Psicologia Social II Atitudes (2) Formação das atitudes Funções das atitudes Copyright, 2006 José Farinha Formação das atitudes 2 linhas teóricas fundamentais na pesquisa sobre formação de atitudes LINHA TEÓRICA COGNITIVISTA: a atitude é definida pela informação que temos disponível sobre um determinado objecto (as crenças) Fishbein & Ajzen (1975): - considera a atitude como um trabalho cognitivo de avaliação de crenças. 2 1
informação obtida directamente - através da experiência pessoal) informação obtida indirectamente - (através da interacção social) Nível nterpessoal: - pais, amigos, grupos Nível institucional: - escola, igreja, exército... Nível mediático: - jornais, rádio, TV 3 LINHA TEÓRICA AFECTIVO/EMOCIONAL a formação de atitudes tem como fundamento uma componente afectivo/emocional. Processo básico: efeito da exposição directa (Zajonc, 1968) a exposição repetida a um mesmo estímulo tende a melhorar a atitude face a esse estímulo, isto é, a maior familiaridade com o objecto levaria ao aparecimento de sentimentos positivos face a um objecto inicialmente neutro. 4 2
Funções das atitudes Funções motivacionais Abordagem funcionalista (Katz, 1960)- a função da atitude é a de satisfazer necessidades psicológicas do indivíduo. TIPOS DE NECESSIDADES Adaptativas: - relacionadas com a gratificação: o sujeito desenvolve atitudes favoráveis face a objectos gratificantes e atitudes desfavoráveis face a objectos frustrantes 5 Defensivas: - relacionadas com mecanismos de defesa do eu, de impulsos interiores e ameaças exteriores redução da ansiedade - 2 tipos de mecanismos: a) negação e fuga, b) distorção (racionalização, projecção, deslocamento); Expressivas de valores: - as atitudes exprimem os valores e o sentido de identidade fundamentais do sujeito. 6 3
Funções Cognitivas as atitudes fornecem padrões e pontos de referência que permitem ao indivíduo dar sentido ao seu mundo conceptual interior; Referem-se à influência das atitudes na forma como o indivíduo processa a informação; Dois princípios gerais: 7 Princípio do Equilíbrio (Heider, 1970) - princípio organizador do ambiente subjectivo do indivíduo - a forma como ele percepciona o mundo em que vive: 3 Conceitos básicos: Indivíduo: - sujeito que constrói o mundo subjectivo (P); Entidade: - pessoa ou objecto físico ou social que existe no meio que envolve o sujeito (O - pessoa, X - objecto); Relação: - sentimento positivo (+) ou negativo (-) 8 4
9 Estado equilibrado: - estado harmonioso em que as entidades que estão na situação e os seus sentimentos se ajustam sem tensão" as situações equilibradas são preferidas relativamente e situações desequilibradas Consequências práticas: A.Conhecendo duas relações entre as entidades que constituem uma tríade podemos prever a terceira; B.As situações organizadas de forma equilibrada seriam mais estáveis, enquanto que as situações desequilibradas tenderiam a evoluir para o equilíbrio. 10 5
Princípio da redução da dissonância cognitiva (Festinguer, 1957) - explica a necessidade que existe em todos os indivíduos para encontrarem consonância entre as diversas cognições que têm a respeito de um mesmo objecto. 2 Conceitos básicos: Cognição: - pensamentos, atitudes e crenças conscientes; Dissonância: - existência simultânea de cognições que não se ajustam entre si; um estado de dissonância cognitiva é psicologicamente desagradável, constituindo uma motivação, uma activação do organismo no sentido da redução ou eliminação da dissonância. 11 Funções sociais Referem-se à influência da posição dos outros na formação das atitudes e sua função nos grupos sociais. Dois domínios: Identificação com o grupo; Diferenciação intergrupal. 12 6
A formação de atitudes tem um papel importante: na construção e preservação das identidades grupais, na integração dos indivíduos nos grupos sociais; na manutenção do status quo. 13 Funções comportamentais / pragmáticas (orientação para a acção) Teoria da Acção reflectida (Fishbein & Ajzen) estuda os processos psicológicos envolvidos na relação entre comportamento e atitude) Pressupostos: A. Todo o comportamento é uma escolha ponderada entre várias alternativas; B. O melhor preditor do comportamento será a intenção comportamental. 14 7
Modelo da Teoria da Acção Reflectida (Adaptado de Ajzen & Fishbein, 1980) 15 8