo mês consecutivo Produção leiteira no país cresce 2,7% em um ano; Pela 1ª vez sul supera SE MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA

2 Fonte: Cepea SETEMBRO/15 AGOSTO/15 Sul / Sudoeste de Minas 1,0741 1,1325 1,0730 1,1895 1,0926 1,1681 1,1948 1,0858 1,2704 1,1255 1,1266 1,1293 1,1863 1,1857 1,1766 1,2727 1,0113 1,3064 1,3938 1,1111 1,2080 1,2437 1,2449 1,2159 1,0480 1,0886 1,0769 1,1634 0,8566 0,7495 0,8306 0,8965 0,7768 0,8864 1,1019 0,9705 0,7957 0,9023 0,9666 0,9067 1,0958 1,0674 0,9957 1,0226 0,7041 0,9785 0,8429 0,9051 0,8974 1,0543 0,9126 0,9457 0,9548 0,9495 0,9351 0,9148 0,9692 1,0212 0,9644 1,0751 0,9644 1,0579 1,1773 1,0209 1,0550 1,0186 1,0536 1,0688 1,1408 1,1210 1,1129 1,1910 0,8330 1,1838 1,1640 1,0092 1,0820 1,1712 1,1864 1,1471 0,9987 1,0414 1,0269 1,0667 0,9848 1,0247 0,9866 1,1222 0,9929 1,0936 1,1096 1,0030 1,1287 1,0309 1,0337 1,0565 1,1433 1,1175 1,1033 1,1772 0,9364 1,1989 1,2781 1,0414 1,1276 1,1364 1,1389 1,1110 0,9150 1,0100 0,9888 1,0788 0,7721 0,6502 0,7503 0,8358 0,6842 0,8183 1,0189 0,8902 0,6647 0,8128 0,8773 0,8410 1,0532 1,0008 0,9257 0,9326 0,6386 0,8820 0,7396 0,8400 0,8239 0,9496 0,9347 0,9145 0,8236 0,8741 0,8502 0,8442 0,8822 0,9159 0,8811 1,0105 0,8676 0,9859 1,0926 0,9395 0,9181 0,9265 0,9623 0,9995 1,0980 1,0537 1,0412 1,0972 0,7628 1,0797 1,0535 0,9418 1,0041 1,0650 1,0817 1,0437 0,8674 0,9638 0,9402 0,9844 set/ago 1,14% 0,14% 0,87% 1,12% 4,47% 1,22% 0,51% 0,85% 2,71% 0,41% 0,52% 2,18% 3,78% 0,12% 1,42% 1,32% 4,03% 0,77% 0,53% 0,71% 1,77% 3,60% 2,26% 2,50% 1,88% 2,58% 0,43% 1,62% set/ago 1,21% 0,73% 1,03% 0,23% 3,27% 0,38% 1,12% 1,12% 2,55% 0,49% 0,69% 1,37% 1,55% 0,12% 0,66% 1,56% 4,17% 0,73% 0,56% 0,77% 0,84% 3,86% 2,33% 2,71% 2,03% 2,60% 0,43% 1,20% Fonte: Cepea Preços em estados que não estão incluídos na média Brasil RJ, MS, ES e CE 1,2420 1,1687 1,1233 0,9555 1,1834 1,0995 1,1888 1,1136 1,1535 0,9367 1,0963 1,0603 0,8381 1,1128 0,9136 0,7893 0,8442 0,8247 1,0538 0,8943 1,0297 0,8517 1,0263 0,9281 1,0365 1,1453 1,0203 0,9041 1,0231 0,9789 1,1254 1,0413 1,0739 0,9012 1,0463 0,9810 1,1814 1,1008 1,0613 0,8717 1,0472 0,9810 1,0963 1,0261 1,0630 0,8677 0,9943 0,9782 0,7867 1,0446 0,8548 0,7093 0,7168 0,7128 0,9644 0,8117 0,9420 0,7847 0,9258 0,8477 0,9806 1,0771 0,9624 0,8215 0,8917 0,8636 1,0344 0,9589 0,9852 0,8330 0,9454 0,9000 4,38% 0,39% 1,73% 1,05% 0,70% 1,24% 4,48% 2,42% 4,88% 2,04% 2,62% 2,14% 4,49% 0,56% 1,72% 2,40% 1,06% 1,82% 4,92% 2,65% 6,02% 1,85% 5,43% 2,96% Equipe Leite: Wagner Hiroshi Yanaguizawa Pesquisador Projeto Leite Isadora Vieira, Marianne Tufani Batista, Natália Salaro Grigol, Ana Paula Negri e Vitória Guereschi Lucas Equipe Grãos: Lucilio Alves Pesquisador Projeto Grãos Ana Amélia Zinsly, André Sanches, Bárbara Oliveira, Camila Tolotti, Débora Kelen P. da Silva e Rafaela Moretti Vieira Wagner Hiroshi Yanaguizawa Pesquisador Projeto Leite Ana Paula Silva Ponchio Mtb: D Flávia Romanelli Mtb: Flávia Romanelli Mtb: 27540

3 EVOLUÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL EFETIVO (COE) E DO PREÇO DO LEITE EM

4 CUSTO SE MANTÉM ESTÁVEL EM SET/15, MAS RENTABILIDADE SEGUE PRESSIONADA Por Wagner H. Yanaguizawa, analista de mercado, equipe Leite Cepea Em setembro, o custo operacional efetivo (COE) da pecuária leiteira, que considera os gastos correntes da propriedade na média Brasil (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), se manteve praticamente estável na comparação com o mês anterior (+0,01%). As valorizações nos grupos de forrageiras perenes, forrageiras anuais e silagem foram compensados pelas quedas em suplementação mineral e concentrado. Segundo levantamentos do Cepea, feitos em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o custo operacional total (COT) também não se alterou na comparação com o de agosto (+0,03%). Os grupos de forrageiras anuais e perenes e de silagem, ambos considerando insumos e mão de obra contratada, que representam 19,6% do COE, tiveram a valorização mais expressiva entre os avaliados. Forrageira anual se valorizou 2,6% no mês, seguida de silagem, com elevação de 1,8% e das forrageiras perenes, de 1,7%. De janeiro a setembro, forrageiras anuais acumularam alta de 16,8%, silagem, de 10,8% e forrageiras perenes, de 9,1%. Esses aumentos resultaram da maior demanda para reforma de pastagens. Segundo colaboradores, com o início do período das chuvas, principalmente na região Sul do País, as vendas de sementes de pastagens já têm se intensificado. A desvalorização do Real frente ao dólar também tem influenciado esse cenário já que muitos insumos para reforma e manutenção dos pastos têm os seus preços ligados à moeda norteamericana. Os aumentos desses custos, por sua vez, foram compensados pelas quedas dos grupos de suplementação mineral e concentrado, de 1,6% e 0,8%, respectivamente. Vale ressaltar que os concentrados e a suplementação mineral representam juntos 43,2% do COE. Ainda assim, a rentabilidade dos pecuaristas de leite ainda segue comprometida, inclusive considerando o aumento da captação em todas as regiões acompanhadas e consequente início do período de queda dos preços pagos ao produtor. De janeiro a setembro, o COE já acumulou acréscimo de 3,6%, enquanto o preço do leite subiu 2,5%. Além disso, em setembro os valores pagos ao produtor estão 9,9% menores que o de mesmo período do ano passado, em termos reais, o que vem prejudicando a recuperação das margens do pecuarista. 719,2 litros/tonelada 1543,0 litros/tonelada 14,2 litros/frasco 50 ml 704,5 litros/tonelada 1470,0 litros/tonelada 13,9 litros/frasco 50 ml 713,1 litros/tonelada 1503,7 litros/tonelada 14,0 litros/frasco 50 ml (130g de Fósforo) 6,7 litros/frasco 10 ml 80,9 litros/sc 25 kg 46,3 litros/litro de herbicida 6,5 litros/frasco 10 ml 79,2 litros/sc 25 kg 45,1 litros/litro de herbicida 6,6 litros/frasco 10 ml 80,7 litros/sc 25 kg 46,1 litros/litro de herbicida

5 DÓLAR VALORIZADO SUSTENTA RECEITA DA BALANÇA COMERCIAL PELO TERCEIRO MÊS Natália Salaro Grigol, analista de mercado da equipe Leite Cepea Em setembro, a balança comercial brasileira de lácteos registrou saldo positivo, de US$ 7,4 milhões, pelo terceiro mês consecutivo em agosto, foi de US$ 4,6 milhões e em julho, de US$ 9,1 milhões (gráfico 1), segundo dados da Secex. Esse cenário resulta do dólar valorizado frente ao Real, o que elevou o faturamento dos lácteos. De agosto para setembro, a moeda estrangeira teve expressiva alta de 11,2%, sendo negociada à média de R$ 3,91. O impacto do câmbio ficou evidente no Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPEL) do mês. Em dólares, o IPEL teve média de US$ 5,22/kg, retração de 3,3%. Entretanto, em Reais, o IPEL fechou com média de R$ 20,39/kg, 7,5% maior que em agosto. Além disso, o preço médio do leite em pó integral nacional no mercado internacional também se elevou, 0,2%, indo de US$ 5,72/kg para US$ 5,74/kg. Apesar da valorização ter sido pequena, o derivado é o principal lácteo da pauta de exportações brasileiras, participando com 89,6% da composição do IPEL. Dados da Secex mostram que, em setembro, as vendas externas de leite em pó totalizaram 45,79 milhões de litros em equivalente leite (alta de 1% frente ao mês anterior). Os embarques desse lácteo corresponderam a 83% do volume total em equivalente leite exportados. Mesmo com o incremento de 13% nas importações de leite em pó de agosto para setembro, a desvalorização do derivado estrangeiro também colaborou para a receita positiva da balança comercial. O leite em pó integral foi adquirido a média de US$ 2,41/kg, retração de 12% na comparação com agosto. Em volume, contudo, o resultado da balança comercial continuou negativo, em 30,4 milhões de litros em equivalente leite. Enquanto as aquisições registraram 85,5 milhões de litros em equivalente leite, as exportações atingiram 55,07 milhões. O déficit registrado em setembro é 33% maior do que o do mês anterior (de 22,8 milhões de litros em equivalente leite), graças à elevação de 11% no volume de lácteos importados. Nesse caso, o menor preço do leite em pó integral no mercado externo também pode explicar o aumento de 44,5% das compras deste derivado. Gráfico2: Balança Comercial de lácteos, em dólares Fonte: Secex/ elaboração do Cepea Set/15 Set/15 ² Tabela 2 Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ Tabela 3 Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ Set/15 (%) Participação no total imp. em Set/15 Set/15 Set/14 (%) 11% 44,5% 41% 20% Total de janeiro a setembro/15 frente ao mesmo período de 2014: 55% Set/15 (%) Participação no total exp. em Set/15 Set/14Set/15 (%) % 1% Total de janeiro a setembro/15 frente ao mesmo período de 2014: 4% Notas: (1) Consideramse os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. 1% 1% 77% 29% 78,3% 18,5% 83% 11% Notas: (1) Consideramse os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litro. 3% 171% 270% 54% 9% 70% 45% 63% 8% 15%

6 UHT E MUÇARELA SE DESVALORIZAM PELO SEGUNDO MÊS CONSECUTIVO Por Vitoria Guereschi Lucas, graduanda em Gestão Ambiental Os preços dos derivados lácteos no atacado do estado de São Paulo seguiram em queda desde agosto, pressionados ainda por estoques altos e demanda enfraquecida. O início da safra sulista, em julho, também influenciou na maior oferta de leite e seus derivados. Em relação ao consumo, com a desaceleração da economia, agentes consultados pelo Cepea indicam a substituição de alguns lácteos mais caros, como é o caso do UHT pelo leite em pó, e ainda a redução das vendas de muçarela, produto não considerado essencial. Com esse cenário de menor demanda, as indústrias optaram por fazer promoções para escoar parte do estoque. A média do leite UHT em setembro foi de R$ 2,2432/litro, 3,08% abaixo da de agosto/15 e 12,24 % inferior à de setembro/14. Em relação ao queijo muçarela, a R$ 13,77/kg, houve queda de 1,38% na comparação com agosto/15 e ficou praticamente estável (+0,60%) frente a setembro/14. Essa pesquisa diária de preços tem o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Tabela 1. Preços médios do leite UHT e da muçarela em março no atacado paulista em Set/15 Set/14 R$ 2,2432/litro R$ 13,77/kg 12,24% 0,60% 3,08% 1,38% Fonte: Cepea OCB/CBCL. Nota: Variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação do período. Preços médios dos derivados praticados em JULHO e as variações em relação ao mês anterior 1,94 2,16 14,58 15,13 12,93 15,40 5,7% 2,9% 0,6% 2,1% 0,7% 0,5% 1,69 2,14 16,90 15,66 14,27 14,41 1,3% 0,5% 0,1% 2,2% 0,6% 0,7% 1,76 2,02 13,73 12,87 11,40 12,63 3,2% 4,1% 4,7% 4,5% 0,0% 2,8% 1,73 2,16 15,53 13,33 13,33 12,30 1,9% 0,5% 1,0% 6,3% 2,8% 0,0% 1,85 2,19 16,01 14,60 13,35 13,70 2,5% 4,1% 2,2% 0,8% 1,4% 2,5% 1,79 2,13 15,35 14,20 13,05 13,69 1,7% 2,2% 1,6% 1,3% 0,3% 0,2% Fonte: Cepea/ESALQUSP

7 PRODUÇÃO LEITEIRA NO PAÍS CRESCE 2,7% EM UM ANO; PELA 1ª VEZ SUL SUPERA SE Natália Salaro Grigol, analista de mercado da equipe Leite Cepea Com expressiva elevação na região Sul do Brasil (3,6%), a produção de leite no País totalizou 35,17 bilhões de litros em 2014, incremento de 2,7% em comparação com o ano anterior (34, 25 bilhões de litros), segundo os mais recentes dados divulgados pelo IBGE, em outubro/15. Pela primeira vez na história, no ano passado, a produção leiteira dos estados sulistas superou a do Sudeste. De 2013 para 2014, a região Sul registrou alta de 3,6%, chegando a 12,20 bilhões de litros 34,7% do total produzido. Com crescimento de 1,2% na mesma comparação, o Sudeste totalizou 12,16 bilhões de litros, ou 34,6% da produção nacional (gráfico 1). Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário resultou da maior produtividade dos rebanhos sulistas. Ainda que os três estados do Sul estejam entre os cinco maiores produtores de leite do Brasil, Minas Gerais continua ocupando o primeiro lugar com considerável vantagem sobre os demais. Em 2014, a produção mineira foi de 9,37 milhões de litros correspondentes a 77% da produção do Sudeste e 26,6% da nacional. Com praticamente metade deste volume, 4,68 bilhões de litros o Rio Grande do Sul tem a segunda maior produção do País, participando com 38,4% da produção sulista e 13,3% da nacional. Em seguida vêm o Paraná, com 4,53 bilhões de litros (12,9% do total do País), Goiás (3,68 bilhões de l e 10,5%) e Santa Catarina (2, 98 bilhões de l e 8,5%). DÉCADA Nos últimos dez anos acompanhados, houve um salto de 42,9% na produção nacional, impulsionada, principalmente, pela expansão da atividade na Região Sul. De 2005 a 2014, o volume sulista cresceu 85,1%, enquanto que o do Sudeste se elevou 27,6% e o do CentroOeste, 31,5%. Nos estados do Sul, consequentemente, ocorreram as maiores altas, de 91,8% em Santa Catarina, 90% no Rio Grande do Sul e 76,5% no Paraná. Fonte: IBGE, elaborado pelo Cepea

8 MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA Por Ana Amélia Zinsly Trevizam e Débora Kelen Pereira da Silva MILHO: Câmbio impulsiona fortemente preços do cereal em setembro Diante do dólar valorizado frente ao Real, vendedores seguiram restringindo suas ofertas no mercado spot e priorizando as negociações para exportação, impulsionado os embarques na última semana de setembro. Assim, o milho acumulou valorização expressiva em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, de 16% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e, de 18,3% no de lotes (negociações entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), teve alta de 19,6% em setembro, fechando a R$ 33,69/saca de 60 kg no dia 30. Se considerados os negócios também em Campinas, mas com prazos de pagamento descontados pela taxa NPR, a média à vista foi para R$ 33,24/sc, com reação de 19,7% no mês. Quanto ao plantio, no Paraná, o de milho primeira safra (verão) 2015/16 atingiu 50% da área estimada, conforme dados do Deral/Seab do dia 28 de setembro. O Deral também informou que, do total semeado, 98% estão em boas condições e 2%, em situação média. Quanto às fases, 73% estão em desenvolvimento vegetativo e 27% em germinação. Com relação ao cereal da segunda temporada 2014/2015, a colheita praticamente já havia se encerrado em setembro. No Rio Grande do Sul, dados da Emater/RS indicam que 54% da área destinada ao plantio do milho primeira safra 2015/16 (verão) já havia sido semeada até o final do mês. Em regiões como Ijuí, Santa Rosa e Passo Fundo, o cultivo beirava os 70%. Além disso, alguns produtores aproveitaram para replantar áreas afetadas pelas geadas. FARELO DE SOJA: Demanda aquecida valoriza derivado pelo 4º mês consecutivo O câmbio também sustentou os preços de farelo de soja no mercado físico em setembro, pois favoreceu os contratos para exportação. Além disso, a procura interna para a produção de ração animal esteve fortemente aquecida, elevando a competição pelo pouco produto que ainda restava da temporada 2014/15. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, a alta foi de 8,7% no mês e 28,6% em um ano, com os valores chegando aos maiores níveis desde setembro de Essas foram as quartas valorizações mensais seguidas. Apesar de os embarques terem ficado praticamente estáveis em setembro na comparação com agosto, o saldo é positivo no acumulado do ano. Entre janeiro e setembro de 2015, foram enviadas 11,26 milhões de toneladas, 5,4% a mais que nos nove primeiros meses de Porém, em setembro, o volume (1,1 milhão de t) foi 0,6% a menor que o do mês anterior e 10,2% inferior ao de set/2014. SP 2015 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro 27,41 27,99 29,44 27,61 25,34 25,03 25,99 27,40 31, ,85 954, ,92 999,72 947,49 931, , , ,09 Para receber o Boletim do Leite digital, encaminhenos um para leicepea@usp.br com os seguintes dados: nome, para cadastro, endereço completo e telefone Contato: leicepea@usp.br Acompanhe mais informações sobre o mercado de leite em nosso site: