EXECUTIVE briefing guia executivo para decisões estratégicas Ti verde negócios em linha com o planeta Estratégias politicamente corretas em relação ao meio ambiente ganham espaço na lista de prioridades das empresas. É possível preservar a natureza e impulsionar resultados Introdução 2 Capítulo 1 4 Como se tornar verde Capítulo 2 5 Data center verde Capítulo 3 6 Descarte, o calcanhar-de-aquiles Capítulo 4 7 Aditivo para os negócios está fortemente posicionada entre as tendências para este e o próximo ano. Segundo o Gartner, ao longo de 2009, dois dos seis prérequisitos de compras em TI serão referentes a produtos e serviços que respeitem o meio ambiente, com menor consumo de energia. Saiba como embarcar nesse conceito e obter vantagens na atuação neste Executive Briefing do COMPUTERWORLD. Executive Briefing Computerworld 1
introdução Estratégias politicamente corretas em relação ao meio ambiente estão ganhando espaço na lista de prioridades dos executivos brasileiros. Organizações que partem em defesa da preservação do planeta são respeitadas e podem levar vantagens em sua atuação na cadeia de negócios. A chamada um conceito que as empresas de tecnologia criaram para pregar o uso de recursos tecnológicos e políticas que minimizem cada vez mais as agressões ao meio ambiente tornou-se estratégica e mandatória não somente pela economia de custos que proporciona, mas, agora, também pelos benefícios que traz à imagem da corporação. Estudo realizado no ano passado pela consultoria IDC destaca que as iniciativas de TI Verde estão crescendo em importância nas corporações, de acordo com a avaliação de 80% dos executivos brasileiros que participaram da pesquisa. Outro dado especialmente importante é que 43% revelaram que no momento de escolher um fornecedor levam em conta suas ações de preservação ambiental. O que prova que garantir a existência das futuras gerações pode ser providencial. De acordo com o instituto de pesquisas Gartner, está fortemente posicionada entre as tendências para este e o próximo ano. Ao longo deste ano, diz o Gartner, dois dos seis pré-requisitos de compras em TI serão referentes a produtos e serviços que respeitem o meio ambiente, com menor consumo de energia. Isso será a realidade para um terço das empresas de TI. A prioridade será a economia de energia. Inicialmente, a motivação será de conter gastos. Até 2010, prossegue o Gartner, 75% das empresas terão como pré-requisito de compra de hardware certificado de emissão de carbono e uso otimizado de energia. A maior parte dos fornecedores de tecnologia não tem conhecimento algum sobre os níveis de emissão de CO2 ou o consumo de energia na produção de seus equipamentos. Algumas empresas começaram a pedir esse tipo de informação de seus fornecedores em 2007. O Gartner prevê que a maioria das companhias passará a usar esses dados como diferencial já neste ano. Ainda nas estimativas do instituto, até 2010, os maiores fornecedores de tecnologia vão precisar provar suas credenciais verdes por um processo de auditoria. Contudo, o principal motivo para adoção de TI verde é a economia. Isso porque o grande desafio das empresas é continuar crescendo a custos cada vez menores e o conceito tem sido grande aliado no cumprimento dessa meta. Relatório da Forrester Research divulgado este ano e realizado com mais de mil empresas ao redor do mundo mostra que o principal motivo para as companhias norteamericanas adotarem práticas de é, de fato, redução de despesas. Estudo da IDC revela que 43% dos executivos participantes afirmaram que no momento de escolher um fornecedor levam em conta suas ações de preservação ambiental Por essa razão, o mesmo levantamento ressalta que estar politicamente correto em relação ao meio ambiente figura entre as prioridades de investimentos em TI neste ano para os executivos que participaram do estudo. E cerca de 50% Executive Briefing Computerworld 2
Até 2010, de acordo com o Gartner, 75% das empresas terão como prérequisito de compra de hardware certificado de emissão de carbono e uso otimizado de energia deles afirmaram que têm a intenção de ampliar ou manter seus atuais projetos de. Chegou ao mesmo resultado pesquisa realizada pela Symantec no ano passado, o Status do Data Center 2008. De acordo com o estudo, que ouviu 1,6 mil entrevistados em 21 países espalhados pelo globo abrangendo cargos desde vice-presidentes, diretores e gerentes de companhias com mais de 5 mil funcionários, responsabilidade ambiental é o último foco da tendência e entre as responsabilidades dos participantes está a gestão de data center e orçamento. Cerca de 50% adotaram o conceito para obter redução de custos com refrigeração. De acordo com analistas de mercado, as empresas buscam na TI Verde a economia esperada e levam de brinde outras vantagens igualmente rentáveis. Executive Briefing Computerworld 3
cap. 1 Como se tornar verde A decisão de embarcar no modelo de envolve um leque variado de práticas que vai das simples às mais complexas De acordo com Rakesh Kumar, analista do Gartner, muitas ações permitem retorno no curto prazo. É o caso de projetos que reduzem a demanda de energia como consolidação de data centers com práticas de Em setembro do ano passado, a consultoria IDC entrevistou 300 CEOs para sua pesquisa U.S. Green IT Survey. Na contabilização de resultados, 44% dos respondentes disseram que as áreas de TI teriam papel muito importante nos esforços corporativos para redução de impactos ambientais. Um salto comparado com o registro aferido em 2007, de 14%. A conscientização está se alastrando. E a decisão de embarcar na envolve um leque variado de práticas que vai das simples às mais complexas. Existem pequenas mudanças que, em conjunto, podem representar economias significativas. Na verdade, são melhores práticas que oferecem benefícios financeiros e ambientais. Entre elas: tirar da tomada carregadores de baterias e de celulares quando não estiverem em uso; trocar os monitores CRT por LCD, que são mais eficientes, e garantir o descarte correto dos antigos; fornecer laptops aos usuários em vez de desktops, dessa forma reduzindo o gasto de energia, além de eliminar a necessidade de comprar equipamentos para colaboradores remotos; desligar descansos de tela; e estabelecer política de impressão em frente e verso, mantendo as impressoras longe dos funcionários, para desencorajar impressões desnecessárias. Esses caminhos poderão ajudar a consolidar a disposição em adotar os parâmetros de, visto que o maior desafio ainda é não saber por onde começar. Depois de empregar essas ações, outras virão como resultado da consciência corporativa. O mesmo estudo mostra que para que essas iniciativas funcionem, é fundamental que sejam desenvolvidas políticas verdes corporativas. Por outro lado, as áreas de TI podem implementar algumas ações sem a necessidade de refazer inteiramente políticas, processos e procedimentos e de gastar muito dinheiro. De acordo com Rakesh Kumar, analista do Gartner, muitas ações permitem retorno no curto prazo. Ele lembra que diante da crise mundial, os CIOs deveriam manter o foco em iniciativas cujos retornos se comprovem em no máximo 18 meses. Como exemplo o analista cita projetos que reduzam a demanda de energia como consolidação de data centers com práticas de. Nesse cenário, a consolidação de servidores e também a virtualização podem proporcionar o resultado esperado, visto que reduzem significativamente o consumo de energia e ainda arquitetura desenhada com servidores Blade, que em função do tamanho reduzido também geram economia de energia (cerca de 40%) e redução de custos com gerenciamento. Do outro lado do balcão, a indústria de Tecnologia da Informação vem se movimentando para contribuir com a saúde do meio ambiente. Um leque variado de produtos já foi desenvolvido com essa consciência. É possível encontrar nas prateleiras, por exemplo, processadores atuais de alto desempenho que consomem menos energia do que modelos anteriores. Há também um esforço em produzir itens com material cada vez menos impactante para o ambiente, facilitando a reciclagem e o descarte. O tamanho reduzidíssimo dos modernos chips é exemplo dessa preocupação que parece estar se fortalecendo a cada dia. Executive Briefing Computerworld 4
cap. 2 Data center verde Economia significativa no consumo de energia e otimização da infraestrutura são os principais e imediatos benefícios da adoção de práticas sustententáveis nesse tipo de ambiente C onsiderados grandes consumidores de energia na área de Tecnologia da Informação, os data centers podem se tornar verde e assim contabilizar ganhos significativos com economia de energia. De acordo com pesquisa do Gartner, encomendada pela Eaton Eletrical, é fundamental planejar a estrutura de fornecimento de eletricidade. O estudo revela que para manter um ambiente de TI em funcionamento, Em um data center típico, a quantidade de eletricidade não muda durante o dia, mas a carga de processamento é alterada em até três vezes é essencial fornecer o grau exato de energia para os computadores, servidores, assim como outros equipamentos. O Gartner alerta que as máquinas estão cada vez mais exigentes de energia com os avanços no processamento e que para garantir bons resultados em data centers, é preciso dar atenção à questão. Para tornar verde o data center, muitos são os caminhos e o importante é dar os primeiros passos. Analistas do setor dão algumas dicas que podem auxiliar no processo como reduzir o hardware de storage usando Storage Area Network (SAN) ou outros dispositivos Network Attached Storage (NAS) que consolidam o espaço de armazenamento. A consolidação de unidades físicas afeta imensamente o volume de energia consumido pelo data center e proporciona custos de aquisição mais baixos. Outras interessantes é optar por hardware que faz uso eficiente de energia, com as CPUs multicore, que reduzem a eletrônica redundante e externa e, portanto, economizam energia; e também adotar o controle dinâmico de ventiladores internos de um servidor para reduzir energia necessária quando o ar no data center está mais frio. Existe uma polêmica quanto à consolidação de servidores usando opções Blade, de menor tamanho e de alta densidade, para diminuir o número físico de máquinas. É que esse tipo de servidor gera muito calor no ambiente, criando pontos muito quentes nos data centers, puxando mais de 30 kilowatts por rack em alguns sistemas de alto desempenho, de acordo com alguns usuários. De acordo com Amory Lovins, chairman do Rocky Mountain Institute, empresa norte-americana de pesquisas em energia, em um data center típico, a quantidade de eletricidade não muda durante o dia, mas a carga de processamento é alterada em até três vezes. Não há uma gestão de energia efetiva, diz. Em entrevista exclusiva ao Computerworld Brasil, Jonathan Koomey, professor da Stanford University, disse que as fontes de energia são o maior exemplo da falta de foco no custo total de propriedade (TCO) no setor de servidores. Hoje, diversos deles estão sendo vendidos com fontes ineficientes que gastam mais energia do que qualquer outro componente do data Center. Koomey ressalta que as fontes comuns podem ser responsáveis por metade da energia consumida pelo equipamento. Somase a isso que cada watt perdido com a fonte ineficiente equivale a mais um gasto com o sistema de refrigeração. Se você gastar US$ 20 a mais em uma fonte efciente, economizará US$ 100 apenas com refrigeração e equipamentos de infraestrutura, afirma. Data centers mais verdes não só economizam energia, mas também reduzem a necessidade de expansão de infraestrutura para lidar com a demanda crescente por energia e mais resfriamento. Algumas empresas já estão prontas para o próximo passo ao olhar todo o data center sob a ótica ambiental. O importante é estar à frente das tendências. A consolidação de unidades físicas afeta imensamente o volume de energia e proporciona custos de aquisição mais baixos Executive Briefing Computerworld 5
cap. 3 Descarte, o calcanhar-de-aquiles O ritmo frenético da indústria em produzir dispositivos e equipamentos cada vez mais modernos é proporcional ao volume do lixo eletrônico Estudo Green Eletronics: the search continues, realizado este ano pelo Greenpeace, organização nãogovernamental (ONG), revela que eletrônicos ainda não são ecologicamente corretos. A ONG afirma que os novos produtos eletrônicos são um pouco mais ecológicos do que os vendidos um ano atrás, mas que os fabricantes têm muito o que melhorar. Desta vez foram avaliados 50 itens identificados por seus fabricantes como os O obsoletismo está a cada dia mais veloz e se tornando um ponto altamente crítico quando o assunto é descarte responsável mais amigáveis ao ambiente. Contudo, segundo o Greenpeace, poucos contêm menos componentes tóxicos do que os testados em 2008. Mas houve uma melhora em relação ao uso de telas com tecnologia LED, que são mais econômicas e livres de mercúrio, substância que pode ser tóxica e era encontrada em vários modelos de televisores. Outra boa notícia é que mais empresas estão usando materiais reciclados em seus produtos. Além disso, as companhias também estão se responsabilizando por receber e reciclar aparelhos usados. A questão é que muitos analistas consideram o descarte de produtos eletrônicos o calcanhar-deaquiles da. Até porque envolve ações que vão desde a preocupação em usar componentes menos agressivos e recicláveis na fabricação até o envolvimento mais direto com as estratégias de descarte. Mas já existe uma movimentação positiva em vários pontos da cadeia de negócios de TI. A GSM Association é um exemplo disso. Ela prevê redução de lixo eletrônico com carregador de celular que funcione em qualquer aparelho. A criação de um carregador de celular universal, anunciada durante o Mobile World Congress 2009, será não somente confortável como reduzirá a quantidade de material desperdiçado. Segundo a organização nãogovernamental Greenpeace, poucos produtos eletrônicos hoje contêm menos componentes tóxicos do que os testados em 2008 Fabricantes de hardware vêm criando programas de reaproveitamento de seus produtos em comunidades carentes como PCs e monitores antigos, que são consertados para uso, promovendo inclusive a inclusão digital. Outros estão criando coleta seletiva e sites de armazenamento. O problema é que o obsoletismo está a cada dia mais veloz e se tornando um ponto altamente crítico quando o assunto é descarte responsável. Outra questão delicada é o fato de não existir uma legislação que cobre e exija atitudes mais ecologicamente corretas em relação aos produtos que não atendam mais as expectativas dos usuários ou que simplesmente deixaram de ser atraentes. É uma verdadeira avalanche de itens que impacta negativamente na saúde do planeta e que precisa ser cuidada com mais atenção pelo mercado. Executive Briefing Computerworld 6
cap. 4 Aditivo para os negócios Ser praticante de contribui não somente para a existência das gerações futuras como também para a imagem da empresa e seus resultados Pensar verde tornou-se estratégico no mundo dos negócios. Relatório da Forrester Research divulgado este ano, resultado de um estudo realizado com mais de mil empresas ao redor do mundo, confirma a importância da para as companhias atualmente. Tratase do casamento entre a consciência ecológica e a prática de negócios. Para muitas organizações, o benefício da economia por adotar práticas de pode ser forte argumento para se tornar um defensor da saúde do planeta. Menos consumo de energia significa contas de luz mais baratas, possibilidade de expansão e competitividade. Tanto o meio ambiente quanto as pessoas politicamente corretas gostam de ver boas notícias sobre as formas como as empresas estão dando mais atenção à tecnologia verde. Seja simplesmente investindo em máquinas mais eficientes energeticamente ou colocando painéis solares nos tetos dos data centers. O importante é destacar que esse tipo de publicidade positiva é uma boa imagem para associar à qualquer tipo de organização. Tal procedimento pode ainda fazer compensar o Desde 2002, empresas listadas no índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), o principal índice do setor, obtiveram valorização superior ao Dow Jones tradicional investimento em e também servir como exemplo para outras companhias, ganhando espaço na mídia entre outras vantagens para os negócios. No mundo todo, as empresas já se convenceram de que ser sustentável não é mais uma questão de opção ou bom mocismo. Ser responsável pelo impacto produzido por suas operações no meio ambiente e trabalhar para minimizá-lo tornouse obrigação cobrada pelos consumidores e, monetariamente, reconhecida pela sociedade. Desde 2002, empresas listadas no índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), o principal índice do setor, obtiveram valorização superior ao Dow Jones tradicional. Esse reconhecimento já chegou ao Brasil. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) lançou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em dezembro de 2005. O que estimulou empresas importantes como Aracruz, Cemig e Banco Itaú a criarem verdadeiros sistemas de gestão para marcar território no mapa da gestão verde. De acordo com os dados da Apel Gestão de Projetos, divulgados durante o workshop Green IT, realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febrabam) no Um PC com periféricos e peso médio de 24 kg demanda nada menos do que 1,8 toneladas em recursos naturais e peças para ser fabricado ano passado, enquanto um veículo consome duas vezes seu peso em matérias primas e insumos, um microcomputador com periféricos e peso médio de 24 kg demanda nada menos do que 1,8 toneladas em recursos naturais e peças para ser fabricado. Além disso, o processo de produção do microcomputador exige dez vezes seu peso em combustíveis fósseis e 1,5 mil litros de água para ser concluído. Apenas um chip de memória randômica consome 1,7 kg de combustível fóssil ou 400 vezes seu peso. Segundo o Gartner, até 2012, três dos principais critérios de compra de tecnologia das empresas serão exigências sobre medidas que respeitem o meio ambiente. Não faltam motivos para as empresas embarcarem na onda verde e se tornarem competitivas no mercado. Executive Briefing Computerworld 7