SOBREVIVÊNCIA E MORTALIDADE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRE- SAS: estudo dos fatores determinantes e condicionantes.



Documentos relacionados
IMPACTOS DO SISTEMA SIMPLES SOBRE A MORTALIDADE DE MICROS E PEQUENAS EMPRESAS: um estudo sobre os empreendimentos no município de Castanhal, PA

"Gestão Contábil para micro e. pequenas empresas: tomada

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS - FAN CEUNSP SALTO /SP CURSO DE TECNOLOGIA EM MARKETING TRABALHO INTERDISCIPLINAR

EMPREENDEDORISMO: POR QUE DEVERIA APRENDER?

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

SISTEMAS DE GESTÃO São Paulo, Janeiro de 2005

RESUMO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CEAHS CEAHS. Grupo Disciplinas presenciais Créditos Mercado da Saúde Ética e aspectos jurídicos 1

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Giselle Mesquita. Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Iniciação Científica das Faculdades Integradas Simonsen.

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec. Ensino Técnico

Como funcionam as micro e pequenas empresas

Quais estratégias de crédito e cobranças são necessárias para controlar e reduzir a inadimplência dos clientes, na Agroveterinária Santa Fé?

Artigo Lean Seis Sigma e Benchmarking

Pesquisa realizada com os participantes do 12º Seminário Nacional de Gestão de Projetos. Apresentação

Escolha os melhores caminhos para sua empresa

Pequenas e Médias Empresas no Chile. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

MATRIZ SWOT VANTAGENS DE SUA UTILIZAÇÃO NO COMÉRCIO VAREJISTA

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS - FAN CEUNSP SALTO /SP CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL TRABALHO INTERDISCIPLINAR

Pesquisa sobre o Perfil dos Empreendedores e das Empresas Sul Mineiras

CURSO: CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL. Missão

Nosso negócio é a melhoria da Capacidade Competitiva de nossos Clientes

Micro e Pequena Empresa: Conceito e Importância para a Economia.

SUPERE A CRISE E FORTALEÇA SEU NEGÓCIO.

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Empreendedorismo. Tópico 4 Plano de Negócios: Visão Geral

G t es ã tão E t s t ra é té i g? ca O Que é isso? TEORIA TE DAS DA ORGANIZA OR Ç GANIZA Õ Ç ES E Prof. Marcio Peres

Gestão de Pequenas Empresas no Brasil - Alguns Dados Importantes.

AGENDA SEBRAE OFICINAS CURSOS PALESTRAS JUNHO A DEZEMBRO GOIÂNIA. Especialistas em pequenos negócios. / / sebraego.com.

Estimativas Profissionais Plano de Carreira Empregabilidade Gestão de Pessoas

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA. Profª. Danielle Valente Duarte

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

Como criar um novo negócio

Como criar um novo negócio

GESTÃO FINANCEIRA PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

OFICINA DA PESQUISA DISCIPLINA: COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Rejane de Souza Pinheiro Wendell Simão da Rocha

Administração de Sistemas de Informação I

ESTUDO DA IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O COMÉRCIO VAREJISTA LUCIMEIRI CEZAR ANDRÉ

ESTUDO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇO PARA EMPREENDIMENTOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA. Palavras-Chave: Custos, Formação de Preço, Economia Solidária

Curso de Especialização em GESTÃO EMPRESARIAL

PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO

GESTÃO ESTRATÉGICA DA CADEIA LOGÍSTICA

Sistema de Gestão Ambiental

INTRODUÇÃO A ÃO O EMPREENDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO MBA em Gestão Estratégica de Esportes

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec. Ensino Técnico. Componente Curricular: ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING

IMPORTANTES ÁREAS PARA SUCESSO DE UMA EMPRESA

FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO FINANCEIRA PARA MICROEMPRESA

FACULDADE ESTÁCIO MONTESSORI DE IBIÚNA ESTÁCIO FMI SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO 1

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

A GESTÃO DE PESSOAS NA ÁREA DE FOMENTO MERCANTIL: UM ESTUDO DE CASO NA IGUANA FACTORING FOMENTO MERCANTIL LTDA

Prof: Carlos Alberto

Pesquisa realizada com os participantes do 16º Seminário Nacional de Gestão de Projetos APRESENTAÇÃO

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos VANTAGENS DA LOGÍSTICA REVERSA NOS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS

IDÉIAS SOBRE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS EMPRESARIAIS INTEGRADOS. Prof. Eduardo H. S. Oliveira

O impacto do INCLUSP no ingresso de estudantes da escola pública na USP

PLANO DE NEGÓCIOS. O QUE É?

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA GEM SÃO PAULO MARÇO 2008

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

MODELO PLANO DE NEGÓCIO

Formação e Capacitação de Agentes de Inclusão Digital

O PLANEJAMENTO FINANCEIRO E AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL 1

Sistema de Inteligência Competitiva Setorial

Carga Horária :144h (07/04 a 05/09/2014) 1. JUSTIFICATIVA: 2. OBJETIVO(S):

ASSUNTO DO MATERIAL DIDÁTICO: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E AS DECISÕES GERENCIAIS NA ERA DA INTERNET

Previsão de Ingresso: primeiro semestre de ESPM Unidade Sul. Rua Guilherme Schell, 350 Santo Antônio Porto Alegre/RS.

PERFIL DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO BOM NEGÓCIO PARANÁ NA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ

MOTIVADO PARA EMPREENDER

ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Organograma e Departamentalização

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Análise SWOT. Filipe Vana Leonardo Monteiro Marcus Voloch

Faculdades Integradas do Vale do Ivaí

Proposta para Formataça o de Franquia

Ensino Técnico. Qualificação: Qualificação Técnica de Nível Médio de Assistente Administrativo

Empresa como Sistema e seus Subsistemas. Professora Cintia Caetano

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MBA EXECUTIVO EM MARKETING E GESTÃO DE EQUIPES

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Outubro de 2015

GESTÃO DE SUPRIMENTO TECNÓLOGO EM LOGÍSTICA

Curso de Especialização em GESTÃO E LOGÍSTICA HOSPITALAR

O SEBRAE E O QUE ELE PODE FAZER PELO SEU NEGÓCIO

PROGRAMA BOM NEGÓCIO PARANÁ- APOIO AO EMPREENDEDORISMO AVALIAÇÃO DO NÚCLEO MARINGÁ

ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA. ISO 9001:2015 Tendências da nova revisão

Plano de Trabalho Docente 2014

Manual Brasileiro NR: MA 1 Pág: 1/1 de Acreditação - ONA Data de Emissão: 10/01/2000. LIDERANÇA E ADMINISTRAÇÃO Data desta Revisão: 06/03/2006

O CLIENTE COMO FONTE DE INFORMAÇÃO PARA INOVAÇÃO: INTEGRAÇÃO ENTRE AS DIMENSÕES CLIENTES E RELACIONAMENTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RADIAL DE SÃO PAULO SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO 1 MISSÃO DO CURSO

O Empreendedor Fabiano Marques

Transcrição:

SOBREVIVÊNCIA E MORTALIDADE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRE- SAS: estudo dos fatores determinantes e condicionantes. Regiane Paulo Borges 1, Dora Maria de Oliveira 2 Universidade Federal de Goiás Av. Dr. Lamartine Pinto de Avelar, 1120 - Catalão GO regianeborges_borges@yahoo.com.br doramoliveira@hotmail.com Recebido em: 28/10/2014 Aprovado em: 05/11/2014 Publicado em: 06/11/2014 RESUMO O objetivo deste estudo foi de apresentar um panorama das taxas de mortalidade e sobrevivência das micro e pequenas empresas; identificar os fatores que são cruciais para a mortalidade e/ou sobrevivência e diagnosticar os fatores que favorecem a mortalidade destas. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, a análise dos dados ocorreu de forma quantitativa e explicativa. A pesquisa assinalou que e- xiste uma tendência de diminuição da taxa de abertura das MPEs se comparada com a taxa de fechamento das empresas com o mesmo porte econômico e os fatores que condicionam a sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas e provocam a morte precoce das mesmas são preponderantemente de natureza estratégica. PALAVRAS-CHAVE: fatores, mortalidade, sobrevivência. ABSTRACT The aim of this study was to present an overview of mortality rates and survivals thereof; identify the factors that are crucial for mortality and / or survival of Micro and Small enterprises and diagnose factors that favor these mortality. The methodology used was the literature search, data analysis was quantitative and explanatory way. The research indicated that there is a decreasing trend in the rate of opening of MSEs compared to the rate of closure of companies with the same economic size and the factors that influence the survival of Micro and Small Enterprises and cause premature death of them are primarily of a strategic nature. KEYWORDS: factors, mortality, survival. INTRODUÇÃO O ambiente econômico onde estão inseridas as empresas brasileiras têm se mostrado bastante turbulento, complexo e competitivo. Deste modo, manter uma empresa funcionando, é um desafio inerente aos empreendedores donos das Micro e Pequenas empresas brasileiras. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 506 2014

Neste sentido, Fleck citado por Pereira, et al. (2009) afirma que [...] a verdadeira medida de sucesso de uma organização é sua habilidade de sobreviver. Neste contexto, observa-se que a maioria dos fatores que condicionam a sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas e provocam a morte precoce das mesmas são de natureza estratégica, e não pela falta de recursos, como pensado anteriormente pelo senso comum. Assim sendo, ferramentas como a análise SWOT, já demonstrou a importância do empreendedor conhecer as forças e fraquezas, as ameaças e oportunidades, do seu negócio, para um melhor gerenciamento estratégico (FAGUNDES, 2010). Em relação às ameaças e oportunidades, Batista citado por Grapeggia, et al. (2011), afirma que [...] considera neste grupo o ambiente externo determinado pelas cinco forças do modelo de análise da competitividade empresarial de Michael Porter: fornecedores, clientes, entrantes, concorrentes e substitutos. As mudanças contínuas, globalização, evolução tecnológica e concorrência acirrada por maior qualidade e preços baixos, passaram a exigir das organizações novas abordagens em relação à administração dos negócios. Por isso, para atender a estas necessidades, entre as características essenciais exigidas de um profissional empreendedor estão à habilidade para lidar com pessoas, capacidade de comunicação, trabalho em equipe, liderança, negociação, busca de informações e capacidade de tomar decisões em vários contextos. Neste sentido, Bedê (2008), defende que: Não é de agora que o empreendedorismo competente e responsável começa a criar musculatura no Brasil, havendo melhora no perfil dos empresários, como: aumento da escolaridade; aumento na proporção de empreendedores por oportunidade; aumento por auxílio nas entidades de apoio às empresas; aumento da procura dos empresários por cursos; e aumento de participação dos empresários em reuniões de entidades e em ações em conjunto com outras empresas (BEDÊ, 2008, p.8). A importância deste estudo prende-se ao fato de que os avanços tecnológicos nos diversos ramos de negócio e a busca por novos modelos de gestão, exigem das empresas e dos profissionais uma atualização contínua, deste modo, pretendese pesquisar os fatores que são determinantes para a sobrevivência e/ou mortalidade das MPEs no cenário brasileiro. A justificativa para a realização desta pesquisa está na contribuição que a mesma pode apresentar para o desenvolvimento econômico e social do país, uma vez que elencados os fatores prejudiciais à sobrevivência das Micro e Pequenas empresas brasileiras, os empreendedores de posse dessas informações, poderão antever situações que possam comprometer o sucesso de seus empreendimentos em um momento futuro. Enfim, conscientizá-los sobre a necessidade de desenvolver o empreendedorismo dirigido por profissionais capacitados e com isso minimizar a mortalidade das empresas, principalmente das PMEs. Nessa direção, Sérgio Risola citado por Pinheiro (2012), explica o seguinte: [...] Pequenas empresas são o sustentáculo de uma economia em qualquer lugar do mundo. O presente artigo tem como objetivo geral apresentar um panorama das taxas de mortalidade e sobrevivências das Micro e Pequenas empresas; identificar os fatores que são cruciais para a mortalidade e/ou sobrevivência e diagnosticar fatores que favorecem a mortalidade destas. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 507 2014

MATERIAL E METODOS Quanto ao método e a forma de abordar o problema, a presente pesquisa se caracteriza como quantitativa, uma vez que tem caráter objetivo, procurando medir e quantificar os resultados da investigação, elaborando-os em dados estatísticos a partir de interpretações e análises (GIL, 2004). A pesquisa se classifica como explicativa uma vez que, explica os fatores determinantes e condicionantes da sobrevivência e mortalidade das Micro e Pequenas empresas brasileiras, com leituras iniciais para entender mais detalhadamente o assunto, para auxiliar na preposição da pesquisa, definição do problema e objetivos da mesma. Os métodos de coleta de dados empregados consistiram na pesquisa bibliográfica e documental, já que o estudo se fundamentou a partir do conhecimento disponível em livros e artigos científicos, e ainda, fontes documentais de dados fornecidos por órgãos públicos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nesta seção pretende-se através dos resultados encontrados na pesquisa, apresentar os dados referentes às aberturas e fechamentos das Micro e Pequenas Empresas do estado de Goiás nos anos de 2010, 2011 e 2012. 1107 903 928 923 837 859 834 775 804 755 633 620 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Gráfico 1: MPEs abertas em 2010. Gráfico 2: MPEs extintas em 2010 em Goiás. Fonte: Juceg (2013). Fonte: Juceg (2013). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 508 2014

949 932 867875 820 852 803 970 881 760 720 612 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Gráfico 3: MPEs abertas em 2011. Gráfico 4: MPEs extintas em 2011 em Goiás. Fonte: Juceg (2013). Fonte: Juceg (2013). 851 817 745 635 848 691704 787 581 597 599 454 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Gráfico 5: MPEs abertas em 2012 em Goías. Gráfico 6: MPEs extintas em 2012 em Goiás. Fonte: Juceg (2013). Fonte: Juceg (2013). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 509 2014

TABELA 1 - Dados do estado de Goiás. Hh Horizontal h Vertical Ano Abertas Fechadas % Fechamentos % relativo ano anterior 2010 9978 6006 60,19% Aberturas Fechamentos 2011 10041 6068 60,43% +0,63% +1,03% 2012 8309 5569 67,02% -17,25% -8,22% Fonte: Dados da pesquisa do autor (2013). Considerando que cada estado tem suas peculiaridades, problemas, e até mesmo políticas fiscais diferentes, não foi possível confrontar os dados acima com os dados de outros estados. Considerando que as empresas que abriram não são necessariamente as mesmas que fecharam no mesmo ano, é possível perceber algumas tendências para o estado, tais como: A quantidade de empresas que encerraram as atividades em 2011 teve um aumento proporcionalmente maior em relação às abertas, se comparado com o ano anterior. No ano de 2012, a proporção de fechamento e abertura de empresas em relação ao ano anterior seguiu a mesma tendência, ou seja, mais de 60% das empresas que abriram, fecharam suas portas, no mesmo ano. Vale ressaltar que no ano de 2012, desencadeou as crises europeia e americana, o que com certeza teve reflexos no Brasil, ocasionando um baixo número de abertura de empresas em 2012 se comparado com o ano anterior. Na análise vertical pode se observar ainda, que enquanto a taxa de fechamento caiu aproximadamente 7% no período 2010 a 2012, a taxa de abertura caiu aproximadamente 17%, nesse mesmo período. Em relação à análise horizontal, é possível notar que o percentual relativo de empresas que encerram atividades em cada ano, vem aumentando, em 2010 esse porcentual foi de 60,19%, em 2011 subiu para 60,43% e 2012 teve um aumento maior ainda, ficando em 67,02%. Os resultados apontaram que na análise vertical as taxas de abertura e fechamento no período caíram. O fato de menos MPEs terem sido abertas ocasionou uma consequente queda na taxa de fechamento das MPEs, o que evidencia uma melhora no perfil dos empresários uma vez que, os empreendedores não estão mais empreendendo por necessidade sem um estudo prévio e estruturado do seu negócio, isso explica o fato de menos empresas terem sido abertas no período em questão. Quando analisadas horizontalmente as taxas de fechamento estão em constante aumento o que demonstra a importância do desenvolvimento do empreendedorismo competente em nosso país. Neste sentido, pode-se inferir que os fatores que condicionam a sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas e provocam a morte precoce das mesmas são ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 510 2014

preponderantemente de natureza estratégica, contrariando o senso comum que diz que a falta de recursos seja a principal causa de mortalidade deste tipo de empresa. CONCLUSÕES Como as MPEs são cruciais para o desenvolvimento do País, o fechamento desse tipo de empresa traz consequências, como: eliminação de postos de trabalho, perdas financeiras e problemas de autoestima. As empresas clientes do Sebrae, tem índices inferiores de fechamento de empresas, o que deixa claro que, com ações adequadas é possível a redução da taxa de mortalidade. Como fatores que propiciaram uma taxa maior de sobrevivência das empresas brasileiras pode-se citar: aquecimento da economia brasileira, avanço da legislação, aumento na escolaridade dos empreendedores e forte crescimento do mercado consumidor interno. Pode-se concluir que o fechamento das empresas está associado a um conjunto de fatores e a acumulação desses fatores, ampliam as chances de fechamento das MPEs. Os motivos alegados pelos empresários tendem a refletir mais a situação final a que chegou o negócio do que as efetivas causas do fechamento, ou seja, os empresários desconhecem efetivamente os fatores e/ou motivos da mortalidade do seu negócio. Fatores como: deficiência no planejamento, falta de técnicas de marketing, de avaliação de custos e fluxo de caixa, desenvolvimento de novos produtos, também influenciaram o índice de mortalidade/sobrevivência das MPEs. Cabe destacar que, nos últimos anos parte dessas causas apresentou uma evolução positiva, a saber: a conjuntura econômica e as políticas de apoio aos pequenos negócios evoluíram positivamente, no nível dos indivíduos há uma proporção maior de empreendedores que procuram cursos e maior intensidade do levantamento de informações antes da abertura, mesmo que tais aspectos ainda podem ser melhorados. Não houve melhora em relação à gestão empresarial, o que exige maior atenção nesse aspecto, por parte dos empreendedores, para evitar um aumento no índice de mortalidade das MPEs. REFERÊNCIAS BEDÊ, Marco Aurélio. 10 anos de Monitoramento da Sobrevivência e Mortalidade de Empresas. Edição 2008. São Paulo: Sebrae, 2008. FAGUNDES, Rosival. A Matriz Swot do Brasil. Disponível em: www.administradores.com.br. acesso em: 12/10/2014 às 11:27h. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2004. GRAPEGGIA, et al. Fatores condicionantes de sucesso e/ou mortalidade de micro e pequenas empresas em Santa Catarina. 2011. Epub. Produção (São Paulo. Impresso). JUCEG. Estatísticas. Disponível em: <http://www.juceg.go.gov.br>. Acesso em: 20 Jan. 2013. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 511 2014

PEREIRA, et al. Fatores de inovação para a sobrevivência das micro e pequenas empresas no Brasil. 2009. Revista de Administração e Inovação. São Paulo. PINHEIRO, Roosevelt. Mapa das micro e pequenas empresas. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/02/o-mapa-das-micro-epequenas-empresas>. Acesso em: 17 Fev. 2013. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 512 2014