Autores: Anderson L.G.Quilles, Cláudio H.Bitto, Sônia F.L.Toffoli e Ulysses Sodré Adaptado pelo Prof. Ardemirio de Barros

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Transcrição:

Autores: Anderson L.G.Quilles, Cláudio H.Bitto, Sônia F.L.Toffoli e Ulysses Sodré Adaptado pelo Prof. Ardemirio de Barros Seno: No plano cartesiano, consideremos uma circunferência trigonométrica, de centro em (0,0) e raio unitário. Seja M=(x',y') um ponto desta circunferência, localizado no primeiro quadrante, este ponto determina um arco AM que corresponde ao ângulo central a. A projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo OX determina um ponto C=(x',0) e a projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo OY determina outro ponto B=(0,y'). A medida do segmento OB coincide com a ordenada y' do ponto M e é definida como o seno do arco AM que corresponde ao ângulo a, denotado por sen(am) ou sen(a), ou seja, o seno de um ângulo é a relação entre o cateto oposto de um triângulo retângulo e a hipotenusa. Como temos várias determinações para o mesmo ângulo, escreveremos sen(a)=sen(a+2k )=y' Cosseno: O cosseno do arco AM correspondente ao ângulo a, denotado por cos(am) ou cos(a), é a medida do segmento 0C, que coincide com a abscissa x' do ponto M, ou seja, o cosseno de um ângulo é a relação entre o cateto adjacente de um triângulo retângulo e a hipotenusa. Como antes, existem várias determinações para este ângulo, razão pela qual, escrevemos cos(am) = cos(a) = cos(a+2k ) = x'

Tangente Seja a reta t tangente à circunferência trigonométrica no ponto A=(1,0). Tal reta é perpendicular ao eixo OX. A reta que passa pelo ponto M e pelo centro da circunferência intersecta a reta tangente t no ponto T=(1,t'). A ordenada deste ponto T, é definida como a tangente do arco AM correspondente ao ângulo a, ou seja, a tangente de um ângulo é a relação entre o cateto oposto de um triângulo retângulo e o cateto adjacente. Assim a tangente do ângulo a é dada pelas suas várias determinações: tan(am) = tan(a) = tan(a+k ) = µ(at) = t' Podemos escrever M=(cos(a),sen(a)) e T=(1,tan(a)), para cada ângulo a do primeiro quadrante. O seno, o cosseno e a tangente de ângulos do primeiro quadrante são todos positivos. Um caso particular importante é quando o ponto M está sobre o eixo horizontal OX. Neste caso: cos(0)=1, sen(0)=0 e tan(0)=0 Ampliaremos estas noções para ângulos nos outros quadrantes Ângulos no segundo quadrante Se na circunferência trigonométrica, tomamos o ponto M no segundo quadrante, então o ângulo a entre o eixo OX e o segmento OM pertence ao intervalo /2<a<. Do mesmo modo que no primeiro quadrante, o cosseno está relacionado com a abscissa do ponto M e o seno com a ordenada deste ponto. Como o ponto M=(x,y) possui abscissa negativa e ordenada positiva, o sinal do seno do ângulo a no segundo quadrante é positivo, o cosseno do ângulo a é negativo e a tangente do ângulo a é negativa.

Outro caso particular importante é quando o ponto M está sobre o eixo vertical OY e neste caso: cos( /2)=0 e sen( /2)=1 A tangente não está definida, pois a reta OM não intercepta a reta t, pois elas são paralelas. Ângulos no terceiro quadrante O ponto M=(x,y) está localizado no terceiro quadrante, o que significa que o ângulo pertence ao intervalo: <a<3 /2. Este ponto M=(x,y) é simétrico ao ponto M'=(-x,-y) do primeiro quadrante, em relação à origem do sistema, indicando que tanto a sua abscissa como a sua ordenada são negativos. O seno e o cosseno de um ângulo no terceiro quadrante são negativos e a tangente é positiva. Em particular, se a= radianos, temos que cos( )=-1, sen( )=0 e tan( )=0 Ângulos no quarto quadrante O ponto M está no quarto quadrante, 3 /2<a< 2. O seno de ângulos no quarto quadrante é negativo, o cosseno é positivo e a tangente é negativa.

Quando o ângulo mede 3 /2, a tangente não está definida pois a reta OP não intercepta a reta t, estas são paralelas. Quando a=3 /2, temos: cos(3 /2)=0, sin(3 /2)=-1 sen(a) = -sen(b) cos(a) = -cos(b) tan(a) = tan(b) Senos e cossenos de alguns ângulos notáveis Uma maneira de obter o valor do seno e cosseno de alguns ângulos que aparecem com muita frequência em exercícios e aplicações, sem necessidade de memorização, é através de simples observação no círculo trigonométrico. sen 6 π = (30º) = 23 = cos 60º sen 4 π = (45º) = 22 = cos 45º sen 3 π = (60º) = 2 1 = cos 30º sen 2 π = (90º) = 0 = cos 0º sen 0º = 1 = cos 60º

Primeira relação fundamental Uma identidade fundamental na trigonometria, que realiza um papel muito importante em todas as áreas da Matemática e também das aplicações é: sin²(a) + cos²(a) = 1 que é verdadeira para todo ângulo a. Necessitaremos do conceito de distância entre dois pontos no plano cartesiano, que nada mais é do que a relação de Pitágoras. Sejam dois pontos, A=(x',y') e B=(x",y"). Definimos a distância entre A e B, denotando-a por d(a,b), como: Se M é um ponto da circunferência trigonométrica, cujas coordenadas são indicadas por (cos(a),sen(a)) e a distância deste ponto até a origem (0,0) é igual a 1. Utilizando a fórmula da distância, aplicada a estes pontos, d(m,0)=[(cos(a)-0)²+(sen(a)-0)²] 1/2, de onde segue que 1=cos²(a)+sin²(a).

Segunda relação fundamental Outra relação fundamental na trigonometria, muitas vezes tomada como a definição da função tangente, é dada por: sen(a) tan(a) = cos(a) Deve ficar claro, que este quociente somente fará sentido quando o denominador não se anular. Se a=0, a= ou a=2, temos que sen(a)=0, implicando que tan(a)=0, mas se a= /2 ou a=3 /2, segue que cos(a)=0 e a divisão acima não tem sentido, assim a relação tan(a)=sen(a)/cos(a) não é verdadeira para estes últimos valores de a. Cotangente Seja a reta s tangente à circunferência trigonométrica no ponto B=(0,1). Esta reta é perpendicular ao eixo OY. A reta que passa pelo ponto M e pelo centro da circunferência intersecta a reta tangente s no ponto S=(s',1). A abscissa s' deste ponto, é definida como a cotangente do arco AM correspondente ao ângulo a. Assim a cotangente do ângulo a é dada pelas suas várias determinações cot(am) = cot(a) = cot(a+2k ) = µ(bs) = s' Os triângulos OBS e ONM são semelhantes, logo: BS ON = OB MN Como a circunferência é unitária OB =1

cos(a) cot(a)= sen(a) que é equivalente a 1 cot(a)= tan(a) A cotangente de ângulos do primeiro quadrante é positiva. Quando a=0, a cotangente não existe, pois as retas s e OM são paralelas. Ângulos no segundo quadrante Se o ponto M está no segundo quadrante, de modo que o ângulo pertence ao intervalo /2<a<, então a cotangente de a é negativa. Quando a= /2, tem-se que cot( /2)=0. Ângulos no terceiro quadrante Se o ponto M está no terceiro quadrante, o ângulo está no intervalo <a<3 /2 e nesse caso, a cotangente é positiva. Quando a=, a cotangente não existe, as retas que passam por OM e BS são paralelas.

Ângulos no quarto quadrante Se o ponto M está no quarto quadrante, o ângulo a pertence ao intervalo 3 /2<a<2, assim a cotangente de a é negativa. Se a=3 /2, cot(3 /2)=0. Secante e cossecante Seja a reta r tangente à circunferência trigonométrica no ponto M=(x',y'). Esta reta é perpendicular à reta que contém o segmento OM. A interseção da reta r com o eixo OX determina o ponto V=(v,0). A abscissa do ponto V, é definida como a secante do arco AM correspondente ao ângulo a.

Assim a secante do ângulo a é dada pelas suas várias determinações: sec(am) = sec(a) = sec(a+2k ) = µ(ov) = v A interseção da reta r com o eixo OY é o ponto U=(0,u). A ordenada do ponto U, é definida como a cossecante do arco AM correspondente ao ângulo a. Então a cossecante do ângulo a é dada pelas suas várias determinações csc(am) = csc(a) = csc(a+2k ) = µ(ou) = u Os triângulos OMV e Ox'M são semelhantes, deste modo, OV OM = OM Ox' que pode ser escrito como 1 sec(a)= cos(a) se cos(a) é diferente de zero. Os triângulos OMU e Ox'M são semelhantes, logo: OU OM = OM x'm que pode ser escrito como 1 csc(a)= sen(a) desde que sen(a) seja diferente de zero.