RELATÓRIO. Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL



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Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Órgão: TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA N. Processo: 0500029-74.2008.4.05.8103 Origem: Primeira Turma Recursal do Estado do Ceará Recorrente: João Ferreira de Souza Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social- INSS Relator: Juiz Federal Paulo Machado Cordeiro RELATÓRIO Juiz Paulo Machado Cordeiro (Relator): - Cuida-se de pedido de uniformização de jurisprudência interposto pelo autor, sob a alegação de divergência existente entre acórdão prolatado pela Primeira Turma Recursal do Estado do Ceará e da Turma Recursal do Estado de Pernambuco. Alega o recorrente, que é beneficiário de aposentadoria por invalidez, precedido de auxilio doença, com DIB anterior à Constituição Federal de 1988 e que, a despeito da súmula 260 do extinto TFR teve seu beneficio reajustado, proporcionalmente, implicando no cálculo equivocado quando da revisão prevista no art. 58 da ADCT e, por conseqüência, ocasionando reflexos no beneficio em manutenção. Aduz que teve seu pleito indeferido, pois o juiz a quo firmou entendimento no sentido de que, com o advento da Constituição Federal de 1988, no art. 58 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, foi estabelecido critérios de reajustamento, com incidência especifica aos benefícios em manutenção quando da sua promulgação., não cabendo qualquer revisão. Intimado para apresentar suas contra-razões, o INSS deixou transcorrer in albis o prazo legal. É o relatório. 1

prescrição. VOTO Juiz Paulo Machado Cordeiro (Relator): - Preliminarmente passo a análise acerca da ocorrência da decadência e da A Turma Recursal de Alagoas firmou o entendimento, no mesmo sentido do STJ 1 e da TNU 2, de que a norma inserida no art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91, instituída pela Medida Provisória nº 1.523, de 27/06/1997, posteriormente transformada na Lei nº 9.528, de 10.12.97, apenas gerará efeitos nas relações jurídicas constituídas a partir da sua vigência, não podendo ser aplicada retroativamente. Assim, o direito à revisão do benefício previdenciário em tela não se submete à decadência. Quanto à prescrição da ação, tem-se que o pleito está diretamente relacionado à prestação de trato sucessivo, restando configurada apenas com referência às diferenças das parcelas vencidas no quinquênio anterior a propositura da ação, nos termos da Súmula nº 85, do STJ 3. Sendo assim, considerando que a ação foi ajuizada em 07/01/2008, encontram-se prescritas as diferenças das parcelas vencidas no quinqüenio anterior a 07/01/2003. Vou ao mérito. Rejeito, assim, a preliminar de decadência e acolho a prescrição suscitada. No cotejo do acórdão proferido nos autos, com o paradigma prolatado pela Turma Recursal do Estado de Pernambuco, verifica-se que o cerne da divergência reside na aplicação ou não da Súmula 260 do extinto TFR 4, ou seja, se no caso de transformação de auxilio-doença em aposentadoria por invalidez, com data de inicio de beneficio anterior à Constituição Federal de 1988, seria constatada a existência de diferenças, ainda que aplicado o artigo 58 do ADCT/88. É importante salientar que o benefício de aposentadoria por invalidez recebido pelo autor é resultante da conversão de auxílio-doença e foi concedido antes da vigência da CF/88, razão pela qual deveria ter sido aplicado o índice integral no primeiro reajuste do benefício originário (auxílio-doença), conforme expresso na súmula 260 do TFR e, 1 PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. ART 103 DA LEI Nº 8.213/91. SUCESSIVAS MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS. APLICAÇÃO DA REGRA VIGENTE NA DATA DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A LEI QUE INSTITUI O PRAZO DECADENCIAL SÓ PODE PRODUZIR EFEITOS APÓS A SUA VIGÊNCIA. ASSIM, DECADÊNCIA DEVE INCIDIR APENAS EM RELAÇÃO AOS SEGURADOS QUE TIVERAM SEUS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS APÓS A PUBLICAÇÃO DA LEI. 2. Recurso especial improvido.( REsp 240493 / SC, 6ª Turma, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJ 10/09/2007 p. 314). 2 PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DOATO DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. BENEFÍCIO CONCEDIDO ANTES DE28.06.97. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. PEDIDO PROVIDO. 1. Em relação aos benefícios com data de início anterior a 28.06.97,quando foi publicada a Medida Provisória nº 1.523-9 (posteriormente convertida da Lei nº 9.528/97), não ocorre a decadência do direito do beneficiário previdenciário pleitear a revisão do ato de concessão,dada à inexistência de previsão legal à época, não sendo possível a lei nova fixar prazo decadencial antes inexistente com efeito imediato sobre as situações em curso. 2. Pedido de uniformização provido. 3 Súmula 85/STJ Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação. 4 Súmula 260/TFR - No primeiro reajuste do benefício previdenciário, deve-se aplicar o índice integral do aumento verificado, independentemente do mês da concessão, considerando, nos reajustes subseqüentes, o salário mínimo,então atualizado. 2

uma vez não tendo sido aplicado, gerou reflexos no cálculo da RMI do benefício derivado (aposentadoria por invalidez). A esse respeito, é oportuno registrar que o STJ, no REsp 544.657/SP, se posicionou favoravelmente à tese autoral, quanto à aplicabilidade da súmula 260 do extinto TFR. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. REAJUSTE DE BENEFÍCIO. SÚMULA Nº 260/TFR. INCIDÊNCIA. PRESCRIÇÃO. ARTIGO 58 DO ADCT. 1. "No primeiro reajuste do benefício previdenciário, deve-se aplicar o índice integral do aumento verificado, independentemente do mês da concessão, considerado, nos reajustes subseqüentes, o salário mínimo então atualizado." (Súmula do extinto TFR, Enunciado nº 260). 2. "Os benefícios de prestação continuada, mantidos pela previdência social na data da promulgação da Constituição, terão seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em número de salários mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse critério de atualização até a implantação do plano de custeio e benefícios referidos no artigo seguinte." (artigo 58 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). 3. Vigente o artigo 58 do ADCT, não tem mais aplicação a primeira parte da Súmula nº 260 do TFR no reajustamento futuro dos benefícios previdenciários, sendo forçoso reconhecer que houve modificação na forma de reajuste então vigente, de modo que o termo inicial da vigência da norma constitucional deve ser considerado o dies a quo do prazo prescricional. 4. Em sendo paga a última parcela a menor, por desobediência ao comando da primeira parte da Súmula nº 260/TFR, em março de 1989 e sem reflexos na renda futura do benefício previdenciário, eis que, para a aplicação do artigo 58 do ADCT, há de se considerar o valor da data da concessão do benefício, tem-se que, passados mais de cinco anos daquela data, impõe-se reconhecer a prescrição do direito às diferenças decorrentes da não aplicação da aludida Súmula, nos termos do disposto nos artigos 1º do Decreto nº 20.910/32 e 103 da Lei nº 8.213/91. Precedentes. 5. Recurso provido. (grifo no original) 5 Também a Turma Nacional de Uniformização, ao analisar a matéria, firmou entendimento de que a não observância do reajuste integral do auxilio doença, gera repercussão na RMI da aposentadoria por invalidez, ocasionado uma defasagem que somente será corrigida através da aplicação da suso mencionada súmula 260/TFR. Vejamos: EMENTA: PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUXÍLIO- DOENÇA REAJUSTE PROPORCIONAL SÚMULA 260 DO TFR OBSERVÊNCIA DA INTEGRALIDADE DO ÍNDICE DO PRIMEIRO REAJUSTE NECESSIDADE DE REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ RECURSO PROVIDO. 1) O benefício do auxílio-doença do autor, concedido em 01/07/1987, sofreu o primeiro reajuste de modo proporcional, sem observância da interpretação da Súmula 260 do TFR, que determinava que qualquer que tivesse sido o mês de concessão do primeiro benefício, o índice do primeiro reajuste deveria ser integral. 2) A não observância do reajuste integral do auxílio-doença repercutiu na RMI da aposentadoria por invalidez, determinando defasagem que somente é passível de correção mediante a aplicação da Súmula 260 do TFR no primeiro reajuste do benefício de auxíliodoença. 3) Pedido de Uniformização de Jurisprudência conhecido e provido. 6 Resta evidenciado, então, que a aplicação do art. 58 do ADCT, se baseou na RMI da aposentadoria por invalidez, e não na RMI do auxílio-doença, implicando em equivalência inferior à efetivamente devida, eis que ausente o reajuste integral do benefício originário. 5 REsp Nº 544.657 - SP (2003/0094134-8). Relator: Ministro Hamilton Carvalhido 6 Proc.nº 20056302012036-1 Classe:: Pedido de Uniformização de interpretação de lei federal. Origem: Seção Judiciária de São Paulo. Relator: Juiz Federal Ricarlos Almagro Vitoriano Cunha 3

Dessa forma, o reajuste proporcional do benefício precedente resultou no cálculo equivocado do benefício de aposentadoria por invalidez que, mesmo com a aplicação do art. 58 da ADCT, reflete até os dias atuais, resultando em prejuízo para o segurado. Assim, para corrigir a defasagem reclamada, é necessária a aplicação da súmula 260 do extinto TFR, com vistas ao reajuste integral do benefício precedente ao de aposentadoria por invalidez e, consequentemente, fixando a RMI com o novo cálculo. Mercê do exposto, voto no sentido de CONHECER E DAR PROVIMENTO AO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO para reformar 7 o acórdão proferido pela Turma Recursal do Estado do Ceará para certificar o direito do autor, bem como condenar o INSS a promover a revisão do benefício concedido ao autor, desta feita aplicando o índice integral no reajustamento do benefício de origem (auxílio-doença), com os devidos reflexos (benefício em manutenção - invalidez), de acordo com o estabelecido na Súmula 260 do extinto Tribunal Federal de Recursos, respeitada a prescrição qüinqüenal das parcelas anteriores a cinco anos, a contar da data da propositura da ação, e ao pagamento dos valores atrasados, respeitada a prescrição quinquenal. Sem custas e honorários (art. 1º da Lei n.º 10.259/2001 c/c os art. 55 da Lei n.º 9.099/95, e art. 4º da Lei n.º 9.289/96), uma vez que não há recorrente vencido, mas tãosomente recorrido vencido. É como voto. Maceió. 13 de dezembro de 2011. Juiz Federal Paulo Machado Cordeiro Relator 7 Questão de ordem nº 2/TNU - O acolhimento do pedido de uniformização gera dois efeitos: a reforma da decisão da Turma Recursal e a conseqüente estipulação de honorários advocatícios, se for o caso, bem assim a prejudicialidade do recurso extraordinário, se interposto. (Aprovada na 6ª Sessão Ordinária da Turma Nacional de Uniformização, dos dias 30 e 31.08.2004). 4

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Órgão: TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA N. Processo: 0500029-74.2008.4.05.8103 Origem: Primeira Turma Recursal do Estado do Ceará Recorrente: João Ferreira de Souza Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social- INSS Relator: Juiz Federal Paulo Machado Cordeiro EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE CONVERSÃO DE AUXILIO DOENÇA. BENEFÍCIO CONCEDIDO ANTES DA CF/1988. DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO. REVISÃO DO BENEFÍCIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 260 DO EXTINTO TFR. REFLEXOS NA REVISÃO PREVISTA PELO ART. 58 DO ADCT. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1. A Súmula 260 do extinto TFR deve ser aplicada nos benefícios previdenciários concedidos antes da Constituição Federal de 1988. 2. Não se submete a decadência os benefícios previdenciários concedidos antes da vigência da M.P. 1.523, de 27/06/1997, posteriormente transformada na Lei nº 9.528, de 10.12.97. 3. Prescrição qüinqüenal reconhecida nos termos da Súmula nº 85, do STJ. 4. Reflexos na revisão prevista no art. 58 do ADCT/88. 5. Pedido de uniformização conhecido e provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência, POR UNANIMIDADE, em conhecer e dar provimento ao pedido de uniformização, nos termos do voto do Relator. Recife, 13 de dezembro de 2011. Paulo Machado Cordeiro Juiz Federal Relator 5