Setor Externo CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA. Consultoria Desenvolvendo soluções, alavancando resultados!

Documentos relacionados
Consolidação dos Trabalhos sobre componentes do Balanço de Pagamentos. Análise Macroeconômica 1º semestre de 2007

AS CONTAS EXTERNAS EM 2016: APROFUNDAMENTO DO AJUSTE EXTERNO

Exterior. Ano II Jul/14. Rafael Lima Batista André Ribeiro Luciano Nakabashi

Análise da Balança Comercial Brasileira jan-set/2011

Análise CEPLAN Clique para editar o estilo do título mestre. Recife, 17 de novembro de 2010.

Os benefícios do câmbio desvalorizado para o saldo da Balança Comercial

Setor Externo: Equilíbrio Com Um Ar de Dúvida

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Dezembro 2012

Análise da Balança Comercial Brasileira de 2011

Macroeconomia aberta: conceitos básicos

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2014

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2014

Balança Comercial [Jan. 2009]

Perspectivas para Economia Brasileira em 2009

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Agosto 2014

BALANÇO DE PAGAMENTOS

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2016

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2011

Setor Externo: Expansão das Exportações Revigora a Economia

CONJUNTURA. Maio FONTE: CREDIT SUISSE, CNI, IBGE e BC

PERSPECTIVAS DO SETOR EXTERNO CATARINENSE DIANTE DA CRISE ECONÔMICA INTERNACIONAL

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Comércio e Fluxo de Capital, seus Efeitos nas Contas Nacionais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2011

Balança Comercial Brasil e Minas Gerais Junho Belo Horizonte 2017

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Abril 2014

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Janeiro 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2011

Exportações - Brasil Importações - Brasil Exportações - São Paulo Importações - São Paulo

INDICADOR DE COMÉRCIO EXTERIOR - ICOMEX

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Outubro 2012

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Fevereiro 2013

Setor Externo: Nebulosidade e Turbulências à Frente

COMÉRCIO EXTERIOR SETEMBRO/2018

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2011

COMÉRCIO EXTERIOR MAIO/2019. Exportações catarinenses atingem maior valor para o período desde o início da série histórica JAN-MAI 2019

Perspectivas para o Saldo da Balança Comercial

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2015

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

INDICADOR DE COMÉRCIO EXTERIOR - ICOMEX

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Fevereiro 2012

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

INDICADOR DE COMÉRCIO EXTERIOR - ICOMEX

MCM Consultores Associados. Setembro

Análise Conjuntural: Variáveis- Instrumentos e Variáveis- meta

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Abril 2013

Balanço de Pagamentos

Balanço de Pagamentos

CÂMBIO E INFLAÇÃO. Artigo Outubro 2011

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Janeiro 2016

Mudança de rumo? Cenário macroeconômico Junho Fernanda Consorte

Março/2016. Novas Projeções para Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

VISÃO GERAL DA ECONOMIA

Balança Comercial Brasileira Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2013

TÓPICO ESPECIAL 13 de maio de 2016

Março/2011. Pesquisa Fiesp de Perspectivas de Exportação Produtos Industrializados. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1

Banco de Dados Nov/10

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2013

Setor Externo: Panorama Internacional em Transformação

Crise global e vulnerabilidade externa estrutural do Brasil

Vulnerabilidade externa estrutural do Brasil

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Dezembro 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Outubro 2013

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO AGOSTO 2002

Entre a Balança Comercial e o Balanço de Pagamentos: Uma análise de conjuntura

Uma análise dos principais indicadores da economia brasileira

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Outubro 2010

INDICADOR DE COMÉRCIO EXTERIOR - ICOMEX

COMÉRCIO EXTERIOR OUTUBRO/2018. Exportações de Santa Catarina têm melhor outubro da história JAN-OUT 2018

INDICADOR DE COMÉRCIO EXTERIOR - ICOMEX

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Juros sobem acompanhando mercado americano, alta do dólar e fiscal ruim no Brasil;

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Custo e benefício do acúmulo de reservas em países emergentes. Ilan Goldfajn

ANO 2 NÚMERO 12 DEZEMBRO 2012 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

Conjuntura Nacional e Internacional Escola Florestan Fernandes, Guararema, 3 de julho de º. PLENAFUP

O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008

Conjuntura ISAE SUMÁRIO EXECUTIVO DA SEMANA. Quarta 22 de fevereiro 08:00 Sondagem do Consumidor (fev) FGV - Sondagem da Construção (fev) FGV

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

BIC. Encarte Estatístico da Indústria e do Comércio Exterior

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Fevereiro 2016

Grupo de Conjuntura Econômica. Painel de Conjuntura. 1 trimestre -2011

O cenário econômico internacional e o. comércio exterior dos produtos. transformados de plástico

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO

Julho/2009 VOLATILIDADE CAMBIAL VOLATILIDADE CAMBIAL. Depecon / Derex

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Abril 2016

REGIMES CAMBIAIS LEITURA OBRIGATÓRIA

Produção Industrial e Balança Comercial

COMO IDENTIFICAR E MENSURAR A CRISE?

Transcrição:

Setor Externo 2 CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA Consultoria Desenvolvendo soluções, alavancando resultados!

Comportamento cíclico da Balança Comercial A partir de 2001 a Balança Comercial aumentou sua importância nos resultados das Transações correntes e portanto, do Balanço de Pagamentos, ela muda a tendência negativa e passa a ter superávits acima de 4% do PIB afetando a longa fase de déficit da Conta Corrente. Muito antes da crise americana, se observa a redução dos saldos comerciais, que persiste até os dias atuais, com uma pequena reversão durante a crise econômica. Na fase ascendente, as exportações crescem a taxas mais elevadas que as importações a pesar da forte apreciação cambial do período. Na queda pós-2006, as exportações continuam crescendo, embora a taxas menores, com exceção de 2009 quando tem uma queda de 22,7%, o resultado líquido da balança comercial se mantém positivo porque a queda nas importações mais que compensa a redução nas vendas externas. 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 43,55 33,08 46,51 49,97 47,75 53,35 52,99 59,75 51,14 57,71 48,01 49,21 55,09 55,78 58,22 55,57 60,36 47,24 73,08 48,29 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 96,48 62,83 118,31 73,61 X M BC 137,81 91,35 160,65 120,62 197,94 173,11 152,99 127,70 201,92 181,77 256,04 226,25 242,58 223,18 242,18 239,63 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 2,55-10,00 Balança Comercial Brasileira 1994-2013 (US$ bilhões) Fonte: MIDIC 62

Estagnação das exportações de alta intensidade tecnológica 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 As exportações brasileiras cresceram a taxas elevadas a partir de 2001 acompanhando o crescimento do comercio internacional. Quando se analisam as exportações dos Setores Industriais por Intensidade Tecnológica, se observa uma especialização nas exportações de baixa e média intensidade tecnológica. As exportações de alta intensidade tecnológica tiveram um crescimento modesto atingindo seu maior valor em 2008 (US$ 11,5 bilhões), mantendo uma baixa participação nas exportações totais, em torno de 6% em média. A especialização em produtos de baixa intensidade tecnológica sinaliza a pouca competitividade da indústria brasileira, independente do chamado custo Brasil. Mostra também que o desempenho das exportações está sujeitos à variabilidade dos preços das commodities e a falta de uma política industrial proativa que permita reverter esse quadro. - 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 alta média-alta média-baixa baixa Evolução das Exportações de bens por intensidade tecnológica 1996 à 2013 (US$ bilhões) Fonte: MIDIC 63

Aumento das exportações de commodities Os produtos exportados por fator agregado são classificados em básicos, semimanufaturados, manufaturados e operações especiais. Semimanufaturados, são produtos com baixo processo de beneficiamento industrial, assim como alguns manufaturados, todos eles comercializados como commodities, cujos preços são fixados em bolsas de mercadorias (AEB, 2012) e portanto, passiveis de serem agrupados. A serie assim construída, mostra que as exportações de commodities tem uma participação cada vez maior no total exportado, passando de 41,26% em 1998, atingindo seu máximo em 2011(70%). Os produtos manufaturados não considerados commodities reduzem sua participação de 58% para 28% no mesmo período. 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 57,45 46,75 44,76 43,58 43,82 41,94 40,53 36,72 34,24 31,02 28,16 28,96 30,94 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 %COMMODITIES %MANUFATURADOS Par cipação das commodi es nas exportações 1998-2013 Fonte: AEB / MDIC 64

Concentração dos mercados de destino Embora a propaganda oficial comemore a maior diversificação dos mercados de destino das exportações, os dados não confirmam esse fato. As exportações continuam concentradas em 5 mercados de destino responsáveis por 65% do total exportado, a mesma proporção de 1994! O que se observa é uma perda de mercado nos Estados Unidos e na União Europeia para a China e a substituição desses mercados pela própria China. A participação no mercado mundial que era de 2,3% na década de 50, se mantém em torno de 1,2% desde os anos 2000 35 30 25 20 15 10 5 0 Uniao Europeia Estados Unidos China Argen na 1994 1997 1998 1999 2001 2002 2008 2009 2010 2013 Principais des nos das Exportações brasileiras 1994-2013 (% do total exportado) Fonte: MDIC 65

Forte relação entre transações correntes e necessidade de poupança externa A conta de transações correntes brasileira é historicamente deficitária mostrando a necessidade de capitais externos para financiar esse déficit e o próprio crescimento da economia. A tendência muda em 2003 e se mantem positiva até 2007 coincidindo com um aumento no saldo da Balança Comercial tanto em termos absolutos quanto em proporção do PIB. Em relação aos Serviços, os valores relativamente estáveis até 2004, iniciam uma tendência crescente (negativa) acompanhando o crescimento do PIB. Duas subcontas chamam a atenção pela forte ampliação do déficit, Viagens internacionais e aluguel de equipamentos, atingindo US$ 19 bilhões em 2013. A conta de Rendas, tradicionalmente negativa em países receptores de capital estrangeiro, apresenta uma trajetória de melhora em termos do PIB, dos -3,6% do PIB em 2002 para -1,8% em 2013. A saída de recursos para o exterior pela conta renda dobrou entre 2004 e 2013 atingindo US$ 39,8 bilhões. 60000 40000 20000 0-20000 -40000-60000 -80000-100000 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 TC Serviços BC RENDA Componentes da Conta Corrente 1994-2013 (US$ milhões e par cipação no PIB) Fonte: Banco Central do Brasil 66

Déficit em Transações correntes exigem maior entrada de investimento estrangeiro direto O Gráfico resume os resultados da Conta Corrente brasileira desde 1994 em valores e como percentual do PIB, assim como o ingresso de investimento estrangeiro direto (IED). É possível observar que o país, depois de um raro intervalo de superávits voltou a apresentar déficits. Desde 2008 o resultado é negativo, e evoluiu de 0,11 em 2007 até -3,6% do PIB em 2013. Em valores absolutos, significa uma mudança de financiador do resto do mundo em US$ 1,56 bilhões para precisar de financiamento de US$ 81 bilhões, recorde histórico, coberto por entrada de investimentos estrangeiros que atingiram US$ 64 bilhões em 2013. 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00-20,00-40,00-60,00-80,00-100,00-1,81-18,38-23,50-30,45-33,42-25,33-24,22-23,21-7,64 4,18 11,68 13,98 13,64 1,55-28,19-24,30-47,27-52,47-54,25 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 TC IED TC/PIB Inves mento estrangeiro direto e Transações correntes 1994-2013 (US$ bilhões e % do PIB) -81,07 3,00 2,00 1,00 0,00-1,00-2,00-3,00-4,00-5,00 Fonte: Banco Central do Brasil 67

Acumulação de Reservas internacionais supera dívida externa Os dados indicam que o Brasil tem desde 2007 uma dívida externa líquida negativa tornando o país credor externo pela primeira vez. A razão dívida liquida/pib passou de 32,7% em 2002 para -0,9% em 2007 com reservas cambiais de US$ 180,3 bilhões. Nesse ano, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 87,45 bilhões explicando o maior acumulo de reservas por parte do Banco Central. Esse processo de redução da dívida se acentua no decorrer do período atingindo -4,2 do PIB e com acumulação de reservas de US$ 358,8 bilhões em 2013. O fluxo cambial ficou negativo em US$ 12,26 bilhões, mostrando a menor entrada de dólares no país tanto pelo segmento financeiro quanto pelo comercial e a inversão no processo de acumulação de reservas iniciado em 2000, a redução embora pequena (de US$ 373,14 bilhões em 2012 para US$ 358,8 em 2013), pode significar uma mudança de tendência. FLUXO CAMBIAL (US$ BILHÕES) Fluxo cambial, reservas e dívida externa liquida/pib 1993-2014 (US$ milhões e % do PIB) Fonte: Banco Central do Brasil 68

Elevado ingresso de IED e fraca participação no PIB O volume de IED que ingressou no país a partir de 1994 tem sido crescente salvo nos períodos de crise, o IED atingiu o seu maior valor, US$ 66,6 bilhões, em 2011. Os investimentos em carteira, mais voláteis, tem atingido também valores expressivos nos dois sentidos, saídas de US$ 5,1 bilhões na crise de 2002 e ingressos líquidos de US$ 63 bilhões em 2010 consolidando o Brasil como um dos principais destinos do capital internacional. Usando o indicador IED/PIB e comparando alguns países que atraíram menores volume de IED, se observa que o Brasil fica atrás de países como Canada, Rússia, Colômbia, Chile e Peru. Inves mentos estrangeiros no Brasil e em países selecionados 1994-2014 (US$ milhões e % do PIB) Fonte: Unctad e BCB 69

Descolamento do quantum do comportamento do câmbio Embora crescentes as exportações tiveram um desempenho ruim apesar da melhoria nos termos de troca. A quantidade exportada se manteve praticamente estável a partir de 2005 com taxa de câmbio efetiva depreciada e preços elevados devido ao aumento da demanda chinesa. A quantidade importada se descola da depreciação real e mantem a trajetória ascendente, salvo no período da crise de 2008. O crescimento do quantum importado em períodos de alta do câmbio real, pode ser explicado pelo crescimento da economia no período analisado e da importação de combustíveis e bens de capital. 600,0 500,0 400,0 300,0 200,0 100,0 0,0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Exportação Importação TCER INPC Taxa de cambio efe va e Quantum do comércio 1993-2013 Quantum (base: media 1996=100) 160,00 140,00 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 Taxa de cambio efe va real e valor das exportações 1993-2013 (US$ milhões) TCER INPC exportações índice (media 2005=100) Fonte: MDIC e IPEDATA Fonte: MDIC e IPEDATA 70

Após a crise norte-americana a correlação entre risco e taxa de câmbio desaparece A queda persistente no risco-país a partir de 2002, de 1423 pontos para 224 em 2013, sinaliza para os investidores um cenário macroeconômico mais estável e com menor incerteza, permitindo que o país tenha melhor acesso a investimentos diretos, e em carteira. O maior acesso ao mercado financeiro internacional se traduz em elevada oferta de dólares no País, afetando a taxa de câmbio que se aprecia passando de R$ 3,53 por dólar na média de 2002 para R$ 1,77 por dólar na média de 2007. De forma inversa, o aumento no risco-país, piorara o acesso ao financiamento externo, depreciando a taxa de cambio se não houver intervenção do Banco Central. O que se observa a partir de 2010 é o aumento na taxa de câmbio com redução do risco. 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 R$ / US$ EMBI+ 2,34 2,34 428 0,67 224 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 Risco país (EMBI+) e taxa de câmbio nominal 1993-2013 Fonte: IPEDATA 71

Intervenção cambial em regime de câmbio flexível e guerra cambial O gráfico apresenta as intervenções do Banco Central, os swaps e a taxa de câmbio nominal real/dólar, de 2000 a 2013. Em períodos de depreciação cambial as operações de venda de dólares (valores negativos) aumentam para evitar o aumento do preço do dólar. As compras foram realizadas em períodos de apreciação do real, reforçando o acumulo de reservas evitando uma apreciação maior. O recurso a swaps foi muito forte em 2002 e 2008, períodos de crise, fuga de capitais e depreciação do real. As compras aumentam a partir do final de 2005, coincidindo com o período de queda do preço do dólar. A variação da cotação do dólar está relacionada com o saldo do movimento do câmbio nos canais comercial e financeiro. 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0-5 -10-15 -20-25 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Intervençoes SWAP R$/US$ Intervenções do Banco Central e câmbio nominal 2002-2013 (US$ bilhões e R$/US$) 4,5000 4,0000 3,5000 3,0000 2,5000 2,0000 1,5000 1,0000 0,5000 0,0000 Fonte: BCB e Secretaria do Tesouro 72

Balanço de pagamentos em queda O Gráfico mostra o resultado da Balança de Pagamento brasileira desde o primeiro trimestre de 1993 até o quarto trimestre de 2013. O saldo trimestral do BP sofre fortes oscilações. É possível observar no entanto, períodos de elevados déficits que se seguiram a saldos positivos do BP e que coincidem com crises econômicas externas, a crise russa de 1998 e a crise americana de 2007-08. O último movimento de forte queda no saldo do BP não parece ligado diretamente a uma crise externa e sim a fatores domésticos, criados pela deterioração dos fundamentos macroeconômicos e ao aumento da incerteza sobre o desempenho da economia brasileira. 50.000,0000 40.000,0000 30.000,0000 20.000,0000 10.000,0000 0,0000-10.000,0000-20.000,0000-30.000,0000 1993 T1 1993 T3 1994 T1 1994 T3 1995 T1 1995 T3 1996 T1 1996 T3 1997 T1 1997 T3 1998 T1 16.451,3373 1998 T3-25.249,1327 1999 T1 1999 T3 2000 T1 2000 T3 2001 T1 2001 T3 2002 T1 2002 T3 2003 T1 2003 T3 2004 T1 2004 T3 2005 T1 2005 T3 2006 T1 2006 T3 2007 T1 2007 T3 38.240,9197 2008 T1 2008 T3 2009 T1-20.989,7393 2009 T3 2010 T1 2010 T3 2011 T1 27.648,7466 2011 T3 2012 T1 2012 T3-8.239,9713 2013 T1 2013 T3 Balanço de pagamentos 1993-2013 (US$ bilhões) Fonte: Banco Central do Brasil 73