Exercitando o raciocínio lógico-dedutivo! Exercícios de raciocínio lógico-dedutivo a favor de Deus. Primeiramente devemos entender o conceito da dedução lógica, para então, realizarmos o seu exercício. O método dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada(s) premissa(s). Essencialmente, os raciocínios dedutivos se caracterizam por apresentar conclusões que devem, necessariamente, ser verdadeiras, caso todas as premissas sejam verdadeiras bem como se o raciocínio respeitar uma forma lógica válida. Partindo de princípios reconhecidos como verdadeiros (premissa maior), o pesquisador estabelece relações com uma segunda proposição (premissa menor) para, a partir de raciocínio lógico, chegar à verdade daquilo que propõe (conclusão). Mas o que é uma dedução? Simples! Uma dedução é uma espécie de argumento no qual a forma lógica válida garante a verdade da conclusão se as premissas forem verdadeiras. Por exemplo: Temos duas premissas verdadeiras: "P1: Todos os homens são mortais." / "P2: Sócrates é homem". Agora apresentemos a forma lógica válida: "TODO X é Y / Z é X / Logo, Z é Y" Veja que as duas premissas obedecem à uma forma lógica válida. Se a conclusão for "P3: Logo, Sócrates é mortal (Logo, Z é Y)",
então temos uma dedução. É comum definir erradamente que na dedução inferimos uma conclusão particular de premissas gerais (o famoso do geral para o particular). Isto é falso. Esse tipo de pensamento existe porque muitas pessoas só conhecem UM tipo de dedução. "TODO X é Y / Z é X / Logo, Z é Y". O problema é que existem deduções cujas premissas maiores são iniciadas por condicionais e não partem necessariamente de premissas gerais, como os modus tollens e ponens: Modus ponendo ponens: "Se P, então Q. P. Portanto Q." Modus tollens: "Se P, então Q. Q é falso. Logo, P é falso." Mas o que é modus? Por exemplo, o Modus tollens (Latim: modo que nega) ou negação do consequente, é o nome formal para a prova indireta. Considere dois exemplos: (1): Se existe fogo aqui, então aqui também há oxigênio. (2): Não há oxigênio aqui. (3): Então aqui não há fogo. (1): Se eu piso em uma casca de banana, eu caio. (2): Eu não caí. (3): Então não pisei em uma casca de banana. Em outro exemplo, o Modus ponens (Latim: modo de afirmar) é um dos modos dos silogismos condicionais (normalmente abreviado para MP). Logo abaixo segue um exemplo: (1): Se chover, então fico em casa. (2): Chove.
(3): Então fico em casa. Agora que já entendemos o conceito de dedução lógica, finalmente poderemos dar início ao exercício de dedução lógica a favor da existência de Deus. Sigam o silogismo abaixo (O argumento cosmológico Kalam será a nossa base de exercício): (1): Tudo o que começa a existir tem uma causa. (2): O universo começou a existir. (3): O universo tem uma causa. Agora analise esta outra verdade auto-evidente: (4): A causa primeira precisa ser INFINITA porque senão contraria a proposição (1) (Tudo o que começa a existir tem uma causa) e obviamente porque não havia tempo antes do Big Bang. Logo, chegamos a conclusão: (5): A causa primeira do universo é infinita. Agora analisemos estas outras: (6): O infinito não cabe dentro do tempo. (7): O tempo é finito. Logo, chegamos a conclusão: (8): O infinito precisa ser atemporal. Na sequência:
(8): O infinito precisa ser atemporal. (9): A matéria é finita. Então: (10): A matéria não cabe fora do tempo. Logo, com (9) e (10), chegamos a conclusão: (11): Um universo atemporal também é imaterial. Logo, se: (5): A causa primeira do universo é infinita. (8): O infinito precisa ser atemporal. (11): Um universo atemporal também é imaterial. Portanto: (12): O Universo teve uma causa INFINITA / ATEMPORAL e IMATERIAL, a esta causa chamamos de Deus. Este é o argumento de Kalam expandido, todas as conclusões do argumento acima partem de premissas auto-evidentes. Agora sobre a pessoalidade de Deus, segue: (A): O que está contido em uma parte do todo, também está contido no todo. (B): A inteligência está contida nos homens. (C): Os homens estão contidos no tempo e no espaço. (D): O tempo e a matéria não podem estar contidas no nada. (E): Portanto devem estar contidas ou resultar de uma causa atemporal e imaterial. (F): Assim também a inteligência está contida nessa causa primeira.
Esta é uma forma de deduzir uma causa atemporal, imaterial e pessoal. Ainda sobre a pessoalidade desta causa primeira, existe o argumento citado pelo autor do brilhante artigo na 2ª parte: A única maneira de ter uma causa eterna mas um efeito temporal é se a causa for um agente pessoal que livremente escolhe criar um efeito no tempo. Além deste, existe a 3ª das 5 vias do São Tomás de Aquino, onde ele diz que nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser. e a 5ª via: Inteligência ordenadora: Existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada. Ainda sim, podemos continuar a inferir certas coisas sobre Ele, utilizando de deduções lógicas, mas sem o auxílio de silogismos, com base no que criou. Em outras palavras, devemos nos perguntar: Podemos entender a causa através dos seus efeitos? A resposta a esta pergunta é sim, podemos, e as seguintes conclusões podem ser tiradas: (1): Ele deve ser de natureza sobrenatural (pois criou o tempo e espaço). (2): Ele deve ser onipotente, em outras palavras, excessivamente poderoso (porque é necessário um poder além da nossa compreensão para tudo criar). (3): Ele deve ser eterno (auto-existente). (4): Ele deve ser onipresente (pois criou o espaço e não é por ele limitado). (5): Ele deve ser eterno e imutável (pois criou o tempo). (6): Ele deve ser imaterial (porque transcende o espaço físico).
(7): Ele deve ser pessoal (pois o impessoal não pode criar a personalidade). (8): Ele deve ser infinito e singular (porque não se pode ter dois infinitos). (9): Ele deve ser diversificado e unificado ao mesmo tempo, uma vez que unidade e diversidade existem na natureza. (10): Ele deve ser onisciente, em outras palavras, excessivamente inteligente (porque apenas um ser cognitivo pode criar um outro ser cognitivo). (11): Ele deve ter propósito (pois deliberadamente criou tudo). (12): Ele deve ser moral (porque não se pode ter uma lei moral sem o seu legislador). (13): Ele deve ser cuidadoso (ou as leis morais não teriam sido dadas). [Atenção: Para auxiliar no entendimento das premissas (12) e (13) é necessário observar que o embalsamento delas parte expressamente do argumento da moralidade objetiva] Conclusões e considerações finais: Este é um exercício de extrema relevância para os debatedores, em especial os teístas, pois a lógica é uma parte da filosofia que estuda o fundamento, a estrutura e as expressões humanas do conhecimento e suas aplicações vão além dos limites de qualquer disciplina. Seu objetivo é estudar o pensamento humano e distinguir interferências e argumentos certos e errados. A lógica em Aristóteles tinha a finalidade de apresentar a validade do argumento. Na Filosofia, a lógica tem grande importância, pois os filósofos procuram a verdade, como a lógica, e consideram aquilo que é verdadeiro universalmente. A lógica desempenha dois papéis na filosofia: Clarifica o pensamento e ajuda a evitar erros de raciocínio. Ela também permite criticar os argumentos, problemas e teorias dos filósofos. Então, gostando ou
não, ela pode nos demonstrar uma verdade inquestionável, o que é EXTREMAMENTE útil para derrubar as mentiras impostas pelos neo-ateus, afinal de contas, não é preciso mais do que utilizar corretamente a filosofia para derrubá-los.