Balança Comercial [Jan. 2009]
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- Diana Ávila Amado
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1 Highlight: Balança Comercial [Jan. 2009] A pós queda de demanda mundial, desde de, a trombose do sistema financeiro (em setembro /08), as exportadores brasileiros vem perdendo dinamismo. Seria ingenuidade acreditar que a perda de dinamismo econômico, é causada unicamente pelos problemas financeiros. Antes mesmo de eclodir os atuais problemas as exportações brasileira, em reais, vinham crescendo a taxas menores que o crescimento do PIB. 1 Isso por si só, incitaria um questionamento sobre a viabilidade econômica câmbio. Para elucidar sobre este assunto utilizaremos o tradicional índice Big Mac, calculado pela revista The Economist. Em 24 Julho-08, a The Economist divulgou a atualização de seu índice, naquela ocasião o Big Mac em dólares custava no Brasil cerca de US$4.73, em comparação com US$3.57 nos E.U.A. Uma aritmética simples concluiria que o preço do lanche nos Brasil é 32,5%, mais caro em dólares no Brasil que nos E.U.A. Portanto, para equalizar o valor do lanche no Brasil e nos E.U.A o câmbio deveria ser 32,5% menor (desvalorizado). Na mesma data o câmbio brasileiro era de R$ 1.58/US$, logo, a taxa implícita de equilíbrio (pela paridade do poder de compra [PPC]) seria R$2,10/US$. (R$1.58/US$ x = 2,10). Poucos dias depois, em 31 Julho-08 o câmbio brasileiro inverte sua trajetória de valorização em relação ao dólar. Para nós o movimento de câmbio flutuante degenerado inaugurado em 2002 apresenta sinais de saturação. Em 22 Janeiro/09, a The Economist reviu seu índice como faz tradicionalmente, e pasmem, o resultado mostra que a taxa de câmbio esta 3,39% acima de seu valor de equilíbrio. A taxa de referência usada foi de R$ 2,33/US$, portanto, a taxa de equilíbrio implícita (PPC) era de R$ 2,25/US$. Mesmo com toda esta reviravolta, no mercado de câmbio brasileiro e mundial (movimentos correlatos ocorreram, no Canadá, Coréia do Sul, Argentina, Índia, Rússia entre outros), o que isoladamente elevaria a competitividade econômica dos produtos brasileiros, resultado este, que seria observado nas exportações. Num primeiro momento como pode ser observado no gráfico abaixo o resultado financeiro em reais sofreu uma elevação abrupta, porém, no decorrer do mês este efeito câmbio foi se dirimindo e em janeiro pelos dados recém divulgados pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento) a balança comercial apresentou um déficit no mês de US$ 518 milhões. A maior queda das exportações em termos regionais foi para a Argentina. Um dos principais parceiros comerciais do Brasil, ela comprou 48,4% a menos do país em janeiro (US$ 641 milhões) em relação ao mesmo mês de O corte na produção industrial argentina, em especial da indústria de veículos, foi responsável pela redução das exportações brasileiras. O secretário de Comércio Exterior do Mdic, Welber Barral, explicou que a corrente de comércio entre os dois países está muito concentrada no setor automobilístico. Por isso, as importações também caíram 43%. "A nossa preocupação é muito grande com a Argentina, com grande queda de demanda. Não dá para obrigar o país a comprar", disse. Os EUA continuam o maior comprador do Brasil, mas a retração da economia americana gerou queda de 36% das exportações brasileiras ao país, para US$ 1,1 bilhão. Já as importações aumentaram 10%. Com isso, o déficit foi de US$ 843 milhões 1 Thiago Batista Rocha Economista Sênior pela Argos Fundos Investimentos Ltda; thiago.rocha@argosinvest.com.br
2 num único mês. "Corremos o risco de déficit histórico com os EUA, caso o governo não priorize o comércio com países desenvolvidos", disse José Augusto de Castro, diretor da AEB (Associação dos Exportadores do Brasil), para Folha de S. Paulo Ainda segundo a reportagem, o último déficit anual no comércio com os EUA foi em 1999, e o pior resultado na balança entre os dois países foi em 1997, com déficit brasileiro de US$ 4,4 bilhões. Barral argumentou que as exportações brasileiras caíram menos que em outros países da América Latina, como Chile e México. Segundo ele, ambos são mais dependentes dos EUA. A Ásia foi a única região do mundo que comprou mais do Brasil em janeiro, com expansão de 14%, puxada por minério de ferro, açúcar e celulose. As vendas para o mercado chinês cresceram 8,9% em comparação com janeiro de Em relação aos números de janeiro de 2008, as exportações brasileiras pela média diária apresentaram decréscimo de 22,8%. Por fator agregado, as exportações de produtos básicos caíram 6,5% e as de produtos industrializados 29,4%, sendo que os manufaturados apresentaram decréscimo de 34% e os semimanufaturados 13,7%. Segundo Barral, a queda das quantidades exportadas foram maiores que a observada na média dos preços dos produtos. A manutenção dos preços das principais commodities agrícolas e minerais e aumento da quantidade embarcada de alguma delas fizeram com que a queda das exportações de produtos básicos fosse menor que as dos produtos industrializados. Como exemplos ele citou milho em grão (+254,9%), açúcar (+68,2,1%), celulose (+33,6%), café em grão (+18,8%) e soja em grão (+7,4%). As maiores quedas dos valores exportados observadas ao longo do mês foram as dos seguintes produtos: veículos de carga (-65,7%), motores de veículos (-62%), couro (-58%), automóveis (-56,1%). Entretanto, no mês, foram observados aumentos nos valores embarcados de alguns produtos como milho em grão (+154%), açúcar (+90,1%), farelo de soja (+42,9%) minério de ferro (+12,1%) e fumo em folha (+7,3%). O secretário analisou que, no geral, a queda de exportação mundial é fundamentalmente relacionada à retração de em alguns mercados como o norte-americano, europeu e argentino. Segundo ele, porém, em razão de subsídios e incentivos a determinados produtos, como o aço, já está sendo observada perda de mercado do produto brasileiro em alguns países Colômbia, Estados Unidos, Chile e outros da América Latina. As importações brasileiras em janeiro de 2009 apresentaram retração de 12,6% sobre o desempenho no mesmo mês do ano passado. Por categoria de uso, foram observadas retrações nas compras brasileiras de bens de capital (-5,4%), matérias-primas e intermediários (-20,7%), combustíveis e lubrificantes (-4,7%). As importações de bens de consumo, nessa comparação, não apresentaram variação. Ainda segundo Barral, a queda das exportações verificada em combustíveis e lubrificantes está muito relacionada com a retração mundial dos preços do petróleo. Na contramão, entretanto, ele disse que, no geral, está havendo uma queda da quantidade importada, mas os preços em dólar estão mais altos, o que vem impactando o valor dos bens desembarcados no país como algumas máquinas e insumos industriais.
3 Exportações de Bens: Brasil - [12 meses] R$ Milhões US$ Milhões Importação de Bens: Brasil - [12 meses] R$ Milhões US$ Milhões
4 Balança Comercial: Brasil - [12 meses] R$ Milhões U$ Milhões Câmbio Média (mês de referência) R$ 3, R$ 2, R$ 2, R$ 1, R$ 1, R$ 0,50 - R$ -
5 Balanço de Pagamentos Projeções 2009 US$ Milhões Pessimista Base Otimista Balança comercial (FOB) (i) , , , , , ,09 Exportação de bens , , , , , ,40 Importação de bens (91.350,84) ( ,88) ( ,45) ( ,78) ( ,10) ( ,31) Serviços e rendas (líquido) (ii) (37.120,36) (42.596,64) (57.749,48) (49.087,06) (55.266,25) (58.615,72) Serviços (9.640,37) (13.355,14) (17.088,52) (14.525,24) (16.353,71) (17.344,85) Rendas (27.479,98) (29.241,51) (40.660,96) , , ,85 Transferências unilaterais correntes (iii) 4.306, , ,45 (40.588,71) (45.698,12) (48.467,70) Transações Correntes , ,54 (28.741,27) (34.561,81) (38.912,54) (41.270,87) CONTA CAPITAL E FINANCEIRA , , , , , ,91 Conta capital 1/ 868,98 755, ,98 (44.907,46) (50.560,51) (53.624,79) Conta financeira , , , , , ,25 Investimento direto (9.380,28) , ,01 (24.430,08) (27.505,39) (29.172,38) Investimento brasileiro direto (28.202,49) (7.066,66) (20.495,07) , , ,08 Investimento Estrangeiro Direto , , ,08 929, , ,37 Investimentos em carteira 9.081, , , , , ,71 Investimento brasileiro em carteira 5,63 286, , , , ,23 Investimento estrangeiro em carteira 9.075, ,29 (764,77) (17.420,81) (19.613,78) (20.802,49) Ações de companhias brasileiras 7.715, ,34 (7.565,37) (11.780,22) (13.263,15) (14.066,97) Títulos de renda fixa 1.359, , ,60 (5.640,58) (6.350,63) (6.735,52) Derivativos 40,80 (710,26) (312,35) , , ,73 Outros investimentos , , , , , ,66 ERROS E OMISSÕES 627,69 (3.131,03) (415,88) , , ,07 RESULTADO DO BALANÇO , , ,23 964, , ,30 FONTE: BACEN Elaborado por Argos Fundos de Investimentos Ltda.
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