APLICABILIDADE DAS ESCOLAS CIENTÍFICA E CLÁSSICA NA GESTÃO CONTEMPORÂNEA



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1 APLICABILIDADE DAS ESCOLAS CIENTÍFICA E CLÁSSICA NA GESTÃO CONTEMPORÂNEA Adriano Roberto Queiroz 1*, Alcilene Lopes de Amorim Andrade 2, Ricardo Nogueira Maisch 2, Alex Barbosa Rodrigues 3, Eliza Rodrigues Martins,Fabiano Mendes Pereira, Geraldo Rodrigues de Oliveira Neto, Hadba Rodrigues Chalub Menezes, Inácio Luiz de Melo Prais, kênia Espindola Chaves de Souza, Luana Martins Oliveira, Marcone Itamar Barbosa Alecrim, Sueli de Almeida Santos, Tatiane Aniery Amaral RESUMO Este trabalho visa, através de pesquisa bibliográfica, observação sistemática e entrevistas, apresentar resultados da pesquisa de campo sobre a Empresa Bebidas Turmalina e reflexões acerca da Administração e Escola Científica, abrangendo nomes importantes da evolução das teorias da administração e seus principais aspectos e princípios. Compreende-se por administração a maneira de planejar, organizar, dirigir e controlar uma organização, com o intuito de alcançar seus objetivos de maneira eficiente e eficaz. Sabe-se que no início do século XX houve um grande avanço na área administrativa surgindo a Administração Científica, que tem como principal objetivo a ênfase na execução das tarefas com os movimentos, tempo e gastos controlados. Frederick Winslow Taylor, foi um dos estudiosos mais importantes na criação das teorias da administração científica sendo seguido por Henry Ford e Alfred Sloan, que seguiram suas pesquisas e evoluíram seus pensamentos, transformando a eficiência do trabalho em um corpo de conhecimentos com vida própria. Diante do estudo da escola Científica foi analisado na empresa Turmalina os seus princípios e se em pleno século XXI esses métodos ainda são utilizados e se trazem resultados. Palavras Chave: Métodos, Observação, Pesquisa de Campo, Produção, Administração. ABSTRACT This paper aims, through bibliographic research, systematic observation and interviews, to present results of field research on Tourmaline Beverage Company and ideas about the Management and Scientific School, including important names of the evolution of theories of administration and its main aspects and principles. It is understood by way of administration to plan, organize, direct and control an organization with the aim of achieving their goals efficiently and effectively. It is known that in the early twentieth century there was a major breakthrough in the administrative area appearing Scientific Management, which has as main objective to focus on the tasks with the movements, time spent and controlled. Frederick Winslow Taylor, was one of the leading scholars in the creation of theories of scientific management being followed by Henry Ford and Alfred Sloan, who followed his research and his thoughts have evolved, transforming the work efficiency in a body of knowledge with life itself. Before the study of school science was examined in the company Tourmaline its principles and in the XXI century these methods are still used and bring results. Key words: Methods, Observation, Field Research, Production Management. INTRODUÇÃO 1 Coordenador curso de Administração UNIPAC -TO * gestaoici@gmail.com 2 Professores Adjuntos UNIPAC - TO 3 Acadêmicos do primeiro período do curso de Administração UNIPAC - TO

2 O termo Administração é bastante empregado nos dias atuais, mas desde os tempos mais remotos pode-se perceber o uso das práticas administrativas nas organizações vigentes da época. Maximiano conceitua Administração, como o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. (2006, p. 6). Segundo Chiavenato (2003, p. 11), Administração é a maneira de governar organizações ou parte delas. É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz. A Administração tem um papel importante em todas as esferas institucionais, seja de cunho individual, familiar, grupal, político e social. Entende-se que o exercício da administração encontra-se presente em todas as áreas da sociedade, principalmente partindo do individual para o geral e com os constantes estudos ao longo dos anos a respeito da Administração e sua importância, e com o surgimento de diversas teorias defendidas por nomes importantes da história administrativa, surge então a Escola da Administração Científica com suas teorias e princípios revolucionários. Frederick Winslow Taylor foi um dos nomes mais importantes na criação das teorias da Administração Científica. Ele e seus seguidores transformaram a administração da eficiência do trabalho em um corpo de conhecimentos com vida própria. (MAXIMIANO, 2006). Evoluindo os pensamentos defendidos por Taylor, desponta Henry Ford e o processo da Linha de Montagem e por fim, Alfred Sloan, um dos primeiros presidentes da General Motors, completa o modelo de grande corporação dominante no cenário social e industrial do século XX, com a Estrutura Organizacional. Pretende-se detectar, através da pesquisa de campo realizada na Empresa de Bebidas Turmalina, se a utilização dos principais princípios defendidos por Taylor e seus seguidores como: estudo do tempo e movimento, estudo da fadiga humana, padronização de tarefas, dentre outros, são ainda utilizados na execução do trabalho dos funcionários da empresa em questão e se tais métodos desenvolvidos há tantos anos atrás ainda influenciam a linha de processo produtivo da atualidade. METODOLOGIA

3 Além da pesquisa bibliográfica, quanto aos meios, considera-se exploratória, utilizando instrumentos como observação sistemática, entrevistas e análise de modelos que proporcionam a compreensão do assunto. Quanto aos fins, considerase explicativa, pois o foco principal é identificar todos os aspectos da Administração e da Escola Científica através da pesquisa de campo realizada, procurando explicar os procedimentos utilizados pela empresa e tentar solucionar eventuais problemas. ADMINISTRAÇÃO E ESCOLA CIENTÍFICA: CONCEITO E IMPORTÂNCIA O termo Administração é bastante empregado nos dias atuais, mas desde os tempos mais remotos pode-se perceber o uso das práticas administrativas nas organizações vigentes da época. Tal exercício iniciou-se mais precisamente no ano 5.000 a.c. com o antigo povo da Suméria na busca da resolução de problemas práticos, procurando exercer assim a arte de administrar. Ao longo dos séculos tais práticas administrativas foram evoluindo, ganhando espaço e importância na sociedade, nos impérios, governos e por fim nas escolas e universidades. Maximiano conceitua como o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. (2006, p. 6). Segundo Chiavenato (2003, p. 11), Administração é a maneira de governar organizações ou parte delas. É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz. A Administração tem um papel importante em todas as esferas institucionais, seja de cunho individual, familiar, grupal, político e social. Entende-se que o exercício da administração encontra-se presente em todas as áreas da sociedade, principalmente partindo do individual para o geral. Quando o indivíduo consegue administrar a própria vida, organizá-la de maneira efetiva, toda a sociedade participa e absorve positivamente dessa organização. Quanto mais recurso empregado na arte de administrar mais complexo fica este processo. Com os constantes estudos ao longo dos anos a respeito da Administração e sua importância, e com o surgimento de diversas teorias defendidas por nomes importantes da história administrativa, surge então a Escola da Administração Científica com suas teorias e princípios revolucionários para as organizações industriais e administrativas da época.

4 Breve Concepção Sobre Escola Científica O início do século XX foi o marco de um grande avanço na área da Administração. Avanço este estimulado pela expansão da Revolução Industrial na América, o que resultou no surgimento de uma nova era para as organizações da época. Para acompanhar tal evolução foram necessários estudos importantes e o desenvolvimento de novos métodos na maneira de administrar. (MAXIMIANO, 2006). Surge então a Escola da Administração Científica, escola esta que teve como principal abordagem a ênfase na execução das tarefas. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da Administração nas indústrias a fim de aumentar a eficiência da produção. (CHIAVENATO, 2003). Predominava nesta escola a preocupação com a metodologia do trabalho empregado, com os movimentos necessários para a execução de determinada tarefa e o tempo empregado e gasto para tal execução. Frederick Winslow Taylor foi um dos nomes mais importantes na criação das teorias da Administração Científica. Ele e seus seguidores transformaram a administração da eficiência do trabalho em um corpo de conhecimentos com vida própria. (MAXIMIANO, 2006). Evoluindo os pensamentos defendidos por Taylor, desponta Henry Ford e o processo da Linha de Montagem e por fim, Alfred Sloan, um dos primeiros presidentes da General Motors, completa o modelo de grande corporação dominante no cenário social e industrial do século XX, com a Estrutura Organizacional. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS E AUTORES DA ESCOLA CIENTÍFICA: EVOLUÇÃO DAS TEORIAS Taylor e a Eficiência do Trabalho Frederick Winslow Taylor, nasceu na Pensilvânia, em 1856, filho de família rica e com princípios rígidos, foi educado com forte mentalidade de disciplina e devoção ao trabalho. Apesar de ter sido aprovado na Escola de Direito de Harvard, Taylor se tornou trabalhador manual. Por volta de 1878, ingressou na Midvale Steel, uma usina siderúrgica, onde trabalhou por 12 anos, começando como trabalhador e terminando como engenheiro chefe. Foi nesse período que Taylor retornou aos

5 estudos obtendo assim o Título de mestre em engenharia no ano de 1883. (MAXIMIANO, 2006). Retornou para a Filadélfia em 1901, onde se dedicou a promover seus estudos e idéias e já em 1910 criou a Sociedade para a Promoção da Administração Científica, que se tornou Sociedade Taylor em 1915, ano de sua morte. As teorias defendias por Taylor são divididas em três fases. Na primeira fase buscou-se resolver problemas práticos como o estudo do tempo e movimento, estipular o tempo padrão para execução das tarefas, o estudo da fadiga e um incentivo para aumentar a produção e o salário dos operários. Passou-se então a cronometrar o tempo gasto no exercício das tarefas, a controlar os movimentos, evitando assim o desperdício de tempo e com isso veio a promoção de melhores salários. Quanto mais se produzia mais lucro a empresa obtinha e mais o funcionário ganharia. Na segunda fase Taylor se preocupou em valorizar a qualificação da mão-deobra e a especialização do operário. Dar treinamentos específicos e de maneira qualificada para que houvesse êxito na execução do trabalho. Um enfoque maior também foi dado no que se refere às máquinas e ferramentas utilizadas pelos funcionários, fornecer um ambiente propício à produção. Toda essa estrutura mantinha a uniformidade e a prática na execução das tarefas dando assim ritmo de trabalho e lucro à organização. Alta produção e baixo custo. Na terceira e última fase Taylor trata de firmar as idéias discutidas e expostas nas fases anteriores e de ampliar a área de abrangência da Escola Científica dentro da estrutura organizacional da empresa. A principal mudança foi de estabelecer um departamento de planejamento, o que ficaria responsável por toda parte intelectual da empresa e de estudar e de propor melhoramentos para o funcionamento no que se refere à mão-de-obra. Sendo assim os trabalhadores e seus supervisores deveriam se ocupar apenas com a produção enquanto que o setor de planejamento cuidaria da atividade cerebral da empresa. Em resumo, os mecanismos e técnicas utilizados por Taylor eram: estudos de tempos e movimentos, padronização de ferramentas e instrumentos, seriação de movimentos, criação de uma área de planejamento, pagamento de acordo com o desempenho do operário, cálculo de custos, cartões de instruções. Os métodos estudados, defendidos e aplicados pela Escola Científica, através de Taylor e seus seguidores, foram uma revolução mental no setor industrial

6 da época. Entende-se que tais métodos valorizam a eficiência do trabalho e não o trabalho braçal e fatigante, a ponto de exaurir as forças dos operários. A crença de que o trabalho deve ser executado de maneira escravizante e árduo nada tem a ver com as teorias de Taylor e da Escola Científica, mas sim de forma inteligente e eficaz. (MAXIMIANO, 2006). Henry Ford e a Linha de Montagem Um grande nome na Administração Científica, Henry Ford (1863-1947) começou sua vida profissional como mecânico. Em 1899 abriu sua primeira fábrica de automóveis, que logo foi fechada e em 1903 fundou a Ford Motors Co. Chiavenato (2003) descreve que a idéia de Ford era popularizar um produto antes artesanal e destinado a milionários, ou seja, vender carros a preços populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da época. Ford aprimorou e elevou ao mais alto grau, os dois princípios da produção em massa. Entende-se por Produção em Massa a fabricação de peças e produtos não diferenciados em grande quantidade. (MAXIMIANO, 2006). Os primeiro princípio trata-se da produção de peças padronizadas, onde ele deu uniformidade às peças, aplicando o controle de qualidade e simplificando o processo produtivo. No segundo princípio Ford deu ênfase à especialização do trabalhador. No processo de produção em massa a execução das tarefas é divida em etapas e cada etapa corresponde à montagem de uma parte do produto. Sendo assim, aplicava-se uma única tarefa ao operário que por sua vez tinha uma posição fixa dentro deste processo. Na produção em massa a especialização do operário resume-se única e exclusivamente ao conhecimento do funcionário na prática da execução de um trabalho determinado. A Ford, no início, trabalhava artesanalmente. Os operários continuavam nos seus devidos lugares executando a mesma tarefa, e as peças necessárias para montagem teriam que ser trazidas por eles do estoque e tal percurso significava desperdício de tempo. A primeira providência a ser tomada então foi a de levar as peças até o operário. Em 1913, o tempo médio do ciclo de montagem caiu para 2,3 minutos, enquanto que o tempo médio anteriormente era de 514 minutos. (MAXIMIANO, 2006). A Linha de Montagem Móvel foi implantada logo em seguida, para sanar o problema da falta de eficiência na execução do processo de montagem dos carros

7 em decorrência da diferença de habilidades e de velocidade de trabalho de um operário para o outro. A partir daí o produto se deslocava até o operário, o qual não precisava fazer nenhum esforço para produzi-lo, o que diminuiu e muito o tempo gasto para tal tarefa aumentando a produtividade e o tempo de espera das peças para montagem. E o melhor de tudo era que quanto mais carros eram produzidos mais baratos eles ficavam. Outras inovações adotadas por Ford dizia respeito aos salários, que foram duplicados em 5 dólares por dia e adotou a diminuição da jornada de trabalho para 8 horas por dia, enquanto que na época era de 10 a 12 horas/dia. Em 1926 empregava 150.000 trabalhadores e produzia 2.100.000 carros por ano. (MAXIMIANO, 2006). Pode-se afirmar que Henry Ford revolucionou a produção industrial e trouxe inovações às Teorias Científicas com seus estudos e aplicação das suas idéias. Alfred Sloan e a Estrutura Organizacional Alfred Sloan nasceu em 1875 e obteve o título de engenheiro em 1895. Em 1916 tornou-se presidente da United Motors e em 1918 tornou-se vice-presidente da General Motors. Em 1920 a GM passou por uma séria crise financeira e a Cia. Dupont que tinha interesses na GM aumentou consideravelmente seus investimentos salvando-a da falência. E foi em 1923 que Sloan foi nomeado Presidente da General Motors. (MAXIMIANO, 2006). As idéias de Sloan complementaram os estudos feitos por Taylor e Ford, no sentido de que eles não se preocuparam com a estrutura organizacional das instituições. Despontou então com o propósito de corrigir algumas falhas deixadas pelos seus antecessores. A partir daí surgiram os especialistas em Administração Financeira e Marketing, complementando as atividades dos engenheiros nas fábricas. A divisão do trabalho em nível de executivos, estava completa. Essa solução para a estrutura organizacional e a diversificação da linha de produtos foi implantada em meados de 1925, mas foram completamente divulgadas na década de 60. Essencialmente a estrutura que Sloan implantou na GM combinava a coordenação central com a descentralização das operações, num formato linha e assessoria, típico das organizações militares. Surgiram então as divisões operacionais, cada um sob a completa responsabilidade de um executivo. As funções de pesquisas, política financeira,

8 política de vendas e outras foram centralizadas e seus serviços disponibilizados para todo o conjunto. Seus principais princípios compreenderam-se em: um produto para cada tipo de cliente, ou seja, a valorização do gosto do cliente e a preocupação com o poder aquisitivo do mesmo, divisões autônomas para cada produto, administração central, onde se definem objetivos e cobra resultados. Por fim, entende-se que Sloan evoluiu a visão de Taylor e Ford em relação à indústria daquela época. Para Maximiano, (2006) a estrutura organizacional da GM, o sistema Ford de produção e os princípios da administração científica de Taylor formam os pilares do modelo da organização de negócios de grande porte. A ESCOLA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA E A ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA Analisando o contexto operacional das indústrias na atualidade pode-se afirmar que nada ou quase nada foge aos modelos dos princípios defendidos por Taylor na Teoria da Administração Científica. Tais princípios como a padronização, a divisão do trabalho, a necessidade de treinar, especializar e qualificar trabalhadores, alta produtividade e baixo custo ainda são fatores que permeiam a realidade industrial no mundo. Afinal, as pressões geradas pela competitividade entre as organizações no mundo globalizado, dão um enfoque maior à eficiência e eficácia em termos de produção e rendimento. Torna-se quase que uma busca pela sobrevivência. Nos tempos atuais, a idéia de que o trabalhador não precisa pensar para produzir, mas apenas executar o que lhe foi confiado, acompanha as empresas de maneira peculiar, mas ao mesmo tempo buscam funcionários que não apenas trabalhem, mas que pensem de maneira estratégica, tática e operacionalmente. Paradoxos que regem a esfera industrial e organizacional de hoje. As idéias e contribuições de Taylor para a Administração ainda estão muito presentes no dia-a-dia das empresas. O que dizer da criação de braços robóticos que substituem o trabalho braçal nas indústrias? Não são obras criadas para dar eficiência à produção e para diminuir o tempo da execução das tarefas? E por que não pensar também na valorização da alta produtividade e diminuir ainda mais os custos com a produção? Em pleno século XXI pode-se afirmar que Taylor continua atual e seus princípios, também, continuam atuais.

9 Percebe-se então que ainda não se conseguiu substituir de fato as idéias de Taylor no que se refere à execução do trabalho e à produção industrial, embora muitas críticas tenham surgido de forma veemente e contrária aos seus pensamentos. O que se vê são falsas aparências, uma maneira educada e disfarçada de se cobrar resultados e produtividade. Nas palavras de Taylor: A prosperidade máxima de cada empregado significa não apenas salários mais altos, mas também, e mais importante, significa o desenvolvimento de cada homem à sua condição de eficiência máxima. A maioria das pessoas acredita que os interesses fundamentais dos empregados e empregadores são antagônicos. A administração científica, no entanto, tem por princípio que os verdadeiros interesses dos dois são idênticos. (MAXIMIANO apud TAYLOR, 2006, p. 57). Como se vê Taylor, e seus princípios continuam atuais e regentes vivos na realidade da Administração Contemporânea. É o que se percebeu e se comprovou através da pesquisa de campo realizada na Empresa de Bebidas Turmalina. A utilização dos principais princípios defendidos por Taylor e seus seguidores como: estudo do tempo e movimento, estudo da fadiga humana, padronização de tarefas, dentre outros, foram claramente percebidos durante a execução do trabalho dos funcionários da empresa pesquisada e analisada. Os resultados e a descrição de tudo que se foi observado na organização serão descritos a seguir. RESULTADOS Observou-se que a organização é dividida em sete setores produtivos, que vão desde a chegada da matéria prima, o álcool, para a fabricação das bebidas, até a finalização do produto e sua distribuição no mercado. No ano de sua fundação, trabalhavam trinta e seis funcionários, os quais produziam quatro mil litros da bebida por dia. Atualmente a produção não é mais tão grandiosa como foi há tempos atrás. Tal queda no consumo se deve à crescente procura e preferência dos consumidores por bebidas geladas. Por conseqüência o quadro de funcionários foi reajustado. Mesmo com a queda na demanda e a diminuição dos funcionários a empresa resistiu bravamente até os dias atuais. São oito funcionários que atuam, desde o dono que administra até os funcionários que produzem e distribuem para a região dos vales do Mucuri e Jequitinhonha. Todos são especializados, ou seja, recebem treinamento prévio para aprendizagem da execução das tarefas.

1 Todavia, durante visita à empresa e mediante entrevista ao gerente da mesma, constatou-se que, mesmo com ajuda das máquinas auxiliando no processo de produção do produto, os setores de envasamento, de rotulação, de montagem das caixas para armazenamento e o de estoque do produto, são realizados manualmente. O que implica numa série de movimentos repetitivos e seqüenciais. Os sete funcionários atuantes na empresa são treinados para executarem qualquer tarefa que lhes seja confiada, caso algum colega falte ou necessite de ajuda em qualquer outro setor de produção da mesma, incluindo também o gerente. A análise de aplicação e comparação das teorias desenvolvidas por Taylor, dentro do processo de produção na organização pesquisada, serão discutidas e descritas detalhadamente. Em pleno século XXI, tais teorias se fazem presentes, mesmo que de forma implícita ou não. DISCUSSÃO Mediante visita in loco, observou-se que o trabalho executado de forma manual, se faz fortemente presente dentro do processo de produção da empresa. Mesmo com maquinário específico e apropriado auxiliando e dando agilidade à fase de confecção da bebida, notou-se que a parte da finalização, que vai do envasamento até o estoque, é feito por trabalho braçal. Prezando por movimentos padronizados, seqüenciais e quase que rítmicos por parte dos funcionários. Através de estudo prévio e análise detalhada, aplica-se e percebem-se claramente os princípios e teorias desenvolvidas por Taylor dentro do processo produtivo da empresa pesquisada. Princípios como: estudo da fadiga, estudo dos tempos e movimentos, especialização da mão-de-obra, sequenciamento e programação de operações, padronização das máquinas e também alta produtividade e baixo custo. Como foi citado anteriormente, mesmo com o quadro de funcionários reduzido, comparado há alguns anos atrás, a produção continua ativa e a busca pela produtividade com baixo custo fica evidente no momento em que a organização optou pela utilização de garrafas Peti em lugar das garrafas de vidro. Produto mais barato, prático e que reduz o trabalho da mão-de-obra, uma vez que, já chegam prontas para o uso, higienizadas e limpas. Observou-se que o trabalho repetitivo, padronizado e seqüencial é uma constante no dia-a-dia dos funcionários. Chegou-se a tal conclusão, mediante

1 observação da execução das tarefas de vedação das garrafas já preenchidas, rotulação e armazenamento, num processo manual e cuidadoso. Percebem-se aqui princípios da Escola Científica permeando o processo produtivo de forma clara e intrínseca. Princípios como, estudo da fadiga, o estudo dos tempos e movimentos, a padronização das ações, fundamentam tais constatações. Entende-se, por fim, que as teorias e princípios estudados e desenvolvidos por Taylor e seus seguidores, ainda se fazem presentes e atuantes no processo produtivo e industrial da atualidade. A realidade do dia-a-dia da empresa, da forma como as tarefas são executadas pelos funcionários da organização, minuciosamente analisada por meio de pesquisa de campo e observação, dá embasamento e fundamento a tal afirmação. A busca da excelência e da confirmação de uma produção de alta qualidade justificam por si tais métodos. CONCLUSÃO Após a realização das visitas à Empresa de Bebidas Turmalina, conclui-se que, os estudos de Taylor e as teorias da Escola Científica, influenciam diretamente nos métodos atuais de administração das empresas, sejam elas do ramo produtivo ou não. Em se tratando de empresas do ramo produtivo ou industrial, como é o caso da empresa pesquisada, os métodos desenvolvidos por Taylor são muito mais claros, e facilmente detectados. Análise do trabalho, estudo dos tempos e movimentos, estudo da fadiga humana, incentivos salariais, padronização das tarefas, são princípios ainda presentes na realidade dos setores produtivos, seja de maneira explícita ou não. Com o passar dos anos, surgiram novas idéias, pensamentos que tentaram ultrapassar os métodos Taylorianos, mas nada que perdurasse e que sufocasse tais teorias. Assim, é importante o levantamento de tais informações, mas somente o levantamento destas não garantem a excelência do gerenciamento de qualidade e a produção de conhecimento, é preciso partilhá-las e sobretudo transformá-las em atitudes concretas nas organizações. Pensando a inserção numa sociedade que respira informação e na capacidade de fabricar conhecimento, entende-se que a falta de gestão neste campo, pode trazer prejuízos não calculados. Apesar de os princípios da Escola Científica, serem evidentes nos dias atuais, a visão do funcionário enquanto ser pensante, atuante e modificador do meio em

1 que vive evoluiu, deixando ele de ser visto apenas como alguém que produz e que espera uma recompensa por isso. Espera-se que o indivíduo, enquanto trabalhador seja retribuído por todo esforço empenhado numa tarefa a ele confiada, mas que, acima de tudo seja valorizado pelo que se é e não só pelo que se tem ou pelo que se pode produzir. REFERÊNCIAS MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella Freitas Gouveia de. Teoria Geral da Administração. 3ª ed. Revista. São Paulo: Ed. Thomson Learning, 2006. MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração Da Revolução Urbana à Revolução Digital. Editora Atlas S.A. 6ª Edição, 2006. 491 p. Chiavenato, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração: Uma Visão Abrangente da Moderna Administração das Organizações. 7ª Edição Revista e Atualizada. Rio de Janeiro. Editora Elsevier, 2003. 6ª Reimpressão. 634 p. Texto extraído do original da autora: Adm. Lucinda Pimentel Gomes. Texto publicado no Informativo Mensal do CRA/CE, CRA em Ação, Ano 1, Nº. 07, Agosto/Setembro de 2005. www.cfa.org.br/download/rd1605.pdf - Acesso em 25 de mar. de 2010. TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios da Administração Científica, 1856 1915. Tradução de Arlindo Vieira Ramos. 8ª Edição. São Paulo. Editora Atlas, 1995. 109 p.