Relatório de Análise dos Investimentos da OABPREV SP Julho de 2015
1. Introdução O presente Relatório de Análise dos Investimentos visa fornecer algumas análises quantitativas do mercado (indicadores financeiros), bem como tecer alguns comentários sobre a carteira consolidada da OABPREV SP. 2. Dados da Análise Data-base da carteira analisada: 31/07/2015 Elaboração: 19/08/2015 Responsáveis: José Suaide e Nathan Batista 3. Análise de Mercado O mês de julho foi fortemente impactado pela influência do ambiente político sobre o mercado financeiro, o melhor, e, talvez o maior exemplo deste movimento fez-se notar com a divulgação da nova meta fiscal que reduziu a estimativa de superávit primário para 0,15% ante uma projeção no incio de 2015 de 1,1%. A confirmação pelo governo deste dado trouxe para o debate o pessimismo, ou melhor, o realismo do governo em relação à arrecadação de impostos. A decorrência imediata é a constatação de que as contas do governo em médio e longo prazo entraram num rota de diminuição da receita potencial, derivado de um menor crescimento que se confronta à uma trajetória crescente de gastos. No mês de julho o Banco Central decretou o encerramento do ciclo de elevação da taxa básica de juros, após a taxa Selic ter atingido o patamar de 14,25% ao ano no dia 29 de julho. Em julho notamos um recuo significativo do IBrX, por conta do cenário interno de crescimento mais arrefecido associado ao quadro fiscal mais deteriorado. Pesou em 1
julho, também pelo lado externo, a incerteza quanto à recuperação da economia chinesa. No mês de julho o IBrX rentabilizou -3,44% e no ano acumula alta de 2,74%. EVOLUÇÃO DOS PRINCIPAIS INDICADORES FINANCEIROS (BASE JULHO/15) 31/07/2015 No MÊS No Ano 1 M 3 M 6 M 12 M 24 M 36 M CDI 1,18 7,17 1,18 3,26 6,18 12,08 23,21 32,11 IMA-B -0,73 7,55-0,73 1,55 4,30 11,23 18,70 21,75 IMA-B 5 1,78 9,37 1,781 4,32 7,17 13,11 25,07 33,85 IMA-B 5+ -1,80 7,07-1,80 0,55 3,24 10,86 15,48 16,23 IRF-M 1,23 6,48 1,23 3,21 4,61 9,79 20,49 26,97 IMA-C -1,15 5,29-1,15 0,44 1,81 9,70 15,63 15,77 IMA-G 0,51 7,03 0,51 2,63 4,79 10,82 20,39 25,79 IBOV -4,17 1,71-4,17-9,54 8,44-8,89 5,45-9,33 IBrX -3,44 2,74-3,44-8,03 9,16-7,17 6,88 4,12 IBrX-50-3,75 2,71-3,75-9,00 8,62-7,68 7,92 3,59 SMLL -3,75-10,30-3,75-7,14 1,99-20,67-26,02-26,14 DOLAR (PTAX) 9,39 27,78 9,39 13,38 27,48 49,69 48,19 65,57 IFMM 3,09 11,41 3,09 5,47 10,20 15,46 25,04 36,66 IGP-DI 0,58 5,10 0,58 1,67 4,40 7,41 12,85 18,31 IGP-DI + 5,5% 1,03 8,43 1,03 3,04 7,23 13,32 25,60 38,93 IPCA 0,62 6,83 0,62 2,17 5,52 9,56 16,68 24,00 INPC 0,58 7,42 0,58 2,36 5,86 9,81 16,76 24,20 INPC + 6% 1,07 11,14 1,07 3,86 8,98 16,39 31,19 47,93 INPC + 5,5% 1,03 10,83 1,03 3,74 8,73 15,84 29,96 45,84 INPC + 5% 0,99 10,52 0,99 3,61 8,47 15,30 28,73 43,78 INPC + 4,5% 0,95 7,44 0,95 3,49 8,21 14,75 27,50 41,74 Permanece no mercado a percepção da piora do Risco Brasil. Abaixo apresentamos a evolução do CDS (Credit Default Swap) histórico, medida essa de Risco País. O gráfico possui a média simples por faixa de rating em comparação com o CDS Brasil. Podemos perceber no gráfico que o Brasil já está no mesmo patamar da média dos países BB, ou seja, o mercado atribui atualmente um risco Brasil similar aos dos países que já perderam o Grau de Investimento. Isso reflete de certa forma no prêmio das NTN-B s (títulos atrelados à inflação), sendo que os papéis curtos chegaram a pagar em média taxas próximas a 7,2% ao ano, e os longos se aproximaram do patamar de 6,90% ao ano, ou seja, tanto no curto prazo como no longo prazo notou-se uma elevação da remuneração das NTN-Bs, devido à elevação do risco país. 2
EVOLUÇÃO CDS MÉDIA POR FAIXA DE RATING Em linha com o comentário do mês passado as estratégias indexadas ao CDI devem ainda predominar os portfólios dos investidores de uma forma geral, até por conta do aumento da taxa de juros e inflação relativamente menor daqui para frente, mas enxergarmos também, nesse momento de grandes incertezas, algumas oportunidades na renda fixa, principalmente, em função dos elevados prêmios das NTN-B s e das taxas préfixadas, que podem ser investimentos interessantes em um cenário de inflexão das expectativas de aumento da taxa Selic em um momento não tão distante, na nossa opinião. 4. Carteira Consolidada OABPREV SP Abaixo tecemos algumas considerações sobre a carteira consolidada da OABPREV SP, com base no fechamento de julho de 2015. É importante destacar que a carteira de junho já apresentava os novos gestores de renda variável, conforme a nova 3
estrutura de multigestores aprovada pela Entidade. Ao final do mês de julho os demais fundos de renda fixa passaram a integrar o portfolio da OABPREV-SP. A alocação em Bolsa da Entidade perfazia aproximadamente 9,79% considerando o fechamento de julho, conforme o gráfico abaixo. O fundo ICATU VANG FICFI MULTIM OABPREV SP (que consolida todos os investimentos da Entidade), no final de julho, apresentou um patrimônio líquido das taxas do fundo de R$ 382.656.408,88 contra R$ 386.720.402,11 em junho. Esse patrimônio estava distribuído nas classes de ativos abaixo: Gráfico 1: Distribuição por fatores de risco da Carteira do FICFI ICATU 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Bolsa Bolsa Exterior Caixa e outros CDI / SELIC Compromissada Cupom IGPM Cupom IPCA Cupom SELIC Fundos Moedas Pré Podemos observar no gráfico acima que aproximadamente 28,81% estavam alocados em CDI/SELIC e 36,92% em Compromissadas, ou seja, operações que rendem CDI de um dia para o outro. Portanto, a carteira como um todo vem mantendo posições mais conservadoras desde o início deste ano, dado o cenário de incertezas econômica e política, ou seja, grande parte da carteira da Entidade estava atrelada a taxa de juros, papéis esses com menor risco de mercado (menor volatilidade). O maior risco da carteira da Entidade continua sendo das posições em Bolsa. Temos observado também que essa exposição está próxima da 4
mediana das fundações que são monitoradas pela ADITUS. No entanto, temos observado também que as EFPC s, de uma forma geral, reduziriam muita a exposição em Bolsa neste ano, alocando os recursos em CDI e/ou NTN-B s (papéis atrelados à inflação). Até julho a carteira como um todo da Entidade estava rendendo 6,82% contra 7,16% do CDI. O VaR 1 (medida do risco de mercado) do Fundo foi de 0,79% (contra 0,72% em junho, 0,46% em maio, 0,69% em abril, 0,51% em março, 0,57% em fevereiro e 0,68% em janeiro), ou seja, aumentou em relação ao mês de junho por conta da elevação do risco associado à renda variável. Ressaltamos que esse nível de VaR é baixo devido a uma menor exposição em Bolsa vis-àvis outras carteiras que temos acompanhado. No tocante a carteira de crédito da Entidade, aproximadamente 28% da carteira estava em títulos privados (percentual inferior ao verificado em junho que era de aproximadamente 39%), ou seja, uma redução quando comparamos aos mês anterior. Consideramos esse percentual ainda elevado, assim como também estava bem acima da média das EFPC s. 1 O VaR mensura a perda máxima que a carteira pode ter, considerando um horizonte de tempo (no nosso caso) de 21 dias úteis com um grau de confiança de 95%. Por ser uma medida estatística, e que considera algumas hipóteses, a perda calculada não significa que irá ocorrer, mas é um bom parâmetro para medir o grau de risco da carteira. 5
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