Aula 07 - Legislação Tributária Parte II

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Transcrição:

Aula 07 - Legislação Tributária Parte II Pessoal, vamos dar continuidade no estudo da legislação tributária. Na aula passada, vimos todas as espécies que a compõe! Vamos relembrar quais são elas: Normas primárias: Constituição Federal/Emendas Constitucionais Lei Complementar; Lei (Lei ordinária, Medida Provisória, Lei Delegada, Resolução do Senado, Decreto Legislativo); Tratado Internacional; Decreto. Normas complementares (secundárias): Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; Decisões de órgãos administrativos, a que a lei atribua eficácia normativa; Práticas reiteradas das autoridades administrativas; Convênios celebrados entre os entes políticos. Hoje, serão estudados os seguintes temas: 1. Vigência da legislação tributária; 2. Aplicação da legislação tributária; 3. Interpretação da legislação tributária; 4. Integração da legislação tributária. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 392

1. Vigência da legislação tributária A vigência está relacionada com a disponibilidade da norma para produzir efeitos. Dessa forma, quando lei está em vigor, ela está apta para produzir efeitos jurídicos. Nas palavras de Hugo Brito de Machado, temos: (...) Vigência e a aptidão para incidir, vale dizer, para dar significação jurídica aos fatos. Para produzir efeitos jurídicos no plano abstrato. Lei vigente pode incidir e, assim, dar a seu suporte fa tico um significado jurídico. Se a lei e vigente e ocorre a situação nela prevista como hipótese de incidência, inevitavelmente incide. A incidência e automa tica. Ja, a aplicação depende sempre de algue m. E ato de algue m, e por isto mesmo pode ocorrer ou não. CUIDADO! Vigência não se confunde com eficácia! Vejamos o que disse o STJ sobre o tema: EMENTA: TRIBUTÁRIO E CIVIL (...) 4. Distinção entre eficácia e vigência. No caso de leis que necessitam de regulamentação, sua eficácia opera se após a entrada em vigor do respectivo decreto ou regulamento. O regulamento transforma a estática da lei em condição dinâmica. É lícito ao regulamento, sem alterar o mandamento legal, estabelecer o termo a quo de incidência da novel norma tributária. Uma vez prometido pela lei um termo inicial, ele não pode ser interpretado de forma a surpreender o contribuinte, nem o Fisco, posto que a isso corresponde violar a ratio essendi do princípio da anterioridade e da própria legalidade. (...) (Resp. 408.621/RS, 1ª T., rel. Min. Luiz Fux, j. 08-10 -2002) (Grifo nosso) Vamos ver um exemplo prático: A lei A majora a alíquota genérica do ICMS no Estado de SP para 20% em lei publicada no dia 20 de junho de 2014, com previsão de vigência para o dia 1 o de julho. Como sabemos, o ICMS obedece ao princípio da anterioridade tanto anual, como nonagesimal, correto? Logo, a lei estará vigente a partir do próprio dia 1 o de julho, todavia, ela somente terá eficácia (produzirá efeitos) a partir do dia 1 o de janeiro do ano seguinte. Observem então que vigência, publicação e eficácia são conceitos distintos! Para a lei possuir eficácia é condição necessária que ela esteja em vigor, porém, a recíproca não é verdadeira. No mesmo sentido, para estar em vigência, a lei deve ter sido publicada! VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 393

A vigência está definida no art. 101 do CTN: Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária regese pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. Veremos então a vigência sob dois aspectos: TEMPO e ESPAÇO. 1.1 Vigência da legislação tributária no tempo Importante! O início da vigência temporal, geralmente vem definido na própria norma. Todavia, no caso de omissão, deverá ser respeitada a regra de vigência da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), anteriormente chamada de LICC (Lei de Introdução ao Código Civil), vejamos: Art. 1 o salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (grifos nosso) Dessa forma, caso não esteja previsto o início da vigência, ela começa a valer QUARENTA E CINCO DIAS após a publicação em território nacional, e TRÊS MESES no exterior. ATENÇÃO! Noventa dias não é a mesma coisa que três meses, cuidado em provas! Vamos ver outro exemplo: Imagine uma lei Y publicada no dia 20 de novembro de 2014 cuja data de vigência foi omitida, majorando a alíquota do ITR. Dessa forma, ela só entra em vigor, 45 dias depois, no dia 4 de janeiro de 2015. Acontece que, pelo princípio da anterioridade, ela somente produzirá efeitos (terá eficácia) no ano seguinte. Logo, esta majoração somente surtirá efeitos em 1 o de janeiro de 2016. E se no exemplo em questão fosse o IOF? A majoração da alíquota do IOF, por ser exceção ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal, produziria efeitos imediatamente após a entrada em vigor no dia 4 de janeiro de 2015. Quanto a vigência das normas complementares, o CTN possui um regramento específico, vejamos: Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 394

I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. CUIDADO! Pela expressão Salvo disposição em contrario aferimos que as próprias normas podem definir o início da vigência. Dessa forma, quando omissas, o termo inicial da vigência será o disposto no art. 103: 1) Atos administrativos expedidos pelas autoridades administrativas -> Na data em que forem publicados. 2) As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa -> trinta dias apos a data da sua publicação. 3) Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios -> Na data neles prevista. Pessoal, decorem cada uma dessas previsões pois são extremamente cobradas em provas que exigem a literalidade dos dispositivos, como a da FCC por exemplo. O art. 104 trás outra previsão a respeito da vigência temporal, observem: Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Há uma divergência doutrinária a respeito da recepção ou não pela CF/88 dos incisos I e II. Dessa forma, as bancas geralmente limitam-se a cobrar a literalidade do dispositivo. Por sua vez, o inciso III traz a previsão de que uma lei que extinguir/reduzir uma isenção referente a impostos sobre o patrimônio ou a renda somente entrará em vigor no primeiro dia do exercício financeiro seguinte, com duas ressalvas: VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 395

a. Caso a isenção seja dada por prazo certo E em função de determinadas condições será irrevogável -> Observem que deve satisfazer dois requisitos, prazo certo e em função de determinadas condições. b. A lei poderá dispor de maneira mais favorável ao contribuinte. Ou seja, a própria lei pode colocar um termo final para o benefício fiscal, além do primeiro dia do exercício seguinte. 1. (ESAF/SRF/AFRF/2000) Segundo o Código Tributário Nacional, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor, salvo disposição em contrário, a) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação. b) 30 dias após sua publicação. c) 45 dias após sua publicação. d) na data da sua publicação. e) na data de sua assinatura. Conforme vimos no art. 103 do CTN, que, salvo disposição em contrário, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entrem em vigor na data da sua publicação. GABARITO: D 2. (FMP/DP/RO/2010) Dentre as garantias que limitam o poder de tributar, aponta-se o princípio da anterioridade tributária. Levando-se em conta os atuais dispositivos constitucionais que regem a matéria e tendo em vista lei estadual que estabelece a majoração de custas judiciais, publicada em 10 de dezembro de 2009, é correto afirmar que a exigência dar-se-á a partir a) da data da publicação da lei. b) de 1º de janeiro de 2010. c) de1º de janeiro de 2011. d) de 90 (noventa) dias da sua publicação. e) de 31 de março de 2010. Como sabemos de aulas anteriores, as custas judicias são tributos da espécie taxa. Dessa forma, para cumprir o princípio da anterioridade anual e nonagesimal, a norma produzirá efeitos, somente a partir de 90 dias da data de publicação. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 396

GABARITO: D 3. (CESPE/Procurador/MPTC-DF/2013) No que tange à legislação tributária, à obrigação tributária, ao crédito tributário e à administração tributária, julgue o item seguinte. Desde que a lei atribua eficácia normativa às decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição normativa, essas decisões, no que se refere aos efeitos normativos, entram em vigor na data de sua publicação. Conforme vimos, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa -> trinta dias apos a data da sua publicação. GABARITO: ERRADO 4. (FCC/Proc Jud/Recife/2014) Procurador Judicial do Município do Recife, a fim de não ser surpreendido em suas atividades por eventuais equívocos quanto à data da entrada em vigor de dispositivos normativos de seu interesse, deve ter conhecimento do que dispõe o Código Tributário Nacional sobre a matéria. Partindo de premissa quanto à inexistência de legislação específica em âmbito municipal em sentido contrário ao ali disposto, em vigor, é correto afirmar: a) Decisão de órgão singular de jurisdição administrativa que tenha, legalmente, eficácia normativa entra em vigor 15 dias após a data de sua publicação. b) Ato normativo expedido pelo Secretário de Finanças do Município adquire vigência 30 dias após a sua publicação. c) Decisão de órgão singular de jurisdição administrativa que tenha, legalmente, eficácia normativa entra em vigor 30 dias após a data de sua publicação. d) Decisão de órgão coletivo de jurisdição administrativa que tenha, legalmente, eficácia normativa entra em vigor 45 dias após a data de sua publicação. e) Ato normativo expedido pelo Secretário de Administração do Município adquire vigência 45 dias após a sua publicação. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 397

Mesma coisa, conforme vimos, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa -> trinta dias apos a data da sua publicação. GABARITO: C 5. (FCC/Procurador/PGE MT/2011/VII) Viger é ter força para disciplinar, para reger, cumprindo a norma seus objetivos finais. A vigência é propriedade das regras jurídicas que estão prontas para propagar efeitos, tão logo aconteçam, no mundo fático, os eventos que elas descrevem. (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 116-117) Sobre vigência das normas complementares, de acordo com o Código Tributário Nacional, é correto afirmar que a) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor 45 dias a contar de sua publicação. b) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribuir eficácia normativa, entram em vigor 30 dias após a data de sua publicação, salvo disposição em contrário. c) os convênios que entre si celebram a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios entram em vigor 30 dias após a data de sua publicação, salvo disposição em contrário. d) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas entram em vigor na data de sua publicação, salvo disposição de lei em sentido contrário. e) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas e as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa a que a lei atribuir eficácia normativa, entram em vigor na data de sua publicação, salvo disposição de lei em sentido contrário. Vejam como esse assunto é tão cobrado em provas, mais uma vez, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa -> trinta dias após a data da sua publicação. GABARITO: B 1.2. Vigência da legislação tributária no espaço VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 398

A vigência espacial está relacionada com o espaço territorial em que aquela norma produzirá efeitos jurídicos. O Brasil adota, como regra, o princípio da territorialidade, em que a norma se aplica somente nos limites do ente que a editou. Todavia, admite-se a extraterritorialidade, no caso de convênios entre os respectivos entes ou de normas gerais estabelecidas pela União. É o que está previsto no CTN, no seu art. 102, vejamos: Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 6. (ESAF/Receita Federal/AFRF/2005) Considerando os temas "vigência" e "aplicação" da legislação tributária, julgue os itens a seguir. Marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) E condiça o de vigência da lei tributária a sua eficácia. ( ) O CTN veda a extraterritorialidade da legislação tributária. ( ) Na o e vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias. ( ) O Código Tributário Nacional adota como regra a irretroatividade da lei tributária. a) V F F V b) F F V F c) F F V V d) V F V V e) V F V F I. Falsa. Sabemos que a norma pode estar vigente, embora ainda não esteja produzindo seus efeitos jurídicos, como no caso da majoração e tributos (em regra). II. Falsa. É o contrário do que dispõe o art. 102 do CTN: Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 399

III. Verdadeira. O próprio art; 103 do CTN, traz a expressão Salvo disposição em contra rio. Logo, pode ter dispositivo regulamentar determinando o termo inicial da vigência. IV. Verdadeira. O art. 106 do CTN traz os casos em que a lei poderá retroagir. Ou seja, a regra é que a lei não retroagirá. O que está disposto no artigo são as exceções! GABARITO: C 7. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) Por força de Resolução da Secretaria da Receita do Estado do Rio de Janeiro, vigente a partir de 1o de maio de 2004, na remessa de mercadoria sujeita ao regime de substituição tributária promovida por contribuinte estabelecido em outra unidade da Federação com destino ao Estado do Rio de Janeiro, fica atribuída ao remetente a responsabilidade pela retenção e pagamento do ICMS em favor deste Estado. Em face da situação hipotética apresentada e do ordenamento jurídico vigente, considerando a inexistência de convênio ou protocolo celebrado pelas unidades da Federação acerca deste assunto, a exigência de recolhimento antecipado do ICMS por contribuinte estabelecido em outra unidade da Federação é a) regular, pois embora o contribuinte obrigado à retenção esteja situado fora dos limites territoriais do Estado do Rio de Janeiro, a mercadoria tem como destino contribuinte localizado neste Estado, incidindo por esta razão as regras vigentes em seu território. b) regular, dado que a legislação tributária dos Estados e do Distrito Federal vigora fora dos respectivos territórios, a não ser que haja limitação imposta por convênio ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. c) irregular, pois o Estado do Rio de Janeiro não pode exigir o recolhimento do ICMS por substituto tributário em operação interestadual se não celebrou convênio ou protocolo normativo com o ente federativo no qual se encontra situado o substituto tributário. d) irregular, visto que norma interna de um Estado-membro tem eficácia extraterritorial, na medida e nos limites estipulados pelos entes políticos em instrumento normativo próprio. e) regular, pois a obrigação antecipada foi instituída por meio de Resolução da Secretaria da Receita do Estado do Rio de Janeiro, hipótese prevista no art. 9o da Lei Complementar no 87/96, pela qual a adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá da edição de Resolução pelos Estados interessados. Pessoal, vimos que o Brasil adota o princípio da territorialidade, ou seja, a regra é que a legislação tributária tem vigência apenas dentro do seu respectivo território. Todavia, em duas hipóteses ela pode ampliar o seu alcance: Convênios entre os entes ou por normas gerais expedidas pela União. GABARITO: C VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 400

2. Aplicação da legislação tributária A aplicação da legislação tributária refere-se a execução das normas resultantes da vontade do legislador, fazendo-a incidir sobre os fatos. O CTN disciplinou a aplicação da legislação tributária nos seus arts. 105 e 106. Vamos começar a análise pelo art. 105: Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. O art. 105 do CTN está de acordo com o princípio da irretroatividade tributária, presente no art. 150, III, a da CF/88. Dessa forma, a legislação tributa ria não pode alcançar atos ou fatos já praticados, alcançando tão somente os fatos futuros e os pendentes. Quanto aos fatos futuros, não tem muito o que falar por ser mais óbvio, são aqueles fatos que ainda vão ocorrer posteriormente a entrada em vigor da nova norma. Mas o que seriam esses fatos pendentes? São aqueles fatos que se iniciam na vigência de uma norma, mas se completam na vigência de outra. Parte da Doutrina, entende que não existe a figura do fato gerador pendente. Para estes, o fato gerador é instantâneo: ou ocorreu ou não ocorreu! Assim, o que estaria pendente na verdade seria o negócio jurídico de uma eventual condição suspensiva (será estudada posteriormente). Ocorrendo essa condição suspensiva, ocorreria então o fato gerador, sendo dessa forma um fato gerador futuro. Todavia, outra parte da Doutrina, além do STF, entendem que existe sim o fato gerador pendente, sendo que este está relacionado com os fatos geradores complexos (periódicos). Estes fatos geradores são compostos por diversos eventos que vão ocorrendo dentro de um determinado período. O principal exemplo para os que defendem essa tese é o Imposto de Renda, pois, para estes, o fato gerador fica pendente durante todo o exercício financeiro até que sejam apuradas todas as receitas e despesas, para ver se no final resulta em lucro, rendas, etc. Essa situação em que a nova legislação alcança fatos geradores pendentes, ou seja, aqueles fatos geradores que ainda não foram concluídos é chamada pelo STF de retroatividade imprópria e somente alcança os fatos geradores complexos, segundo o mesmo. A Corte Suprema inclusive tem uma súmula extremamente polêmica sobre esse assunto: Súmula 584 Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do anobase, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 401

Observem, que de acordo com esse entendimento, a lei que será aplicada, será aquela vigente não no final do exercício financeiro, mas sim, aquela vigente no momento da entrega da declaração. É uma súmula de 1977, e há uma grande pressão para que o STF mude esse posicionamento, todavia, ela permanece válida. Bom, vimos então que a regra é a IRRETROATIVIDADE DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA, alcançando somente os fatos geradores pendentes e os futuros, certo? Mas como quase toda regra no Direito Tributário, TEM EXCEÇÃO! As exceções estão previstas no art. 106 do CTN, vejamos: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Observem então que a lei pode retroagir basicamente em duas situações: 1) Lei expressamente interpretativa; 2) Lei mais benéfica ao contribuinte quanto às SANÇÕES TRIBUTÁRIAS para atos não definitivamente julgados. A lei expressamente interpretativa prevista no inciso I é aquela norma que tende a sanar pontos obscuros de normas pretéritas, de natureza meramente declaratória. O próprio inciso faz a ressalva, vedando essa retroação no caso de interpretação que envolva aplicação de penalidades por infração dos dispositivos. Por sua vez, a segunda hipótese se refere a possibilidade da nova lei retroagir quando for beneficiar o contribuinte quanto as sanções tributárias. Dessa forma, pode retroagir tão somente quanto às infrações e penalidades, MAS NÃO PARA DEIXAR DE PAGAR TRIBUTO! Muito cuidado! Importante! No caso de a multa já tiver sido recolhida anteriormente ou mesmo transitada em julgado no judiciário, não há o que se falar em retroação da norma! Na primeira situação, com o recolhimento, o contribuinte aceita a penalidade imposta e o ato sera considerado definitivamente julgado. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 402

Essas duas hipóteses acima, de acordo com o STF, podem ser chamadas de retroatividade própria. Observem entendimento corroborativo sobre o tema do STJ: EMENTA: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 106 DO CTN. RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 106, estabelece que a lei nova mais benéfica ao contribuinte aplica -se ao fato pretérito, razão por que correta a redução da multa nos casos como os da espécie, em que a execução fiscal não foi definitivamente julgada. O referido artigo não especifica a esfera de incidência da retroatividade da lei mais benigna, o que enseja a aplicação do mesmo, tanto no âmbito administrativo como no judicial. Recurso especial provido. (REsp 295.762/RS, 2ª T., rel. Min. Franciulli Netto, j. 05-08 -2004) (Grifo nosso) 8. (FCC/AFTM SP/Gestão Tributária/2012) Uma lei hipotética do município de São Paulo reduziu de 50% para 30% o percentual da penalidade aplicável ao sujeito passivo que descumpriu uma determinada obrigação tributária. Esse novo percentual de penalidade se aplica: a) em relação a todas as infrações cometidas depois da entrada da lei em vigor e, em relação àquelas cometidas antes dessa data, somente em relação aos processos não definitivamente julgados e desde que a nova lei mencione expressamente produzir efeitos retroativos. b) apenas às infrações cometidas após a data em que essa lei entrou em vigor. c) apenas às infrações cometidas antes da data em que essa lei entrou em vigor. d) em relação às infrações cometidas tanto antes, como depois, da data em que essa lei entrou em vigor. e) em relação a todas as infrações cometidas depois da entrada da lei em vigor e, em relação àquelas cometidas antes dessa data, somente em relação aos processos não definitivamente julgados. Vimos que de acordo com os arts. 105 e 106 do CTN, que a nova lei abrange não somente os sujeitos passivos que cometerem a infração após a sua entrada, como também aqueles cometidos antes da entrada em vigor que não estejam definitivamente julgados, independentemente de autorização expressa. Logo, GABARITO: E VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 403

9. (ESAF/ATPS/Previdência/2012) Assinale a opção correta. a) As leis interpretativas são admitidas em matéria tributária aplicando-se a ato ou fato pretérito, porém, nesse caso, o sujeito passivo fica sujeito às penalidades aplicáveis à infração aos dispositivos interpretados. b) As leis interpretativas são admitidas em direito tributário, no entanto não podem ser aplicadas a ato ou fato pretérito. c) A lei tributária é aplicável a ato ou fato pretérito quando deixa de cominar uma determinada penalidade, isso no caso de ato não definitivamente julgado. d) A lei tributária pode ser aplicada retroativamente, independente de o ato estar ou não definitivamente julgado, quando há cominação de penalidade menos severa que a prevista na lei vigente na época da sua prática. e) A legislação tributária não pode ser aplicada retroativamente somente atingindo os fatos geradores futuros e pendentes. A) Incorreta. As leis interpretativas são de fato admitidas em Direito Tributário, todavia a previsão do art. 106, I do CTN exclui a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. B) Incorreta. Podem sim ser aplicadas a atos e fatos pretéritos conforme o caput do art. 106 do CTN. C) Correto. Essa é a previsão constante no art. 106, II do CTN. D) Errado. Conforme já sabemos, os atos definitivamente julgados não são alcançados pela retroação da norma. E) Errado. Vale a mesma explicação das anteriores. GABARITO: C 10. (CESPE/JF-TRF2/2011/XIII) De acordo com o que dispõe o CTN, há possibilidade de lei nova retroagir em seus efeitos se o ato a) tiver contrariado fraudulentamente uma obrigação acessória relativa a imposto que deveria ter sido cumprida antes da vigência da nova lei, independentemente de ter sido ou não julgado. b) tiver importado o não pagamento de tributo e não tiver sido definitivamente julgado quando da vigência da nova lei, e esta deixar de considerá-lo contrário a uma exigência de ação. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 404

c) tiver importado o não pagamento de tributo e já tiver sido definitivamente julgado quando da vigência da nova lei, e esta deixar de considerá-lo como contrário a uma exigência de ação. d) não tiver sido definitivamente julgado, independentemente de se referir a imposto ou contribuição, e a nova lei deixar de considerá-lo infração. e) tiver contrariado fraudulentamente uma obrigação acessória relativa a contribuição social com vigência já findada quando da vigência da nova lei, independentemente de ter sido ou não julgado. Vimos que a lei pode retroagir em duas situações: 1. Lei expressamente interpretativa; 2. Lei mais benéfica ao contribuinte quanto às sanções tributárias para atos não definitivamente julgados. Logo, GABARITO: D 11. (Com. Exam/TRF 3 - JF TRF3/2010/XV) Relativamente à aplicação da lei a ato ou fato pretérito, assinale a alternativa incorreta: a) A lei será aplicada a ato ou fato pretérito em qualquer caso, desde que seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. b) Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando a lei deixar de defini-lo como infração. c) Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando a lei deixar de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo. d) Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando a lei lhe cominar penalidade mais severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática (art. 106, II, c). Vimos que a lei pode retroagir em duas situações: VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 405

1. Lei expressamente interpretativa; 2. Lei mais benéfica ao contribuinte quanto às sanções tributárias para atos não definitivamente julgados. Logo, a única alternativa que não se encaixa é a alternativa D, que traz uma hipótese de uma nova lei que prevê uma penalidade mais severa. GABARITO: D 12. (CESPE/NeR/TJ RR/2013) Em 2011, determinado contribuinte cometeu ato ilícito consistente em deixar de pagar determinado tributo. A administração tributária, tendo tomado conhecimento do ato, abriu um processo contra esse contribuinte. No início de 2013, foi editada lei que deixou de tratar aquele ato ilícito. O processo ainda não foi definitivamente julgado. Nessa situação, a norma editada em 2013: a) somente se aplicará para desonerar o contribuinte dos efeitos tributários, mas não dos penais. b) será aplicada para desonerar o contribuinte dos efeitos tributários e penais. c) não se aplicará, seja para desonerar o contribuinte dos efeitos tributários, seja para desonerá-lo dos efeitos penais. d) não se aplicará, devendo ser adotado o princípio do direito penal segundo o qual a lei não retroage. e) somente se aplicará para desonerar o contribuinte dos efeitos penais, mas não dos tributários. Vimos que a lei pode retroagir em duas situações: 1. Lei expressamente interpretativa; 2. Lei mais benéfica ao contribuinte quanto às sanções tributárias para atos não definitivamente julgados. Logo, a lei poderá retroagir somente quanto às sanções tributárias. GABARITO: E 13. (CETRO/AFTM SP/Gesta o Tributária/2014) Vigência e a aptida o para incidir, vale dizer, para dar significação jurídica aos fatos. Para produzir efeitos jurídicos no VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 406

plano abstrato. (Hugo de Brito Machado) Com relaça o a vigência e a aplicaça o da Legislação Tributária, assinale a alternativa correta. a) O CTN estabeleceu regra especial aplicável na falta de previsão de data para início de vigência dos convênios celebrados entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme artigo 100, inciso IV e artigo 103, inciso III. b) A norma que define a hipótese de incidência tributária, ou norma de tributação, define uma situação de fato que, se e quando concretizada, faz nascer a obrigação tributária. c) A legislação tributária vigente tem aplicação imediata, aplicando-se aos fatos geradores consumados e alcançando os fatos geradores pendentes. d) Segundo o CTN, a lei se aplica ao ato ou fato pretérito em qualquer caso quando seja expressamente interpretativa, aplicando-se penalidade pela infração de dispositivos interpretados. e) A lei modificada ou revogada não poderá mais ser aplicada aos fatos ocorridos ainda que antes de sua revogação ou modificação, pois já não sobrevivem os efeitos jurídicos de sua incidência. A) Errado. De acordo com a previsão do CTN, a data de início da vigência é a data prevista no convênio, não havendo previsão caso contrário. B) Correta. Pessoal, embora seja assunto da próxima aula, achei interessante colocar essa questão aqui. Mas já antecipando, guardem isso! A obrigação tributária nasce com a materialização da hipótese de incidência. C) Errado. A legislação tributária não alcança os fatos já consumados, somente os futuros e os pendentes. D) Errado. A lei interpretativa de fato retroage em qualquer caso, exceto quando for para cominar penalidades. E) Errado. Veremos isso com mais detalhes em aulas posteriores. De acordo com o art. 144 do CTN, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Vejam que interessante, mesmo que uma lei esteja revogada, quando for feito o lançamento para constituição do crédito tributário em período que ela estava vigente, será esta lei que deverá ser utilizada e não a nova lei que a revogou. GABARITO: B VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 407

3. Interpretação da legislação tributária Interpretar a lei significa buscar o seu significado, seu sentido. É tentar entender a cabeça do legislador, identificando qual era o objetivo que ele queria dar pra aquele dispositivo visando aplicá-lo aos casos concretos. O CTN trata dá interpretação tributária nos arts. 107 a 112 do CTN. Mas antes de estudarmos estes dispositivos, vejamos as principais classificações doutrinárias sobre os métodos de interpretação: 3.1 Classificações As normas podem ser interpretadas conforme os seguintes aspectos: A. Fonte; B. Os meios utilizados para a interpretação; C. Abrangência. A) Quanto a fonte Quanto à fonte, a interpretação pode ser: a. Autêntica -> É a interpretação de uma lei por intermédio de outra lei, como se o próprio legislativo, estivesse nos indicando o significado daquela lei anterior. Por ser meramente interpretativa, ela poderá retroagir; b. Jurisprudencial -> Quando se basear no entendimento reiterado dos tribunais; c. Doutrinária -> Baseada nos estudiosos do Direito, nos juristas. B) Quanto aos meios utilizados para a interpretação Aqui, verificam-se quais meios o intérprete vai utilizar para buscar o significado daquela norma, são eles: a. Gramatical -> analisa-se apenas o que está escrito, buscando a interpretação no próprio texto da norma; b. Lógica -> Busca aquilo que se quis dizer, para evitar contradições, buscando a lógica propriamente dita; c. Histórica -> Verifica-se o momento em que foi elaborada a norma, identificando o que pode ter motivado a criação da mesma; VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 408

d. Teleológica -> Tenta identificar a finalidade da norma, o seu objetivo; e. Sistemática -> Aqui interpreta-se a norma, olhando para o ordenamento jurídico como um todo; f. Evolutiva -> É quando mudam a interpretação da norma, baseada em fatores sociopolíticos ou culturais que mudaram com o passar do tempo, e com isso exigem uma interpretação diferente para aquela situação que anteriormente não existia C) Quanto a abrangência a. Declarativa -> Procura-se tão somente explicitar o pensamento do legislador; b. Extensiva -> A interpretação amplia o sentido da normas buscando alcançar outras situações semelhantes; c. Restritiva -> Também chamada de interpretação literal, é o oposto da extensiva. Aqui, a interpretação se limita àquilo que está expresso na norma, sem ampliar seu alcance. 3.2. Interpretação da legislação tributária no CTN O estudo da interpretação da legislação tributária está contido dentro do título I, capítulo IV do CTN, arts. 107 a 112 do CTN, referentes à interpretação e integração da legislação tributária. O próprio CTN determina as diretrizes de como deverão ser interpretados os dispositivos. É o que diz o seu art. 107, observem: Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. Por diversas vezes, a lei tributária se utiliza de conceitos do Direito Civil, sem os explicar, como por exemplo: obrigação (art. 113); bem imóvel (art. 130); pagamento (art. 157 e seguintes). Trata-se de uma interpretação sistemática, em que os conceitos são buscados na sua origem, ou seja, no Direito Privado. E é exatamente isso o que diz o art. 109, de uma forma não tão amistosa: Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. (grifos nosso) Cuidado com a ressalva destacada no final do art. 109 do CTN, por sinal muito cobrado em provas. Dessa forma, embora a legislação tributária se utilize de conceitos do Direito VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 409

Privado, estes não poderão definir os respectivos efeitos tributários. Por exemplo, a prescrição tributária extingue definitivamente o direito do crédito, enquanto que no Direito Civil, extingue tão somente a pretensão. O art. 110 do CTN indica que a lei tributária não pode mudar o conceito trazido pela Constituição exemplo. Devendo obediência a hierarquia das leis. Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. (Grifos nosso) Como vimos no art. 107, o próprio CTN determina como deverá ser feita a interpretação das normas de seu texto, e os arts. 111 e 112 do CTN tratam justamente deste tema. Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Bom, primeiramente, vemos que as seguintes matérias deverão ser interpretadas literalmente, ou seja, o interprete deve interpretar a norma de maneira mais restritiva, sendo vedada a ampliação do alcance pelo legislador: 1. Suspensão ou exclusão do crédito tributário; 2. Outorga de isenção; 3. Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias; VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 410

Veremos mais a frente as hipóteses de suspensão e exclusão do crédito tributário, mas o interessante observar aqui é que a REGRA não é suspender ou excluir o crédito, não é conceder isenções, não é dispensar o cumprimento de obrigações acessórias. Assim, pelo seu caráter excepcional, os dispositivos referentes a estas matérias devem ser interpretados literalmente. Só por curiosidade, a isenção é uma das hipóteses de exclusão do crédito tributário e a sua previsão no inciso II acaba sendo uma redundância. Vejamos o posicionamento corroborativo do STJ a respeito desse assunto: ( ) A isenção tributa ria, como o poder de tributar, decorre do jus imperii estatal. Desde que observadas as regras pertinentes da Constituição Federal, pode a lei estabelecer critérios para o auferimento da isenção, como no caso in judicio. O real escopo do artigo 111 do CTN não é o de impor a interpretação apenas literal a rigor impossível mas evitar que a interpretação extensiva ou outro qualquer princípio de hermenêutica amplie o alcance da norma isentiva. Recurso provido, por unanimidade. (Resp 14.400/SP, 1ª T., rel. Min. Demócrito Reinaldo, j. 20-11-1991) (Grifo nosso) Por sua vez, o art. 112 preconiza a aplicação da interpretação benigna em favor do contribuinte NO CASO DE DÚVIDA e quando referente a INFRAÇÕES, OU PENALIDADES! CUIDADO, não é sempre que o aplicador da norma poderá se valer dessa modalidade de interpretação, SOMENTE PARA NORMAS PUNITIVAS. O STJ já se posicionou nesse sentido, observem: EMENTA: TRIBUTÁRIO E PROCESSO CIVIL (...) 3. Em matéria de juros, não se aplica a legislação mais benéfica ao contribuinte porque não estão em discussão as hipóteses do art. 112 do CTN. (...) (Resp 294.740/SC, 2ª T., rel. Min. Eliana Calmon, j. 09-04-2002) Dessa forma, quando a norma punitiva se apresentar de maneira controversa, dúbia, o aplicador deverá interpretá-la da maneira mais favorável ao contribuinte. Vejamos quais os tipos de normas dúbias referente à infrações e penalidades que permitem essa interpretação benigna: 1. Capitulação legal do fato; 2. Quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou a natureza ou extensão dos seus efeitos; 3. Quanto à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 4. Quanto à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 411

14. (IESES/Notário/TJ-RS/2013) Assinale a alternativa correta. a) Interpreta-se favoravelmente ao sujeito passivo a lei tributária que disponha sobre a outorga de isenção. b) A interpretação da legislação tributária será definida em ato normativo infralegal do sujeito ativo. c) A taxa é o tributo que decorre de uma atuação estatal e de um fato a ser realizado pelo sujeito passivo. d) O imposto é o tributo que decorre de um fato a ser realizado pelo sujeito passivo, independentemente de qualquer atuação estatal. A) Incorreta. Conforme vimos, a outorga de isenção deverá ser interpretada literalmente. B) Incorreta. O próprio CTN define como será feita a interpretação entre os arts. 107 a 112. C) Incorreta. A taxa é um tributo vinculado a uma atuação estatal específica, não dependendo de uma ação do sujeito passivo. D) Correta. O imposto decorre da subsunção de um fato concreto realizado pelo sujeito passivo à norma jurídica, e independe de uma atuação do Estado. GABARITO: D 15. (FCC/Procurador/PGE MT/2011/VII) A legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias interpreta-se a) literalmente. b) sistematicamente. c) teleologicamente. d) retroativamente. e) historicamente. Conforme o art. 111, II, a legislação que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações acessórias interpreta-se literalmente. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 412

GABARITO: A 4. Integração da legislação tributária A integração é uma modalidade de interpretação que se faz necessária, quando o intérprete, diante de uma lacuna da legislação, busca uma norma que regule caso semelhante àquela não contemplada, TODAVIA, SEM CRIAR DIREITO! Dessa forma, o CTN dispõe no seu art. 8º que a autoridade competente deverá utilizar as formas de integração em matéria tributária, na seguinte ordem: 1) Analogia; 2) Os princípios gerais do Direito Tributário; 3) Os princípios gerais do Direito Público; 4) A equidade. Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I - a analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a eqüidade. 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.(grifos nosso) Importante ressaltar que, ao contrário das modalidades interpretativas, há uma hierarquia entre esses meios de integração, devendo ser utilizados pelo intérprete, exatamente nessa ordem: 1º - Analogia; 2º - Princípios gerais do Direito Tributário; 3º - Princípios gerais do Direito Público; 4º - Equidade. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 413

Analogia - Semelhança! Quando não há uma regra expressa para aquele caso, todavia existem regras expressas para casos semelhantes. Só deverá ser invocada quando insuficientes a expressividade das palavras da lei. Nesse sentido, o STF já decidiu: Havendo regra concessiva da correçãoo monetária para o cargo em que o fisco devolve ao contribuinte a quantia que este depositou para garantir as instâncias administrativas e judicial, justo é que tal norma seja invocada, por analogia (CTN 108, I), para o fim de se conceder a correção monetária quando o fisco devolve o indébito de natureza tributária. (RE 81.412/SP, 1ª T., rel. Min. Antonio Neder, j. 12-02- 1980) Muito lembrada em provas também, é a disposição contida no 1º do art. 108, que diz ser VEDADA a exigência de tributos não previstos em lei pelo emprego da analogia. Além do mais, essa hipótese contraria o princípio da legalidade tributária. Quando não for possível a analogia, o intérprete poderá recorrer a segunda modalidade de integração prevista no CTN: os princípios gerais do Direito Tributário. Seja ele, o princípio da legalidade, anterioridade tributária, irretroatividade, proibição do confisco, isonomia, entre outros. Na impossibilidade das anteriores, pode se recorrer aos princípios gerais do direito público, como por exemplo, aqueles previstos na constituição: moralidade, impessoalidade, ampla defesa e do contraditório, entre outros. Por fim, como último recurso de integração da legislação tributária, temos a equidade! A equidade é o fato de amenizar o rigor da lei, é fazer justiça ao caso concreto. É quando o juiz utiliza um critério mais ponderado, buscando suavizar a aplicação do Direito. Agora cuidado! O 2º do art. 108 é claro! Essa amenização do rigor da lei pelo juiz tem um limite! O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento do tributo devido! Observem que este dispositivo é totalmente compatível com aquele que diz que a outorga de isenção deverá ser interpretada literalmente! Ou seja, se o tributo é uma exigência da lei, sua dispensa também deve ser feita pelo mesmo veículo! 16. (CETRO/AFTM-Campinas/2011) A respeito da Legislação Tributária, analise as assertivas abaixo. I. A Legislação Tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham o CTN ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 414

II. A Lei aplica-se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. III. Na interpretação da Legislação Tributária, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. É correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II, apenas. d) III, apenas. e) I, II e III. I. Correto. A regra é o alcance da legislação tributária somente dentro dos territórios, exceto se houver convênio entre os entes, ou lei de normas gerais da União dispondo de outra forma. II. Correto. Exatamente, em regra, a lei interpretativa retroage, exceto se for para aplicar penalidades. III. Correto. É o que diz o 1º do art. 108. GABARITO: E 17. (FCC/DP-SP/2009/III) Assinale a alternativa INCORRETA. a) Para aplicação da legislação tributária a autoridade competente poderá se valer da equidade, na ausência de disposição legal expressa, inclusive para dispensa do pagamento do tributo devido. b) A lei tributária que define infrações interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, havendo dúvida quanto à natureza da penalidade ou graduação aplicável. c) As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas são normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos e a observância dessas práticas exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. d) Cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 415

e) Interpreta-se literalmente a norma legal tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Dentre as alternativas apresentadas, a única incorreta é a alternativa A, pois, conforme o art. 108, 2º, a utilização da equidade pela autoridade competente não poderá resultar em dispensa do pagamento do tributo devido pelo contribuinte. GABARITO: A 18. (FGV/Auditor Estadual/CGE MA/2014) Diante de situação fática não prevista expressamente na legislação, vislumbrada lacuna a ser superada, a autoridade judicial fez uso de norma expressa existente no ordenamento jurídico para hipótese semelhante à que deveria julgar. Neste caso, a integração da lacuna se deu por a) utilização do princípio da legalidade. b) uso da equidade. c) utilização da analogia. d) interpretação axiológica. e) uso do princípio da isonomia. O recurso utilizado pela autoridade competente para buscar em uma norma semelhante, no caso de uma lacuna existente, é a chamada ANALOGIA. GABARITO: C 19. (FCC/Proc Jud/Recife/2014) Procurador Judicial do Município do Recife, recémempossado no cargo, tem, como sua primeira tarefa consultiva, efetuar a interpretação de texto legal posto à sua apreciação pela Secretaria de Finanças do Município. Baseando-se para os fins dessa tarefa apenas nas regras de interpretação e de integração contidas no Código Tributário Nacional, considere as seguintes afirmações: VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 416

I. No interesse da arrecadação dos tributos municipais, deve ser empregado pelo Procurador Judicial o método analógico de integração tributária na exigência de taxas ainda não previstas em lei; porém, deve-se evitar a aplicação da equidade na dispensa de pagamento de tributo devido. II. Em respeito ao princípio da legalidade, deve-se aplicar o método literal de interpretação da legislação tributária nas outorgas de isenção e, em respeito ao princípio da razoabilidade, o método literal não deve ser utilizado na dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias consideradas de menor importância. III. Em caso de dúvida quanto à autoria de infração prevista em lei tributária, deve o Procurador Judicial interpretá-la da maneira mais favorável ao acusado. Está correto o que consta APENAS em a) II e III. b) III. c) II. d) I. e) I e III. I. Errado. Não pode ser utilizada a Analogia para exigência de tributo não previsto em lei. II. III. Errado. Conforme vimos no CTN, a dispensa do cumprimento de obrigação acessória deve ser interpretada literalmente. Correto. Exatamente, em caso de dúvidas quanto a autoria de infração, deverá ser interpretada de maneira mais favorável ao acusado, de acordo com o art. 112, III do CTN. GABARITO: B 20. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2009) É correto afirmar que a a) analogia é forma de interpretação da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. b) equidade é forma de interpretação da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. c) analogia é forma de integração da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na exigência do tributo não previsto em lei. d) equidade é a forma de integração da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 417