RDC Data/Hora:29/06/ :26

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Transcrição:

RDC 143-2016 Recurso da Empresa Única Consultores de Engenharia Urbana SS contra habilitação da licitante 1ª colocada, PROJCONSULT ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA. no certame licitatório acima identificado. Data/Hora:29/06/2016 09:26 Motivo do Recurso / Justificativa da Desistência: ILMO. SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÕES DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES DO RIO DE JANEIRO Ref. RDC ELETRÔNICO n.º 143/2016-07 (Processo n.º 50607.000074/2011-56) ÚNICA CONSULTORES DE ENGENHARIA URBANA SS., pessoa jurídica de direito privado sediada na Rua Miguel Daux, n.º 105, Coqueiros, Florianópolis/SC, CEP 88080-220, inscrita no CNPJ sob o n.º 02.001.296/0001-90, diante da decisão que habilitou a licitante PROJCONSULT ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA. no certame licitatório acima identificado, vem à presença de V. Exa., com esteio no art. 4º, inciso XVIII, da Lei n.º 10.520/2002 e item 19.2 do edital de licitação, interpor o presente RECURSO, o que faz baseada nos seguintes fatos e fundamentos jurídicos: 1 A ILEGALIDADE DO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) APRESENTADO PELA LICITANTE PROJCONSULT: Observa-se no edital do certame aqui em mira, mais especificamente no item 18.1.3.3., que foi exigido do licitante o balanço patrimonial e demonstração de resultado do exercício (DRE) do último exercício social exigível, apresentado na forma da lei. Tal exigência nada mais fez do que observar a liturgia do art. 31, inciso I, da Lei n.º 8.666/1993, que assim dispõe: Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a: I balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta; (sem grifos no original). Portanto, de forma indiscutível, a lei determina ao licitante que seja apresentado o balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social já exigível e apresentado na forma da lei. Como é cediço, o exercício social está compreendido entre 01/01 a 31/12 de cada ano civil, oportunidade em que, findo, a sociedade empresária deverá elaborar o seu balanço patrimonial, nos termos do art. 1.065 do Código Civil, que assim dispõe: Art. 1.065. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico. Ocorre, porém, que a elaboração do balanço patrimonial tem prazo certo para ficar pronto e ser exigível da sociedade empresária, o qual, por sua vez, também está definido no código civil. Revela o art. 1.078 do CC/2002 que a assembleia geral ordinária entre os sócios deverá ocorrer pelo menos uma vez ao ano, com data limite até o dia 30/04, para fins de deliberar sobre determinados assuntos e, dentre os quais, sobre o balanço patrimonial, verbis: Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realiza-rse ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do exercício social, com o objetivo de: I tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; Ou seja, significa dizer que o balanço patrimonial e DRE deverão ser elaborados e devidamente registrados no órgão competente até o fim do mês de abril do ano civil. A partir dessa data, o balanço patrimonial e DRE do ano anterior passa a ser exigível, inclusive perante os órgãos públicos e, sobretudo, para fins de certames licitatórios, conforme redação do art. 31, inciso I, da Lei n.º 8.666/93. Reportando-se ao caso aqui em debate, uma vez que o aviso da licitação foi publicado no D.O.U. do dia 09/05/2016,

cuja abertura ocorreria somente no dia 06/06/2016, conclui-se que a determinação do edital para apresentação do balanço patrimonial do último exercício social exigível reporta-se ao balanço patrimonial do ano de 2015, pois já exigível em atenção aos dispositivos legais acima mencionados, cujo prazo fatal ocorreu no dia 30/04/2016. Contudo, a empresa PROJCONSULT ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA. apresentou o balanço patrimonial e DRE do ano de 2014 quando de sua habilitação no certame. Portanto, uma vez que o documento exigido pelo edital de licitação não foi entregue pela empresa PROJCONSULT ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA. na data exigida, qual seja, o balanço patrimonial e DRE do ano de 2015, pois, conforme demonstrado alhures, quando da abertura do certame (06/06/2016), é o mencionado documento o do último exercício social exigível, a consequência lógica é a declaração de inabilitação à licitação. Essa, aliás, foi a conclusão do Plenário do Tribunal de Contas da União TCU quando enfrentou questão idêntica a presente, nos autos do Processo TC n.º 015.817/20148. A emenda do julgado em mira é a seguinte: REPRESENTAÇÃO. ALEGAÇÃO DE QUE HOUVE INABILITAÇÃO INDEVIDA DA REPRESENTANTE EM CERTAME LICITATÓRIO, ANTE A EXIGÊNCIA DA APRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMAIS DEMONSTRATIVOS RELATIVAMENTE AO EXERCÍCIO DE 2013. LEGALIDADE DESSA EXIGÊNCIA. NÃO CARACTERIZAÇÃO DA IRREGULARIDADE APONTADA. INDEFERIMENTO DA CAUTELAR PLEITEADA. IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. (TCU, Processo TC n.º 015.817/20148, Acórdão n.º 1999/2014, Rel. Aroldo Cedraz, Plenário, DJ 30/07/2014). O voto condutor desse acórdão do TCU, lavrado pelo Min. Aroldo Cedraz, assim se posicionou, verbis: Em exame representação formulada pela empresa Cibam Engenharia Eirelli (EPP) contra possíveis irregularidades praticadas pela Gerência Executiva do INSS em Piracicaba/SP na condução do Pregão Eletrônico 3/2014, cujo objeto era a contratação de empresa para execução de serviços de manutenção predial. 2. Alega a empresa que teria sido inabilitada indevidamente no certame, por suposto descumprimento do item 11.1.4.1a do edital, que trata da qualificação econômico-financeira das licitantes. 3. O citado dispositivo assim estabelecia, em consonância com o disposto no art. 31, inciso I, da Lei 8.666/93: 11.1.4.1. A Qualificação Econômicofinanceira será comprovada mediante a apresentação dos seguintes documentos: a) Balanço Patrimonial e Demonstrações Contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados, quando encerrados há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta, tomando como base a variação, ocorrida no período, do índice Geral de Preços Disponibilidade Interna IGP-DI, publicado pela Fundação Getúlio Vargas FGV ou de outro indicador que o venha substituir. 4. A representante foi desclassificada por ter apresentado o balanço e demais demonstrações relativamente ao exercício de 2012, enquanto a Gerência Executiva do INSS em Piracicaba entendeu que ela deveria ter apresentado os citados documentos referentes ao exercício de 2013. 5. Observa-se que o art. 31, inciso I, da Lei 8.666/93, reproduzido no edital, reza que o balanço e as demonstrações contábeis a serem apresentados devem ser relativos ao último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei. 6. A questão se resume a saber se, na data em que as propostas foram apresentadas, a lei exigia que o balanço e demonstrações contábeis referentes a 2013 já estivessem aprovados. 7. O art. 1078 do Código Civil estabelece que a assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes ao do término do exercício social, com diversos objetivos, entre eles o de tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e de resultado econômico. 8. Verifica-se, portanto, que, em até quatro meses (30 de abril), devem estar aprovados o balanço patrimonial e os demais demonstrativos contábeis. Como a sessão para abertura das propostas ocorreu no dia 20/5/2014, já era exigível nessa data a apresentação dos citados documentos referentes ao exercício de 2013. 9. Alega a representante que a validade dos balanços se findaria em 30/6/2014, por força da Instrução Normativa da Receita Federal 1.420/2013. 10. Tal normativo institui a Escrituração Contábil Digital (ECD), que deverá ser transmitida ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), pelas pessoas

jurídicas obrigadas a adotá-la. Segundo o art. 3º dessa norma, ficam obrigadas a adotar a ECD as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real ou presumido (o que seria o caso da representante). O art. 5º da IN estabelece que a ECD será transmitida até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao que se refira a escrituração. 11. Entende a representante que os dispositivos acima mencionados exigiriam que o INSS, em maio de 2014, ainda aceitasse como válido o balanço e as demonstrações relativas a 2012, uma vez que não teria se encerrado o prazo estabelecido no art. 5º da referida norma, que é 30 de junho. 12. Esse entendimento não merece prosperar. O prazo para aprovação do balanço é 30/4/2014, segundo disposto no art. 1078 do Código Civil. Evidentemente, uma instrução normativa não tem o condão de alterar esse prazo, disciplinado em lei ordinária. O que a IN faz é estabelecer um prazo para transmissão da escrituração contábil digital, para os fins operacionais a que ela se destina. 13. Conclui-se, portanto, que o ato do pregoeiro de inabilitar a representante, que apresentou a documentação referente ao exercício de 2012, foi correto, embasado no edital do certame e na legislação pertinente. Assim, deve ser considerada improcedente a representação formulada pela empresa Cibam Engenharia Eirelli. O acórdão em epígrafe assertivamente esclarece que a IN RFB n2 1.430/2013 e as demais normas existentes (Código Civil e Lei n2 6404/76) dispõem sobre o balanço patrimonial, mas sobre momentos distintos na consumação do documento. Consigne-se que as referidas normas coexistem perfeitamente e não se contrapõem, pois enquanto as leis discorrem sobre a elaboração e aprovação do balanço, a Instrução Normativa disciplina o acesso desse documento à Receita Federal, ou seja, após sua elaboração e aprovação em assembleia. Dito de outra forma, a elaboração e a aprovação do balanço patrimonial e DRE cingem-se a momentos preliminares à transmissão do balanço, razão pela qual não há conflito entre as normas, e uma não desautoriza a outra, de modo que não merecem prosperar os argumentos expendidos pela empresa representante/inabilitada no caso em apreço (itens 9 e 11 do acórdão, retro mencionado). Portanto, conclui-se que o prazo para a exigibilidade do balanço patrimonial e demais demonstrações contábeis para fins de cumprimento do art. 31 da Lei 8.666/93 cinge-se a 1º de maio para todas as sociedades empresárias, embora haja previsão expressa apenas para as sociedades limitadas (art.1078,1, Código Civil) e por ação (art. 132,Lei nº 6404/76). Tal entendimento firma-se no fato de que o balanço patrimonial já deve ter sido elaborado e aprovado até esta data, independente do prazo estabelecido em norma hierarquicamente inferior (Instrução Normativa) para sua transmissão aos órgãos de controle fiscal/tributário. Ainda sobre o tema, decidiu o e. TRF da 1ª Região também pela inabilitação de empresa que não apresentou o balanço correto no certame, litteris: ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. HABILITAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DA CAPACIDADE ECONÔMICO- FINANCEIRA. APRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL DO ÚLTIMO EXERCÍCIO SOCIAL. LEI 8.666/93, ART. 31, I. 1. O regulamento do certame questionado, realizado pelo CONFEA, prevê como um dos requisitos para a habilitação das proponentes a entrega do "balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentadas na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios." (Edital de Concorrência nº 002/2003 CONFEA). 2. O não cumprimento da exigência prevista expressamente no edital e amparada em norma legal (Lei 8.666/93, art. 31, I), enseja a inabilitação da empresa licitante. Precedentes da Quinta e Sexta Turmas. 3. O art. 1.078, do atual Código Civil, não dispõe de que o balanço só pode ser exigido a partir do quarto mês seguinte ao término do exercício, como pretende fazer crer a Apelante. O preceito civilístico, diversamente, estabelece que a assembleia deve deliberar sobre o balanço patrimonial durante os quatro meses seguintes ao término do exercício social. 4. A apresentação do último balanço patrimonial melhor atende à finalidade do edital, qual seja, verificar a atual situação financeira da licitante, de modo a comprovar que poderá prestar integralmente os serviços licitados. 5. Apelação da Impetrante improvida. (TRF 1ª Região, AMS n.º 00224938320034013400, Rel. Des. Fagundes de Deus, 5ª Turma, DJ 15/08/2005). Desta forma, até 2007, entendia-se que o prazo limite para elaboração do balanço patrimonial pelas

empresas seria o final do mês de abril do exercício subsequente, prazo este considerado para a apresentação do balanço patrimonial em Licitações. Contudo, com a criação do Sistema Público de Escrituração Digital SPED e a publicação da Instrução Normativa RFB n 787/2007 (Revogada pela atual Instrução Normativa RFB n 1420/2013), o prazo para as empresas sujeitas à tributação do imposto de renda com base no lucro real ou presumido enviarem seu balanço patrimonial para a Receita Federal se estendeu até o último dia útil do mês de junho do ano subsequente. Diante disso, alguns órgãos da Administração Pública passaram a considerar que o balanço patrimonial apresentado pelas empresas tributadas com base no lucro real ou presumido seria considerado válido até 30 de junho do ano subsequente. Esse também foi o entendimento adotado pelo TCU, nos termos do Acórdão TCU n 2.669/2013 de relatoria do Ministro Valmir Campelo: Nos termos do art. 1.078 da Lei Federal 10.406/02 (Lei do Código Civil), o prazo para apresentação, formalização e registro do balanço é até o quarto mês seguinte ao término do exercício, ou seja, o prazo limite seria até o final de abril, nos termos transcritos a seguir: Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes ao término do exercício social, com o objetivo de: I - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; No caso de empresas com regime tributário de lucro real, o prazo é até o final de junho, conforme Instrução Normativa da Receita Federal 787/2007 (Acórdão n 2.669/2013 de relatoria do Ministro Valmir Campelo, Processo n 008.674/2012-4). Ocorre que, mais recentemente, em 2014, o Tribunal de Contas da União (Acórdão n 1999/2014, de relatoria do Ministro Aroldo Cedraz) modificou e consagrou entendimento majoritário, que o prazo para apresentação dos balanços patrimoniais para fins de licitação, mesmo para as empresas tributadas com base no lucro real ou presumido, é aquele disposto no art. 1.078 do Código Civil, ou seja, 30 de abril do ano subsequente: Alega a representante que a validade dos balanços se findaria em 30/06/2014, por força da Instrução Normativa da Receita Federal 1.420/2013. Tal normativo institui a Escrituração Contábil Digital (ECD), que deverá ser transmitida ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), pelas pessoas jurídicas obrigadas a adotá-la. Segundo o art. 3º dessa norma, ficam obrigadas a adotar a ECD as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real ou presumido (o que seria o caso da representante). O art. 5º da IN estabelece que a ECD será transmitida até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao que se refira a escrituração. (...) O prazo para aprovação do balanço e demais demonstrações contábeis para fins de cumprimento do art. 31 da Lei 8.666/1993 é o estabelecido no art. 1.078 do Código Civil, portanto, até o quarto mês seguinte ao término do exercício social (30 de abril). Desse modo, ocorrendo a sessão de abertura de propostas em data posterior a este limite, torna-se exigível, para fins de qualificação econômico-financeira, a apresentação dos documentos contábeis referentes ao exercício imediatamente anterior (Acórdão n 1999/2014, Processo n 015.817/2014-8, Plenário, Relator Ministro Aroldo Cedraz, 30/07/2014). Com entendimento majoritário do TCU, o DNIT tem julgado da mesma forma, senão vejamos: PROCESSO nº: 50603.000344/2015-92 REFERÊNCIA: Pregão Eletrônico nº 190/2015-03 OBJETO: Contratação de empresa para a execução dos serviços de Manutenção Rodoviária. Recurso administrativo Habilitação - Balanço Patrimonial para fins de participação em Licitação: O item 23 do julgamento do Recurso Administrativo do DNIT em epígrafe tem a seguinte redação: 23. Observa-se que, apesar de ainda não existir um entendimento consolidado do TCU a respeito do prazo para apresentação de balanço patrimonial em licitações públicas, o entendimento mais recente daquela Corte de Contas é de que se aplica o prazo de 30 de abril do ano subsequente para todas as empresas, inclusive aquelas que utilizam o SPED. Julgado Procedente o Pedido do Recorrente Data do Julgamento 24/06/2015. Publicado no D.O.U. 06/07/2015. Conclui-se Digníssimo Pregoeiro, que o prazo fatal para apresentação do Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE) tem prazo para apresentação e conclusão até a data de 30 de abril do ano subsequente ao exercício. 2 REQUERIMENTO: Diante das razões apresentadas, requer que esse Ilmo. Presidente conheça o presente recurso e o julgue integralmente procedente, no

sentido de que a empresa PROJCONSULT ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA. seja declarada inabilitada no presente certame em razão da não apresentação do balanço patrimonial e da DRE do último exercício social no prazo legal exigido. Gilberto Bleggi da Silva ÚNICA CONSULTORES DE ENGENHARIA URBANA SS. CNPJ n.º 02.001.296/0001-90