Ordinary Kriging applied to spatial analysis of intra-urban habitability: the case of the city of Recife (Brazil)

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VII Seminário Internacional da LARES 25 26 de outubro de 2007, São Paulo, Brasil Ordinary Kriging applied to spatial analysis of intra-urban habitability: the case of the city of Recife (Brazil) Krigagem Ordinária aplicada à análise espacial da habitabilidade intraurbana: o caso da cidade do Recife (Brasil) Mauro Normando M. Barros Filho Faculdade de Ciências Humanas Esuda. Rua Barão de Itamaracá, 460/1802, Espinheiro, Recife, PE, CEP: 52.020-070. Brasil. E-mail: mbarrosfilho@gmail.com Palavras-chave: Krigagem Ordinária, Análise Espacial, Habitabilidade Intra-Urbana. ABSTRACT Intra-urban inhabitability is a wide concept which is related to not only the dwelling quality per si, but also to the quality of its surrounding. When an intra-urban inhabitability analysis explicitly considers the spatial arrangement of the avalailable data, it is possible to obtain more significant results than those obtained with techniques which consider the observational units as independent samples. Ordinary Kriging is a geostatistic interpolation method which is considered as the best linear unbiased estimator due to its capability to access the incertatinty degree in the estimation of non-sampled values, to minimize the error variance, and to permit the identification of the more appropriated neighbourhood and weights for the inferential procedure. This paper aims to access the results obtained from the application of the Ordinary Kriging method in the spatial analysis of intra-urban inhabitability of the city of Recife (Brazil). Firstly, it was created inhabitability indexes from Demographic Census 2000 data. Then, it was done an exploratory analysis of these indexes. Finally, it was definied an anisotropic semivariogram model to measure and map the inhabilitability spatial autocorrelation in Recife. The results reveal the principal spatial trends and clusters in the city. RESUMO A habitabilidade intra-urbana é um conceito amplo que está relacionado não apenas com a qualidade da habitação per si, mas também a qualidade do entorno em que a mesma está inserida. Quando uma análise da habitabilidade intra-urbana considera explicitamente o arranjo espacial dos dados disponíveis, é possível obter resultados mais significativos do que aqueles obtidos com técnicas que consideram as unidades de observação como amostras independentes. A Krigagem Ordinária é um método de interpolação geoestatístico considerado como o melhor estimador linear não-tendencioso pela sua capacidade de avaliar o grau de incerteza na estimação dos valores não amostrados, minimizar a variância dos erros, e permitir a identificação da vizinhança e dos pesos mais adequados ao procedimento inferencial. Este artigo tem como objetivo avaliar os resultados obtidos a partir da aplicação do método de Krigagem Ordinária para subsidiar a análise espacial da habitabilidade intra-urbana na cidade do Recife (Brasil). Inicialmente, foram construídos índices de habitabilidade, utilizando-se dados do Censo Demográfico 2000. Em seguida, foi realizada uma análise exploratória desses índices. E, finalmente, foi definido um modelo anisotrópico de semivariograma para mensurar e mapear a autocorrelação espacial da habitabilidade no Recife. Os resultados revelam as principais tendências e agrupamentos espaciais na cidade.

1 1. KRIGAGEM: QUESTÕES CONCEITUAIS BÁSICAS Os métodos geoestatísticos são popularmente chamados de Krigagem, em homenagem aos estudos pioneiros realizados pelo engenheiro de minas sul-africano Daniel G. Krige, em meados do século passado. A Krigagem está baseada na teoria das variáveis regionalizadas. Segundo essa teoria, a variação espacial do valor de uma variável aleatória Z pode ser expressa pela soma de três componentes (BURROUGH; McDONNELL, 1998): (i) um componente estrutural m associado a um valor médio ou a uma tendência constante; (ii) um componente estocástico ou aleatório ε que está espacialmente correlacionado e varia localmente; e (iii) um ruído aleatório ou erro residual ε' que não está espacialmente correlacionado e possui distribuição normal, média zero e variância s 2. Assim, o valor de Z em uma posição geográfica x é dado por: Z (x) = m(x) + ε(x) + ε' (1) A teoria das variáveis regionalizadas está fundamentada em duas hipóteses intrínsecas (SOARES, 2000): (i) a estacionariedade da média e (ii) a variância das diferenças. A primeira hipótese assume que a componente estrutural m é constante, ou seja, não há nenhuma variação na tendência principal da região. Então, m representará o valor médio da área, e a média ou a diferença esperada entre os valores de uma variável aleatória Z, nas posições x e x+h, separados por um vetor de distância h (módulo e direção) será nula, ou seja: E B Z ` x a ` a @Z x + h C = 0 (2) A segunda hipótese assume que a variância das diferenças dos valores da mesma variável Z, nas localizações x e x+h, depende apenas da distância h entre essas localizações, de modo que: F E R Z ` x a ` a @Z x + h S 2 G= 2γ h ` a (3) em que, γ(h) é a semivariância das amostras e pode ser expressa como: γ ` h a N 1 ` h a ffffffffffffffffffff D = 2N ` h a ` a b c E 2 (4) X Z x i @Z xi + h i = 1 em que, N(h) é o número de pares de pontos dos valores da variável Z separados pela distância h. O gráfico de γ(h) contra h é conhecido como semivariograma experimental e representa a média aritmética do quadrado das diferenças de todos os pares de pontos que estão separados de um vetor h, em uma dado módulo e direção (BURROUGH; McDONNELL, 1998). Essa medida fornece informações úteis sobre a correlação espacial para otimizar os pesos e os raios de influência a serem utilizados na interpolação das amostras e, conseqüentemente, detecção de padrões espaciais. A forma da curva do semivariograma experimental revela o tipo de variação espacial presente na área e auxilia na determinação da área de influência (vizinhança) em torno dos pontos nãoamostrados em métodos de interpolação. Em geral, à medida que aumenta a separação entre os pares

2 de amostras, a correspondente variância entre os mesmos também aumenta. Em certo momento, entretanto, o aumento da distância entre os pares não mais corresponderá ao aumento na média do quadrado da diferença entre os pares de valores, e o variograma atingirá um determinado patamar C. A partir desse ponto, considera-se que não existe mais dependência espacial entre as amostras, porque a variância da diferença entre os pares de amostras torna-se, praticamente, constante com a distância. A curva do semivariograma experimental apresenta uma série de oscilações, sendo preciso ajustá-la a um modelo teórico conhecido para que se possa capturar sua dependência espacial. Esse ajuste não é direto nem automático, mas é realizado por meio de sucessivas experimentações até se obter um modelo que mais se aproxime do semivariograma experimental. Diante da complexidade da estrutura socioespacial intra-urbana, é geralmente necessário construir modelos teóricos aninhados de semivariogramas, uma combinação dos modelos teóricos descritos anteriormente, que possam melhor ajustar-se às curvas do variograma experimental (CAMARGO, 1997). Um das vantagens dos métodos geoestatísticos em relação aos outros métodos de análise espacial é a sua capacidade de detectar os efeitos direcionais (anisotopria), típicos em fenômenos sociais. Na Krigagem, a anisotropia da dependência espacial do fenômeno estudado pode ser verificada mediante a observação dos semivariogramas obtidos em diferentes direções. Em cada semivariograma é identificada a distância h, em que o semivariograma atinge um valor específico, e os vetores dessas distâncias são plotados em um gráfico, conhecido como diagrama de rosa (ISAAKS; SRIVASTAVA, 1989). Os modelos teóricos dos semivariogramas correspondentes às direções de mínima e máxima continuidade espacial podem ser escalonados e combinados em um modelo teórico único que seja consistente em todas as direções. Uma maneira de elaborar esse modelo consiste em construir um gráfico com ambos os semivariogramas e dividir esse gráfico em faixas, de modo que em cada faixa esses semivariogramas atinjam um mesmo patamar. O modelo único de semivariograma combinado utilizado para a análise de superfícies anisotrópicas representa a soma dos modelos decompostos em cada faixa do gráfico (ALMEIDA; BRETTINI, 1994 apud CÂMARA, G. et al., 2003). Uma vez ajustado o modelo teórico de semivariograma, o próximo passo é a interpolação. Entre os diversos métodos de interpolação geoestatísticos, a Krigagem Ordinária é considerada como o melhor estimador linear não-tendencioso (Best Linear Unbiased Estimated - BLUE). Como estimador linear, assume que o valor desconhecido pode ser estimado por uma combinação linear dos pesos dos valores observados nas amostras vizinhas. Como estimador não-tendencioso, assume que a média global dos erros, ou seja, a média das diferenças entre os valores estimados e os valores observados seja nula. Isso significa que o processo a ser estimado tem uma média desconhecida, mas constante, e que essa média é igual à média dos valores observados nas amostras. Portanto, os pesos são escolhidos de maneira que o valor médio estimado é restringido pelo valor da média das amostras, sendo para isso necessário que a soma dos pesos seja igual a 1. O peso reflete, ao mesmo tempo, dois fatores: (i) a distância entre as amostras e o ponto a estimar, e (ii) o efeito de desagregação (declustering). Desse modo, quanto mais próximas estiverem as amostras do ponto a estimar, maior será o seu peso no estimador. No entanto, quanto mais correlacionadas estiverem as amostras, maior o efeito de agrupamento ou redundância, e menor será

3 o seu peso individual no estimador. Assim, ao contrário dos métodos determinísticos baseados somente na distância, amostras distantes podem ter mais influência no cálculo (SOARES, 2000). Outra característica importante da Krigagem Ordinária é a sua capacidade de avaliar o grau de incerteza dos parâmetros ajustados aos modelos teóricos de semivariogramas. Tal incerteza é o erro da estimativa, que pode ser obtido mediante a procedimento chamado validação do modelo que envolve a re-estimação dos valores conhecidos por meio dos parâmetros ajustados ao modelo do semivariograma (CAMARGO, 1997). O que faz com que a Krigagem Ordinária seja considerada o melhor estimador linear não-tendencioso é a sua capacidade de minimizar a variância dos erros. O erro estimado pode ser mapeado e oferecer informações úteis sobre a confiabilidade dos valores interpolados. 2. DADOS CENSITÁRIOS DO RECIFE Para a análise dos padrões sociais do Recife foram utilizados dados do Censo Demográfico 2000 do IBGE. obtidos a partir do questionário básico. Esse questionário, também conhecido como questionário do universo, foi aplicado em todos os domicílios do município e contém 520 variáveis que descrevem informações básicas sobre as características dos domicílios e de seus moradores. Embora os dados censitários sejam obtidos a partir de questionários aplicados em domicílios, por razões de confidência, economia e tratamento estatístico, os mesmos são agregados em unidades espaciais maiores, como setores censitários, bairros, distritos e municípios. Em 2000, o território do Recife foi dividido pelo IBGE em 1.212 setores censitários, sendo 1.079 setores não-especiais e 133 setores especiais. Dos setores especiais, 124 foram classificados como de Aglomerado Subnormal (SEAS), 1 2 como setores especiais de penitenciária, colônia penal, presídio e cadeias, e 7 como setores especiais de asilo, orfanatos, conventos e hospitais. Com exceção dos SEAS, as variáveis associadas aos setores especiais apresentam valores extremos, o que gera o problema de heterocedasticidade. Para minimizar esse problema, 9 setores especiais e 1 setor não-especial que, por motivo desconhecido, não possui dados associados ao mesmo - foram eliminados, restando 1.202 setores censitários considerados na metodologia proposta. Por ser uma unidade de agregação de dados delimitada por critérios operacionais, um setor censitário pode ter tamanho bastante variado. Em áreas densamente povoadas, pode corresponder a um único prédio. Já em áreas pouco povoadas, pode ser muito extenso. Em 2000, o coeficiente de variação das áreas dos setores censitários do Recife foi quase 13 vezes maior do que o da população e dos domicílios, revelando uma grande variação da densidade demográfica dentro do município. Além disso, não há qualquer garantia de que o setor censitário represente grupos com condições sociais semelhantes. Em cidades com grande disparidade socioespacial, como o Recife, a separação física entre favelas e áreas nobres é muito pequena, e um setor censitário pode agregar grupos sociais bastante distintos. Em geral, os valores das variáveis associadas ao setor representam uma 1 O SEAS é conceituado pelo IBGE como um conjunto constituído por um mínimo de 51 domicílios, ocupando ou tendo ocupado até período recente terreno de propriedade alheia (pública ou particular), dispostos, em geral, de forma desordenada e densa, e carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais (IBGE, 2000).

4 média entre famílias com condições sociais muito distintas, e as variações sociais dentro do mesmo não são detectadas. Assim, uma simples representação de variáveis e indicadores sociais em setores censitários pode conduzir a uma compreensão distorcida da sua estrutura intra-urbana e esconder padrões socioespaciais subjacentes. 3. CONSTRUÇÃO DE INDICADOR DE HABITABILIDADE As variáveis censitárias descrevem diversas características de elementos físicos (domicílios) e sociais (pessoas) da estrutura intra-urbana. Para capturar, simultaneamente, essas características e permitir uma compreensão mais ampla da sua complexidade, torna-se necessário construir um indicador que sintetize, em um único valor numérico, as condições físico-ambientais e socioeconômicas em cada setor censitário. Desse modo, foi proposto um Indicador de Habitabilidade, em razão de não somente retratar condições da habitação e de seus moradores mas também da infra-estrutura no local em que as mesmas estão inseridas (BARROS FILHO, 2006). Para a construção do Indicador de Habitabilidade, foram utilizadas 99 das 520 variáveis do questionário do universo do Censo Demográfico de 2000. Por se tratar de índices compostos, evitouse o uso de variáveis repetidas para eliminar redundâncias. Além disso, todos os índices foram gerados em percentagem para evitar dados com amplitudes distintas. Matematicamente, o Indicador de Habitabilidade (IH) é descrito pela média aritmética simples do Indicador Domiciliar (ID) e do Indicador Populacional (IP). O ID é a média aritmética simples do Índice de Saneamento (SANEA), do Índice de Tipologia Domiciliar (TIPO) e do Índice de Condições de Ocupação (OCUPA). O IP é a média aritmética simples do Índice de Renda (RENDA), do Índice de Educação (EDUCA) e do Índice de Longevidade (LONGE). Esses índices são expressos pelas seguintes fórmulas: IH = (ID + IP) / 2 (5) ID = (SANEA + TIPO + OCUPA) / 3 (6) IP = (RENDA + EDUCA + LONGE) / 3 (7) Cada índice considera a significância gradativa de suas variáveis em relação às condições de habitabilidade intra-urbana. Desse modo, cada variável que compõe o índice está associada a um peso específico, ou seja, o seu valor foi multiplicado por um número inteiro que varia entre 1 e o número máximo de variáveis utilizadas na composição do índice. As variáveis consideradas representativas de melhor condição de habitabilidade obtiveram maiores pesos (BARROS FILHO, 2006). Quanto aos índices que compõem o Indicador Populacional (IP), o índice RENDA é a média ponderada das faixas dos rendimentos nominais médios, em salário-mínimo, dos responsáveis pelos domicílios particulares permanentes; o Índice EDUCA é a média ponderada das faixas de anos de estudo 2 dos responsáveis pelos domicílios particulares permanentes; e o Índice LONGE é a média 2 A classificação de anos de estudo é obtida em função da última série concluída com aprovação no nível ou grau mais elevado que a pessoa de 10 anos ou mais de idade, responsável pelo domicílio particular permanente, estava freqüentando ou havia freqüentado (IBGE, 2000).

5 ponderada das faixas de anos de vida das pessoas (moradores e moradoras de domicílios) em cada setor censitário. Quanto aos índices que compõem o Indicador Domiciliar (ID), o Índice SANEA é a média aritmética simples de três índices: Abastecimento de Água (AGUA), Destino de Esgotos (ESGOTO) e Destino do Lixo (LIXO). O Índice AGUA é a média ponderada das formas de abastecimento e de canalização de água nos domicílios particulares permanentes. O Índice ESGOTO é a média ponderada das formas de destino do esgoto nos domicílios particulares permanentes, e o Índice LIXO é a média ponderada das formas de destino do lixo nos domicílios particulares permanentes. O Índice TIPO é a média aritmética da média ponderada do número de banheiros dos domicílios particulares permanentes de cada setor e da proporção de domicílios particulares permanentes em relação ao total de domicílios do setor. O Índice OCUPA é a média aritmética simples da média ponderada das condições de ocupação dos moradores nos domicílios. 4. ANÁLISE EXPLORATÓRIA DO IH DO RECIFE A análise exploratória teve como objetivo averiguar as propriedades estatísticas do conjunto de dados referentes ao indicador de habitabilidade construído na etapa anterior. Mais especificamente, essa análise buscou identificar o tipo de distribuição, a presença de valores extremos e a ausência de estacionariedade no conjunto de dados de cada índice. A distribuição dos valores do IH é levemente alongada para a direita (Fig.1 e Tab.1). É, portanto, positivamente assimétrica, com coeficiente de assimetria de 0,3835. A proximidade dos valores de média (0,6498) e de mediana (0,6290), medidas que descrevem o centro da distribuição de freqüência, também caracteriza essa leve assimetria da distribuição. A distribuição é também ligeiramente leptocúrtica, com coeficiente de curtose de -0,1482. Além disso, os valores do IH estão próximos de uma distribuição gaussiana. Como dito anteriormente, uma condição básica para se realizar uma interpolação por Krigagem é que exista uma estacionariedade da média, ou seja, a média dos valores das amostras na região estudada deve ser constante. Para que isso ocorra, é necessário que os valores do IH estejam próximos de uma distribuição gaussiana. número de setores censitários 500 400 300 200 100 Figura 1: Histograma do IH 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 valores do IH Tabela 1: Estatísticas descritivas do IH Estatísticas IH Média 0,6498 Variância 0,0064 Desvio-Padrão 0,0798 C.Variação 0,1228 C. Assimetria 0,3835 C. Curtose -0,1482 Valor Mínimo 0,2972 Quartil Inferior 0,5901 Mediana 0,6290 Quartil Superior 0,7081 Valor Máximo 0,8485

6 5. MODELAGEM DO SEMIVARIOGRAMA A modelagem do semivariograma foi realizada no módulo geostatístico implementado na versão 4.2 do Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING), software de domínio público desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) (CÂMARA et al, 1996). Inicialmente, cada um dos 1.202 polígonos dos setores censitários do Recife foi convertido em pontos amostrais correspondentes ao seu respectivo centróide e cada amostra foi associada ao valor do Índice de Habitabilidade (IH) de seu referente setor. Em seguida, foi analisada a anisotropia dos valores do IH. Um diagrama revelou que a dependência espacial desses valores não ocorre com a mesma continuidade em todas as direções, mas apresenta uma leve anisotropia. A dependência espacial foi menos contínua na direção de 83 graus (eixo menor da elipse) e mais contínua na direção de 173 graus (eixo maior da elipse). Para cada direção foi gerado um semivariograma experimental com 11 passos, incremento de 500 metros, tolerância de passo de 250 metros e tolerância angular de 35 graus. Em seguida, esses semivariogramas foram ajustados a modelos teóricos esféricos, como mostra a Fig. 2. Figura 2: Decomposição dos semivariogramas direcionais ajustados Os semivariogramas direcionais ajustados foram decompostos em quatro semivariogramas de acordo com as faixas apresentadas na Fig.2, gerando um modelo anisotrópico único γ ` h a, que é expresso pela Eq. 8, abaixo: H h v wi I γ ` h a f g h 2 f fffffffffff = 0,001 + 0,001 Esf 173 fffffffffffffff + h g u 2 l 83 j t m L J km ε 3503 K + H h v wi I H h v wi I f g fffffffffffffff h 2 f + 0,004 Esf 173 fffffffffffffff + h g u 2 l 83 f g L j t m J km 3513 3503 K + 0,003 Esf fffffffffffffff h 2 f 173 + h g u 2 l fffffffffff 263 j t m L J 3513 1 km K (8)

7 em que Esf é a notação do modelo esférico, h 173 é a distância na direção de 173 graus, h 263 é a distância na direção de 263 graus, ε é um valor quase nulo e 1 é um valor quase infinito. Uma vez definido o modelo anisotrópico, o próximo passo foi a sua validação. A Fig.3 mostra a correlação entre os valores observados e os valores estimados. O ideal seria que os valores observados coincidissem exatamente com os valores estimados, formando uma reta de 45 graus de inclinação. Entretanto, isso dificilmente ocorre, e o que se verifica é uma nuvem de pontos concentrados em torno da reta de 45 graus. Figura 3: Espalhamento dos valores observados e estimados no modelo teórico do semivariograma 1 valor estimado 0.8 0.6 ' 0.4 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 valor observado A impossibilidade de uma perfeita correlação entre os valores observados e estimados é conseqüência da deficiência de amostragem, que impede que o modelo escolhido represente mais fielmente a variabilidade espacial do fenômeno em estudo. As amostras estão irregularmente distribuídas no espaço, ocorrendo uma superestimação e subestimação dos valores amostrais em determinadas localizações. Apesar disso, a significativa correlação entre os valores estimados e observados (Fig.3) valida o modelo teórico proposto. O próximo passo consistiu na interpolação dos valores do IH por Krigagem Ordinária. Para realizar essa interpolação, foi preciso definir os seguintes parâmetros: a resolução da grade a ser interpolada, o ângulo e os raios mínimo e máximo do elipsóide de busca em torno de cada ponto não-amostrado da grade, e o número mínimo e máximo de amostras mais próximas ao ponto não-amostrado, dentro desses raios, que iriam contribuir na sua estimação. De acordo com os parâmetros do modelo anisotrópico obtido na etapa anterior, para o elipsóide de busca foi escolhido o ângulo de 173 graus, raio mínimo de 3.503 metros e raio máximo de 3.513 metros (referentes, respectivamente, aos alcances das direções de menor e maior continuidade espacial do modelo), contendo no mínimo 4 e no máximo 64 amostras. A resolução da grade foi de 100 por 100 metros.

8 5. RESULTADOS E CONCLUSÕES O resultado da interpolação por Krigagem Ordinária é apresentado na imagem da figura 4, abaixo. A distribuição espacial dos níveis de cinza dessa imagem fornece informações importantes sobre o padrão de habitabilidade intra-urbana do Recife, revelando as áreas da cidade que concentram habitações com melhores e piores condições construtivas, de infra-estrutura e de ocupação, assim como pessoas com melhores e piores condições de renda, escolaridade e longevidade. Figura 4: valores do IH interpolados por Krigagem Ordinária. Os píxeis com níveis de cinza mais claros (valores mais próximos de 1), nesse mapa, representam as áreas com valores mais elevados de habitabilidade. Observa-se uma concentração de píxeis mais claros na orla marítima do bairro de Boa Viagem, no bairro dos Aflitos, e em partes dos bairros de Boa Vista, Derby, Madalena, Espinheiro, Graças, Rosarinho, Tamarineira, Jaqueira e Parnamirim. Valores mais baixos (mais próximos de 0), representados em tons mais escuros, são observados em partes dos bairros centrais, como São José, Santo Amaro, Ilha Joana Bezerra, e no extremo norte do município, em partes dos bairros de Guabiraba e Pau-Ferro. Além da grade dos valores estimados representada na figura 4, foi gerada uma grade de variância dos valores estimados pela Krigagem Ordinária, cujos resultados estão apresentados na imagem da figura 5. Os píxeis mais claros representam os locais com maior variância nos valores estimados. Verifica-se que os erros dos valores estimados aumentam à medida que se afastam das amostras. Essa imagem permite a identificação das áreas em que a amostragem pode ser melhorada para garantir resultados mais confiáveis.

9 Figura 5: variância dos valores do IH interpolados por Krigagem Ordinária. Para comparar as diferenças entre os modelos discreto e contínuo de representação da estrutura intra-urbana do Recife, o mapa interpolado por Krigagem Ordinária (Fig.4) foi classificado em 5 intervalos do IH pelo método de Quebra Natural, o que resultou no mapa coroplético da figura 6. O mesmo indicador, método e número de intervalos foram utilizados para classificar o mapa original dos setores censitários (Fig.7). Figura 6: Mapa interpolado em 5 classes Figura 7: mapa original em 5 classes 2

10 Os resultados obtidos com essas classificações revelam algumas diferenças importantes. O mapa interpolado (Fig.6), ao considerar a dependência espacial dos valores do IH, mostra as principais tendências e agrupamentos sociais da cidade. Duas grandes áreas de alta habitabilidade podem ser nitidamente identificadas no bairro de Boa Viagem e nos bairros da Zona Oeste da cidade, assim como áreas de habitabilidade muito baixa no bairro de Joana Bezerra e no extremo norte do município. Além disso, o mapa interpolado, por não se restringir aos limites dos setores censitários, é capaz de detectar diferenças de habitabilidade que ocorrem dentro de grandes setores. Conclui-se, portanto, que a Krigagem Ordinária é um método eficiente na análise espacial de padrões de habitabilidade intra-urbana. A próxima etapa desta pesquisa consistirá em utilizar, além dos dados socioeconômicos do Censo Demográfico, dados físico-ambientais sobre o uso e ocupação do solo, para auxiliar na locação mais precisa dos pontos amostrais. Para isso, far-se-á uso das técnicas que vêm sendo desenvolvidas na elaboração de mapas dasimétricos. 6. REFERÊNCIAS BARROS FILHO, M. N. M. As múltiplas escalas da diversidade intra-urbana: uma análise de padrões socioespaciais no Recife. 2006. 296f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Urbano) Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006. BURROUGH, P. A.; MCDONNELL, R. Principles of geographical information systems: spatial information systems and geostatistics. London: Oxford University Press, 1998. CÂMARA, G. et al. SPRING: integrating remote sensing and GIS by object-oriented data modelling. Computers & Graphics, ano 20, v. 3, p. 395-403, May-Jun 1996. CÂMARA, G. et al. Análise espacial e geoprocessamento. In: CÂMARA, Gilberto et al. (Eds.). Análise espacial de dados geográficos. Disponível em: < http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/analise/cap1-intro.pdf >. Acesso em: 17 jun. 2005. CAMARGO, E. C. G. Desenvolvimento, implementação e teste de procedimentos geoestatísticos (Krigeagem) no Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING). 1997. Dissertação (Mestrado em Sensoriamento Remoto) - Divisão de Processamento de Imagens, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), São José dos Campos, 1997. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Base de Informações por Setor Censitário. Recife. PE, 2000. 1 CD-ROM. ISAAKS, E.; SRIVASTAVA, R. M. An introduction to applied geostatistics. Oxford: Oxford University Press, 1989. SOARES, A. Geoestatística para as ciências da terra e do ambiente. Lisboa: Instituto Superior Técnico (IST) Press, 2000.