Avaliação da qualidade da água da bacia do rio Pirapó Maringá, Estado do Paraná, por meio de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos

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Transcrição:

Avlição d qulidde d águ d ci do rio Pirpó Mringá, Estdo do Prná, por meio de prâmetros físicos, químicos e microiológicos Eline Cristin Alves 1*, Césr Flores d Silv 1, Eneid Sl Cossich 1, Céli Regin Grnhen Tvres 1, Edvrd Elis de Souz Filho 2 e Ademir Crniel 3 1 Deprtmento de Engenhri Químic, Universidde Estdul de Mringá, Av. Colomo 579, 872-9, Mringá, Prná, Brsil. 2 Deprtmento de Geogrfi, Universidde Estdul de Mringá, Mringá, Prná, Brsil. 3 Deprtmento de Informátic, Universidde Estdul de Mringá, Mringá, Prná, Brsil. *Autor pr correspondênci. E-mil: elinec33@hotmil.com RESUMO. Este trlho teve como ojetivo monitorr qulidde d águ d ci do rio Pirpó, principl fonte de stecimento do município de Mringá, Estdo do Prná, e região. Form estelecidos cinco pontos de mostrgem loclizdos à jusnte dos principis rieirões e córregos d ci. A colet ds mostrs foi relizd de form pontul no ponto centrl d seção do rio, menslmente, no período de ril/25 ril/26. A qulidde d águ foi vlid por indicdores estelecidos pel Resolução Conm nº 357/25. N vlição dos prâmetros, foi possível indicr dus principis fontes poluidors. A primeir é explorção do solo, que se estende té às mrgens do rio, desprovid de mt cilir, que ocsion o trnsporte, principlmente, em períodos chuvosos, de sedimentos e nutrientes o corpo d águ. A segund é o lnçmento clndestino de esgoto doméstico, pontdo como o responsável pelos elevdos índices de mtéri orgânic e coliforme encontrdos no corpo receptor. Plvrs-chve: qulidde d águ, prâmetros físico-químicos e iológicos de águ, rio Pirpó - Mringá - Estdo do Prná. ABSTRACT. Wter qulity evlution of the Pirpó river sin Mringá, Prná Stte, through physicl, chemicl nd microiologic prmeters. This work hd s ojective to monitor wter qulity in the Pirpó River sin, which is the min supply source to the city of Mringá, Prná Stte, nd djcent regions. Five smpling spots were estlished downstrem from the min creeks nd strems of the sin. Smple collection ws crried out periodiclly t the centrl point of the river section, collected monthly, during the period from April/25 to April/26. Wter qulity ws evluted using indictors estlished y Conm Resolution no. 357/25. During n evlution of the prmeters, it ws possile to indicte tht there re two min polluting sources. The first is soil exploittion extending until the river s edges, which hs no gllery forests, leding to sediments nd nutrients fllout into the wter ody, minly during the riny periods. The second source is the dumping of domestic sewge, pointed s responsile for the elevted levels of orgnic mtter nd coliforms. Key words: wter qulity, physicl-chemicl nd iologicl wter prmeters, Pirpó river Mringá - Prná Stte. Introdução A águ é o elemento fundmentl d vid. Seus múltiplos usos são indispensáveis um lrgo espectro ds tividdes humns, em que se destcm, entre outros, o stecimento púlico e industril, irrigção grícol, produção de energi elétric e s tividdes de lzer e recreção. A águ represent, soretudo, o principl constituinte de todos orgnismos vivos. A crescente expnsão demográfic e industril, oservd ns últims décds, trouxe como conseqüênci o comprometimento ds águs dos rios, lgos e reservtórios. A flt de recursos finnceiros, nos píses em desenvolvimento, tem grvdo esse prolem pel impossiilidde d plicção de medids corretivs pr reverter situção. A interferênci do homem quer de um form concentrd, como n gerção de despejos domésticos ou industriis, quer de um form dispers, como n plicção de defensivos grícols Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

4 Alves et l. no solo, contriui pr introdução de compostos tnto orgânicos como inorgânicos n águ, fetndo su qulidde. Portnto, qulidde d águ é resultnte de fenômenos nturis e d tução do homem. Pode-se destcr, ind, que disponiilidde de águ doce n nturez é limitd pelo lto custo d su otenção ns forms menos convencionis, como é o cso d águ do mr e ds águs suterrânes. Deve-se, portnto, dr prioridde à preservção, o controle e à utilizção rcionl ds águs doces superficiis em todo o plnet. A o gestão d águ deve ser ojeto de um plno que contemple os múltiplos usos desse recurso, desenvolvendo e perfeiçondo s técnics de utilizção, trtmento e recuperção dos mnnciis. O monitormento mientl é um instrumento de controle e vlição, desde que relizdo de form sistemátic. Serve pr conhecer o estdo e s tendêncis qulittivs e quntittivs dos recursos nturis e s influêncis exercids pels tividdes humns e por ftores nturis sore o miente. Dest form, susidi medids de plnejmento, controle, recuperção, preservção e conservção do miente em estudo, em como uxili n definição ds polítics mientis (Emcon Amientl, 25). No Brsil, os pdrões de qulidde pr os corpos de águ são fixdos pel Resolução nº 357 do Conselho Ncionl do Meio Amiente (Brsil, 25), de 17/3/25, que dispõe sore s diretrizes mientis pr o seu enqudrmento, em como estelece condições e pdrões de lnçmentos de efluentes. O Estdo do Prná, pesr de ser um dos menores Estdos em extensão territoril do Brsil, present um rede hidrográfic considerável. Sus principis cis estão seprds pel Serr do Mr; Leste situ-se Bci Atlântic ou Litorâne, e Oeste ci do lto rio Prná, qul rnge microcis de sum importânci, tnto do ponto de vist econômico como socil. A ci hidrográfic do rio Pirpó é um dels. Este rio é responsável pelo stecimento de águ pr os municípios de Apucrn e Mringá, importntes pólos industriis, situdos n região norte e noroeste do Estdo (Lopes, 21). Estudos relizdos por Oliveir (24) e Peruço (24), em lguns fluentes do rio Pirpó, reltrm presenç de fundos de vles (sem qulquer mt pr protegê-los), invsões com css precáris, ssocições recretivs, chácrs e outrs edificções em próxims o curso de águ. Oservrm tmém intenso desmtmento ds mrgens destes fluentes, em como presenç de entulhos e lixo jogdos por todos os ldos, ftores que comprometem qulidde d águ. Este trlho teve como ojetivo vlir qulidde d águ do rio Pirpó por meio de medições de prâmetros físicos, químicos e microiológicos, identificndo ssim s principis fontes poluidors que vêm, de form significtiv, contriuindo pr degrdção deste mnncil. Mteril e métodos A vlição d qulidde d águ do rio Pirpó foi relizd por meio de determinções de prâmetros físicos, químicos e iológicos. A colet ds mostrs foi relizd de form pontul no ponto centrl d seção do rio, menslmente, no período de ril/25 ril/26. Porém, houve necessidde de dptções pr determinção de lguns prâmetros, como tmém implntção de novs nálises durnte pesquis. Portnto, pr estes prâmetros não há resultdos desde ril/25. O recipiente utilizdo pr colet ds mostrs er mrrdo com um cord e lnçdo mnulmente o rio de um ponte. Em cmpo, form otidos os ddos de ph, tempertur e oxigênio dissolvido; pr s demis nálises lortoriis, s mesms form preprds de cordo com o procedimento de cd nálise, cidificndo-s com H 2 SO 4 ou HNO 3 e té mesmo filtrndo-s qundo necessário. As mostrs form trnsportds em grrfs de Polietileno Tereftlto (PET) e de vidro mntids refrigerds té o momento d nálise. Pr os prâmetros iológicos, s mostrs form coletds próxims às mrgens do rio em frscos Schott previmente esterilizdos. A contgem de Escherichi coli (E. Coli) foi relizd em plc de Petrifilm (EC), segundo método do Comitê Nórtico de Análises de Alimentos (NMKL) (146.1993) tempertur de 37ºC com período de incução de 48 +/- 2h. A prte experimentl foi relizd no Lortório de Controle e Preservção Amientl do Deprtmento de Engenhri Químic d Universidde Estdul de Mringá. Todos prâmetros form determindos, seguindo os procedimentos descritos no APHA (1998), e os ddos otidos de cd prâmetro form vlidos por indicdores estelecidos n Resolução Conm nº 357, de 17/3/25, pr corpos de águ doce de Clsse II. A nálise de Kruskl-Wllis (H) foi relizd pr verificr diferenç significtiv entre os pontos mostrdos pr cd prâmetro físico-químico e iológico nlisdo; pr s comprções múltipls, Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

Avlição d qulidde d águ d ci do rio Pirpó 41 foi relizdo o teste de Mnn Whitney. A nálise de correlção Spermm (ρ) foi utilizd pr determinr ssocições positivs ou negtivs, entre os prâmetros físico-químicos e iológicos nlisdos. Em tods s nálises esttístics, form fixdos níveis de significânci de 5% (Conover, 198). Os ddos pluviométricos coletdos 24 hors que ntecederm s colets form fornecidos pel Estção Climtológic Principl de Mringá (UEM). Loclizção dos pontos de mostrgem Pesquiss relizds, nteriormente, indicrm que pesr d cidde de Mringá contriuir significtivmente com degrdção d qulidde d águ do rio Pirpó, poluição inici-se ntes mesmo do rio chegr à cidde (Oliveir, 24; Peruço, 24). Com se neste dignóstico, definiu-se, como áre de estudo, um trecho d ci do rio Pirpó de form vlir qulidde d águ dentro e for dos limites d cidde de Mringá. Os cinco pontos de mostrgem form estelecidos à jusnte dos principis rieirões e córregos d ci. Os pontos 1 e 2 estvm situdos for dos limites d cidde de Mringá, enqunto que os pontos 3, 4 e 5 situvm dentro do município. A Tel 1 indic loclizção destes pontos. Tel 1. Loclizção dos pontos de mostrgem. Ponto Ltitude Longitude Altitude (m) 1 23 o 24 1,4 51 o 38 26,4 464 2 23 o 21 56,6 51 o 42 3, 426 3 23 o 18 44,3 51 o 5 52,3 39 4 23 o 18 18,7 51 o 53 36, 395 5 23 o 17 12,6 51 o 55 26,3 389 Todos pontos mostrdos têm como principis tividdes gricultur e pecuári, com o cultivo de áres em próxims às mrgens do rio; lém disso, o ponto P-1, loclizdo no município de Mndguri, destc-se por presentr css em próxims às mrgens do rio e cesso direto de gdo o corpo d águ. O P-2, loclizdo no município de Astorg, destc-se por presentr em sus proximiddes solos stnte descoertos demonstrndo, ssim, intens tividde grícol. O ponto P-3 destc-se por estr loclizdo à montnte d estção de cptção de águ; o ponto P-4 por presentr à jusnte fáric de geltin e fertiliznte e o ponto P-5 com áre gricultável d Cocmr em próximo à zon urn, present à montnte estção de trtmento de esgoto d cidde. Resultdos e discussão A qulidde d águ do rio Pirpó foi vlid por meio d determinção dos seguintes prâmetros físicos, químicos e microiológicos: tempertur, ph, oxigênio dissolvido, cor verddeir e prente, turidez, sólidos, nitrogênio monicl, nitrto, fósforo e fosfto totl, sulfeto, demnd ioquímic de oxigênio, metis pesdos e coliformes fecis. Já fim de verificr diferençs significtivs entre os pontos de mostrgem, foi usd nálise de Kruskl-Wllis (H), pr s comprções múltipls o teste de Mnn Whitney e de correlção nálise de Spermm (ρ). Tempertur A Figur 1 present vrição d tempertur d águ do rio Pirpó durnte o período mostrdo. Pode-se verificr que tempertur vriou de 16,6 28,8 C, referentes os meses de julho e jneiro, respectivmente. Ests oscilções referem-se vrições szonis, um vez que estes meses correspondem os meses mis frio e quente do no. Potencil hidrogeniônico (ph) A vrição de ph depende ds relções entre mtéri orgânic, seres vivos, roch, r e águ. A cidez d águ pode estr ssocid tmém com decomposição d mtéri orgânic presente no curso d águ (O Neill, 1995). A Figur 1 indic os vlores de ph d águ do rio Pirpó nos pontos de mostrgem. Pode-se verificr que o ph vriou de 7,2 8,4, encontrndose dentro dos limites estelecidos pel Resolução Conm nº 357/25 pr corpos de águ doce de Clsse II (6, 9,). Oxigênio dissolvido O oxigênio dissolvido (OD) é de essencil importânci pr os orgnismos eróios. Durnte estilizção d mtéri orgânic, s ctéris fzem uso do oxigênio nos seus processos respirtórios, podendo vir cusr um redução d concentrção do mesmo no meio. O oxigênio dissolvido é o principl prâmetro de crcterizção dos efeitos d poluição ds águs por despejos orgânicos (Von Sperling, 1996). A concentrção OD vriou de 4,5 9,6 mg L -1 de O 2 (Figur 1c). De mneir gerl, estes vlores encontrrm-se dentro dos limites estelecidos pel Resolução Conm nº 357/25 pr corpos de águ doce de Clsse II (não inferior 5 mg L -1 de O 2 ), exceto pr o ponto 5, que no mês de gosto presentou vlor inferior este limite. Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

42 Alves et l. Tempertur Tempertur (ºC) ( C) 31, 29, 27, 25, 23, 21, 19, 17, 15, r/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 1 e P-3, indicndo ssim que SSV influenciou n vrição d concentrção de OD em P-1, P-2, P- 3 e P-4, isto é, qundo umentv concentrção de SSV diminuí os teores de OD nestes pontos. Vle ressltr que mtéri orgânic, em suspensão, não pens indic contminção orgânic recente de efluentes domésticos ou industriis, ms tmém o excesso de mtéri sólid trnsportd os rios por movimentção de terr n ci cusd pel erosão, em conseqüênci d perd d mt cilir (Piv e Piv, 21). ph OD OD (mg (mg/l L -1 LO2 de O O2) -1 2 ) c 8,6 8,4 8,2 8, 7,8 7,6 7,4 7,2 7, 13,5 11,5 r/5 9,5 7,5 5,5 3,5 r/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm Figur 1. Vrição d tempertur (); ph (); e oxigênio dissolvido (c). A nálise esttístic de Kruskl-Wllis indicou que os teores de OD, nos pontos vlidos, diferem significtivmente (H = 21,18; p =,), em que o teste Mnn Whitney pontou que concentrção de OD de P-4 difere de P-1 e P-2, e P-5 difere de P-1, P-2 e P-3, porém não há diferenç significtiv entre os pontos P-4 e P-5. Pode-se consttr ind que s mostrs coletds nos pontos P-4 e P-5 presentrm s menores concentrções de OD. Estes pontos estão loclizdos dentro do município de Mringá, em próximos à zon urn; pr Von Sperling (1996) vlores de OD inferiores à sturção são indictivos d presenç de mtéri orgânic provvelmente proveniente de esgoto. A nálise de correlção presentd, n Tel 2, pontou que P-2 e P-4 presentrm lt correlção significtiv negtiv de OD com Sólidos Suspensos Voláteis (SSV), e ix correlção em P- Tel 2. Análise de correlção de Spermm entre OD e SSV. Oxigênio Dissolvido P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 SSV -,24 -,68 -,52 -,61,1 Os vlores em negrito são esttisticmente significtivos em p <,5. Cor, turidez, sólidos e precipitção pluviométric - Cor Normlmente, cor n águ é devid à presenç de ácidos húmicos e tnino, origindo de decomposição de vegetis, em como tmém de origem ntropogênic, provenientes de resíduos industriis. A concentrção de cor verddeir nos pontos estuddos, vriou de 32 432 mg Pt L -1 (Figur 2), e de cor prente de 54 2295 mg Pt L -1 (Figur 2). Verificou-se que concentrção de cor verddeir pr os meses de setemro, dezemro, fevereiro, mrço e ril estiverm cim dos limites estelecidos pel Resolução Conm nº 357/25 pr corpos de águ doce de Clsse II (75 mg Pt L -1 ). A nálise esttístic não pontou diferenç significtiv de cor verddeir entre os pontos mostrdos (H = 1,938; p =,7472), o mesmo contecendo com cor prente (H =,5314; p =,974). - Turidez A lt turidez reduz fotossíntese d vegetção enrizd sumers e ds lgs. Esse desenvolvimento reduzido de plnts pode, por su vez, suprimir produtividde de peixes. Logo, turidez pode influencir comunidde iológic quátic. Além disso, fet dversmente o uso doméstico, industril e recrecionl dos corpos d águ (Cetes, 26). A concentrção de turidez, nos pontos estuddos, vriou de 1 18 NTU (Figur 2c), no período mostrdo, destc-se o mês de dezemro cuj concentrção de turidez esteve cim dos limites estelecidos pel Resolução Conm nº 357/25 pr corpos de águ doce de Clsse II (1 UNT). A nálise esttístic não pontou diferenç Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

Avlição d qulidde d águ d ci do rio Pirpó 43 significtiv de turidez entre os pontos de mostrgem (H =,45; p =,9782). Cor verddeir (mg Pt Pt/L) L -1 ) Cor prente Aprente (mg Pt Pt/L) L -1 ) Turidez (NTU) c 75 6 45 3 15 245 21 175 14 15 7 35 25 2 15 1 5 set/5 r/5 jul/5 nov/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm set/5 jn/6 nov/5 mr/6 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 jn/6 mr/6 Figur 2. Vrição d Concentrção de Cor Verddeir (); Cor Aprente (); e de Turidez (c). - Sólidos A Figur 3 ilustr s vrições ds concentrções de sólidos. A concentrção de Sólidos Totis (ST) vriou de 94 588 mg L -1 ; s de Sólidos Suspensos Totis (SST) vriou de 4 82 mg L -1 ; s de Sólidos Suspensos Voláteis (SSV) vriou de 3 73 mg L -1 ; e s de Sólidos Totis Dissolvidos (STD) vriou de 67 56 mg L -1. A nálise esttístic indicou que os teores de SST (H = 7,939; p =,44) e de STD (H = 5,952; p =,43) diferem significtivmente entre os pontos mostrdos, pontndo que concentrção de SST em P-5 difere de todos os outros pontos de mostrgem, ou sej, ele presentou mior concentrção, em relção à concentrção de STD, e verificou-se que P-5 pens difere de P-4. ST (mg/l) L -1 ) SST (mg/l) L -1 ) SSV (mg/l) L -1 ) c STD (mg/l) L -1 ) d 6 5 4 3 2 1 r/5 1 8 6 4 2 8 7 6 5 4 3 2 1 r/5 r/5 8 7 6 5 4 3 2 1 r/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm Figur 3. Vrições ds concentrções de Sólidos Totis ST (); Sólidos Suspensos Totis SST (); Sólidos Suspensos Voláteis SSV (c); e Sólidos Dissolvidos Totis STD (d). De cordo com nálise de correlção presentd n Tel 3, cor prente presentou correlção significtiv com concentrção de SST Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

44 Alves et l. em P-1 e P-5, ou sej, concentrção de SST contriui pr o umento ds concentrções de cor prente e turidez. As lterções de cor e de turidez de um corpo d águ têm como origem resíduos industriis e despejos domésticos. Como pr o ponto P-2 não houve correlção entre os teores de SST com s concentrções de cor e turidez, outros ftores devem ter contriuído pr s vrições destes prâmetros neste ponto, oservds durnte o período mostrdo. Tel 3. Análise de correlção Spermm entre SST - cor prente e SST turidez. Sólidos Suspensos Totis P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 Cor Aprente,81 -,2,6,6,81 Turidez,5 -,2,6,64,5 Os vlores em negrito são esttisticmente significtivos em p <,5. - Precipitção pluviométric A Figur 4 ilustr vrição d Precipitção Pluviométric ocorrid 24 hors que ntecederm colet ds mostrs de águ. Precipitção (mm) 45 4 35 3 25 2 15 1 5 r/5 Fonte: Estção Climtológic Principl de Mringá (UEM). Figur 4. Precipitção pluviométric. A nálise de correlção presentd n Tel 4 indicou que precipitção pluviométric presentou ssocição com concentrção de SST em P-1 e P-5, isto ocorreu, provvelmente, devido estes pontos estrem mis suscetíveis o crremento do solo e o trnsporte de sedimentos n ci, por cus d flt de mts cilires. A precipitção pluviométric tmém presentou correlção com concentrção de cor prente em todos os pontos de mostrgem, ou sej, em períodos chuvosos umentou concentrção de SST, turidez, cor prente e cor verddeir, já que precipitção o contrário de diluir concentrção de resíduos, ument o escomento superficil do solo, tundo como ftor de lterção d qulidde d águ (Sntos, 1993 pud Crvlho et l., 2). Tel 4. Análise de correlção de Spermm entre precipitção pluviométric e SST, turidez, cor prente e verddeir. Precipitção Pluviométric P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 SST,74,,28,3,74 Turidez,58,49,52,52,58 Cor Aprente,85,84,85,85,85 Cor Verddeir,61,66,46,41,61 Os vlores em negrito são esttisticmente significtivos em p <,5. Nitrogênio monicl O nitrogênio monicl está presente n águ n form de môni livre (NH 3 ) e do cátion mônio (NH 4 + ) sendo, portnto, su concentrção função d som desses dois compostos (Esteves, 1998). O nitrogênio monicl é form reduzid do nitrogênio indicndo poluição recente no corpo d águ (Von Sperling, 1996). A Figur 5 ilustr vrição d concentrção de nitrogênio monicl o longo do período de mostrgem, e est vriou de ND,239 mg L -1 de N, mntendo sempre ixo do limite estelecido pel Resolução Conm nº 357/25 pr corpos de águ doce de Clsse II pr vlores de ph entre 7,5 8, (2, mg L -1 ). A nálise esttístic indicou que concentrção de nitrogênio monicl (H = 42,141; p =,) diferem significtivmente entre os pontos mostrdos, pontndo que P-3 e P-4 diferem de P-1 e P-2, e P-5 difere de todos os demis pontos, ou sej, ele presentou concentrção de nitrogênio monicl superior durnte todo o período de mostrgem. Vle ressltr que este ponto situ-se à jusnte do ponto de lnçmento de um ds estções de trtmento de esgoto do município de Mringá. Est estção utiliz o processo de digestão nerói, sendo môni um dos produtos de degrdção d mtéri orgânic. Nitrto O nitrogênio, n form de nitrto, present-se n su form oxidd indicndo descrg de esgoto distnte no corpo d águ. Outrs fontes importntes de nitrto são os fertilizntes, e estes, se indequdmente, plicdos, podem tingir os cursos d águ, principlmente nos meses mis chuvosos (Esteves, 1998). De cordo com os ddos presentdos n Figur 5, oservou-se que, nos meses de mio e junho s concentrções de nitrto form superiores o limite estelecido pel Resolução Conm nº 357/25 pr corpos de águ doce de Clsse II (1, mg L -1 de N) em prticmente todos os pontos de mostrgem. Alt concentrção de nitrto pode ser devid o lnçmento de esgoto doméstico clndestino no curso d águ. Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

Avlição d qulidde d águ d ci do rio Pirpó 45 A nálise esttístic não pontou diferenç significtiv entre os pontos de mostrgem (H = 1,269; p =,867). NH3-N 3 )mg/l) (mg L -1 ) - NO 3 - N (mg/l) L -1 ),28,24,2,16,12,8,4, 5 45 4 35 3 25 2 15 1 5 jul/5 set/5 nov/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm jn/6 mr/6 r/5 jul/5 jn/6 Figur 5. Vrição d concentrção de nitrogênio monicl (); e de nitrto (). Fosfto retivo solúvel e fósforo totl O fósforo prece em águs por cus ds descrgs de esgotos, prticulrmente detergentes, efluentes industriis e fertilizntes. A concentrção de fósforo totl vriou de,33,494 mg L -1 de P, presentndo-se n miori dos meses de estudo, concentrção de fósforo totl cim do limite estelecido pel Resolução Conm nº 357/25 pr um corpo de águ doce de Clsse II (,1 mg L -1 de P). Oserv-se, ind, que o fósforo totl presentou o mesmo perfil do nitrto, reforçndo tese de incidênci de produtos químicos à se destes compostos n águ, em conseqüênci d ocupção grícol (Figur 6). Neste mesmo período, foi detectdo no Lortório de Fitoplâncton do Deprtmento de Ciêncis Biológics d Universidde Estdul de Mringá, undânci do fitoplâncton Nvícul viridul (kutz), ssocido à lt concentrção de nutrientes, principlmente fósforo e nitrogênio, em todos os pontos de mostrgem. A concentrção de fosfto retivo solúvel vriou de 1,1 45,2 mg L -1 de P, presentndo concentrções elevds no mês de mio (Figur 6). A nálise esttístic não pontou diferenç significtiv de fósforo totl e fosfto solúvel entre os pontos de mostrgem (H = 8,127; p =,87). Fósforo Totl (mg/l) L -1 ) 2- PO 4 - P (mg/l) L -1 ),6,5,4,3,2,1, 5 4 3 2 1 r/5 set/5 nov/5 jn/6 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm mr/6 Figur 6. Vrição d concentrção de fósforo totl (); e de fosfto solúvel (). Sulfeto totl A concentrção de sulfeto presentd n Figur 7 vriou de,11,262 mg L -1 de S durnte o período mostrdo, presentndo-se sempre cim do limite estelecido pel Resolução Conm nº 357/25 pr um corpo de águ doce de Clsse II pr H 2 S não dissocido (,2 mg L -1 de S). O sulfeto prece, ns águs nturis, por cus d contminção dests com resíduos industriis, ou com esgoto snitário (Biosystems, 1995). Sendo, portnto, possível fonte de contminção no trecho monitordo. A nálise esttístic indicou que concentrção de sulfeto (H = 98,23; ρ =,5) diferem significtivmente entre os pontos mostrdos, pontndo que concentrção de sulfeto no ponto P-5 difere de P-1 e P-2, ms não difere de P-3 e P-4. As diferençs significtivs entre os pontos mostrdos podem estr relcionds com s tividdes próxims os mesmos, já que P-1 e P-2 loclizm-se em áres exclusivmente grícols, enqunto P-3, P-4 e P-5 situm-se em áre urn. O estudo de correlção indicou que os teores de sulfeto presentrm lt ssocição significtiv com SST em P-1 e P-5 e ix em P-2, P-3 e P-4, e Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

46 Alves et l. lt correlção em todos os pontos com precipitção pluviométric (Tel 5). O sulfeto é muito solúvel n águ e em águs límpids prece como mistur de H 2 S e HS (Biosystems, 1995). Tel 5. Análise de correlção de Spermm entre sulfeto e SST e precipitção pluviométric. Sulfeto P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 SST,8,38,23,51,95 Precipitção,73,79,92,87,82 Os vlores em negrito são esttisticmente significtivos em p <,5. Demnd ioquímic de oxigênio A demnd ioquímic de oxigênio (DBO) retrt de form indiret, o teor de mtéri orgânic nos esgotos ou no corpo d`águ, sendo, portnto, um indicção do potencil do consumo de oxigênio dissolvido. A DBO é um prâmetro de fundmentl importânci n crcterizção do gru de poluição de um corpo d`águ (Von Sperling, 1996). A concentrção de DBO 5 presentd n Figur 7 vriou de 2, 9,21 mg L -1 de O 2, presentndo durnte o período mostrdo concentrções superiores o limite estelecido pel Resolução Conm nº 357/25 pr corpos de águ doce de Clsse II (té 5 mg L -1 de O 2 ). Sulfeto (mg/l) L -1 ) DBO 5 (mg/l L -1 O de 2 ) O2),4,35,3,25,2,15,1,5, 14 12 1 8 6 4 < 2 r/5 jul/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm set/5 nov/5 jn/6 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Conm < < mr/6 Figur 7. Vrição d concentrção de sulfeto (); e de DBO 5 (). A nálise esttístic indicou que concentrção de DBO (H = 15,513; p =,4) diferem significtivmente entre os pontos mostrdos, pontndo que concentrção de DBO de P-1 difere de P-3, e que P-2 difere de P-4 e P-5. A nálise esttístic de DBO presentou o mesmo resultdo encontrdo pr o sulfeto, ou sej, não há diferençs significtivs entre os pontos P-1 e P-2 e entre P-3, P-4 e P-5. No entnto, s miores concentrções de DBO form encontrds nos pontos situdos for do município de Mringá, ou sej, em áres exclusivmente ruris. A contminção destes pontos pode estr ssocid o lnçmento de esgoto doméstico clndestino, e os excrementos de nimis que têm cesso direto o rio Pirpó. Ests informções form otids ns entrevists com os mordores d região durnte s visits de cmpo. Metis pesdos Não form detectds concentrções significtivs dos indicdores de poluição por sustâncis tóxics. Os metis vlidos form: lumínio, zinco, core, níquel, mngnês e ferro, no entnto, s concentrções de todos encontrrm-se em ixo do limite estelecido pel Resolução Conm nº 357/25 pr um corpo de águ doce de Clsse II. Dentre os metis vlidos, vle pen destcr s concentrções de ferro e mngnês, um vez que os mesmos sofrem influênci ou form influencidos pel vrição de outros prâmetros. A Figur 8 ilustr vrição d concentrção de ferro e mngnês durnte o monitormento, concentrção de ferro vriou de,14,142 mg L -1 e de mngnês de,1 e,13 mg L -1. No entnto, em lguns meses esses metis não form detectdos ou té mesmo presentrm vlores muito insignificntes, por isso não há resultdos n Figur 8 de ril/25 set/25. A nálise de correlção pontou que houve ssocição significtiv entre s concentrções de ferro dissolvido e mngnês totl com cor prente e verddeir, turidez e precipitção pluviométric (Tels 6 e 7). O ferro, muits vezes ssocido o mngnês, confere à águ um colorção mreld e turv, decorrente d precipitção do mesmo qundo oxiddo (Fe 3+ e Mn 4+ ) (Richter e AzevedoNeto, 1991), contriuindo de form significtiv pr um umento n intensidde d cor (Figur 2 e ), como tmém n concentrção de turidez (Figur 2c). Tis compostos inorgânicos, em cominção com mtéri orgânic presente n águ,provocm efeito de mtéri em estdo coloidl (grupos de átomos ou íons) um vez que não podem ser vistos olho nu, ms podem refletir luz, não se sedimentm, tornndo-se difícil su remoção. Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

Avlição d qulidde d águ d ci do rio Pirpó 47 Ferro (mg/l) L -1 ) Mngnês (mg/l) L -1 ),35,3,25,2,15,1,5,,12,1,8,6,4,2, nov/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Co nm jn/6 nov/5 jn/6 mr/6 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Co nm mr/6 Figur 8. Vrição d concentrção de ferro dissolvido (); mngnês totl (). Apesr d precipitção pluviométric não presentr correlção significtiv com ferro dissolvido e mngnês totl n miori dos pontos, lixivição do solo provocdo pels chuvs cusou o crremento do solo, que se encontr exposto em grnde prte d áre monitordo. Já que o solo d região present colorção vermelh escuro, stnte fértil pel presenç de mineris ferro-mgnesinos, su presenç ns águs se deve à lixivição do solo (Mrtinez, 23). Tel 6. Análise de correlção de Spermm entre ferro e turidez, cor prente e verddeir e precipitção pluviométric. Ferro Dissolvido P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 Turidez,55,83,93,91,55 Cor Aprente,62,71,83,62,62 Cor Verddeir,26,43,43,4,21 Precipitção,54,66,72,49,54 Os vlores em negrito são esttisticmente significtivos em p <,5. Tel 7. Análise de correlção de Spermm entre mngnês e turidez, cor prente e verddeir e precipitção pluviométric. Mngnês Totl P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 Turidez,81,26,78,85,81 Cor Aprente,87,71,8,87,87 Cor Verddeir,58,36,34,37,57 Precipitção,7,36,63,7,7 Os vlores em negrito são esttisticmente significtivos em p <,5. Coliformes fecis - Escherichi coli Escherichi coli (E. coli) é undnte em fezes humns e de nimis, sendo somente encontrd em esgotos, águs nturis e solos desde que tenhm receido contminção fecl recente, proveniente de efluentes domésticos. Os resultdos d determinção de E. coli presentdos n Figur 9, indicrm vrições de ND 3. nº colônis 1 ml -1, tingindo, portnto, vlores de coliformes fecis cim do limite estelecido pel Resolução Conm nº 357/25 pr um corpo de águ doce de Clsse II (1. 1 ml -1 ). A nálise esttístic indicou que contgem de E. coli (H = 17,759; p =,2) difere significtivmente entre os pontos mostrdos, pontndo que P-3 difere de P-1 e P-2 e P-5 difere de P-2, ou sej, o mesmo comportmento dos resultdos de sulfeto e DBO. Provvelmente, este comportmento deve estr relciondo com fonte poluidor comum estes prâmetros, ou sej, tnto E. coli como o sulfeto e DBO têm como principl origem o lnçmento de despejos domésticos no curso d`águ, e est, é, possivelmente, principl fonte de contminção do rio Pirpó. E. E. coli (nº o colônis/1 ml ml) -1 ) 45 4 35 3 25 2 15 1 5 jul/5 P. 1 P. 2 P. 3 P. 4 P. 5 Res. Co nm set/5 nov/5 jn/6 mr/6 Figur 1. Vrição d contgem de Escherichi coli. Cssro e Correi (25) consttou que lguns fluentes do rio Pirpó são receptores de resíduos de diferentes origens, como por exemplo: óleos e grxs dos postos de serviços de lvgem e lurificção utomotivos, despejos industriis, lixos orgânicos, mteriis inertes de difícil degrdção. Verificou, ind, que nscente do rio Pirpó recee lnçmento de efluentes de diverss crcterístics físico-químics e iológics, como: crg orgânic de frigorífico, detergentes de diverss indústris, águs pluviis contminds com efluentes industriis, e que o rio Pirpó sofre processo de ssoremento, dd à flt de proteção nturl (mts cilires). Os resultdos otidos, neste trlho, indicm que situção retrtd por este pesquisdor ind persiste, ou sej, s concentrções de lguns compostos encontrdos no trecho monitordo Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28

48 Alves et l. indicm tnto presenç de poluentes orgânicos qunto inorgânicos. A conseqüênci disso é que má utilizção e explorção indequd do solo d ci, certmente, refletiu n qulidde d águ deste importnte recurso hídrico. Conclusão A contminção encontrd ns águs do rio Pirpó, principlmente quel proveniente de lnçmento clndestino de esgoto e do escomento do solo, vem lterndo drsticmente sus crcterístics físics, químics e iológics. Ests lterções, de um modo gerl, colorrm pr que qulidde d águ d áre monitord fosse clssificd como imprópri pr trtmento convencionl, enqudrndo-se como pertencente à Clsse IV, e se ções não forem tomds urgentemente no intuito de minimizr intens degrdção ntropogênic que este mnncil vem sofrendo, limitção do uso de sus águs será inevitável. É de extrem importânci à continuidde deste trlho, principlmente, pr implementção de novs nálises que identifiquem s clsses químics de determindos compostos orgânicos (cncerígenos) presentes em pesticids e fertilizntes, visto que ci do rio Pirpó present intens tividde grícol. Referêncis APHA-Americn Pulic Helth Assocition. Stndrd methods for the exmintion of wter nd wstewter. Wshington, D.C.: Americn Pulic Helth Assocition, 1998. BIOSYSTEMS. Técnics físico-químics pr nálise d águ. Curiti: Biosystems, 1995. BRASIL. Conselho Ncionl do Meio Amiente. Resolução n. 357, de 17 de mrço de 25. Dispõe sore um nov clssificção pr s águs doces, em como pr s águs slors e slins do território ncionl. Brsíli: Conm, 25. CARVALHO, A.R. et l. Relções d tividde gropecuári com prâmetros físicos químicos d águ. Químic Nov, São Pulo, n. 23, p. 618-622, 2. CASSARO, L.; CARREIA, M.F. Ftores de degrdção mientl d ci de cptção de águ pr cidde de Mringá rio Pirpó. Snre, Curiti, v. 16, p. 41-47, 25. CETESB-Compnhi de Tecnologi de Snemento Amientl. Vriáveis de qulidde ds águs. 26. Disponível em: <http://www.cetes.sp.gov/gu/rios/vrives>. Acesso em: 15 r. 26. CONOVER, W.J. Prcticl nonprmetric sttistics. New York: J. Wiley, 198. EMCON AMBIENTAL Empres de Consultori Amientl. Monitormento. 25. Disponível em: <http://www.emconmientl.com.r/monitormento>. Acesso em: 19 mio 25. ESTEVES, F.A. Fundmentos de limnologi. 2. ed. Rio de Jneiro: Interciênci, 1998. LOPES, J.C.J. Águ, ftor limitnte do desenvolvimento: região de Mringá PR. 21. Dissertção (Mestrdo em Economi) Universidde Estdul de Mringá, Mringá, 21. MARTINEZ, M. Aspectos d qulidde d águ do reservtório do Prque Ingá Mringá (PR). Monogrfi (Especilizção em Controle e Gestão Amientl) Universidde Estdul de Mringá, Mringá, 23. MARTINS, R.C. Agricultur, gestão dos recursos hídricos e desenvolvimento rurl: convergênci necessári, uso e gestão dos recursos hídricos no Brsil: velhos e novos desfios pr ciddni. São Crlos: Rim, 23. OLIVEIRA, T.M. Dignóstico d qulidde físico-químic e iológic d Bci do Alto Rio Pirpó. 24. Dissertção (Mestrdo em Engenhri Químic) Universidde Estdul de Mringá, Mringá, 24. O NEILL, P. Environmentl chemistry. London: Chmpmn nd Hll, 1995. PAIVA, J.B.D.; PAIVA, E.M.C.D. Hidrologi plicd à gestão de pequens cis hidrográfics. Porto Alegre: ABRH, 21. PERUÇO, J.D. Identificção ds principis fontes poluidors de fluentes d ci do lto rio Pirpó. Dissertção (Mestrdo em Engenhri Químic) Universidde Estdul de Mringá, Mringá, 24. RICHTER, C.A.; AZEVEDO NETO, J.M. Trtmento de águ: tecnologi tulizd. São Pulo: Edgrd Blucher, 1991. VON SPERLING, M. Princípios do trtmento iológico de águs residuáris. Belo Horizonte: Universidde Federl de Mins Geris, 1996. Received on April 13, 27. Accepted on Octoer 2, 27. Act Sci. Technol. Mringá, v. 3, n. 1, p. 39-48, 28