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Transcrição:

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Marzo 2011 Profa. Anita Kon Assistente: Emmanuel Nakamura PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS GRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA. 1. SITUACIÓN ECONÓMICA ACTIVIDAD ECONÓMICA No final de 2010 a atividade econômica industrial brasileira mostrou crescimento considerável de 10,5%, como recuperação da crise econômica de 2009 e com os impactos positivos das desonerações fiscais do governo, lançadas na crise para estimular ramos como o automotivo, a construção e o de eletrodomésticos da linha branca e ainda devido aos bons resultados da produção de bens de capital. No entanto, neste primeiro trimestre de 2011, a atividade já vem se desacelerando e a perda de competitividade devido ao impacto negativo do câmbio aumenta de intensidade, pois o real valorizado segurou a produção industrial de ramos que convivem com exportações em queda e invasão de importados. Além do câmbio, no período, a menor confiança de empresários industriais resultou da política monetária mais restritiva e de novas decisões de alta de juros. Por outro lado, observa-se a retomada gradativa dos investimentos, particularmente na atividade de bens de capitais. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo mostram a perspectiva de que 75% das indústrias de São Paulo, pólo econômico nacional, deve aumentar seus investimentos buscando a sobrevivência e ganhos em competitividade, embora no curto prazo temem aumentar muito a produção no trimestre, devido à concorrência com importados. SECTOR EXTERIOR Os preços de commodities continuam em alta internacionalmente, elevando as previsões de superavit comercial para o Brasil, desde que a pauta de exportações brasileira se concentra prioritariamente nestes produtos. Por outro lado a tendência no período é de diminuição de preços dos importados. As projeções de especialistas para o saldo da balança comercial vem sendo refeitas em relação ao que era esperado para o saldo comercial

de 2011, indicando valor das exportações entre US$ 15 bilhões e quase US$ 30 bilhões superior ao das importações neste ano. As exportações brasileiras se beneficiam da forte demanda da China por minério de ferro, principal produto de exportação do Brasil neste início de ano. Do lado das importações o crescimento tem sido menor no volume devido à demanda doméstica mais fraca, o que também tem contribuído para as revisões do saldo comercial. No entanto as importações ainda ameaçam a produção brasileira. Como reflexo do dólar desvalorizando perante o Real, os brasileiros aumentaram suas viagens e gastos no exterior e tem efetuado seus pagamentos externos com cartão de crédito, que aumentaram 54% em 2010. O governo estuda o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras cobrado sobre a fatura do cartão, o que resulta em encarecimento destes gastos, como medida de redução do consumo no exterior e de compras internacionais pela internet. SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL Tendo em vista que em 2010 o setor público das três esferas de governo representadas pela União, Estados e municípios não cumpriram a meta de redução do gasto público devido aos gastos nas eleições, neste início de ano o Banco Central vem adotando um aumento maior dos juros oficiais (SELIC) e maior aperto no crédito para segurar a inflação em 2011. No ano que passos, o governo federal recorreu a uma série de manobras contábeis para aumentar as receitas e dar conta dos gastos e a economia total do setor público para obter superávit primário para pagar os juros da dívida ficou em 2,8% do Produto Interno Bruto, quando a meta era de 3,1%. Acima de 40% do superavit foi obtido em 2010 por meio de operações contábeis que não representaram efetivamente aumento de receita ou corte de gastos e que, por isso, não ajudam a reduzir a inflação e a dívida. Dessa forma, no primeiro trimestre de 2011, com a mudança de governo, a política fiscal vem sendo mais rígida com determinação de cortes nos gastos, com o objetivo de esfriar a economia por meio da redução do consumo, principalmente, e do investimento público, com a expectativa de que o Banco Central possa segurar a inflação com menor necessidade de aumento dos juros. Porém, a deterioração acentuada das contas públicas, que continua neste trimestre de 2011 ainda suscita preocupação, pois o aumento da arrecadação estimula maiores gastos públicos. Os analistas salientam que os cortes propostos de R$ 50 bilhões pelo governo serão insuficientes para conter a alta dos preços no país. As últimas estimativas do FMI para o Brasil são de um déficit fiscal equivalente a 3,1% do PIB, ou 1,9% maior do que sua estimativa anterior. Os dados disponíveis nesta conjuntura e as projeções divulgadas pelo governo mostram que o corte produziria em 2001 superavit equivalente a 2,9% do Produto Interno Bruto, abaixo da meta de 3,1%.

EMPLEO 931 No primeiro trimestre do ano a dispensa de trabalhadores temporários que haviam sido contratados para atender ao consumo das festas de fim doano de 2010, aumentou a taxa de desemprego, mas o índice ainda se situa emf patamar mais baixo do que no mesmo período do ano anterior. O pessoal ocupado na indústria em 2010 teve expansão de 3,4%, como reflexo da recuperação gradual do emprego industrial ao longo do ano, mas também foi maior em relação baixa base de comparação em função dos ajustes realizados no mercado de trabalho em 2009, devido aos efeitos da crise internacional. A indústria paulista abriu 15.500 vagas neste início de anos, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que corresponde a um aumento de 0,44% em janeiro e a expectativa na conjuntura é de que o primeiro trimestre tenha aquecimento, porém seguido de acomodação no resto de 2011. As empresas ainda encontram dificuldades para contratar profissionais qualificados e aumentam seus salários como compensação e repassam estes custos para os preços de seus produtos. Essa oferta restrita de trabalhadores está se expandindo para outros setores, contribuindo para pressões inflacionárias, particularmente na construção civil e no comércio, setores em que os trabalhadores solicitados não possuem alto grau de qualificação, mas receberam estímulos governamentais nos últimos meses e onde os aumentos salariais foram acima da inflação média. POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN Para o Brasil, o ano de 2011 começou com inflação mais alta e uma tendência à aceleração do consumo que coloca pressão sobre vários produtos e serviços. O Banco Central foi levado a subir a taxa básica de juros indicando ao menos, mais duas rodadas de elevação. Mesmo com estas medidas, os especialistas acreditam que a inflação não conseguirá ficar no centro da meta (4,5%) neste ano e Indice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), indicador oficial de inflação, fechará o ano próximo a 6%, superior aos 5,90% de 2010. Entre as causas, são citados o aquecimento ainda existente da economia, os preços administrados reajustados superiores em 2010 agora e ao longo de 2011, bem como a restrição de mão de obra. Neste trimestre, além de reajustes mais numerosos, os aumentos também ficaram mais intensos. As expectativas são de que a partir de março, a inflação tenderá a ceder, depois de haver passado a fase de aumento de ônibus e de mensalidades dos colégios típicos do início do ano. Na primeira reunião do novo governo em janeiro de 2011, momo medida de contenção da inflação o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, subiu a taxa básica de juros de 10,75% para 11,25% ao ano. O sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil define que o BC deve calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas e para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Com estes parâmetros, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. MERCADOS FINANCIEROS A recente crise no Egito provocou fuga considerável de investimentos no Brasil. Os acontecimentos do Egito trouxeram novas incertezas para a recuperação da economia global, que já estava abalada e às preocupações com a escalada da inflação em países emergentes como China, Brasil, Índia e Indonésia por conta do aumento nos preços dos alimentos. O Brasil, perdeu US$ 1 bilhão em retiradas, sendo a maioria desses fundos de origem estrangeira e investe coletivamente em papéis de empresas emergentes, como China e Brasil. Tendo em vista as medidas para esfriar a economia brasileira, com o objetivo de conter a inflação, o mercado global fica menos disposto a manter posições nesses países. Com a inflação no Brasil a estimativa do mercado financeiro é de que os juros que subiram para 11,75% ao ano neste trimestre avancem para 12,25% ao ano em abril, e neste patamar deverão fechar 2011. O mercado financeiro acredita ainda que o IPCA fique em 5,42% neste ano, ou seja, bem acima da meta central determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com o elevado crescimento econômico no Brasil em 2010 e a fraca expansão no mundo mais avançado, levou as filiais de companhias estrangeiras que operam no país a registrar recorde de empréstimos a suas matrizes. Na conjuntura, este movimento ajuda no pagamento de compromissos de curto prazo que vencem no exterior e com a grande valorização do real, os empréstimos feitos pelas filiais brasileiras acabam sendo bom negócio. TIPO DE CAMBIO O câmbio, representado pelo dólar altamente desvalorizado em relação ao real, ainda foi o responsável pela contenção da produção da indústria neste trimestre. A queda do dólar continua a baratear os importados e produtos nacionais que usam insumos produzidos no exterior e a maior competição com importados e o recuo das exportações de alguns setores fizeram a indústria perder ritmo, porém beneficiou o setor de comércio de importados se juntando à ampliação do crédito, da renda e do emprego também alavancaram o varejo. As medidas do Banco Central que se iniciaram com o novo governo em janeiro, objetivam atuar mais efetivamente no mercado de câmbio para tentar segurar a queda do dólar, fazendo leilões para comprar dólares em operações a termo, ou seja, aquelas em que a moeda é entregue em data futura, a ser definida no leilão. As empresas vendem aos bancos recursos que receberão posteriormente em captação externa ou lançamento de ações, diluindo assim o risco de trazer o dinheiro para o país. Já em de fevereiro de 2011, apesar da entrada considerável de dólares, o câmbio permanece estável flutuando pouco, apresentando o Real valorizado. O país estimula a entrada de recursos externos, através da

suspensão de tributos sobre estas operações financeiras e outras decisões. Esta entrada elevada de dólares prejudica a política fiscal, desde que o governo deve vender títulos para a política de compra de dólares. 2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS Ainda permanece o pessimismo dos investidores e analistas quanto às perspectivas dos resultados das políticas fiscal, monetária e cambial neste ano, mesmo com as medidas de cortes de gastos, da elevação dos juros e das outras medidas para elevar as cotações do dólar. Pesquisa periódica do Banco Central entre bancos e consultorias, mostra que as expectativas para estes três indicadores que balizam a política econômica ficaram estáveis ou pioraram no período. Alguns especialistas afirmam que a demora do corte efetivo do Orçamento é culpada pela piora das expectativas de inflação, mesmo com alta dos juros do Banco Central e os analistas elevaram sua projeção feita em 2010 para a inflação de 2011, de 4,9% para 5,4% a 5,8%. As projeções para o dólar a R$ 1,75 no final do ano também permanecem e o superavit primário das receitas para o abatimento da dívida pública, são previstos para 2,8% do Produto Interno Bruto, abaixo da meta de 3,1%. As projeções para o crescimento da indústria em 2011 foram revisadas para baixo, de 4% para 3,5%, porém as expectativas são de que o PIB tenderá a crescer ainda na faixa de 4,5% graças ao bom desempenho do setor de serviços, que não sofre perdas com o impacto cambial. Embora a previsão oficial do governo de crescimento econômico em 2011 se situe em 5%, a notícia é de que reservadamente o governo trabalha com um número menor, de 4,5%, como cenário mais provável diante das medidas adotadas para evitar que a inflação rompa o teto da meta, de 6,5%. 3. SITUACIÓN POLÍTICA Neste trimestre, com a posse do novo governo, a situação política do país se centrou na forte pressão do governo central sobre ministros e partidos políticos que disputam cargos do primeiro, segundo e terceiro escalão. Um embate com a oposição e centrais sindicais sobre o reajuste do salário mínimo, ocupou as conversações políticas e a presidenta Dilma obteve conseguiu que Câmara de deputados e senadores aprovasse o salário mínimo de R$ 545 para 2011, derrubando propostas de valores mais altos. Foi aprovada uma lei aprovada que prevê regras fixas para o cálculo do mínimo até 2015, que será corrigido pela inflação, mais o índice de crescimento da economia de dois anos anteriores. Estes reajustes devem ser feitos por decreto presidencial, sem passar pelo Congresso Nacional, o que provocou um ambiente de instabilidade política pela crítica da oposição e pelas centrais sindicais.

No campo internacional, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente Barack Obama devem assinar um tratado de cooperação econômica e comercial, durante a visita do líder americano ao Brasil, em 19 e 20 de março. O tratado deve criar um mecanismo bilateral, em nível ministerial, para que as barreiras ao comércio e aos investimentos nos dois países sejam discutidas e resolvidas principalmente de alguns dos principais entraves econômicos que são barreiras sanitárias a produtos como carnes e frutas brasileiras, simplificação de processos alfandegários e normas técnicas.