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Transcrição:

/ & jn 4. +-t *1 '1+ 7?, M A "'VS,fternte Pt l.ro Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba Gabinete do Desembargador Jorge Ribeiro Nóbrega ACÓRDÃO Apelação Cível n. 200.2007.013024-61001 oriunda da 14a Vara Cível da Comarca da Capital RELATOR : Dr. Carlos Eduardo Leite Lisboa Juiz Convocado para substituir o Des. Jorge Ribeiro Nóbrega APELANTE : Bradesco Vida e Previdência S/A ADVOGADOS : Anna Carmem Medeiros Cavalcanti APELADA : Cristiane!saias Lima do Nascimento ADVOGADO : Ednaldo de Lima AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO DO PRÊMIO DA APÓLICE CONTRATO DE SEGURO. Morte. Doença preexistente. Má-fé do segurado. Não caracterização. Ausência de exames prévios. Risco assumido pela seguradora. Procedência da Ação. Apelação. Desprovimento. Nos contratos de seguro de vida, omitindo-se a seguradora na busca de informações técnicas e aceitando as declarações prestadas pelo segurado, bem como o pagamento do prêmio, o contrato se aperfeiçoa, de modo que sobrevindo a morte, é devido o pagamento constante da apólice, ressalvadas as hipóteses de comprovada má-fé, o que não é o caso dos autos. VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que figuram como partes as acima nominadas. ACORDAM, em Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, na conformidade do voto do relator e da súmula de julgamento de fls. 211, por votação unânime, negar provimento ao recurso, em harmonia com o parecer ministerial. RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta pela Bradesco Vida e Previdência S/A em face da sentença proferida pelo Juízo da 14a Vara Cível da Comarca da Capital, a qual julgou procedente a ação, condenando a demandada no pagamento de indenização decorrente do seguro de vida no importe de R$ 94.008,70(noventa e quatro mil, oito reais e setenta centavos) '

A recorrente, em suas razões recursais, aduziu que o sinistro não seria coberto pela apólice, de sorte que por ocasião da assinatura do contrato do seguro o Sr. Alexandre Ferreira de Melo já era portador da moléstia que lhe tirou a vida, omitindo-se quanto a este fato e, por essa razão, teria infringido o art. 1.444 do CC/1916, e o correspondente art. 766 do CC/2002. Após discorrer sobre a necessidade de novas provas, acrescenta, ainda, que a seguradora não foi comunicada quando da ocorrência da doença. Postula, ao final, que seja o recurso provido para julgar improcedente o pedido exordial, e conseqüente inversão do ônus da sucumbência. Contra-razões às fls. 189/192, em que a apelada pugnou pela manutenção da sentença. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, subiram os autos a esta superior instância, onde a douta Procuradoria de Justiça, instada a se pronunciar, opinou pelo desprovimento do recurso (fls. 200/203). É o relatório, em síntese. 2 VOTO: EXMO. SR. Dr. CARLOS EDUARDO LEITE LISBOA Juiz Convocado (RELATOR) Trata-se, in casu, de mais uma das idênticas demandas que se tornaram rotina na vida forense, isto é, da ação judicial visando ao recebimento da quantia do seguro de vida, que fora recusado pela seguradora sob o argumento da doença ser preexistente ao contrato. Pelo contrato de seguro, uma empresa especializada obriga-se para com uma pessoa, mediante contribuição por esta prometida, a pagar-lhe certa quantia se ocorrer o risco previsto'. Assim, ao segurador compete pagar a quantia estipulada para a hipótese de ocorrer o risco previsto no contrato, e ao segurado ou beneficiário assiste o direito de recebê-la se devidamente cumprida a obrigação de pagar o prêmio. Atente-se ainda que o contrato de seguro é uma espécie de contrato de adesão no qual uma das partes tem de aceitar, em bloco, as cláusulas estabelecidas pela outra parte, aderindo a uma situação contratual que se encontra definida em todos os seus termos. A discussão sobre as cláusulas, então, é mínima, por já estarem preestabelecidas. Por isso, incide a regra prevista no CDC, e agora no vigente Código Civil, segundo o qual havendo no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. É, neste ponto, que passarei a enfrentar o argumento da apelante segundo o qual o sinistro não seria coberto pela apólice, de sorte que por ocasião de sua assinatura, o segurado, já portador da doença, omitira-se quanto a este fato e, por essa razão, teria infringido o art. 1.444 do CC/1916, e o correspondente art. 766 do CC/2002. Observo que os fatos constatados no autos apresentam-se de forma oposta ao que narrou a recorrente. 111 1 CAIO MARIO, Instituições de Direito Civil, vol.iii; SERPA LOPES, Curso de Direito Civil, vol. IV.

: :4-3 No que tange mais especificamente aos contratos de seguro de vida, ao dispensar a realização do exame médico, a seguradora, concordando com os esclarecimentos prestados pelos segurados, assume o risco de tal dispensa. Assim, omitindo-se a Seguradora na busca de informações técnicas e aceitando o pagamento do prêmio, o contrato aperfeiçoa-se, de modo que sobrevindo a invalidez, é devida a indenização, ressalvadas as hipóteses de má-fé. Por outra banda, em razão dos preceitos contidos no Código de Defesa do Consumidor, plenamente aplicável ao caso, caberia à apelante provar a má-fé do segurado, o que não o fez. Sobre o tema em descortino, a jurisprudência pátria é remansosa no sentido de que a seguradora que aceita a proposta de adesão, sem submeter o segurado a exame prévio, deve assumir os riscos do negócio. Senão vejamos: "PROCESSO CIVIL E CIVIL AÇÃO DE INDENIZAÇÃO SEGURO DE VIDA EM GRUPO CERCEAMENTO DE DEFESA PRELIMINAR AFASTADA DOENÇA PREEXISTENTE VERIFICAÇÃO PRÉVIA DO ESTADO 411 DE SAÚDE DO SEGURADO DEVER INARREDÁVEL DO SEGURADOR AUSÊNCIA DE CAUTELA 1 - A produção da prova testemunhal era dispensável, sendo certo que a prova documental produzida mostrou-se suficiente para o convencimento do julgador. Preliminar afastada. II - O segurador deve suportar o risco de sua atividade, máxime no caso de seguro de vida em grupo estipulado em favor de terceiros, hipótese em que a seguradora tem o dever inarredável de proceder ao exame de saúde do contingente segurado, cuja diligência não podia ser transferida à estipulante. Ademais, a apelante contratou o seguro de vida em grupo sem a cautela de verificar o estado de saúde dos segurados, recebendo as prestações mensais. Agora, não é lícito invocar o disposto nos artigos 1.443 e 1.444 do Código Civil de 1916 para se eximir da obrigação pactuada, pois não há que se argumentar com a má-fé de quem quer que sela, na medida em que não logrou 'comprovar ter obtido informação falsa sobre o estado de saúde dos segurados, não tendo, outrossim, demonstrado que a estipulante tinha conhecimento de que a falecida mutuária era portadora de doença fatal. III - Recurso improvido. Unânime." (TJDF APC 19990110887923 DF i a T.Cív. Rel. Des. José Divino de Oliveira DJU 03.12.2003 p. 40). "RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE COBRANÇACONTRATO DE SEGURO DE VIDA EM GRUPO DESINTERESSE DA SEGURADORA EM REALIZAR EXAME SAÚDE DO SEGURADO DOENÇA PREEXISTENTE AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ PRELIMINARES DE NULIDADE PROCESSUAL E ILEGITIMIDADE ATIVA ACOLHIDAS, TÃO-SOMENTE, PARA EXCLUIR DA LIDE OS HERDEIROS DO SEGURADO ANTE SUA ILEGITIMIDADE AD CAUSAM CONDENAÇÃO MANTIDA RECURSO IMPROVIDO q.4 Tendo ocorrido irregularidade processual por ocasião da intimação das partes sobre a decisão, onde não consignou o

' f nome do procurador da parte apelante, reconhece-se a nulidade do ato, para evitar a preclusão de atos processuais independentes e afastar a intempestividade do recurso interposto. Havendo a apólice estipulado como beneficiário do segurado sua esposa e, em sua falta, os filhos, estes se manifestam parte ilegítima para figurar no pólo ativo da ação. Admitindo a seguradora o recebimento dos prêmios mensais do seguro, através de desconto em folha de pagamento, sem qualquer exigência de avaliação médica do segurado, não poderá, após o sinistro, invocar o disposto nos arts. 1434, 1443 e 1444 do Código Civil então vigente." (TJMT AC 44010/2002 i a C.Cív. Rel. Des. Munir Feguri J. 02.06.2003). 4 "APELAÇÃO CÍVEL CONTRATO DE SEGURO DE VIDA DOENÇA PRÉ-EXISTENTE MÁ-FÉ DO CONTRATANTE NÃO CARACTERIZADA AUSÊNCIA DE EXAME MÉDICO PRÉVIO ACEITAÇÃO DA COMPANHIA SEGURADORA ÓBITO DEVER DE PAGAMENTO FATOR DE CORREÇÃO DO PRÊMIO INEXISTÊNCIA NO CONTRATO ATUALIZAÇÃO POR ÍNDICES OFICIAIS NÃO COMPROVAÇÃO POR PARTE DA SEGURADORA INTELIGÊNCIA DO ART. 333, INCISO I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS RECURSO DE APELAÇÃO PROVIDO 1. O contrato firmado não conta com qualquer indício de má-fé do segurado a fim de macular o direito indenizatório. 2. A negativa do apelante em efetuar o pagamento do valor da indenização por seguro de vida, prende-se à alegação de má-fé do extinto segurado no preenchimento da declaração de saúde, quando teria omitido existência de doença que o levou a morte. No entanto, a má-fé do segurado por ocasião do preenchimento do cartão proposta do seguro, não restou 1 comprovada 3. Quando o seguro foi firmado não foi exigido do contratante exames de saúde ou outras informações." IP (TAPR AC 0156732-8 (14418) i a C.Cív. Rel. Juiz Marcus Vinicius de Lacerda Costa DJPR 21.09.2001). "CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CONTRATO DE SEGURO DE VIDA EM GRUPO INDENIZAÇÃO DEVIDA DOENÇA PREEXISTENTE ALEGAÇÃO PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA 1- a parte não pode ver seu direito restringido por utilizar o procedimento mais complexo da ação de conhecimento, não se cogitando de nulidade diante da ausência de prejuízo para quem alega. 2 - Sendo de adesão o contrato de seguro de vida coletivo, incide a norma do artigo 51, incisos I e IV e 1 do Código de Defesa do Consumidor. 3 - Nos contratos dessa espécie, as seguradoras relutam em arcar com os ônus do exame de saúde. Assim, recebendo os prêmios, não podem alegar doença preexistente, sobretudo quando não for cabalmente demonstrada. 4.- O conhecimento prévio da doença não é suficiente para atrair a incidência dos artigos 1443 e 1444 do Código Civil. Recurso conhecido e improvido." (TJDF APC 20000110753794 DF i a T.Cív. Rel. Des. George Lopes Leite DJU 22.10.2003 p. 38). r

De acordo com a jurisprudência dominante, não houve, portanto, in casu, nenhum maltrato aos art.1443 e 1.444 do Código Civil, invocados pela apelante. Ora, se assim não fosse, seria uma posição muito cômoda para as seguradoras: aceitar as declarações dos segurados - pessoas, vale ressaltar, sem conhecimento técnico sobre a matéria - receber o pagamento do prêmio, e promover a investigação sobre a saúde do segurado, somente quando ocorrer o evento. Sobre a alegação de que o segurado não teria comunicado à apelante a doença pré-existente, não merece amparo jurídico, de sorte que não restaram dúvidas quanto à boa-fé do segurado. Conclui-se, então, que na fase pré-contratual o fornecedor-segurador oferece todos os tipos de benefícios e vantagens a fim de que o consumidor-segurado celebre o acordo, todavia quando chega o momento de cumprir a obrigação pactuada, aquele traz à tona vários obstáculos para se esquivar do adimplemento. 410 Por tais razões, nego provimento ao recurso, em harmonia com o parecer ministerial. É o voto. Presidiu os trabalhos, com voto, o Exmo. Sr. Des. Luiz Sílvio Ramalho Júnior, dele participando, além de mim, relator, o Exmo. Sr. Des. Abraham Lincoln da Cunha Ramos. Presente à sessão, a Exma. Sra. Dra. Maria da Salete Araújo de melo Porto, Promotora de Justiça convocada. Sala das Sessões da Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, em João Pessoa, 19 de agosto de 2008. Dr. Carlos Eduardo Lei e Lisb a J ée Direito Convocado latã

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