27-set-2013 Semana foi de dólar e juros em alta, Bolsa em queda; Alteramos as expectativas para a taxa Selic em 2013 e 2014; Atividade econômica no Brasil poderá ser fraca também no 4º trimestre de 2013. Após forte queda dos juros futuros na semana passada quando da surpresa com a decisão de manutenção do QE3 pelo Federal Reserve, as taxas mostraram elevação nesta semana: 0,06 p.p. os contratos mais curtos de DI e 0,30 p.p. os contratos mais longos de DI. Avaliamos que os principais motivos para o movimento de alta foram: a sinalização do Banco Central do Brasil de que o ritmo das intervenções no mercado cambial poderá desacelerar e o aumento da probabilidade de reajuste da gasolina em 2013. A curva de juros segue embutindo em suas cotações maior probabilidade de aumento da taxa Selic pelo Copom em outubro de 0,50 p.p. e +0,25 p.p. em novembro este é o nosso novo cenário (ver seção Por dentro do cenário). A queda na confiança da indústria em setembro foi de 1% sobre agosto enquanto a sondagem preliminar da FGV apontava queda de 0,8%. O nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) permaneceu estável em 84,2%. Destaque para a forte queda do NUCI dos bens duráveis, enquanto bens de capital e não duráveis tiveram altas. Outro quesito que chamou atenção foi percepção de estoques que continuou piorando, indicando que os riscos de uma desaceleração mais forte da produção industrial à frente estão aumentando. Por fim, os indicadores de demanda, produção e emprego continuam mostrando uma deterioração significativa. Estes são riscos para o crescimento do PIB no 4º trimestre de 2013. Em comparação ao final de agosto, os juros futuros mostraram relevante queda, especialmente os contratos com prazos médios e longos: -0,40 p.p. O FOMC foi o evento marcante, com a influência da queda dos rendimentos das treasuries (de 2,78% para 2,62% ao ano no período) sobre a curva de juros brasileira e de outros mercados globais. Destacamos os impactos secundários sobre os juros futuros que foram: queda do dólar e os sinais de que a atividade econômica poderá surpreender negativamente também no 4º trimestre de 2013. Neste contexto, os índices de renda fixa da AMBIMA mostraram recuperação: +1 IMA Ex-C (ver tabela de índices na próxima seção). O dólar terminou a semana com tendência de alta, cotado a R$ 2,26 (-5,2% no mês). Continuamos avaliando no cenário básico que os fundamentos do balanço de pagamentos e a sustentação dos termos de troca em dólares justificam um caminho gradual de desvalorização da moeda brasileira nos próximos meses (R$ 2,30 em dez13 e R$ 2,40 em dez14). O Ibovespa caiu 0,7% na semana e terminou cotado a 53.739 pontos. A influência do mercado acionário americano foi negativa. As incertezas fiscais nos EUA são um fator de incômodo do mercado porque em caso de corte automático dos gastos públicos o caminho da recuperação dos investimentos e do consumo poderia ser prejudicado. No caso do Ibovespa, os ruídos gerados pela condição financeiras da OGX influenciaram negativamente. Em setembro, o Ibovespa subiu 7,5% (até o dia 27). Setorialmente, destacamos positivamente: transporte aéreo, telecomunicações celulares, saneamento, construção civil, consumo cíclico. Negativamente, destacamos: indústria, papel e celulose.
Indicadores de Mercado Nome Unidade Nível % dia % mês % ano % 12m % 24m Fonte Renda Fixa (d-1 para índices da ANBIMA) CDI % ao ano 8,72% 0,03% 0,67% 5,58% 7,40% 17,68% CETIP IRFM 1 Índice - - 0,75% 4,98% 6,92% 18,27% ANBIMA IRFM 1+ Índice - - 1,91% -0,19% 4,32% 33,04% ANBIMA IMA Ex-C Índice - - 1,00% -1,40% 2,67% 19,35% ANBIMA IMA B5 Índice - - 1,28% 1,17% 5,61% 21,25% ANBIMA IMA B5+ Índice - - 0,13% -13,72% -6,32% 23,67% ANBIMA Inflação IPCA % - - 0,24% 3,43% 6,09% 11,65% IBGE IGP-M % - - 0,15% 2,16% 3,85% 11,87% FGV Prêmio de Risco / Commodities Risco país sot bps 167,48 - (39,37) 59,03 54,18 (15,33) BBG CRB Índice 286,98 0,07% -1,44% -2,72% -6,62% -7,85% BBG Moedas Dólar R$ 2,26 0,58% -5,20% 10,25% 10,97% 24,72% BCB Euro USD 1,35 0,24% 2,27% 2,49% 4,72% -0,46% BBG Euro R$ 3,05 0,72% -3,36% 12,56% 16,29% 24,18% BBB Ações - Brasil (em Reais) Ibovespa Índice 53738,92-0,08% 7,45% -11,83% -10,79% -0,34% BM&FBOVESPA Ibovespa USD 23859,57-0,38% 13,81% -19,69% -19,61% -20,09% BM&FBOVESPA IBX Índice 21696,55 0,37% 7,03% -1,30% 2,23% 18,41% BM&FBOVESPA IDIV Índice 3457,00 0,68% 7,78% -2,78% 5,70% 34,62% BM&FBOVESPA SMLL Índice 1372,28 0,06% 6,14% -11,13% -6,41% 16,28% BM&FBOVESPA ISE Índice 2493,41 0,24% 5,73% 2,50% 8,97% 32,56% BM&FBOVESPA Ações - Mundo (Índice - em moeda local) S&P500 EUA 1691,75-0,41% 3,60% 18,62% 16,90% 43,93% BBG FTSE Inglaterra 6512,66-0,81% 1,56% 10,43% 12,69% 23,02% BBG DAX Alemanha 8661,51-0,03% 6,89% 13,78% 18,81% 53,89% BBG Nikkey Japão 14760,07-0,26% 10,24% 41,99% 64,92% 71,43% BBG
jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 jan/11 mai/11 jan/12 mai/12 jan/13 mai/13 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 jan/11 mai/11 jan/12 mai/12 jan/13 mai/13 dez/10 mar/11 jun/11 dez/11 mar/12 jun/12 dez/12 mar/13 jun/13 13,5 12,5 11,5 10,5 9,5 8,5 7,5 6,5 Taxas de juros nominais - Mercado futuro (%) Jan/14 Jan/17 Jan/21 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 Dólar 80.000 75.000 70.000 65.000 60.000 55.000 50.000 45.000 40.000 35.000 30.000 Ibovespa vs S&P500 1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 Ibovespa S&P500
Por dentro do cenário Alteramos o cenário para a taxa Selic no final de 2013 para 9,75% ao invés de 10% ao ano. Para 2014, o cenário mais provável e o de aumento da taxa Selic para 10,25% com o processo sendo retomado no final do ano. Avaliamos que as projeções para o IPCA nossas e do mercado já embutam grande parte do repasse cambial, bem como o efeito de aceleração dos preços administrados esperado em 2014 devido ao esvaziamento do impacto de uma série de represamentos que foram realizados nos últimos meses. Se de um lado existe a possibilidade de efeito baixista de uma safra recorde prevista para 2014, por outro temos o potencial de maiores oscilações do câmbio além do nosso cenário básico (R$ 2,30 para dez13 e R$ 2,40 para dez14). Diante disso, entendemos que os riscos para as nossas projeções para o IPCA estejam balanceados (ao redor de 6,0% em 2013 e 2014). A questão é que a economia poderá decepcionar com o crescimento também no 4º trimestre. A confiança em baixa na indústria dá um viés negativo para as projeções do PIB. Ao alimentar o modelo de projeções para o IPCA similar ao usado pelo Banco Central com esta possibilidade de crescimento mais fraco, a trajetória projetada para a inflação mostra melhora na direção do patamar de 5,0-5,5% no médio prazo. Isso justifica a mudança do cenário para a taxa Selic, que contempla agora mais um aumento de 0,5 p.p. na reunião do Copom de outubro e 0,25 p.p. na reunião de novembro. Agenda Semana 30/Set-04/Out: No Brasil, destaque para o Relatório Trimestral de Inflação (2ª feira) e para a produção industrial de agosto (4ª feira). No exterior, destaque para o discurso do presidente do Federal Reserve (4ª feira), reunião do Banco Central Europeu (4ª feira) e pesquisa de emprego nos EUA de setembro (6ª feira).
Glossário Renda Fixa IRFM 1; IRFM 1+; IMA B5; IMA B5+; e IMA Ex-C são componentes do IMA. O IMA Índice de Mercado ANBIMA é uma família de índices que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos e serve como benchmark para o segmento. Com o objetivo de atender às necessidades dos diversos tipos de investidores e das suas respectivas carteiras, o IMA é atualmente subdividido em quatro subíndices, de acordo com os indexadores dos títulos prefixados (IRFM), indexados ao IPCA (IMA B), indexados ao IGP-M (IMA C) e pós-fixados (IMA S). Com exceção das carteiras teóricas de títulos indexados ao IGP-M e pós-fixados (IMA-S), para as demais carteiras, são calculados subíndices com base nos prazos dos seus componentes. Adicionalmente, em virtude da intenção explícita da STN de não mais emitir títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) e, ainda, devido à baixa liquidez observada neste segmento, foi determinada a construção de um índice agregado aos mesmos moldes do IMA-Geral, mas sem a participação do IMA-C, denominado IMA-Geral Ex-C. IRFM 1 IRFM 1+ IMA B5 IMA B5+ LTN e NTN-F com prazo < 1 ano LTN e NTN-F com prazo >/= 1 ano NTN-B com prazo < 5 anos NTN-B com prazo >/= 5 anos Fonte: ANBIMA / Adaptação: Itaú Asset Management Prêmio de Risco Spread over treasury do CDS (Credit Default Swap) de 5 anos. Variação em bps. Commodities Índice de uma cesta de commodities em dólares. Ações - Brasil IDIV Índice Dividendos SMLL Índice Small Cap ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial Fonte: BM&FBOVESPA / Elaboração: Itaú Asset Management Disclaimer A Conjuntura Semanal é uma publicação da Itaú Asset Management. As informações contidas no informativo foram produzidas dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Banco Itaú não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. Cotações às 17hs30min da 6ª feira.