Dificuldades de aprendizagem Zuleika de Felice Murrie Apresentação utilizada como material de apoio no evento Orientação Técnica sobre a recuperação paralela realizado nos dias 23, 24 e 25 de julho de 2008.
Notas necessárias Inicialmente, i vamos dfii definir as características pessoais desses alunos. Eles não são alunos com necessidades especiais, isto é, eles têm um quoeficiente intelectual normal, não apresentam deficiências sensoriais ou problemas neurológicos, traumatismos ou doença cerebral adquirida, comprometimentos visuais ou auditivos etc, mas mesmo assim apresentam sistematicamente um baixo rendimento em situações escolares de avaliação.
Notas necessárias Na literatura pedagógica, muitas são as opiniões sobre como se caracteriza um aluno que apresente dificuldades de aprendizagem no contexto escolar. A tendência mais geral destaca os problemas socioculturais, ambientais, econômicos, familiares e emocionais como diagnóstico.
Notas necessárias Esses diagnósticos observam, no geral, comportamentos inadequados dos alunos em sala de aula como indisciplina, desinteresse, falta de atenção e concentração, hiperatividade, dificuldades de se ajustar às rotinas da escola, problemas de relacionamento com os pares, professores e funcionários da escola, agressividade etc. Alguns outros diagnósticos destacam problemas cognitivos principalmente dificuldades de aprendizagem nas áreas da matemática e de leitura e escrita.
NOTAS NECESSÁRIAS SOBRE ALFABETIZAÇÃO Considera se se alfabetização como: uma aprendizagem de natureza conceitual de um objeto sociocultural de conhecimento. um processo ativo do sujeito ji que constrói um conhecimento sobre a língua que se escreve. o conhecimento da escrita pelo aluno pressupõe o entendimento t da sua função e da sua representação alfabética. A avaliação da produção do texto do aluno não alfabético necessita de um lit leitor avaliador li experiente para captar todas as possibilidades de produção por parte desses alunos. O processo de avaliação da leitura e escrita pressupõe o reconhecimento de construção de hipóteses do aprendizleitor e do aprendiz escritor e não de categorias fixas de certo ou errado nos usos da língua.
Construção de hipóteses 1. Escrita pré silábica 1.1. escreve as palavras / frases, utilizando grafismos e outros símbolos. 1.2. escreve as palavras / frases, utilizando letras aleatórias. 13 1.3. escreve as palavras / frases, utilizando letras aleatórias, mas controlando a quantidade mínima de letras e apresentando variedade das letras. 2. Escrita silábica 2.1. escreve, correspondendo para cada sílaba oral da palavra ditada uma marca, utilizando grafismos ou outros símbolos para representá la. 2.1. escreve, correspondendo para cada sílaba oral da palavra ditada uma marca, utilizando letras, mas sem fazer a relação da letra com o valor sonoro convencional. 2.2. escreve, correspondendo para cada sílaba oral da palavra ditada uma marca, utilizando letras e estabelecendo a relação entre a letra e o valor sonoro convencional. 3. Escrita silábico alfabética 3.1. Escreve, ora utilizando uma letra para cada sílaba da palavra ora utilizando mais letras. 4. Escrita alfabética 4.1. Escreve as palavras de uso comum não observando as convenções ortográficas básicas da escrita na maioria delas.
Dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita Consideramos que os alunos que apresentam dificuldades em leitura e escrita já dominam a base alfabética da escrita, isto é, já estão alfabetizados, e, mesmo assim apresentam múltiplos desvios das convenções da escrita e em ler e compreender pequenos textos (lentidão na leitura e recuperação de informações pontuais nos textos lidos), considerando se aqui a faixa etária e a série que freqüentam.
Dificuldades de leitura Os indicadores de dificuldades de leitura podem ser observados em situações de leitura em voz alta de pequenos textos em que o aluno ou não consegue ler ou lê o texto com muita dificuldade soletrando ou pulando as palavras (fluência de leitura) ou mesmo de leitura propriamente dita em que o aluno não consegue falar sobre o que leu, ou seja, identificar o assunto principal do texto ou a recuperar informações simples, mesmo após as intervenções do professor.
Dificuldades de escrita Os indicadores d de dificuldades d de escrita podem ser observados na produção de pequenos textos ou ditados em que os alunos apresentamas as dificuldades já no emprego das marcas textuais (espaçamento entre as palavras, divisão das palavras na mudança de linha, paragrafação e pontuação), nas regularidades ortográficas (escrita correta das palavras, emprego das letras maiúsculas e minúsculas, acentuação gráfica, regras gerais de concordância nominal e verbal) e não conseguem com o auxílio do professor resolvê las.
Desvios na escrita das palavras As principais dificuldades na escrita das palavras se caracterizam por troca de letras. Exemplos: juisado (juizado), chanela (janela), tudos (todos), chigava (xingava), jeito (jeito), piruá (perua), escuresendo (escurecendo), fumos (fomos), abrasala (abraça la), felis (feliz). omissão de letras. Exemplos: pro (para o), vó (avó), pra (para), caveras (caveiras), ranquei (arranquei), cochão (colchão). acréscimo de letras. Exemplo: alimpar (limpar). erros de transcrição iã de fala. fl Exemplo: bulacha (bolachas). erros de supercorreção. Exemplo: sel (céu). erros por não considerar regras contextuais. Exemplo: enpada (empada). erros por não marcara a nasalização. Exemplo: mostro (monstro). erros por não conhecer a origem das palavras. Exemplo: dansaram (dançaram). erros de trocas de letras por sons parecidos. Exemplo: blástico (plástico) de modo geral a escritas de palavras com: h, não h; g, gu; j, g; c, qu; x, ch; x, qu; x, s, ss, z; c, ss, c, ç; l, u; o, u; e, i.
Desconhecimento da regra contextual Desconhecimento da regra contextual que diz que uma palavra derivada deve manter o radical da palavra primitiva. A escrita de juisado (juizado) com s pode sugerir o desconhecimento pelo aluno de que juiz se escreve com z final ou que não consegue estabelecer o princípio da manutenção do radical da palavra (juiz) na palavra derivada (juiz+ado = juizado). O aluno também pode ter recorrido á relação de representação s do som z entre vogais como em: casa, mesa, asa etc.
Desconhecimento das diferenças entre representação escrita e fala Muitos são os desvios provenientes do desconhecimento explícito das diferenças entre a fala e a escrita, marcados no texto por conectivos próprios p da fala (aí, então), a repetição de palavras no texto, a ausência de pontuação, a redundância na exposição das idéias etc. Na grafia das palavras esse fato também é presente como em chanela (janela), tudos (todos), piruá (perua), fumos (fomos), pro (para o), ranquei (arranquei), alimpar (limpar), agente (a gente). O aluno registra a palavra como ele a pronuncia. Diferente do caso anterior de desconhecimento de regras contextuais.
Desvios na segmentação de palavras A questão da segmentação das palavras na maior parte das vezes está relacionada às dificuldades de distinção entre fala e escrita (exemplo: amenina; sevocenãomeder, abrasala).