Razão e fé. Filosofia MedievaL. Douglas Blanco

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1 Razão e fé Filosofia MedievaL Douglas Blanco

2 CRISTIANO PALAZZINI/SHUTTERSTOCK Aspectos gerais Correntes da filosofia medieval e principais representantes: Patrística (séc. II-V), com Agostinho de Hipona, e Escolástica (séc. IX-XV), com Tomás de Aquino. A herança da filosofia antiga pagã foi adaptada à tradição cristã pelos teólogos da patrística, os chamados Padres da Igreja. Castelo medieval de Cascassone, na França, em 2011 Os textos antigos foram preservados pelos monges, medievais.

3 BRIDGEMAN/KEYSTONE Patrística Os apologistas adaptaram os textos platônicos, mais adequados à nova fé. Principais temas: a natureza de Deus e da alma, a vida futura, o confronto entre o bem e o mal, a noção de pecado e de salvação, a questão do tempo. Agostinho de Hipona redigiu: Confissões, De magistro, A cidade de Deus, Sobre a trindade, entre outras obras. Santo Agostinho, quadro de Piero della Francesca, século XV

4 Agostinho de Hipona Agostinho foi o primeiro a usar o conceito de livre-arbítrio, como faculdade da razão e da vontade, para ele, o mal não tem uma existência real, mas é uma carência, a ausência do Bem. Desenvolveu a teoria da iluminação, segundo a qual possuímos as verdades eternas porque as recebemos de Deus. O tempo é percebido pela nossa consciência, na qual o passado existe como memória e o futuro, como expectativa. Ao discutir sobre as relações entre política e religião, refere-se às duas cidades, a cidade de Deus e a cidade terrestre.

5 Tempo Costumamos dividir o tempo em três partes: passado, presente e futuro. Mas, segundo Santo Agostinho, só temos a capacidade de perceber e medir o tempo no momento em que decorre. Questiona Agostinho: Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicálo clara e brevemente? Quem o poderá apreender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei. Agostinho defronta-se com algumas dificuldades principais ao falar sobre o tempo: não podemos apreendê-lo, pois o tempo nos escapa, não conseguimos medi-lo. E também não podemos percebê-lo. Desta forma, não conseguimos medir o tempo. O presente porque não tem nenhum espaço; o futuro porque ainda não veio e o passado porque já não existe mais. Podemos perceber e medi-lo apenas no momento em que está decorrendo.

6 PETWORTH HOUSE, SUSSEX/BRIDGEMAN/KEYSTONE Escolástica São Tomás de Aquino, pintura de Adam Elsheimer, século XVI A escolástica sofreu influência decisiva do aristotelismo. Principal representante da escolástica: Tomás de Aquino, século XIII, auge da escolástica. As universidades foram importantes como foco de fermentação intelectual. Principais temas: prova da existência de Deus, criação do mundo, verdade, ética, imortalidade da alma, política.

7 A questão dos universais O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas. A questão era: os universais seriam realidades, ideias ou apenas palavras? Principais respostas: realismo (Anselmo), realismo moderado (Tomás de Aquino), nominalismo (Guilherme de Ockham) e conceptualismo (Pedro Abelardo).

8 Tomás de Aquino A grande síntese aristotélico-tomista expressa-se na obra Suma Teológica. Aquino prioriza a fé, mas valoriza a importância da razão. Na teoria do conhecimento, reconhece a participação dos sentidos e do intelecto. Diferentemente de Aristóteles, destaca a imortalidade da alma. Aquino segue de perto a ética aristotélica, mas, segundo ele, pela revelação e pela fé, pode-se alcançar uma felicidade mais alta.

9 Provas da existência de Deus As cinco vias são baseadas nas provas aristotélicas sobre a causa primeira, o Primeiro Motor Imóvel. São elas: o movimento, a causa eficiente, a contingência, os graus de perfeição, a causa final.

10 A existência de Deus por meio da razão (5 vias de demonstração) Primeira via Primeiro Motor Imóvel: Tudo o que se move é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi movido.

11 Segunda via Causa Primeira: Decorre da relação "causa-e-efeito" que se observa nas coisas criadas. É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita.

12 Terceira via Ser Necessário: Existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser.

13 Quarta via Ser Perfeito: Verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais seres

14 Quinta via Inteligência Ordenadora: Existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada.

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