IMPLANTAÇÃO DE MATRIZEIRO DE FRANGOS COLONIAIS EM UM ASSENTAMENTO DO TERRITÓRIO CAMINHOS DO TIBAGI 1

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Transcrição:

8. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: TECNOLOGIA IMPLANTAÇÃO DE MATRIZEIRO DE FRANGOS COLONIAIS EM UM ASSENTAMENTO DO TERRITÓRIO CAMINHOS DO TIBAGI 1 NAGANO, Kátia Mitie 2 MACHADO, Bruno Ferreira 3 SAUER, Fellipe 4 GALETTO, Shivelly Los 5 LODDI, Maria Marta 6 RESUMO- Em uma criação avícola, aspectos importantes como nutrição, sanidade e genética são importantes para se adquirir qualidade de produção. Em sistema de agricultura familiar, preocupações relacionadas a baixo custo de produção e aumento de renda final, fazem com que menor importância seja voltada ao material genético produzido. O objetivo do projeto é introduzir material genético específico de linhagens tipo colonial através de práticas de manejo voltadas a uma produção sustentável, visando bem-estar animal e multiplicação destas linhagens dentro dos Assentamentos do Território Caminhos do Tibagi-PR. Dez famílias de reprodutores das linhagens Caipirão e 7P-ESALQ, com 14 semanas, foram introduzidas no matrizeiro implantado no Assentamento Guanabara localizado em Imbaú-PR. Para isso, foram feitas adequações da instalação já existente na propriedade,com introdução de equipamentos e adoção de práticas de manejo sanitário e nutricional por parte dos assentados. Foram construídos piquetes externos ao galpão, com área de 2m²/ave, de modo a possibilitar acesso livre das aves ao pasto. O dimensionamento e planejamento dos piquetes foram realizados de modo a permitir pastejo rotacionado dos animais, com dois piquetes por galpão, assegurando alimento alternativo de qualidade, sem agressão ao solo e aumento da biosseguridade do sistema produtivo. A partir da 24ª semana, foi iniciada a produção de ovos férteis das linhagens adquiridas, com controle do número de ovos semanais produzidos e desinfecção dos mesmos. A implantação do matrizeiro, adequado a práticas de manejo agroecológicas, visa futura incubação dos ovos férteis produzidos e distribuição dos pintinhos aos assentamentos beneficiados da região. Além disso, o projeto tem como planejamento a implantação do Incubatório dos Assentados, com produção de material genético de qualidade e melhoria do valor agregado final, garantindo assim renda familiar efetiva. PALAVRAS-CHAVE: agricultura familiar, frango caipira, ovos férteis 1 Trabalho integrante do projeto conveniado pela SETI/USF-UEPG; TC: 69/09 2 Zootecnista, Bolsista do programa Universidade Sem Fronteiras SETI-UEPG; Email: katianagano@gmail.com 3 Zootecnista, Bolsista do programa Universidade Sem Fronteiras SETI-UEPG. Email: brunofmachado@gmail.com 4 Acadêmico do curso de Zootecnia-UEPG/PR, Bolsista do programa Universidade Sem Fronteiras 5 Acadêmico do curso de Zootecnia-UEPG/PR, Bolsista do programa Universidade Sem Fronteiras 6 Departamento de Zootecnia-UEPG. Coordenadora do Projeto USF

8. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução No sistema de produção agroecológico, há conservação das características naturais do animal, com redução do emprego de insumos artificiais e ausência de aditivos e/ou estimulantes. As práticas de manejo devem respeitar o bem-estar dos animais, além da presença de instalações funcionais que proporcionem conforto e condições sanitárias adequadas no processo criatório. A agroecologia proporciona as bases científicas para o desenvolvimento de uma avicultura de base ecológica, sendo capaz de integrar à dimensão econômica das criações comerciais perspectivas ambientais, sociais, culturais e políticas (SALES, 2005). Dentro da temática desse tipo de sistema, insere-se a agricultura familiar, em que há produção em pequena escala de alimentos de alta qualidade nutricional destinados a consumo próprio e comercialização. A qualidade de todo o processo produtivo, desde aquisição de pintinhos de um dia, até o abate e distribuição dos animais depende de fatores nutricionais, sanitários e genéticos. A qualidade de ovos férteis produzidos e incubados depende exclusivamente do manejo correto das aves reprodutoras, abrangendo instalações adequadas, ração balanceada, tornando a atividade sustentável. A correta alimentação, sobretudo durante o período de pré-postura, os programas de luz e de vacinação, a ausência de doenças clínicas ou subclínicas e o correto manejo de ninhos e bebedouros facilitam a produção de grande número de ovos adequados para a incubação. (ELGUERA, 1999). Objetivos Adequar equipamentos e instalações existentes no local de acordo com as normas agroecológicas de produção. Através de práticas de manejo sustentáveis, implantar um galpão de matrizes de linhagem colonial, com o intuito de proporcionar à comunidade dos assentados produção de ovos férteis para posterior incubação e criação dos pintinhos das linhagens introduzidas. Desta forma, viabilizar a multiplicação de material genético de qualidade dentro dos assentamentos beneficiados, por meio da distribuição dos pintinhos de um dia das matrizes em produção. Metodologia O galpão avícola existente no Assentamento Guanabara, com 300m² de área, já possuía pequena criação de frangos caipira, porém sem práticas de manejo adequadas que pudessem resultar em índices produtivos positivos. Feitas as avaliações do local, em seus aspectos estruturais, pôde-se constatar a possibilidade de implantação de criação de reprodutores, com os devidos reparos de equipamentos e instalações, visando à melhoria de fatores sanitários e econômicos. As aves presentes no galpão e ao redor do local foram retiradas para evitar possíveis contaminações das matrizes introduzidas, prejudicando a sanidade dos animais e por conseqüência, todo o processo produtivo. Após essa etapa, foram retirados entulhos e equipamentos estagnados no local, sem utilização ou com uso deficiente, além da recuperação de vários equipamentos. Ninhos e poleiros foram substituídos, assim como cortinas e telas do galpão. O piso do aviário foi totalmente reformado, sendo adequado às normas de criação de matrizes em piso de cimento, não permitido o uso de chão de terra, para assegurar a biosseguridade do sistema (Figura 1). Foram feitas instalações elétricas e hidráulicas do local, proporcionando um ambiente favorável ao desenvolvimento esperado dos animais. Após todas as adequações realizadas, foi feita uma primeira limpeza a seco do galpão, com remoção de poeiras e sujidades em todo o interior da instalação. Foi realizada desinfecção com água, para retirar toda matéria orgânica existente e posteriormente com produtos químicos como água sanitária e formol. O galpão permaneceu isolado, com a finalidade de potencializar a ação dos produtos e contribuir para diminuição de microrganismos prejudiciais à saúde dos animais. Em criação agroecológica de aves de linhagem colonial, há disponibilidade de pasto e alimentos alternativos, dispostos em piquetes com área de 2 a 3m²/ave e cercados com telas de, no máximo, 1,80m de altura. Desta forma, foi realizada a construção dos piquetes ao redor do galpão, com um total de quatro piquetes, possibilitando pastejo rotacionado das aves (Figura 2). Estes piquetes foram semeados com azevém (Lollium multiflorum) para recuperação da pastagem fornecida aos animais. Terminadas as adequações, novas desinfecções foram realizadas para a recepção dos animais.

8. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Figura 1. Adequações e reparo do galpão Construção de piso de cimento do matrizeiro Figura 2. Piquetes do Matrizeiro Construção dos piquetes para pastejo rotacionado Foram adquiridas, por meio de doação, 10 famílias de reprodutores de linhagens coloniais: Caipirão e 7P, desenvolvidas pelo projeto Frango Feliz do Departamento de Genética- Esalq, em Piracicaba-SP, com 14 semanas de idade, recepcionadas em 11 de janeiro de 2010. As famílias, com total de 110 animais, foram divididas de acordo com a linhagem, nos dois lados do galpão (Figura 3). A pesagem dos animais foi realizada para controle inicial da qualidade de desenvolvimento. Índices zootécnicos como mortalidade, temperatura e umidade foram registrados diariamente através de fichas controle. O programa de iluminação artificial das matrizes consistiu em aumento do período de luz no galpão, a partir da 17ª semana, de meia em meia hora por semana atingindo 5 horas e meia de luz. Para isso, foram instalados timer reguladores do período de luz nos dois lados do galpão. A presença de luz otimiza a produção de ovos, no pico de produção das matrizes, porém sem interferência no conforto dos animais. A fim de controlar possíveis fatores contaminantes foram aplicadas vacinas contra doença de Bouba Aviária, Newcastle e Gumboro, intramuscular, em todos os animais, aos 135 dias de idade.

8. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 A quantidade de ração fornecida foi determinada de acordo com as exigências em cada semana de idade, de modo a não prejudicar a produtividade. A partir da 24ª semana, iniciou-se a produção de ovos férteis das aves, em que foram separados ovos coletados no ninho e no chão, para controle no processo de incubação. Os assentados foram instruídos a realizar o manejo de coleta pelo menos duas vezes ao dia, com desinfecção dos ovos e armazenamento correto em local arejado. Figura 3. Linhagens de matrizes Distribuição das linhagens 7P e Caipirão ESALQ, respectivamente Resultados O processo de adequação das instalações do matrizeiro compreendeu uma etapa importante para a introdução dos animais no sistema, a fim de tornar um ambiente que não altere as condições fisiológicas das aves, tendo conseqüências negativas de produção. Aspectos de biosseguridade do processo de criação foram adotados pelos assentados, como controle de entrada e saída de pessoas no galpão, manejo correto das cortinas e fornecimento de ração. O acompanhamento da equipe técnica do projeto auxiliou em dificuldades encontradas e no estabelecimento de práticas voltadas a sustentabilidade do sistema produtivo e bem-estar dos animais. Através de dia de campo e reuniões com os envolvidos, pôde-se esclarecer pontos que influenciam a qualidade da criação, como a retirada dos animais nativos, importância do sistema rotacionado de piquetes (Figura 4), bem estar e sanidades das aves, e cuidados com o arraçoamento dos animais. A desinfecção e separação dos ovos coletados, atividades antes não realizadas pelos produtores, foram práticas adotadas para se obter melhores índices de eclosão dos ovos férteis. A desinfecção era realizada por meio de aspersão manual de formol sobre os ovos e ambiente de armazenamento. A coleta de ovos foi feita duas vezes ao dia para minimizar contato com a cama do galpão, diminuindo contaminações. Os produtores assentados foram instruídos a adotar práticas de limpeza dos ninhos e a evitar a permanência dos animais nos ninhos durante a noite. A produção de ovos férteis, em criação de frangos colonial, destina-se a incubação artificial, diferentemente da encontrada em sistema de produção caipira, em que não há preocupações com qualidade da eclosão dos ovos. Desta forma, planeja-se implantar o Incubatório dos Assentados, compreendendo um sistema de incubação de ovos férteis produzidos pelas matrizes introduzidas, e desta forma os assentados produzirem seus próprios pintinhos de um dia em escala comercial. A rentabilidade do processo produtivo, bem como capacidade produtiva das matrizes serão avaliados em uma próxima etapa do projeto, visando estabelecer quantidade e qualidade do tipo de sistema implantado.

8. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 Figura 4. Matrizes nos piquetes Implantação do sistema rotacionado de pastejo Conclusões A implantação de um matrizeiro de frangos coloniais em sistema de agricultura familiar constitui uma alternativa viável ao pequeno produtor, em que há produção própria de pintinhos em pequena escala para crescimento e terminação, podendo se expandir para criação por parte de outros assentamentos da região. As práticas de manejo adotadas pelos produtores assentados foram de suma importância para a eficiência do sistema produtivo, em que a troca de informações e experiências foi positiva a toda equipe do projeto envolvida. Referências ELGUERA, Miguel A. Relação entre o Manejo de Reprodutoras de carne e a qualidade dos ovos incubáveis. 2o Simpósio Técnico sobre Matrizes de Frangos de Corte 13 a 15 de outubro de 1999 Chapecó, SC, Brasil SALES, M.N.G. Criação de galinhas em sistemas agroecológicos. Vitória: Incaper, 2005. 284p.