PIBID GEOGRAFIA NA MEDIAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE COMO ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DOCENTE

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Transcrição:

1 PIBID GEOGRAFIA NA MEDIAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE COMO ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DOCENTE Márcia Cristina de Oliveira Mello UNESP Campus de Ourinhos PIBID/CAPES Resumo Dentro de uma política institucional de formação de professores na UNESP, insere-se o subprojeto PIBID Formação de professores de Geografia: ações e reflexões no e sobre o campo profissional. O subprojeto é desenvolvido junto ao Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus de Ourinhos/SP. Apresentam-se resultados de pesquisas e experiências desenvolvidas na instituição parceira do subprojeto, a Escola Estadual Josepha Cubas da Silva. Destacando a problemática da importância de se viabilizar experiências pedagógicas diversificadas no ensino de Geografia focamos três dimensões da aula, a saber: o planejamento, o uso de recursos didáticos e a avaliação do processo de ensino-aprendizagem em Geografia. Os resultados apontam que a perspectiva da Pedagogia histórico-crítica converge com a necessidade de um ensino geográfico mais significativo, que considere a prática reflexiva do professor para ensinar Geografia na escola de hoje. Já os recursos didáticos, quando tematizados no campo do ensino de Geografia, apontam para uma ampla possibilidade dos professores utilizarem recursos específicos nas aulas, tais como o globo terrestre, os mapas temáticos, a bússola, as maquetes, os fantoches, os filmes e/ou documentários, as fotografias, as amostras/coleções de rochas e solos, os jogos e softwares educativos, entre tantas outras possibilidades, no entanto, as condições físicas e estruturais da escola não facilitam o acesso, o planejamento e a execução desta prática escolar. Por fim, destacamos os discursos e as práticas constituídas sobre avaliação da aprendizagem em Geografia com foco nas concepções de avaliação vinculadas nos discursos acadêmicos, assim como algumas formas de encaminhamento, que por sua vez foram aplicadas na escola parceira do PIBID. Desta forma, temos como espaços de formação docente, dois elementos que se complementam e se articulam enquanto centrais no processo formativo: escola e universidade. Palavras-chave: Ensino de Geografia; formação de professores; PIBID Geografia Introdução No âmbito da abrangência de uma política institucional para o aperfeiçoamento e valorização da formação de professores no Brasil, a proposta de formação inicial (e continuada) assumida pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) considera a articulação entre a escola e a universidade um elemento central no processo formativo. 05402

2 Este texto tem como objetivo apresentar resultados de pesquisas desenvolvidas no curso de Geografia da UNESP, campus de Ourinhos/SP, a partir da prática pedagógica aplicada na Escola Estadual Josepha Cubas da Silva, parceira do PIBID, integrando as atividades do subprojeto Formação de professores de Geografia: ações e reflexões no e sobre o campo profissional. A problemática destacada no subprojeto é Como viabilizar experiências pedagógicas diversificadas, que articulem a trajetória formativa na universidade com a realidade local da escola pública de Educação Básica?. Partindo deste problema inicial, apresentamos considerações sobre três pesquisas que desenvolvemos entre os anos de 2011 e 2014, tendo em vista articular teoria e prática sobre os processos de planejamento, o uso de recursos didáticos e a avaliação do processo de ensino-aprendizagem em Geografia. 1. Planejamento de ensino em Geografia na perspectiva histórico-crítica A pesquisa intitulada Planejamento de ensino: uma aula de Geografia a partir da perspectiva histórico-crítica (ZANCHETTA, 2013) apresenta a concepção de planejamento que assumimos nas atividades do subprojeto. Optamos pela perspectiva da Pedagogia histórico-crítica por acreditar na necessidade de um ensino geográfico mais significativo, que considere a prática reflexiva do professor para avaliar para quem, para quê e como ensinar Geografia na escola de hoje, frente aos problemas reais da escola brasileira. A concepção de planejamento nesta perspectiva envolve, segundo Dermeval Saviani, [...] um movimento enquanto processo pedagógico, que incorpora a categoria da mediação. Assim entendida, a educação é vista como mediação no interior da prática social global (2008, p. 142). Assim, a forma mais adequada do desenvolvimento do trabalho pedagógico é [...] a organização dos meios (conteúdos, espaço, tempo e procedimentos) através dos quais, progressivamente, cada indivíduo singular realize, na forma de segunda natureza, a humanidade produzida historicamente ( p. 14). Para aplicação prática desta concepção de ensino Gasparin (2011), formulou o que denomina de Uma Didática para a Pedagogia histórico-crítica desenvolvida em cinco momentos. Cada um desses momentos são vivenciamos na escola parceira do subprojeto quando os bolsistas do PIBID desenvolvem suas aulas de Geografia. Desta forma, 05403

3 iniciamos as intervenções didáticas com a prática social inicial do conteúdo. O primeiro contato do educando com o tema de estudo considera sua leitura inicial de mundo, ou seja, o seu nível de desenvolvimento real. Assim, pergunta-se para o que os alunos já sabem e o que eles gostariam de saber a mais acerca dos conteúdos geográficos. No segundo momento, introduzimos a problematização, que se concretiza por meio de perguntas ao conteúdo a ser estudado em suas mais diversas dimensões (científica, histórica, social, econômica, religiosa, política). A partir daí chegamos à aula propriamente dita - a instrumentalização. Consideramos de suma importância o quarto momento - a catarse. Após a interiorização dos conteúdos, o aluno manifesta sistematicamente em forma de síntese a sua nova postura diante das problematizações iniciais. Por fim, a prática social final é a nova maneira de compreender a realidade e posicionar-se diante dela. Envolve, necessariamente uma nova atitude prática e as propostas de ação para que se cumpram estas intenções. 2. Os recursos didáticos na aula de Geografia A pesquisa intitulada Recursos didáticos: possibilidades de uso no ensino de Geografia (BRANDÃO, 2013), teve como objetivo geral investigar como os recursos didáticos são tematizados no campo do ensino de Geografia e verificar quais recursos a escola parceira do PIBID possui e quais são utilizados pela professora supervisora do subprojeto. Por recursos didáticos, entende-se o conjunto de materiais que, ao serem utilizados para fins pedagógicos, buscam uma melhor mediação no processo de ensino-aprendizagem, podendo ser todo tipo de objeto material (giz, livro didático, maquete, globo terrestre, entre outros) ou imaterial (tonalidade da voz e expressões corporais); e também aqueles direcionados aos formatos eletrônicos, tais como microcomputadores, datashow e Global Position System (GPS) (FISCARELLI, 2008). Nesta perspectiva, os recursos didáticos, sendo um dos elementos considerados nas práticas pedagógicas, juntamente com as dimensões humana e política do ensino, adquirem relevância em estudos recentes, principalmente relacionados às novas tecnologias difundidas no século XXI. Fiscarelli (2008) sustenta que há discursos e saberes constituídos 05404

4 sobre a utilização dos recursos didáticos e que nem sempre condizem com a realidade praticada em sala de aula. Ao investigar como os recursos didáticos são tematizados no campo do ensino de Geografia verificamos que há uma ampla possibilidade dos professores utilizarem recursos específicos nas aulas, tais como o globo terrestre, os mapas temáticos, a bússola, as maquetes, os fantoches, os filmes e/ou documentários, as fotografias, as amostras/coleções de rochas e solos, os jogos e softwares educativos, entre tantas outras possibilidades que poderíamos citar. In loco observamos que na escola parceira do PIBID existem vários materiais didáticos destinados às aulas de Geografia, especialmente mapas e globos terrestres. Assim como aponta Fiscarelli (2008) identificamos que há uma ideologia empregada pela política educacional paulista que incentiva o professor a utilizar os recursos didáticos, principalmente os relacionados às novas tecnologias, no entanto, as condições físicas e estruturais da escola não facilitam o acesso, o planejamento e a execução desta prática na escola. Julgamos importante, apenas para fomentar novos debates, considerar na discussão sobre a utilização de um ou outro recurso didático nas aulas de Geografia, alguns fatores: 1) o contexto de formação inicial e continuada dos professores; 2) a adequação dos recursos didáticos à realidade dos alunos e da escola; 3) as limitações de tempo-espaço-poder existentes no ambiente escolar; 4) o caráter ideológico das orientações curriculares destinada aos professores; e 5) a conjuntura social atual. 3. Avaliação do processo de ensino-aprendizagem em Geografia A investigação intitulada O discurso e a prática sobre avaliação da aprendizagem no ensino de Geografia no Brasil (1990-2012) (GRESPAN, 2014), analisou o discurso sobre avaliação escolar produzido recentemente no campo do ensino de Geografia. Desta forma, foram destacados os discursos constituídos, as concepções de avaliação da aprendizagem vinculadas aos discursos, assim como algumas formas de encaminhamento, que por sua vez foram aplicadas na escola parceira do PIBID. 05405

5 A complexa prática de avaliar o processo de ensino-aprendizagem é frequentemente debatida na escola brasileira, assim no campo do ensino de Geografia é importante que esta discussão também seja destacada. Foram localizados, até ao término da pesquisa documental, sete estudos que abordam direta ou indiretamente a temática avaliação da aprendizagem em Geografia. Os estudos revelam que a discussão recente mostra que o significado da concepção de avaliação deve ir além da apreciação quantitativa. Além disso, percebemos que nestas duas últimas décadas ocorreu um maior enfoque nas metodologias de ensino e um questionamento mais preciso das práticas escolares, entre elas a avaliação. Tais ideias contribuem para pensar a Geografia que seja de fato crítica e uma ciência social, onde auxilie a formação de um cidadão consciente, convergindo com o referencial teórico de Hoffman, Libâneo, Luckesi, Paulo Freire e Saviani. A dimensão prática da pesquisa investigou a concepção de avaliação da professora supervisora do PIBID e favoreceu a aplicação de avaliações diagnósticos no início, meio e ao final do desenvolvimento dos temas localização geográfica e sensoriamento remoto. Considerações O PIBID contribui para que tenhamos a escola e a universidade enquanto espaços que se complementam e se articulam no processo formativo. No subprojeto Geografia a pesquisa sobre a prática pedagógica mostra-se uma importante faceta para ser debatida por todos aqueles que têm o desafio de pensar A Didática e a prática de ensino na relação com a formação de professores. Referências BRANDÃO, Inêz de Deus Neiva. Recursos didáticos: possibilidades de uso no ensino de Geografia. 2013. 86f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geografia) Universidade Estadual Paulista, Ourinhos, 2013. FISCARELLI, Rosilene Batista de Oliveira. Material didático: discurso e saberes. Araraquara: Junqueira & Martins Editoras, 2008. GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a Pedagogia histórico-crítica. 5. ed. Campinas: Autores Associados, 2011. 05406

6 GRESPAN, Mirella Almeida. O discurso e a prática sobre avaliação da aprendizagem no ensino de Geografia no Brasil (1990-2012). 50f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geografia) Universidade Estadual Paulista, Ourinhos, 2014. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Autores associados: Campinas, 2008. ZANCHETTA, Juliana de Fátima. Planejamento de ensino: uma aula de Geografia a partir da perspectiva histórico-crítica. 2013. 99f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geografia) Universidade Estadual Paulista, Ourinhos, 2013. 05407