PRODUÇÃO SEGUE EM QUEDA E PREÇOS AO PRODUTOR, EM ALTA
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- João Freire Amarante
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1 Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 19 nº217 Abril 2013 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP PRODUÇÃO SEGUE EM QUEDA E PREÇOS AO PRODUTOR, EM ALTA A produção de leite em fevereiro perdeu força pelo segundo mês consecutivo, o que restringiu a oferta do produto para as indústrias. Paralelamente, a demanda por derivados se mantém firme, o que estimula a disputa pela matéria-prima entre as empresas e alavanca os preços pagos aos produtores, apontam pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Em março, o leite recebido pelo produtor valorizou mais 2,53% na média Brasil, que foi para R$ 0,8427/litro (preço líquido), ou seja, aumento de 2 centavos em relação ao mês anterior. Esta média apurada e calculada pelo Cepea é ponderada pelos volumes captados nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Por sua vez, o preço bruto, que inclui frete e impostos, teve média de R$ 0,9162/litro, mantendo-se 0,6% superior ao de março de 2012, em termos reais considerando-se a inflação (IPCA) do período. Fevereiro/Março é um período de transição na produção de volumosos, a base da alimentação das vacas em lactação. Na região Sul, este é o momento em que as pastagens de verão estão perdendo vigor e as de inverno estão sendo semeadas. É nesta época também que as pastagens do Centro- Oeste e Sudeste começam a produzir menos e as vacas em lactação são secas, para que possam se preparar para a próxima parição. 1,96/litro e o queijo muçarela, de R$ 11,56/kg, aumentos de 3,3% e 1,4% em relação a fevereiro, respectivamente. Essa pesquisa do Cepea é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL). AO PRODUTOR Entre os estados da pesquisa que compõem a média Brasil, os preços só não aumentaram no Paraná, onde a média permaneceu praticamente estável em março, com o preço bruto a R$ 0,8929/litro. O reajuste mais expressivo aconteceu em Goiás, onde os 5% de incremento fizeram o litro do leite alcançar R$ 0,9688. Em São Paulo e Minas Gerais, os aumentos foram de 2,6 e 2,5 centavos por litro em março, chegando a R$ 0, / l i t r o e R $ 0, / l i t r o, respectivamente. Apesar do aumento do volume captado na Bahia, a produção ainda é baixa por conta da seca e, com isso, o preço nesse estado também aumentou, 1,6%, com a média bruta a R$ 0,9062/litro. Os estados gaúcho e catarinense seguiram a tendência geral, fechando o mês de março com valorização de 1,3% e 0,6%: o litro do leite teve m é d i a d e R $ 0, e R $ 0, , respectivamente. Entre os estados que não compõem a média nacional Cepea, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro obtiveram os maiores aumentos. O ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JANEIRO/13. (Base 100=Junho/2004) Este quadro se refletiu no Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) de fevereiro, que decresceu 3,29%, considerando-se os sete estados da média nacional. No estado de São Paulo, a captação caiu 7,5%, a maior queda entre os estados. Em Minas Gerais e Goiás, a redução foi mais branda, de 2,2% e 1,9%, respectivamente. Na média da região Sul, a produção diminuiu 4% e, na Bahia, ocorreu o inverso: aumento de 11% na captação, devido à recuperação das pastagens principalmente no sul baiano, onde as chuvas foram relativamente melhores. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) Enquanto o segmento primário reduz a oferta, o consumo ganha força. Em março, os preços, tanto do leite UHT como do queijo muçarela, no atacado do estado de São Paulo, aumentaram em relação a fevereiro O leite UHT em março (cotação até o dia 27) teve média de R$ MERCADO INTERNACIONAL pág. 05 DERIVADOS pág. 06 PANORAMA pág. 07 Preços do uht e do queijo Brasil eleva o volume importado e Consumo de lácteos muçarela sobem no atacado déficit da balança comercial cresce aumenta 2,4% em 2012 paulista MERCADO DE MILHO E SOJA pág. 08
2 O primeiro teve acréscimo de 4,7% e o segundo, de 4,1%, com o preço bruto a R$ 0,8419/litro e a R$ 0,9992/litro, respectivamente esta última média é a maior entre todos os estados da pesquisa. No Espírito Santo, o aumento foi de 2%, de modo que o litro foi para a média de R$ 0,8961. No Ceará, a seca tem prejudicado os rebanhos e acirrado a disputa pelo leite. Com isso, o preço bruto chegou a R$ 0,9800/litro. A expectativa para o mês de abril, segundo 77,5% dos agentes de mercado consultados pelo Cepea (que representam 94,6% do volume amostrado), é que os preços continuem em alta. Os mesmos representantes esperam que a oferta de leite continue restrita e que o consumo permaneça constante. Do restante, 20% dos entrevistados (que representam 5% do volume de leite amostrado) esperam estabilidade nos preços e somente 2,5% (que representam 0,4% do volume de leite amostrado) acreditam e queda nos preços. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em MARÇO/13 referentes ao leite entregue em FEVEREIRO/13 Mesorregião Noroeste RS SC PR SP MG GO BA Centro-Oriental Média Estadual - RS Oeste Catarinense Norte Catarinense / Vale do Itajaí Média Estadual - SC Centro Oriental Paranaense Oeste Paranaense Norte Central Paranaense Sudoeste Paranaense Média Estadual - PR São José do Rio Preto Campinas Vale do Paraíba Paulista Média Estadual - SP Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba Sul / Sudeste de Minas Vale do Rio Doce Metropolitana de Belo Horizonte Zona da Mata Média Estadual - MG Centro Goiano Sul Goiano Média Estadual - GO Centro Sul Baiano Sul Baiano Média Estadual - BA MÉDIA NACIONAL - Ponderada Preço Bruto Inclusos frete e CESSR (ex-funrural) Máximo Mínimo Médio Máximo Mínimo 0,9430 0,6895 0,8489 0,8604 0,6127 0,9216 0,6830 0,8724 0,8143 0,5811 0,9381 0,6949 0,8477 0,8573 0,6189 0,9711 0,7258 0,8821 0,8999 0,6601 0,9432 0,6587 0,8719 0,8453 0,5673 0,9666 0,7258 0,8825 0,8910 0,6557 1,0014 0,8917 0,9868 0,9486 0,8412 0,9631 0,7968 0,8767 0,8882 0,7261 0,9984 0,5874 0,8628 0,9075 0,5060 0,7751-1,00% -2,79% 0,9321 0,7249 0,8719 0,8468 0,6443 0,7880-0,31% 0,22% 0,9540 0,7805 0,8929 0,8774 0,7079 0,9573 1,0567 0,8877 0,9475 1,0082 0,9199 0,9615 0,9348 0,8475 0,9936 0,8059 0,9299 0,9169 0,7340 1,0149 0,8668 0,9650 0,9468 0,8004 0,9479 0,7906 0,9063 0,8807 0,7289 1,0634 0,9026 0,9821 0,9482 0,8181 1,0865 0,9713 0,7398 0,9418 0,8892 0,8079 0,9029 1,0299 0,9832 0,8854 0,9562 0,9051 Preço Líquido 0,6751 0,8352 0,8030 0,7455 0,9938 0,8408 0,9301 0,9168 0,7736 1,0551 0,8658 0,9935 0,9720 0,7891 0,9939 0,7947 0,9567 0,9343 0,7390 1,0140 0,8180 0,9688 0,9467 0,7555 0,8567 0,7148 0,7780 0,7771 0,6383 0,9974 0,8889 0,9519 0,9182 0,8122 1,0098 0,8096 0,9062 0,9342 0,7385 Médio 0,7690 0,7662 0,7693 0,8129 0,7749 0,8087 0,9342 0,8037 0,8177 0,8346 0,9213 0,8886 0,8578 0,8895 0,8395 0,8975 0,8962 0,8213 0,8583 0,9133 0,8882 0,8964 0,7002 0,8739 0,8329 Var% Bruto Dez/Nov 2,02% 5,42% 1,36% 0,26% 0,95% 0,60% 1,02% -1,26% -0,48% 4,65% 4,69% 8,23% 6,73% 2,33% 2,93% 2,35% 2,53% 3,04% 2,63% 2,80% 0,44% 0,25% 2,77% 4,13% 5,51% 5,04% -4,92% 5,20% 1,61% Var% Líquido Dez/Nov 1,97% 4,16% 1,2% 0,20% 0,22% 0,5% 0,97% -1,74% -0,6% 0,48% 2,6% 2,02% 2,75% 3,08% 3,1% 4,47% 5,72% 5,3% -5,27% 5,50% 1,7% 0,9830 0,7950 0,9162 0,9072 0,7255 0,8427 2,47% 2,53% RJ MS ES CE Preços em estados que não estão incluídos na média nacional RJ, MS, ES e CE Sul Fluminense Centro Média Estadual - RJ Leste Sudoeste Média Estadual - MS Sul Espírito-santense Média Estadual - ES Sertões Cearenses Metropolitana de Fortaleza Centro Sul Cearense Média Estadual - CE 1,0920 0,9887 1,0590 0,8575 0,9528 0,9641 1,0124 0,9684 1,1187 0,9862 1,0800 1,0527 0,8454 0,9155 0,8965 0,6595 0,7149 0,6792 0,8990 0,8176 0,8804 0,8869 0,8580 0,8618 0,9754 0,9541 0,9992 0,7862 0,8537 0,8419 0,9529 0,8961 1,0784 0,9483 0,9684 0,9800 1,313 0,9268 0,9902 0,7689 0,8556 0,8544 0,9296 0,8937 1,0648 0,9280 1,0264 0,9940 0,7902 0,8549 0,8312 0,5754 0,6232 0,5761 0,8189 0,7463 0,8318 0,8310 0,8094 0,8071 0,9188 0,8938 0,9323 0,6992 0,7586 0,7350 0,8715 0,8230 1,0253 0,8910 0,9173 0,9232 1,23% 2,57% 4,07% 1,43% 5,85% 4,72% 0,92% 2,02% 5,63% -2,26% 0,02% 1,98% 1,37% 2,80% 4,0% 1,03% 5,60% 4,8% 1,00% 1,8% 7,65% -2,55% 0,07% 2,7% Equipe Leite: Paulo Moraes Ozaki - Pesquisador Projeto Leite Ana Paula Negri, Jacqueline Barbieri, Pedro Parzewski Neves e Tiago Teixeira da Silva Siqueira Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Gãos Ana Amélia Zinsly, Renata Maggian, Débora Kelen P. da Silva, Deise Soares de Souza e Flávia Gonçalves de Godoy Paulo Moraes Ozaki Pesquisador Projeto Leite Editores Científicos: Prof. Geraldo Sant Ana de Camargo Barros e Prof. Sérgio de Zen (19) leicepea@usp.br Endereço para correspondência: Av. Centenário, 1080 Cep.: Piracicaba/SP
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4 GASTOS COM SUPLEMENTAÇÃO MINERAL AUMENTAM 4% EM FEVEREIRO Por Pedro Parzewski Neves, graduando Eng. Agronômica Esalq/USP; equipe Leite Cepea Os gastos do pecuarista paulista com a suplementação mineral aumentaram 4% entre fevereiro e março de Isso ocorreu porque a valorização da suplementação mineral em março superou o aumento verificado para o preço do leite. Assim, o produtor precisou desembolsar, em março, o equivalente a 3 litros de leite a mais que no mês anterior para adquirir um saco do insumo. Para esse cálculo, foram considerados o preço recebido pelo produtor, livre de impostos e frete, e o valor de um saco de 30 kg de sal mineral, com 90g de fósforo. Tão importante quanto o preço da suplementação mineral, a qualidade do produto deve ser levada em consideração no ato da aquisição. Um produto de qualidade superior, e se utilizado conforme Além disso, é notável o pequeno peso da suplementação mineral no custo de p r o d u ç ã o. E m m a r ç o / 1 3, e s s a participação foi de apenas 3,2%. Litros de leite necessários para adquirir um saco de sal mineral com 90g de fósforo (30kg) É m u i t o c o m u m q u e p r o d u t o r e s aumentem o uso da suplementação mineral, associado à suplementação proteica, a partir de abril, devido às ruins condições das pastagens, por conta da entressafra, que, por sua vez, deve se perdurar até o começo das chuvas, em setembro. Dessa forma, evita-se a perda de peso e, principalmente, favorece a eficiência reprodutiva (ou seja, faz com que o ciclo das fêmeas ocorra de forma correta). as especificações do fornecedor, pode trazer bons resultados. Fonte: Cepea/CNA Concentrado (22% PB) 788,9 litros/tonelada 834,4 litros/tonelada 657,2 litros/tonelada Antimastítico 7,9 litros/frasco 10 ml 7,9 litros/frasco 10 ml 8,0 litros/frasco 10 ml Uréia Nota: As relações de troca referem-se ao estado de São Paulo. 1641,8 litros/tonelada 1634,9 litros/tonelada 1524,5 litros/tonelada Sal Mineral 81,4 litros/sc 25kg 80,7 litros/sc 25kg 79,6 itros/sc 25kg Antibiótico Oxitetraciclina 15,0 litros/frasco 50ml 14,9 litros/frasco 50ml 15,4 litros/frasco 50ml Herbicida 2,4D 53,3 litros/litro de herbicida 54,6 litros/litro de herbicida 58,7 litros/litro de herbicida Fonte: Cepea/CNA
5 BRASIL ELEVA O VOLUME IMPORTADO E DÉFICIT DA BALANÇA COMERCIAL CRESCE As importações brasileiras de lácteos cresceram com força em março. Mesmo com um cenário internacional de preços de leite e de derivados a patamares elevados, a produção brasileira atual não é suficiente nem mesmo para atender a demanda doméstica muito menos para gerar excedentes. Em março, o volume em equivalentes litros de leite comprado pelo Brasil no mercado externo foi 56% superior ao de fevereiro. Já quanto às exportações nacionais, a quantidade vendida foi 22% inferior à de fevereiro. Dessa forma, o déficit da balança comercial aumentou em março, depois de ter registrado, em fevereiro, o menor patamar desde outubro de Assim, o déficit da balança comercial saltou para 32,5 milhões de dólares em março, o dobro do verificado em fevereiro. De modo geral, esse expressivo crescimento nas importações brasileiras se deve ao aquecimento da demanda interna entre fevereiro e março, influenciada pela volta às aulas, num momento em que o volume produzido pelo Brasil começa a se desacelerar. O leite em pó continua sendo o principal produto importado, tanto em volume equivalente quanto em valor. O Brasil compra principalmente da Argentina e do Uruguai, representando 69,2% do volume t o t a l i m p o r t a d o. O s p r o d u t o s q u e registraram os maiores aumentos em volume nas compras de fevereiro para março foram: o doce de leite (439% de alta), leite em pó (118%) e leite fluido (62%). As exportações brasileiras, por sua vez, passaram de 13,5 milhões em equivalentes litros de leite em fevereiro para 10,5 milhões em março. Em receita, a diminuição foi de 2,5 milhões de dólares. O Brasil tem muitos compradores externos, mas os principais continuam sendo a Arábia Saudita (que adquiriu18,8% do volume exportado em março), Venezuela (12%), Colômbia (7%) e Chile (7%). PREÇOS INTERNACIONAIS A produção leiteira na Nova Zelândia, maior exportador mundial, continua crítica. A pastagem, principal base da dieta de animais neozelandeses, continua seca, prejudicando a produção. Esse cenário, além de gerar forte redução no volume produzido, elevou os gastos com suplementação. A situação observada na Nova Zelândia, por sua vez, tem provocado reflexos no preço de lácteos em quase todo mundo. Na primeira quinzena de abril, os preços do leite na Oceania registram os maiores patamares desde 2007, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Ainda segundo o Departamento, o valor do leite em pó integral comercializado pela Oceania no começo de abril esteve 43,48% superior ao do mesmo período do ano passado. No Oeste Europeu, principal mercado consumidor do mundo, o preço do leite e dos derivados tem subido com força. O valor do leite em pó integral nesta região, também na primeira quinzena de abril, foi o maior desde abril de IPE-L/Cepea Em março, o Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) caiu 1% em dólar e 0,5% em Reais frente ao de fevereiro, com as médias a US$ 3,48/kg e a R$ 6,90/kg. As principais quedas ocorreram nos grupos do iogurte e leite condensado. Já os principais acréscimos foram observados para a manteiga e doce de leite. Leite em pó integral Oceania Oeste da Europa Preços internacionais (US$/tonelada) Var. (%) Leite em pó desnatado Var. (%) US$ US$ US$ US$ ,48% +22,59% Oceania Oeste da Europa Dados referem-se à média entre 01/04/2013 e 12/04/2013; para 2012, foram tomados dados de período semelhante. US$ 4.087,5 US$ 3.662,5 US$ US$ 2.787,5 +27,73% +31,39% Fonte: USDA Total Leites em pó Leite Condensado Queijos Leites fluídos e cremes Total Leites em pó Queijos Leite fluido Soro de leite (mil kg) Volume importado de lácteos em Março/13 (em equivalente leite)¹ Volume (mil L de leite)² Var. - Mar/13 (%) Participação no total exp. em Mar/13 Var. Mar/12 - Mar/13 (%) Volume exportado de lácteos em Março/13 (em equivalente leite)¹ Volume (mil L de leite) % Total de janeiro a março/13 frente ao mesmo período de 2012: 32% Total de janeiro a março/13 frente ao mesmo período de 2012: -34,9% Var. - Mar/13 (%) Participação no total exp. em Var. Mar/12 - Mar/13 (%) -49% 21% - 56% - -34,9% 118% 69,2% -33% -7% 27,9% 1% 62% 1,3% -53% -7% - -34% Nota: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em leite. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea. - 21% 55% 56% 27% 6% 18% -5% -14% 5% -12% Fonte: Secex. Elaboração: Cepea
6 PREÇOS DO UHT E DO QUEIJO MUÇARELA SOBEM NO ATACADO PAULISTA Por Ana Paula Negri, graduanda de Ciências dos Alimentos, e Jacqueline Betim Barbieri, graduanda em Eng. Agronômica Esalq/USP; equipe Leite Cepea O leite o UHT foi negociado, em média, a R$ 1,97/litro (inclui frete e impostos) em março no mercado atacadista paulista, valor 3,66% maior que o de fevereiro e 12,4% superior à média de março/12, em termos nominais. Essa pesquisa é diária e é realizada pelo Cepea com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e da CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios). Quanto ao queijo muçarela, também negociado no atacado paulista, houve alta de 1,5% em relação à média de fevereiro/13 e de 12,4% frente a março/12, a R$ 11,58/kg (inclui frete e impostos). M E R C A D O E M F E V E R E I R O : Considerando-se a média dos estados pesquisados pelo Cepea (MG, GO, PR, RS e SP), o leite UHT e o queijo muçarela se desvalorizaram em fevereiro, assim como observado em janeiro. O preço do UHT caiu 0,3% e o do muçarela, 0,6%, com as médias de fevereiro a R$ 1,76/litro e a R$ 12,57/kg, respectivamente. A média da manteiga também apresentou ligeira queda de 0,4%, a R$ 11,26/kg. Já os valores do leite pasteurizado, do queijo prato e do leite em pó subiram de janeiro para fevereiro. O queijo prato e o leite em pó foram os derivados que registraram a valorização mais expressiva, de 2,1% e de 2,4%, respectivamente. O preço médio do leite pasteurizado teve alta de 1,5% de janeiro para fevereiro, a R$ 1,44/litro. Colaboradores do Cepea acreditam que os preços devem aumentar nos próximos meses, fundamentados na redução do volume de leite captado em fevereiro. Média nacional de leite UHT e leite em pó, deflacionados pelo ICAP (1kg leite em pó = 8,2 litros de leite fluído) Agentes do setor consultados pelo Cepea afirmam que a demanda está firme e que os preços dos derivados podem subir, ainda mais, devido à menor oferta de m a t é r i a - p r i m a n e s t e p e r í o d o d e entressafra. Tomando-se como base séries de preços do UHT e do leite em pó do Cepea, desde 2009, ambos no atacado paulista, verifica-se que, em fevereiro/13, a média do leite UHT foi 26,5% maior que a do leite e m p ó ( p a r a i s s o, l e v o u - s e e m consideração que, pra produzir um quilo de leite em pó seriam necessários 8,2 quilos de leite in natura). Dessa forma, em termos equivalentes, o preço do leite em pó no atacado seria mais viável que o litro do leite UHT. Nota: A média nacional refere-se à média aritmética dos Estados de SP, MG, GO, RS e PR. Fonte: Cepea - OCB/CBCL Leite UHT Queijo Muçarela Média de preços em jan/13 Cotação diária - atacado do estado de São Paulo R$ 1,92/litro -0,01% 12,74% 1,90% -1,00% 10,32% R$ 11,63/kg relação a dez/12 relação a jan/12 relação a fev/13 relação a jan/13 relação a fev/12-0,36% 13,90% 11,41% -1,93% 11,49% Nota: Variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação do período. Fonte: Cepea Produto Leite Pasteurizado Leite UHT Queijo Prato Queijo Muçarela Manteiga (200g) Preços médios dos derivados praticados em FEVEREIRO e as variações em relação ao mês anterior Leite em pó int. (400g) GO MG PR RS SP Média Geral 1,44 4,3% 1,81 0,5% 12,26 6,8% 11,96 11,73 11,00 3,0% 1,42 1,5% 1,79 1,0% 13,61 0,5% 1,46 0,3% 1,77-1,1% 13,05-3,6% 1,42 0,8% 1,66-1,6% 15,37 5,1% 1,48 0,7% 1,76 0,0% 15,31 2,2% Nota: Os valores estão em reais e referem-se sempre ao preço de 1 quilo ou de 1 litro de cada produto. 1,44 1,5% 1,76-0,3% 13,92 2,1% 12,56-0,3% 11,67-5,9% 14,95 2,7% 11,72-3,0% 12,57-0,6% 1,6% 12,33-0,2% 9,65 0,0% 10,99-3,2% 11,62-0,4% 11,26-0,4% -4,3% 11,43 14,0% 11,77 7,0% 11,90 0,0% 10,90-2,9% 11,40 2,4% Fonte: Cepea-OCB/CBCL
7 TENDÊNCIAS DE CONSUMO ESTIMULAM DEMANDA POR LÁCTEOS Conveniência, praticidade, confiabilidade e sabor são as principais tendências entre os brasileiros no que diz respeito ao consumo de alimentos até 2020, conforme apurado em pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ibope). Este resultado possibilita inferir que o dia a dia corrido faz com que a s p e s s o a s o p t e m p o r a l i m e n t o s semiprontos e alimentação fora de casa, por serem mais práticos, desde que as marcas ou estabelecimentos ofereçam produtos confiáveis, com qualidade e saborosos. A mesma tendência aparece em projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o consumo de lácteos dos norte-americanos. Segundo relatório, o consumo desses produtos deve crescer a taxas maiores que as da p o p u l a ç ã o. E, p a r a o s q u e i j o s especificamente, a elevação do consumo deve ser ainda maior, devido ao grande aumento na demanda por comidas preparadas e por refeições fora de casa. Combinando essas tendências, é esperado que o consumo de lácteos no Brasil continue aumentando, o que requer avanços também da produção. Desde 1996, o consumo aparente tem se elevado à taxa média de 2,1% ao ano, segundo dados do IBGE, Secex e Cepea, e grande parte desse aumento é embasado não somente no crescimento da população está à taxa de 1,2% e da sua renda, mas, também na mudança dos padrões de consumo das pessoas. Desde a década de 1960, a maioria das pessoas trocou o campo pela cidade, o que contribuiu para a intensiva urbanização e m a i o r d e m a n d a p o r a l i m e n t o s. Pa r a l e l a m e n t e, t e m a u m e n t a d o a longevidade da população e a inserção da mulher no mercado de trabalho. O primeiro contribui para a alteração das necessidades nutricionais desse grupo crescente de idosos e o segundo, para o aumento das refeições práticas e fora de casa. Do lado da oferta, cálculos do Cepea mostram que a disponibilidade aparente de leite/lácteos em 2012 foi de 176,77 quilos por brasileiro, 2,4% maior que a de d i s p o n i b i l i d a d e a p a r e n t e corresponde à soma da produção nacional de leite com a importação e, deste total, é descontada a exportação. Tendências observadas para o consumo de alimentos no Brasil. Evolução no consumo aparente de leite no Brasil. Fonte: Fiesp/Ibope. Conveniência e Praticidade - 34% Confiabilidade e Qualidade - 23% Sensorialidade e Prazer - 23% Saudabilidade e Bem-estar, Sustentabilidade e Ética - 21% Fonte: IBGE e Secex, elaborado pelo Cepea.
8 Ana Amélia Zinsly Trevizam e Débora Kelen Pereira da Silva MILHO: Colheita e problemas logísticos pressionam cotações Os preços do milho no mercado interno brasileiro caíram no correr de março. Segundo colaboradores do Cepea, a intensificação da colheita e as dificuldades logísticas foram os principais fatores de pressão sobre a cotação do cereal. No a c u m u l a d o d e m a r ç o, o I n d i c a d o r ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), caiu expressivos 10,2%, fechando a R$ 29,07/sc no dia 28. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 28,59/sc no último dia do mês, queda de 10,3% em março. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações caíram expressivos 8,3% no mercado de balcão (recebido pelo produtor) e 6,7% no de lotes (negociação entre empresas) em março. A maior queda no preço em março foi verificada no Paraná, onde a colheita foi intensificada e os problemas logísticos se acentuaram. Em Paranaguá, as efetivações de milho posto no porto praticamente não ocorreram. Assim, no correr de março, os p r e ç o s s e g u i r a m a p e n a s n o m i n a i s. Colaboradores do Cepea sinalizaram negócios efetivos para os meses de abril e maio no patamar de R$ 30,00/sc. Ainda de acordo com agentes, as exportações de milho devem se aquecer a partir de julho. FARELO DE SOJA: Safra recorde e problema de estocagem influenciam novas quedas Os preços internos do farelo de soja seguiram em queda em março. Em Campinas (SP), a média do derivado de soja foi a menor desde abril do ano passado. As quedas estiveram atreladas às estimativas de safra nacional em nível recorde e a problemas de estocagem e transporte no Brasil. Além do excedente de oferta de soja em grão, as menores receitas de farelo também levaram indústrias a reduzir os valores a pagar nas negociações de soja no mercado spot há uma bi causalidade entre variações de preços de soja e de farelo de soja, o que reduz ainda mais o valor da venda de farelo de soja. Valores em Campinas/SP 2013 Milho* Farelo** Janeiro 32, ,45 Fevereiro Março 31,91 30,29 903,48 792,12 Vale lembrar que, entre dezembro/11 e agosto/12, os preços do farelo de soja subiram com força. Já a partir de setembrooutubro/12, as cotações passaram a cair de forma quase que consecutiva. Entre 28 de fevereiro e 28 de março, considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores do farelo de soja caíram 9,3%. Quanto às exportações, em março, o Brasil embarcou 616,9 mil toneladas de farelo de soja, 7,9% a menos que em fevereiro/13 e 41,4% abaixo do volume embarcado em março/12, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). * R$/saca ** R$/tonelada Fonte: CEPEA - Esalq/USP Envie suas dúvidas e sugestões! Contato: leicepea@usp.br Acompanhe mais informações sobre o mercado de leite em nosso site:
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