Jogos de Alfabetização Sistematização: Leila Nascimento Baseado em: LEAL, T. F; ALBUQUERQUE, E. B. C. de e LEITE, T. M. R. Jogos: alternativas didáticas para brincar alfabetizando (ou alfabetizar brincando?). IN: MORAIS, A. G. de; Albuquerque, E. B. C. de e LEAL, T. F. L. (Orgs). Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
Os jogos como fonte de prazer Os jogos são práticas culturais dotadas de historicidade e múltiplas significações. Atividade lúdica em que crianças e/ou adultos participam de uma situação de engajamento social.
Dois grupos principais de jogos: jogos de enredo e jogos de regras. Jogos de enredo: Têm recebido várias denominações, dentre eles, jogo imaginativo, jogo de faz-de-conta, jogo de papéis. Jogo de regras: A situação imaginária está implícita e as regras orientam a brincadeira. Os participantes do jogo centram a atenção na finalidade do jogo e no atendimento às regras compartilhadas.
Por que jogos na sala de aula? Na brincadeira, a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real e também aprende a separar objeto e significado (Oliveira, 1995, p. 67).
Sócio afetivo: Oportuniza à criança sair do egocentrismo para adotar o ponto de vista do outro e poder prever suas reações; Permite que a criança assuma em momentos alternados, ora a posição de líder, ora de espectador, ora de interlocutor, num exercício saudável e condizente com a prática que se pretende construir; Propicia uma ampliação dos contatos sociais com outras crianças; Permite que a criança aprenda a conviver com os estigmas da competição presente em nossa sociedade, como também criar em conjunto, formas de superá-las.
Motor Permite que a criança avalie a sua competência motora e seja motivada a superar as dificuldades de auto-desafio; Fornece à criança oportunidade para aperfeiçoar sua habilidade de criar e construir seus próprios brinquedos. Cognitivo No domínio operatório, constrói noções pré-numéricas (classificação, ordenação e busca de várias relações); Estruturação do tempo e espaço; primeiros elementos de lógica através da resolução de problemas simples (busca de estratégias para vencer o jogo); Em relação à comunicação, explica uma regra, comenta ou contesta algo referente ao jogo.
Os jogos na aprendizagem escolar - Kishimoto (2003, pp. 37/38): A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do conhecimento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico. - Não podem ser utilizados como únicas estratégias didáticas e nem garantem a apropriação dos conhecimentos que buscamos.
Os jogos para aprender a língua Brincar com a língua faz parte das atividades que realizamos fora da escola desde muito cedo: cantigas de roda, parlendas, jogo da forca, adedonha, palavras cruzadas... E todos esses jogos envolvem a formação de palavras e, com isso, podem ajudar no processo de alfabetização. Considerando os princípios do Sistema de Escrita Alfabético, dividiremos os jogos em três grupos: aqueles que contemplam atividades de análise fonológica sem fazer correspondência com a escrita; os que levam a refletir sobre os princípios do sistema alfabético, ajudando os alunos a pensar sobre as correspondências grafofônicas; os que ajudam a sistematizar as correspondências grafofônicas.
Jogos de Análise Fonológica - Para compreender a lógica do nosso sistema de escrita é preciso perceberque a relação se dá entre os sinais gráficos (letras) e a pauta sonora e não entre os sinais gráficos e os significados ou objetos. - Pode ajudar os alunos que estejam nas hipóteses iniciais de escrita (pré-silábicos) a perceberem que nem sempre é no significado que repousam nossas reflexões e que as palavras e não apenas os objetos podem ser manipuláveis.
Jogos que ajudam a refletir sobre os princípios do sistema alfabético Para se apropriarem do sistema alfabético, os aprendizes precisam descobrir as unidades sonoras (sílabas, fonemas) e compreender como elas correspondem às unidades gráficas.
Jogos que ajudam a sistematizar as correspondências grafofônicas e a desenvolver fluência de leitura Para ganhar fluência, o aluno precisa consolidar a aprendizagem das correspondências grafofônicas e desenvolver estratégias de leitura e de produção de texto. É preciso, então, realizar muitas atividades de leitura e escrita, e propor situações em que os alunos leiam palavras e escrevam palavras (consolidação das correspondências grafofônicas; Através desses jogos, os alunos desenvolvem maior velocidade de leitura e consolidam as correspondências grafofônicas que ainda não estão automatizadas. É importante percebermos que a relação entre um dado fonema e uma dada letra é uma convenção e que é preciso tempo e prática de leitura para que os alunos reconheçam todas as correspondências com a velocidade necessária a uma leitura fluente. Os jogos ajudam nesse processo.