O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ TRADICIONAL: Um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.



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Transcrição:

FACULDADE DE CARIACICA THAÍS MANOEL TEIXEIRA O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ TRADICIONAL: Um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. CARIACICA 2012

THAÍS MANOEL TEIXEIRA O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ TRADICIONAL: Um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Cariacica, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Carlos Manoel Moraes. CARIACICA 2012

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) Biblioteca da Faculdade de Cariacica T266t TEIXEIRA, Thaís Manoel O termômetro de Kanitz versus análise de liquidez tradicional: um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda / Thaís Manoel Teixeira. 2012. 54 f.; 30 cm Orientador: Prof. Carlos Manoel S. Moraes. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Cariacica, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. 1. Balanço Financeiro - Administração financeira. 2. Análise de Liquidez. 3. Insolvência. I. MORAES, Carlos Manoel S. II. Faculdade de Cariacica. III. Título. CDD 658.15076

THAÍS MANOEL TEIXEIRA O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ TRADICIONAL: Um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Cariacica como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovado em 07 de Dezembro de 2012. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Carlos Manoel Moraes Orientador Faculdade de Cariacica Prof. Wanderson Leão Borges Aleixo Faculdade de Cariacica Banca 1 Prof. Me. Magda Sacht Kumm Faculdade de Cariacica Banca 2

Dedico esse trabalho ao meu esposo Fabrício Augusto da Cunha, que me ajudou e incentivou na realização do sonho da formação acadêmica, acreditando que eu pudesse aprender ciências contábeis, quando decidi na escolha deste curso. Foi amigo, conselheiro e professor, me apoiando dia a dia. Agradeço pelas ideias e sabedoria a mim repassadas, ajudando-me na vivência acadêmica e na realização deste trabalho. Sinto-me grata e orgulhosa por tê-lo sempre ao meu lado.

AGRADECIMENTOS Agradeço a Jesus Cristo, pois sem Ele, não sou nada, porém, com Ele, sou tudo. Ao meu esposo Fabrício Augusto da Cunha que acreditou em mim, me ajudando dia a dia. Á minha avó Lêda Seidel Teixeira que, com base em sua experiência empírica, ensinou-me como era a vida. À minha Tia Lucia Helena Teixeira, que me ajudou em um momento difícil, sendo amiga e solidária. Ao Professor Carlos Manoel Moraes, por quem fui orientada, pela confiança em mim depositada, pelas ideias que tornaram possível a realização deste trabalho. Assim como aos meus amigos e familiares, que foram pacientes e compreensivos em minha ausência. E a todos os professores e amigos, que me ensinaram e ajudaram, de forma direta ou indireta, nesta longa caminhada em busca da graduação. Obrigada a todos que fazem parte da minha história.

Satisfeita, olho para trás e lembro-me de tudo que vivi nesta jornada acadêmica, que em tão pouco tempo pareceu-me uma vida. Nela percebi que viver não é saber, e que este não ocupa espaço. Aprendi que ganhar às vezes é perder, como perdi horas de sono e de lazer. Mas valeu a pena, e faria tudo outra vez! (Thaís Manoel Teixeira) O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem. (Fernando Pessoa)

RESUMO TEIXEIRA, Thaís Manoel. O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ TRADICIONAL: um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. 2012. 54 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis Faculdade de Cariacica UNIEST, Cariacica, 2012. De acordo com informações geradas pelo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2005), o mercado empresarial tem crescido consideravelmente, e está aquecido por empresas de pequeno e médio porte. Porém, com essa evolução, a insolvência também tem tomado uma parcela considerável do mercado. Por esse motivo, muitos empreendedores buscam meios para prever uma possível insolvência antes de entrarem em crise. Este estudo acadêmico visa identificar qual indicador entre os índices de liquidez tradicionais e o Modelo de Kanitz, mostraria com maior eficiência a solvência ou a insolvência da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. (nome fictício), dos anos compreendidos entre 2008 e 2011. Para se atingir o objetivo principal, utilizou-se pesquisa bibliográfica, documental e foi realizado um estudo de caso nesta empresa, utilizando informações obtidas em demonstrações contábeis. Essa empresa vinha progredindo até o momento em que entrou em um negócio de alto risco, perdendo consideravelmente a liquidez financeira, por não conseguir cumprir seus prazos de pagamento. Com as análises obtidas pelos indicadores, pode-se concluir que os índices de liquidez tradicionais foram mais eficientes para determinar a insolvência dessa empresa, já que a mesma apresenta um quadro de baixa liquidez sendo determinado pelo patrimônio líquido e lucro líquido negativos, fazendo com que o resultado do termômetro de Kanitz afirmasse que a empresa está solvente. Este resultado se deu pelo emprego da regra matemática, pois quando há dois valores negativos na multiplicação ou na divisão, o resultado será positivo, tornando o termômetro de Kanitz ineficaz especificamente para o quadro da empresa objeto desse estudo. Palavras-chave: Termômetro de Kanitz, Índices de Liquidez Tradicional, Demonstrações Contábeis.

LISTA DE QUADROS Quadro 1: Balanço Patrimonial Quadro 2: Balanço Patrimonial Alterado Pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 Quadro 3: Demonstração do Resultado do Exercício Quadro 4: Situação Financeira Positiva Quadro 5: Situação Financeira Nula Quadro 6: Situação Financeira Negativa

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fator de Insolvência Figura 2: Termômetro de Kanitz

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Balanço Patrimonial Tabela 2: Demonstração do Resultado do Exercício

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Progressão dos Índices de Liquidez Tradicionais Gráfico 2: Progressão do Modelo de Kanitz

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 14 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO...14 1.2. PROBLEMA DE PESQUISA...17 1.3. OBJETIVOS...17 1.3.1. Objetivo Geral...17 1.3.2. Objetivos Específicos...17 1.4. METODOLOGIA...18 1.5. JUSTIFICATIVA...19 1.6. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA...20 2. REFERENCIAL TEÓRICO... 21 2.1. CONTABILIDADE...21 2.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS...22 2.2.1. Balanço Patrimonial...23 2.2.1.1. Ativo...23 2.2.1.2. Passivo...24 2.2.1.3. Patrimônio Líquido...24 2.2.1.4. Alterações Impostas pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009...24 2.2.2. Demonstração do Resultado do Exercício...26 2.3. SITUAÇÃO FINANCEIRA...26 2.4. ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAL...28 2.4.1. Liquidez Corrente (LC)...29 2.4.2. Liquidez Seca (LS)...29 2.4.3. Liquidez Imediata (LI)...29 2.4.4. Liquidez Geral (LG)...30 2.5. ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO...30 2.5.1. Grau de Endividamento (GE)...30 2.6. RETORNO SOBRE CAPITAL PRÓPRIO...30 2.6.1. Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL)...30 2.7. O TERMÔMETRO DE KANITZ...31 3. ESTUDO DE CASO... 34 3.1. BALANÇO PATRIMONIAL...35 3.2. DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO...36 3.3. ANÁLISE DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAIS...37 3.3.1. Liquidez Corrente...37 3.3.2. Liquidez Seca...37 3.3.3. Liquidez Imediata...38 3.3.4. Liquidez Geral...38 3.3.5. Grau de Endividamento...39 3.3.6. Rentabilidade do Patrimônio Líquido...40 3.3.7. Análise Geral...40 3.4. ANÁLISE DO TERMÔMETRO DE KANITZ...41 3.4.1. Identificação do Fator de Insolvência em 2008...42 3.4.2. Identificação do Fator de Insolvência em 2009...43 3.4.3. Identificação do Fator de Insolvência em 2010...44 3.4.4. Identificação do Fator de Insolvência em 2011...45 3.4.5. Análise Geral...46 3.5. ANÁLISE COMPARATIVA...46

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 49 5. REFERÊNCIAS... 52

14 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO Ao longo dos anos estudiosos buscam alternativas, por meio de estudos rigorosos fundamentados em ramificações matemáticas e estatísticas, que possibilitem obtenção de informações para o campo gerencial a fim de elevar os conceitos para direção de um negócio, permitindo, assim, uma boa gestão. Cabe salientar que, conforme esclarece Brasil e Brasil (1996), a contabilidade define vários formatos de demonstrativos com os registros consolidados da empresa, nos quais se relatam as origens e aplicações de recursos, permitindo, então, conhecer a capacidade financeira da empresa. De acordo com Crepaldi (2008, p. 5), Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. Sendo assim, com o auxilio da contabilidade gerencial e da análise das demonstrações contábeis, os gestores, tais como contadores, administradores ou interessados na avaliação da lucratividade dos negócios, podem se beneficiar dos recursos disponibilizados, pois a contabilidade fornece aos usuários uma visão geral da empresa, tornando possível traçar estratégias para aumentar os saldos e negócios. No entanto, é fundamental utilizar-se de técnicas seguras para evitar interpretações errôneas ou incompletas. A análise das demonstrações contábeis, através da utilização de índices de balanço, de acordo com Marion (2009), é um instrumento indispensável para a tomada de decisões, pois fornece uma visão ampla da situação econômica e financeira da empresa, avaliando os aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros, detectando pontos fortes e pontos fracos do processo operacional e financeiro da empresa. Este estudo aborda duas ferramentas contábeis utilizadas para gerenciar a situação financeira das empresas, os índices de liquidez tradicionais e o Termômetro de

15 Kanitz, modelo desenvolvido pelo professor Stephen Charles Kanitz destinado à prevenção de falências. O termômetro como ferramenta matemática de caráter estatístico, poderia refletir a situação financeira da empresa, determinando a tendência de uma empresa falir ou não. Os indicadores financeiros poderiam identificar ou prevenir de forma fácil a realidade financeira das empresas. Para tanto, é necessário verificar quais indicadores serão mais específicos para mensurar uma potencial insolvência. Tendo em vista que a solvência está relacionada à liquidez, e esta se relaciona diretamente com a capacidade que uma empresa tem de quitar suas obrigações, é a insolvência a consequência da falta de capacidade que uma empresa tem para quitar suas obrigações. Dessa forma, a insolvência tem no inadimplemento o seu primeiro efeito, ou até mesmo um sintoma. Fama e Grava (2000) salientam que um dos primeiros sintomas da insolvência seria o inadimplemento, pois a baixa liquidez poderia ser um sintoma de insolvência futura. No entanto, uma empresa pode apresentar uma crise de liquidez e ainda ter seus ativos superiores às suas obrigações, sendo necessária apenas uma realocação em seus prazos de pagamento. O fato é que, na maioria das vezes, as medidas cabíveis geralmente são adotadas pelos gestores ao se depararem com uma situação de insolvência. Nesse momento as modificações já não são suficientes para evitar uma possível falência. Isto se dá pela carência de informações que a contabilidade tradicional tem, pois refletem apenas dados passados, menos eficazes para a tomada de decisões. Para que as empresas possam sobreviver em um mercado altamente competitivo, é necessário obter maior retorno financeiro. Para que isso ocorra, as informações contábeis devem remeter-nos a informações financeiras mais atuais, projetando os resultados financeiros para o futuro, permitindo que o gestor tenha tempo para planejar as mudanças necessárias para que a empresa volte a ter saúde financeira.

16 Portanto, percebe-se a necessidade de os gestores estarem atentos à liquidez e à solidez da empresa, pois a falência de uma empresa pode ser evitada se os fatores que a levaram à insolvência forem identificados em tempo hábil, para que decisões possam ser tomadas, permitindo que as falhas sejam retificadas e a capacidade financeira volte a ser sólida. A empresa, que é objeto deste estudo de caso, teve sua razão social modificada para preservar seu anonimato, e é representada pelo nome empresarial de Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. sendo um exemplo de empresa de pequeno e médio porte que não utiliza a Contabilidade Gerencial como ferramenta de análise para tomada de decisões, tão pouco, tem acesso a auditores internos, ou até, em muitos casos, profissionais para os auxiliarem num adequado planejamento tributário. Muitas destas empresas são formadas por empreendedores sem formação adequada e que desconhecem a importância da utilização das informações contábeis para analisar os dados e planejar o rumo financeiro da empresa. Desta forma, esses gestores enfrentam dificuldades para administrar empresas que crescem, e não acompanham sua situação patrimonial e financeira. Tais empresas precisam de ferramentas que as auxiliem para que não entrem em descontinuidade por não ter informações contábeis que as ajudem nos planejamentos necessários para alavancar a receita e o lucro da entidade. Por este motivo, esta pesquisa dará ênfase à necessidade de ferramentas como instrumentos de apoio que mostrem se o rumo financeiro que a empresa está trilhando está sendo eficaz ou se está levando-a a insolvência. No capitulo 01 será definida a metodologia utilizada para atingir o objetivo deste estudo de caso, evidenciando a relevância desta pesquisa. No capitulo 02 será abordado o referencial teórico que é a base para a realização da pesquisa, pois dará legitimidade às afirmações que serão feitas, e o conhecimento de todo o assunto explorado.

17 Já no capitulo 03, será apresentado o estudo de caso, em conjunto com as análises de cada método utilizado e a análise comparativa, identificando qual método será mais eficiente para saber se esta empresa está solvente ou insolvente. E, por fim, será apresentada a análise conclusiva deste estudo, como resposta ao problema de pesquisa proposto, defendendo os índices de liquidez tradicionais como ferramenta mais eficiente para identificar a capacidade de solvência da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. 1.2. PROBLEMA DE PESQUISA Com base na argumentação exposta, comparando-se os índices de liquidez tradicionais com o modelo de Kanitz, chegou-se a seguinte questão de pesquisa: qual indicador mostraria com maior eficiência a solvência ou insolvência da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. dos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011? 1.3. OBJETIVOS A seguir serão apresentados os objetivos que auxiliarão na apresentação da resposta ao problema de pesquisa proposto, e, consequentemente, na produção do relatório de pesquisa. 1.3.1. Objetivo Geral Verificar qual método de análise mostra com mais eficiência a solvência ou insolvência da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. dos anos de 2008 a 2011. 1.3.2. Objetivos Específicos Analise da situação financeira da empresa utilizando o método de Kanitz; Analise da situação financeira da empresa utilizando os índices de liquidez tradicionais;

18 Comparar o método de Kanitz com os índices de liquidez tradicionais, relacionando e refletindo sobre a eficiência dos indicadores. 1.4. METODOLOGIA De acordo com Martins (2005, p.80), a metodologia estabelece as atividades que serão praticadas para a aquisição de dados com os quais se desenvolverão os raciocínios que resultarão em cada parte do trabalho final. A metodologia utilizada para alcançar o objetivo da pesquisa, pode ser classificada sob dois enfoques, segundo Vergara (2005): quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, o presente estudo classifica-se como metodológica e aplicada, e quanto aos meios, enquadra-se como: descritiva, bibliográfica, estudo de caso e qualitativa. Em conformidade com Andrade (2002), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e classifica os fatos sem a interferência e a manipulação do pesquisador. Fraga (2009) afirma que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida através de uma pesquisa organizada em material acessível ao público, isto é, publicado em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, sendo estes o conjunto de conhecimentos humanos reunidos nas obras que conduzem o leitor a determinado assunto proporcionando a produção, a coleção, o armazenamento, a reprodução, a utilização e a comunicação das informações coletadas para a realização da pesquisa. Ela constitui o ato de ler, selecionar, fichar, organizar e arquivar tópicos de interesse para a pesquisa em pauta. (ARANTES, 1971, p. 28) De acordo com Gil (1999), o estudo de caso permite um estudo amplo e detalhado de um ou poucos objetos. Neste sentido, a base para esta pesquisa será um estudo de caso, que se dará através de demonstrações financeiras da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.

19 Gil (1999, p. 99) define população como [...] um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. Segundo Goode e Hatt (1979) a amostra é a menor representação de determinado fenômeno que permite uma análise sem que suas características sejam perdidas. Sendo assim, para este trabalho, a população será composta pelas empresas que atuam no segmento de reforma de pneumáticos, e a amostra será representada pela empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. Ressalta-se que neste estudo será utilizada a forma quantitativa, pois serão extraídas informações financeiras através de demonstrativos contábeis e representados através de índices. Conforme definição de Richardson (1999) para enfoque qualitativo: Caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coletas de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples, como percentual, média, desvio padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. (RICHARDSON 1999, p. 80) Cabe salientar que neste estudo serão utilizados demonstrativos contábeis da Empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda., a fim se servirem como base de dados para avaliação da eficiência na utilização do termômetro de Kanitz e dos índices de liquidez tradicionais, visando identificar em tempo hábil uma possível insolvência, conforme justificado no item seguinte. 1.5. JUSTIFICATIVA A mortalidade empresarial tem se tornado um problema entre as pequenas e as médias empresas. Essa realidade pode ser mudada se os empreendedores utilizarem ferramentas disponíveis na própria contabilidade, como os índices de liquidez tradicionais e o termômetro de Kanitz, que são ferramentas fidedignas na busca por coeficientes para revelar a realidade financeira de uma entidade, e, assim, possibilitar tomada de decisão, auxiliando nos processos financeiros, e evitando uma possível situação de insolvência.

20 Neste sentido, esta pesquisa torna-se viável, pois visa analisar a saúde financeira de uma empresa de reforma de pneumáticos e revenda de peças para veículos, avaliando os dados por ela disponibilizados, contribuindo para a formação acadêmica, experiência dentro da profissão e para a própria empresa objeto desse estudo, gerando análise reflexiva sobre a suficiência ou não das ferramentas analisadas. 1.6. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA A delimitação da pesquisa mostra ao leitor qual assunto será abordado, descartando outro assunto que também seja semelhante, ou seja, explicará o que ficará dentro da pesquisa e o que não fará parte da pesquisa. A Partir da Delimitação, o investigador poderá dar enfoque necessário ao que realmente lhe interessa. (Nunes, 2000, p. 8) Dessa forma, esta pesquisa está delimitada no estudo de caso da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda., uma média empresa do setor de recauchutagem, que atua nesse mercado com os seguintes objetivos sociais: reforma de pneumáticos usados, serviços de alinhamento e balanceamento de veículos automotores, serviços de borracharia, revenda de peças e acessórios novos e usados para veículos. Importante destacar que a pesquisa é focada e permeia as informações contábeis e financeiras da empresa dos exercícios de 2008, 2009, 2010 e 2011, dos quais serão coletados os dados para análise e interpretação, por meio dos índices de liquidez tradicionais e do modelo de Kanitz, sendo desconsiderados outros métodos que permitam o alcance das mesmas informações gerenciais de análise de demonstrações, ainda que sejam relevantes para a identificação do fator de insolvência desta entidade.

21 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. CONTABILIDADE De Acordo com Franco (1997), a Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, evidenciando suas variações, estabelecendo normas para a interpretação das análises e auditagem, tendo como objetivo a representação gráfica, servindo como instrumento básico para tomada de decisões. Por sua vez, Marion (1998), define contabilidade como o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Já na visão de Hoss et al. (2006), apud Sottili e Maboni (2009), a contabilidade surgiu da necessidade humana de controlar suas riquezas, ou seja, de saber sobre o seu patrimônio. Desse modo, conhecer a real situação patrimonial de uma entidade é essencial para evitar que futuramente a empresa possa entrar em descontinuidade. Na concepção de Parada (2004), apud Rezende, Souza, Barbosa e Vasconcelos (2011), os usuários, são pessoas físicas ou jurídicas que se utilizam da contabilidade buscando respostas nos instrumentos contábeis, pois se interessam pela situação da empresa. Muitos desses usuários acreditam que a riqueza de uma empresa é medida apenas por seus bens e direitos, no entanto, suas obrigações também compõem este quadro, e essa realidade será demonstrada através dos relatórios fornecidos pela contabilidade. Greco et al. (2009) esclarecem que a contabilidade tem como essência, tanto da doutrina como da teoria contábil, os princípios, convenções e normas de contabilidade. Estes permitem a padronização e interpretação das demonstrações contábeis. As informações Contábeis deverão ser desenvolvidas conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), que estão presentes na resolução do Conselho

22 Federal de Contabilidade nº. 1.282/2010, que dispõe sobre os princípios da contabilidade. Em conformidade, Franco (1997), evidencia que, os princípios contábeis servem de parâmetros para o registro de fatos e elaboração das demonstrações contábeis. Entre esses princípios contábeis, cabe destacar o Princípio Contábil da Continuidade, no qual a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº. 1.282/2010 estabelece, no art. 5º, que a continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. 2.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As demonstrações contábeis são relatórios extraídos da contabilidade após o registro de todos os fatos contábeis ocorridos nas entidades em um determinado período ou no final do exercício social, que conforme a Lei 6.404/1976, art. 175, parágrafo único, terá duração de um ano, podendo esta ser diversificada em casos específicos de constituição ou modificação estatutária. De acordo com Greco et. al. (2009), os dispositivos legais das demonstrações contábeis são normatizados, primeiramente, pela lei nº 6.404 de 15/12/1976, alterada pelas leis nº 11.638 de 28/12/2007 e lei nº 11.941 de 27/05/2009, sendo estas objetivando a convergência da contabilidade brasileira à contabilidade internacional. Eles salientam, baseados no art. 176, que ao fim de cada exercício social as entidades deverão apresentar, obrigatoriamente, as demonstrações contábeis contendo o conjunto das informações verídicas e claras do patrimônio da empresa, assim como as mutações ocorridas no exercício. Conforme disponibilizado no site do CFC Conselho Federal de Contabilidade (www.cfc.org.br), foi considerando a mobilização internacional à padronização das normas contábeis que, em 7 outubro de 2005 divulgou-se a Resolução CFC n 1.055/05, criando então o Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC, que tem por objetivo:

23 [...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. (RESOLUÇÃO CFC N 1.055/05, Art. 3 ) Dessa forma, as normas contábeis são interpretadas e orientadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tende emitir pareceres técnicos acerca de procedimentos contábeis visando à internacionalização das demonstrações contábeis. 2.2.1. Balanço Patrimonial Na visão de Marion (1998) o Balanço Patrimonial evidencia a situação patrimonial da empresa. Esta mensuração é dada através da análise comparativa entre o ativo e o passivo que, de uma forma mais ampla, formam o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações da empresa, configurando o curto prazo e o longo prazo do Balanço Patrimonial. O Balanço Patrimonial é representado de acordo com o quadro a seguir: BENS OBRIGAÇÕES DIREITOS Quadro 1: Balanço Patrimonial Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31) 2.2.1.1. Ativo No Ativo Circulante são classificados os bens e os direitos das empresas, conhecidos como disponibilidades. Estes são realizáveis até o término do exercício seguinte, dentre eles as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

24 O Ativo não circulante relaciona os investimentos, assim como atividades que não correspondem ao negócio usual da empresa: vendas, empréstimos e adiantamentos a coligadas ou controladas à longo prazo, isto é, no exercício subseqüente ao exercício social. 2.2.1.2. Passivo O Passivo Circulante é composto de obrigações vencíveis até o final do exercício seguinte, sendo esta obrigação de qualquer natureza financeira. O Exigível a longo prazo são as obrigações que têm seus vencimentos superiores ao ciclo operacional, ou seja, ao exercício social. 2.2.1.3. Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido é formado pelo capital investido pelos sócios na abertura da empresa, assim como toda integralização de capital, e as reservas oriundas do lucro acumulado dos exercícios anteriores da entidade. 2.2.1.4. Alterações Impostas pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 A contabilidade brasileira foi impactada com as alterações realizadas primeiramente pela lei 11.638 em 2007 e depois pela lei 11.941 em 2009. As alterações impostas pela lei 11.638/2007 vieram harmonizar as demonstrações contábeis no Brasil com o IASB - International Accounting Standard Board. Desta forma, a contabilidade brasileira fica harmonizada com o mundo, padronizando as demonstrações contábeis tornando possível a compreensão das demonstrações em todo o mundo, ou seja, a linguagem contábil será uma só em todos os lugares, trazendo mais segurança e transparência às informações contábeis. O quadro a seguir demonstra as alterações ocorridas no Balanço Patrimonial, regido pela Lei 6.404/1976, que sofreu alterações tanto pela Lei 11.638/2007, quanto pela Lei 11.941/2009:

25 ANTES ANTES DEPOIS Balanço Patrimonial De Acordo com a Lei 6.404/76 Ativo Ativo Circulante Ativo Realizável à Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Passivo Passivo Circulante Passivo Exigível à Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucros Lucros ou Prejuízos Acumulados Balanço Patrimonial De Acordo com a Lei 6.404/76 após Lei 11.638/07 Ativo Ativo Circulante Ativo Realizável à Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Intangível Diferido Passivo Passivo Circulante Passivo Exigível à Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Balanço Patrimonial De Acordo com a Lei 6.404/76 e Lei 11.638/07 após Lei 11.941/09 Ativo Ativo Circulante Ativo Não Circulante Realizável à Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Passivo Passivo Circulante Passivo Não Circulante Exigível à Longo Prazo Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Quadro 2: Balanço Patrimonial Alterado Pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 Fonte: REVISTA CONTÁBIL E EMPRESARIAL Autor: SÉRGIO BISPO DE OLIVEIRA (2010)

26 2.2.2. Demonstração do Resultado do Exercício A DRE, Demonstração do Resultado do Exercício, é a simplificação das operações realizadas na empresa. Nesta demonstração são expostas as receitas, os custos e as despesas de uma forma vertical, por meio do qual se demonstrará o resultado obtido pela empresa, ou seja, se a empresa obteve lucro ou prejuízo, sendo organizada da seguinte forma: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita das Vendas (-) IPI Faturado Receita da Prestação de Serviços RECEITA OPERACIONAL BRUTA (-) Devolução de vendas (-) Abatimentos sobre Vendas (-) Descontos Comerciais (Incondicionais) (-) Impostos sobre Vendas RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) Custos dos Produtos Vendidos (-) Custos das Mercadorias Vendidas (-) Custos dos Serviços Prestados LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL BRUTO (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (-) Despesas Administrativas (-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL LÍQUIDO (+) ou (-) Ganhos ou Perdas de Capital RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (-) Contribuição Social sobre o Lucro RESULTADO DO EXERCÍO ANTES DO IR (-) Provisão para Imposto de Renda RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS IR (-) Participações sobre o Lucro LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Quadro 3: Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: GRECO et. al. (2009, p. 113) 2.3. SITUAÇÃO FINANCEIRA Em conformidade com Braga (2003), no ativo são evidenciados todos os recursos disponíveis da empresa, assim como os investimentos realizados, já no passivo estão evidenciadas as origens de recursos, que podem ser de capital próprio ou também de terceiros.

27 Desta forma, pode-se definir que o ativo é igual ao passivo mais Patrimônio Líquido (PL), que, na definição de Braga (2003), resulta na situação líquida da empresa, definindo, assim, a força financeira para manter-se e gerar lucro. Conforme salienta Braga (2003), a empresa só poderá quitar todas as suas obrigações junto a terceiros se o resultado comparativo entre o ativo circulante e o passivo circulante resultasse em bens e direitos maiores que as obrigações. Nesse sentido, a situação financeira seria positiva, pois o ativo seria maior que o passivo. PASSIVO ATIVO PL Quadro 4: Situação Financeira Positiva Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31) A situação financeira da empresa é nula quando a mensuração do ativo for igual a do passivo, deste modo os bens e direitos da empresa seriam iguais às suas obrigações, e a empresa não teria lucro. ATIVO PASSIVO Quadro 5: Situação Financeira Nula Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31) Dentro desse contexto, pode-se concluir que, conforme Braga (2003), a empresa também poderá apresentar uma situação líquida negativa, haja vista que o ativo circulante não teve disponibilidades suficientes para quitar as obrigações da empresa. Nesta situação o ativo circulante é menor que o passivo circulante,

28 acarretando um possível prejuízo. ATIVO PASSIVO PASSIVO A DESCOBERTO Quadro 6: Situação Financeira Negativa Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31) De acordo com Ribeiro (2004), o retorno líquido financeiro de uma empresa é a capacidade que uma determinada empresa tem para saldar as obrigações, e a capacidade econômica é o retorno de lucro que os investidores realizam através do Capital aplicado em uma determinada empresa. 2.4. ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAL Um dos principais instrumentos utilizados pelos contadores para avaliar a situação financeira das empresas e a sua continuidade são os índices de liquidez tradicionais. Brigham e Houston (1999) definiram que os índices de liquidez evidenciam quocientes entre os ativos circulantes e os passivos circulantes. Estes índices fornecem quocientes através de informações quantitativas retiradas dos demonstrativos contábeis, sendo definidos por Marion (2007, p. 83) da seguinte forma, os Índices de Liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Conforme discriminado por Silva (2007), os índices de liquidez mostram a capacidade da empresa de quitar suas obrigações em curto prazo, demonstrando o relacionamento entre as contas do Balanço Patrimonial.

29 2.4.1. Liquidez Corrente (LC) Na opinião de Braga (2003), este quociente é determinado pelas disponibilidades que a empresa tem para pagar suas dívidas em curto prazo, este índice não pode ser inferior a 1,00. Seguindo tal princípio, poderíamos dizer que, quanto maior o índice, melhor seria a situação financeira da empresa. LC = Ativo Circulante Passivo Circulante 2.4.2. Liquidez Seca (LS) O índice de liquidez seca, na visão de Braga (2003), é a mensuração cautelosa da força financeira da empresa sem a utilização da venda de seus estoques para quitar suas dívidas. Cabe salientar a visão de Marion (2010), o índice de liquidez seca é um índice bastante conservador para que possamos apreciar a situação financeira da empresa, afirmando que, o banqueiro gosta muito desse índice, porque elimina os estoques. O estoque é o item mais manipulável no balanço. LS = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante 2.4.3. Liquidez Imediata (LI) De acordo com Silva (2007), o índice de liquidez imediata considera as contas de caixa, saldo de banco e as aplicações financeiras, demonstrando o quanto de dinheiro a empresa tem de imediato para honrar compromissos de curto prazo, sendo imprescindível que este índice seja o menor possível, tornando-o contrário aos demais índices, que serão convenientes quando forem mais elevados, o que não seria interessante para o índice de liquidez imediata, pois se este índice estiver elevado, os recursos do disponível estariam ociosos.

30 LI = Disponibilidades Passivo Circulante 2.4.4. Liquidez Geral (LG) Para Braga (2003), o índice de liquidez geral é a capacidade financeira de uma determinada empresa em saldar todas as suas obrigações junto a terceiros, tanto no curto quanto no longo prazo. No entanto, para que este índice esteja com capacidade financeira adequada, é necessário que esteja acima de 1,00. LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 2.5. ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO 2.5.1. Grau de Endividamento (GE) Conforme Braga (2003), esses quocientes servem para indicar o grau de utilização dos capitais obtidos pela empresa, ainda salienta, praticamente, o uso de um deles elimina a necessidade de se recorrer ao outro. GE = Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo Ativo Total 2.6. RETORNO SOBRE CAPITAL PRÓPRIO 2.6.1. Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL) Conforme Ribeiro (2004), o retorno sobre Patrimônio Líquido é o poder de ganho dos proprietários, ainda salienta, mostrando o quanto a empresa ganhou de lucro líquido para cada real de Capital Próprio investido.

31 RPL = Lucro Líquido do Exercício Patrimônio Líquido 2.7. O TERMÔMETRO DE KANITZ O termômetro de Kanitz foi desenvolvido pelo Professor Stephen Charles Kanitz através de uma análise discriminante, criando uma escala com base em índices compostos de liquidez elaborando um instrumento para prever o grau de possibilidade de falência das empresas. Para tanto, foram analisadas aproximadamente 5.000 demonstrações contábeis de empresas brasileiras. (Kanitz, 1978, apud Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE, 2005). Em suma o termômetro de Kanitz é uma das ferramentas utilizadas para medir a capacidade de falência de uma entidade, assim como os índices de liquidez citados anteriormente, cabendo a percepção do analista o método que contêm melhor informação sobre uma potencial insolvência. De acordo com Braga (2003, p. 172), o professor (e contador) Stephen Charles Kanitz desenvolveu um modelo de análise para determinar previamente, com satisfatória margem de segurança, o grau de insolvência das empresas, criando uma espécie de termômetro financeiro. Segundo Marion (1998), o Prof. Stephen C. Kanitz utilizou índices financeiros através de método estatístico, criando um termômetro com a função de medir a capacidade financeira de empresas falidas, resultando em um método que prevê falência das empresas. No estudo, Kanitz (1978), apud Callado (2003), analisou em torno de 5.000 demonstrações contábeis, apurando sua amostra para 21 empresas falidas entre 1972 e 1974, as quais foram escolhidas aleatoriamente.

32 Na concepção de Braga (2003), o termômetro de Kanitz é desdobrado em duas partes. Na primeira parte, encontra-se o Fator de Insolvência da empresa a ser analisada, decorrente de uma ponderação estatística de cinco índices. Kassai e Kassai (1998), apud Andrade (2004), ressaltam que os coeficientes atribuídos a cada indicador são resultado do tratamento estatístico dado pelo autor e não foram revelados em seu artigo. Portanto até o momento não foi identificada a fórmula utilizada pelo professor Kanitz para identificar o fator de insolvência da empresa na primeira parte, sendo afirmado também por Marion (1998), a fórmula do Fator de Insolvência, não tendo sido explicado pelo referido professor como se chegou a ela, é a seguinte : X1 = Lucro Líquido Patrimônio Líquido = X2 = Liquidez Geral = X3 = Liquidez Seca = X4 = Liquidez Corrente = X5 = Exigível Total Patrimônio Líquido = LL PL AC + RLP PC + ELP AC E PC AC PC CT PL x 0,05 x 1,65 x 3,55 x 1,06 x 0,33 Figura 1: Fator de Insolvência Fonte: Marion (1998, p. 476) Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 X4 X5 Em conformidade com Braga (2003), na segunda parte após a aplicação dos índices, é analisado em qual intervalo enquadra-se o Fator de Insolvência no termômetro de Kanitz, de acordo com as três seguintes configurações : Área de solvência enquadram-se nessa área as empresas que apresentam fator de insolvência maior que zero, sendo aquelas com menores riscos de quebra. A probabilidade de insolvência diminui à medida que o fator de insolvência se eleva. Área de penumbra empresas que apresentam fator de insolvência entre zero e 3,

33 encontram-se em uma situação perigosa, e merecem atenção especial. Área de insolvência as empresas que apresentam fator menor que 3, são as que têm maiores probabilidades de falência, sendo que as possibilidades aumentam à medida que o fator diminui. Figura 2: Termômetro De Kanitz Autor: Fallman (2003) O termômetro de Kanitz determina a saúde financeira de uma empresa através da conjunção de índices. Empresas com índice acima de 3,5 estão bem. Empresas com índice abaixo de -1 estão mal superam somente 2,0% das empresas e poderão falir se a situação piorar. A média brasileira é de 3,5, (BRAGA 2003 p. 172).

34 3. ESTUDO DE CASO A empresa, objeto deste estudo de caso, teve sua razão social alterada para preservar o anonimato da organização. Neste sentido, adotou-se o nome empresarial fictício de Roda Bem Comércio e Serviços Ltda., que representará, assim, aquela organização, que é tributada pelo regime de lucro real, e tem por objetos sociais: a reforma de pneumáticos usados, serviços de alinhamento e balanceamento de veículos automotores, serviços de borracharia, comércio de peças e acessórios novos e usados para veículos, assim como, motocicletas e motonetas. Sua missão é ser uma organização, que, ao prestar serviços, busque ser referencial no setor de recauchutagem de pneus, contribuindo para o bem estar e segurança, tanto dos clientes internos, como externos, e da comunidade em seu entorno, bem como, do meio ambiente. Iniciou suas atividades com uma oficina de estrutura pequena, controlada pelo gestor e mais um borracheiro. Ao longo do tempo esta simples oficina cresceu e foi para outra localidade. Nesta oportunidade, sua estrutura física era de 250m², contando com instalações maiores e melhores para atender aos clientes. Em seguida foram adquiridas as primeiras máquinas para recauchutagem de pneus, fazendo com que esta oficina também ficasse com pouco espaço físico para a nova demanda promovida pelo investimento. Com isso o empreendedor observou a necessidade de aumentar a estrutura física da empresa para atender ainda melhor aos clientes. Assim a empresa foi transferida para outra localidade e, desta vez, a empresa ganhou uma estrutura física de 3500m² de área construída, e 6000m² de área livre. É notório que este gestor tem espírito empreendedor, pois conseguiu transformar uma pequena oficina em um parque industrial. Porém, com o crescimento da empresa, e falta de conhecimento e controle financeiro, este empreendedor assumiu um investimento de alto risco para esta entidade.

35 Para expandir as atividades desenvolvidas, o gestor começou a comprar matériasprimas, agregando um centro de custo de produção na atividade fim da empresa. Ao comprar matéria-prima, pagava em quatro vezes, e vendia sua produção para receber em dez vezes. Dessa forma, a empresa não conseguia quitar as obrigações com os fornecedores no prazo, criando uma bola de neve, pois seu passivo aumentou, e o ativo não aumentava proporcionalmente, cabendo-lhe contrair empréstimos cada vez maiores, e pagar juros na mesma proporção. Pode-se dizer que com uma simples realocação na quantidade de parcelas de pagamento e de recebimento, o gestor teria a rentabilidade que almejava. No entanto, o que conseguiu foi o inverso, apenas baixou a liquidez da empresa. Esse empreendedor necessitava das informações contábeis para conseguir visualizar o que estava acontecendo com esta empresa, pois antes ele lidava com certa quantia monetária, e agora a quantia havia triplicado. E, pensando estar com folga financeira, desconhecia o tamanho das despesas que esta nova fase de desenvolvimento trazia para essa empresa. 3.1. BALANÇO PATRIMONIAL Período: Janeiro a Dezembro de 2011 2010 2009 2008 A T I V O 1.299.860,27 1.090.533,59 1.480.987,39 1.386.032,06 CIRCULANTE 653.728,88 612.076,46 940.275,74 845.054,20 DISPONIVEL (40.754,36) 41,44 52.316,48 256,795.08 CLIENTES 95.364,02 217.904,33 157.760,70 235.334,12 ESTOQUES 566.794,13 358.902,71 539.510,86 330.740,31 CRÉDITOS DIVERSOS 29.454,83 23.787,68 183.539,20 19.183,55 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 2.870,26 11.440,30 7.148,50 3.001,14 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 0,00 52.997,15 41.935,75 53.765,47 CONSÓRCIOS 0,00 52.997,15 41.935,75 53.765,47 NÃO CIRCULANTE 646.131,39 425.459,98 498.775,90 487.212,39 INVESTIMENTOS 405,00 405,00 405,00 405,00 IMOBILIZADO 645.726,39 425.054,98 498.370,90 486.807,39 P A S S I V O 1.299.860,27 1.090.533,59 1.480.987,39 1.386.032,06 CIRCULANTE 1.811.180,20 1.612.027,13 1.697.023,92 877.970,86 FORNECEDORES 650.726,38 504.866,55 294.111,52 491.436,38 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS 28.925,63 17.011,45 10.915,85 5.746,16 OBRIGAÇÕES SOCIAIS 22.104,76 25.431,54 9.572,82 16.065,03 OBRIGAÇOES FISCAIS 4.993,22 8.158,11 4.423,05 16.646,72 EMPRÉSTIMOS / FINANCIAMENTOS 1.093.603,26 1.043.616,48 1.365.674,46 337.385,78 OUTRAS OBRIGAÇÕES 10.826,95 12.943,00 12.326,22 10.690,79 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (511.319,93) (521.493,54) (216.036.53) 508.061,20 CAPITAL 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 LUCROS / PREJUÍZOS (561.319,93) (571.493,54) (266.036,53) 458.061,20 Tabela 1: Balanço Patrimonial Fonte: Empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.

36 3.2. DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO Período: Janeiro a Dezembro de 2011 2010 2009 2008 RECEITA BRUTA OPERACIONAL 3.880.978,46 4.964.855,28 2.871.648,58 2.520.831,91 VENDAS DE PRODUTOS 28.686,40 226.975,07 0,00 0,00 VEMDAS DE MERCADORIAS 1.689.350,98 3.169.219,05 1.756.338,99 975.709,41 VENDAS DE SERVIÇOS 2.162.941,08 1.568.661,16 1.115.309,59 1.545.122,50 DEDUÇÕES S/ RECEITA (279.284,53) (322.922,48) (329.852,53) (405.108,29) VENDAS CANCELADAS (4.470,40) (21.736,10) (16.028,28) (1.158,00) ICMS (4.721,52) (70.146,94) (113.632,56) (148.494,94) COFINS (166.201,66) (150.555,01) (136.996,78) (175.184,17) PIS (36.083,27) (32.686,28) (29.742,74) (38.033,45) ISS (67.807,68) (47.798,15) (33.452,17) (42.237,73) RECEITA LÍQUIDA OPERACIONAL 3.601.693,93 4.641.932,80 2.541.796,05 2.115.723,62 CUSTO DAS VENDAS (2.216.291,09) (3.460.606,85) (2.955.735,18) (1.646.936,63) DOS PRODUTOS VENDIDOS (211.480,63) (554.600,51) 0,00 0,00 DAS MERCADORIAS VENDIDAS (1.221.034,91) (2.282.595,31) (1.888.825,04) (1.225.766,07) DOS SERVIÇOS VENDIDOS (783.775,55) (623.411,03) (1.066.910,14) (421.170,56) RESULTADO BRUTO 1.385.402,84 1.181.325,95 (413.939,13) 468.786,99 DESPESAS / RECEITAS OPERACIONAIS (1.175.685,79) (1.0507.49,77) (139.714,29) (341.274,24) RESULTADO OPERACIONAL 209.717,05 130.576,18 (553.653,42) 127.512,75 DESPESAS / RECEITAS FINANCEIRAS (465.013,19) (395.460,73) (169.724,93) (118.205,00) DESPESAS FINANCEIRAS (470.838,25) (414.577,63) (196.626,20) (119.945,23) RECEITAS FINANCEIRAS 5.825,06 19.116,90 26.901,27 1.740,23 OUTRAS RECEITAS / DESPESAS 34.328,04 (30.954,68) (719,38) (1.142,66) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS (1.261,22) (30.954,68) (719,38) (1.142,66) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 35.589,26 0,00 0,00 0,00 RESULTADO ANTES DAS PROVISÕES (220.968,10) (295.839,23) (724.097,73) 8.165,09 PROVISÃO P/ CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (716,78) (3.606,67) 0,00 (5.423,39) PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA (1.194,63) (6.011,11) 0,00 (9.039,00) R E S U L T A D O L Í Q U I D O (222.879,51) (305.457,01) (724.097,73) (6.297,30) Tabela 2: Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: Empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.

37 3.3. ANÁLISE DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAIS 3.3.1. Liquidez Corrente LC = 2008 2009 845.054,20 940.275,74 0,96 LC = 877.970,86 1.697.023,92 0,55 LC = 2010 2011 612.076,46 653.728,88 0,38 LC = 1.612.027,13 1.811.180,20 0,36 No período analisado, a empresa possuía 96%, 55%, 38% e 36%, respectivamente, de disponibilidades conversíveis em moeda para cada R$ 100,00 de dívida. A empresa baixou o percentual consideravelmente, necessitado de extrema atenção, pois não há recursos para cobrir suas obrigações de curto prazo. 3.3.2. Liquidez Seca LS = 2008 2009 514.313,89 400.764,88 0,59 LS = 877.970,86 1.697.023,92 0,24 LS = 2010 2011 253.173,75 86.934,75 0,16 LS = 1.612.027,13 1.811.180,20 0,05 Conforme a análise, a empresa apresentou os seguintes percentuais: 59%, 24%, 16% e 5% para cada R$ 100,00 de dívidas. Pode-se concluir que, a partir de 2008, excluindo-se o valor do estoque da parcela de recursos disponíveis, a empresa não teria recursos para quitar suas obrigações de curto prazo, e passaria por situação difícil, caso as vendas caíssem drasticamente.

38 Embora o índice de liquidez seca baixo não seja sintoma de situação financeira apertada, revela que praticamente todos os recursos do ativo circulante estão investidos em estoques, comprometendo o capital de giro da organização. 3.3.3. Liquidez Imediata LI = 2008 2009 256.795,08 52.316,48 0,29 LI = 877.970,86 1.697.023,92 0,03 LI = 2010 2011 41,44-40.754,36 0,00 LI = 1.612.027,13 1.811.180,20-0,02 Este índice não é muito significativo, pois não leva em consideração os direitos a receber, e inclui obrigações que vencem nas datas mais variadas possíveis. No entanto, este quociente é a comparação entre o disponível e o passivo circulante, indicando o percentual das obrigações que a empresa pode liquidar imediatamente. E, no caso desta empresa, está muito baixo, chegado a zerar em 2010 e passando a ser negativo em 2011, revelando estar credora junto aos bancos. Desta forma, a situação está muito ruim se analisarmos apenas este índice, sendo necessário compará-lo com outros para uma análise mais concreta. 3.3.4. Liquidez Geral LG = 2008 2009 898.819,67 982.211,49 1,02 LG = 877970,86 1.697.023,92 0,58 LG = 2010 2011 665.073,61 653.728,88 0,41 LG = 1.612.027,13 1.811.180,20 0,36

39 A interpretação dos índices de liquidez geral dos anos analisados é a seguinte: para cada R$ 1,00 de dívida de curto e longo prazo, há R$ 1,02, R$ 0,58, R$ 0,41 e R$ 0,36, respectivamente, para quitar a totalidade de suas obrigações. Como os demais, o índice de liquidez geral não deve ser analisado isoladamente. No entanto, quanto menor estiver este índice, pior será para a empresa. Dessa forma, o indicador analisado mostra que o exercício de 2008 foi o último a mostrar um indicador acima de R$ 1,00, e a partir de 2009 esteve abaixo de R$ 0,60, caindo sistematicamente ano após ano, indicando que a empresa não está conseguindo quitar com folga suas obrigações, tanto de curto, quanto de longo prazos, acarretando um significativo prejuízo para a empresa, pois está se mantendo com capital de terceiros. 3.3.5. Grau de Endividamento GE = 2008 2009 877.970,86 1.697.023,92 0,63 GE = 1.386.032,06 1.529.414,48 1,11 GE = 2010 2011 1.612.027,13 1.811.180,20 1,42 GE = 1.137.006,64 1.299.860,27 1,39 Conforme demonstrado, a empresa está dependente de recursos de terceiros para se manter. Essa realidade é nitidamente evidenciada pelo índice de endividamento, pois está consistente e acentuadamente maior que R$ 1,00, e quanto maior for este índice pior é para a empresa, pois resulta em menor índice de liquidez, trazendo risco financeiro. Desta forma, pode-se dizer que a empresa obteve para cada R$ 100,00 de capital próprio, R$ 63,00 de capital de terceiros em 2008, R$ 111,00 de capital de terceiros em 2009, R$ 142,00 de capital de terceiros em 2010 e R$ 139,00 de capital de terceiros em 2011, revelando um endividamento ascendente, e uma situação financeira ruim, sendo um típico sintoma de empresas que estão caminhando para a falência.

40 3.3.6. Rentabilidade do Patrimônio Líquido RPL = 2008 2009-6.297,30-724.097,73-0,01 RPL = 508061,20-216.036,53 3,35 RPL = 2010 2011-305.457,01-222.879,51 0,59 RPL = - 521.493,54-511.319,93 0,44 O índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido expressa quanto uma empresa obteve de retorno para cada R$ 1,00 de Capital Próprio investido. Nesse sentido, verificou-se que não houve retorno sobre o Patrimônio Líquido nos anos analisados, pois, contrariamente ao desejado, o patrimônio da organização diminuiu em escala, não proporcionando aos sócios o retorno pelo investimento realizado. Importante esclarecer que, ao contrário do que se esperava, os índices de 2009 a 2011, que deveriam ser negativos, revelando a ausência de rentabilidade, tornaramse positivos com a aplicação da regra matemática, já que numerador e denominador negativos resultam em resultado positivo. Desta forma, este índice não demonstrou corretamente a realidade da empresa analisada, sendo inviável a utilização do mesmo para uma análise financeira. 3.3.7. Análise Geral Os índices de liquidez tradicionais possuem características e particularidades diferentes, fornecendo informações variadas sobre a situação financeira de uma empresa, não devendo ser analisados isoladamente, para que não sejam interpretados de forma errônea. Para a análise, foram utilizados os índices de liquidez tradicionais, uma das ferramentas da contabilidade gerencial para tomadas de decisão, tomando como base os dados extraídos das demonstrações econômico-financeiras da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda., dos períodos compreendidos entre 2008 a 2011.