Discurso do Diretor Anthero na Embaixada da Itália. Conferência Itália e Brasil no Contexto Global: Experiência e Modelos de Desenvolvimento



Documentos relacionados
São Paulo, 09 de agosto de 2013.

Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB

Discurso do Diretor Anthero na Abertura da XXXIV CONAC

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

Perspectivas da Economia Brasileira

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.

RELATÓRIO TESE CENTRAL

Excelência Sr. Presidente da Associação Angolana de Bancos, Distintos Membros dos Conselhos de Administração dos Bancos

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes

Discurso do presidente Alexandre Tombini na comemoração dos 30 anos da Associação Brasileira de Bancos Comerciais (ABBC).

Sistema Financeiro e os Fundamentos para o Crescimento

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

Parte III Política Cambial

Retorno dos Investimentos 1º semestre 2011

TRABALHO DE ECONOMIA:

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil

Discurso do Presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini na Associação Brasileira de Bancos Internacionais ABBI

Discurso do Presidente do Banco Central do Brasil, Ministro Alexandre Tombini, na cerimônia de lançamento do Programa Otimiza BC.

Discurso do presidente Alexandre Tombini em evento em comemoração aos 15 anos da revista IstoÉ Dinheiro

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

Exportação de Serviços

Brasília, 06 de maio de 2013.

Emilio Botín: O objetivo é nos tornarmos o banco privado número um do Brasil

PESQUISA DE JUROS. Estas reduções podem ser atribuídas aos fatores abaixo:

A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda

Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Confederação Nacional das. Pronunciamento do Presidente do Banco Central do Brasil, Ministro Alexandre

Crescimento Econômico Brasileiro e o temor da Inflação

Brasília, 9 de maio de 2013

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015

A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade

Evolução Recente dos Preços dos Alimentos e Combustíveis e suas Implicações

cargas tributárias para empresas no mundou

Comunicado à Imprensa. S&P reafirma ratings da Tele Norte Leste Participações S.A.

O Cenário Econômico Brasileiro e as Oportunidades de Investimentos

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos

Fortaleza, 4 de novembro de 2013.

Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais

Especial Lucro dos Bancos

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO

4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda

São Paulo (SP), 14 de agosto de 2015.

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais


NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

X SEMINÁRIO SUL BRASILEIRO DE PREVIDÊNCIA PÚBLICA. BENTO GONÇALVES / RS / Maio 2012

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

Discurso do diretor Luiz A Pereira da Silva no SICOOB - Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Gerenciamento de capital e ICAAP

São Paulo, 22 de maio de Discurso do Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na inauguração do novo escritório da Bloomberg

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Relatório Econômico Mensal Agosto 2011

CENÁRIO ECONÔMICO E PERSPECTIVAS PARA A POLÍTICA MONETÁRIA DOS EUA?

Brasil. Panorama Econômico e do Setor Financeiro. Novembro de 2011

METANOR S.A. Metanol do Nordeste Camaçari - Bahia - Brasil Relatório da Administração de 2011

Os bancos públicos e o financiamento para a retomada do crescimento econômico

Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa

Auditor Federal de Controle Externo/TCU

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud

Rumo à abertura de capital

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito

Paulo Safady Simão Presidente da CBIC

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

Comemorações do 35º Aniversário do Banco de Cabo Verde. Conferência internacional sobre A mobilização de oportunidades no pós-crise

Perspectivas 2014 Brasil e Mundo

Pesquisa FEBRABAN de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado

Brasília, 11 de setembro de 2014.

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006

MINISTÉRIO DA FAZENDA GABINETE DO MINISTRO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 21/12/2015

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA

Visão. O papel anticíclico do BNDES e sua contribuição para conter a demanda agregada. do Desenvolvimento. nº jul 2011

ANO % do PIB (Aproximadamente) % do PIB mundial % do PIB mundial % do PIB mundial 2013/ % do PIB mundial

Cimento. Concessões de Energia. Concessões de Transportes. Engenharia e Construção. Vestuário e Calçados. Cimento

Cenário Econômico para 2014

A despeito dos diversos estímulos monetários e fiscais, economia chinesa segue desacelerando

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO

Sustentabilidade nas instituições financeiras Os novos horizontes da responsabilidade socioambiental

Informe 05/2011 AS RELAÇÕES COMERCIAIS BRASIL- CHINA NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

A rede de franquias nº 1 em produtividade do mundo

3º Seminário Internacional de Renda Fixa Andima e Cetip Novos Caminhos Pós-Crise da Regulação e Autorregulação São Paulo 19 de março de 2009

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

18 de maio, 19h30. Minhas primeiras palavras são de saudação ao colega Ministro Gao Hucheng, que

A seguir, é apresentado um panorama sintético dos resultados financeiros desses bancos.

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

Perfil de investimentos

Dignos Presidentes dos Conselhos de Administração e das Comissões Executivas dos bancos comerciais

IMF Survey. África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais

Transcrição:

Discurso do Diretor Anthero na Embaixada da Itália Conferência Itália e Brasil no Contexto Global: Experiência e Modelos de Desenvolvimento 1. É com grande satisfação que participo, em nome do Presidente Alexandre Tombini, da Conferência econômica Itália e Brasil no Contexto Global: Experiências e Modelos de Desenvolvimento. Aproveito para agradecer o convite efetuado ao Banco Central do Brasil pelos organizadores deste evento, a Associação Guido e Maria Carli, a Banca d Italia e a Embaixada da Itália no Brasil e, especialmente, a atenção do público e das autoridades aqui presentes. 2. Esta é, sem dúvida, uma excelente oportunidade para compartilhar experiências em matéria de políticas de desenvolvimento e solidificar ainda mais o relacionamento entre Itália e Brasil. 3. Nas últimas décadas, o Brasil avançou consideravelmente nos campos econômico e social, mas não apenas nessas dimensões mais repisadas e visíveis. O País vem trilhando um caminho que também contemplou o essencial e estruturante pilar da consolidação da democracia e de suas Instituições. 4. No campo econômico e social os avanços são resultado, primeiro, de um marco bem definido de política econômica, baseado em metas de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante. Essa combinação permitiu que o Brasil passasse a crescer de forma sustentável, e em ritmo mais elevado do que no passado. 5. Essas conquistas de cunho econômico e as políticas públicas de inclusão adotadas pelo Governo nos últimos anos permitiram ao Brasil alcançar também importantes conquistas sociais: a. Mais de 20 milhões de brasileiros superaram a linha da pobreza. b. Mais de 40 milhões de brasileiros ascenderam à classe média. c. E a desigualdade foi significativamente reduzida. 6. Uma explícita política de inclusão financeira contribuiu para o crescimento sustentável do crédito na última década e, ao mesmo tempo, para a ampliação da base de mutuários. a. O crédito em relação ao PIB quase dobrou na última década. b. O número de mutuários cresceu de menos de 6 milhões em 2003 para quase 30 milhões atualmente. 7. Não obstante, há muito trabalho pela frente. Se muito foi feito, tanto mais há para empreender.

8. O cenário internacional no início de 2012 é complexo e tem sido um grande foco de nossas preocupações. 9. Os bancos centrais das economias maduras têm adotado políticas monetárias expansionistas, ampliando a liquidez nos mercados internacionais. a. Estima-se que, desde o início da crise em 2008, os balanços dos principais bancos centrais tenham se expandido em mais de US$ 5 trilhões, dos quais aproximadamente US$ 1 trilhão nos três últimos meses. b. Ademais, esses mesmos bancos centrais sinalizam a manutenção das taxas de juros em patamares historicamente muito baixas (e negativas em termos reais) por mais alguns anos. 10. Essas políticas contribuem para a redução da aversão ao risco por parte dos investidores e para a elevação dos fluxos de capitais para as economias emergentes. 11. Apesar dos sinais pontuais de melhora no sentimento de mercado e nos indicadores de atividade nos EUA, e do início de mudanças institucionais na governança fiscal na Europa com sinalizações de compromissos fiscais mais federativos e fortes, existe a perspectiva da recuperação da atividade econômica global em um passo mais lento do que o inicialmente esperado, o que reforça a visão de que haverá um crescimento da forte assimetria entre os países e um ambiente de condições mais restritivas de crédito em alguns mercados. 12. A retomada de uma forte inflação de commodities no final de 2010 teve também o efeito de ensejar uma atenção redobrada em relação a vários países emergentes, até então os grandes contribuintes para o crescimento global. Com economias já aquecidas pela sua própria recuperação, aqueles mercados optaram por ajustes de políticas que moderaram o seu crescimento para controlar a inflação. 13. Países como China e Índia assumiram destaque no processo de crescimento econômico global, gerando um aumento na demanda por commodities. Países como o Brasil devem aproveitar o novo perfil dessa demanda para aumentar o nível de investimento e ampliar a capacidade doméstica de agregar valor, criando sinergias com a produção e exportação de produtos primários. 14. Apesar da perspectiva do baixo crescimento da economia mundial nos próximos anos, há boas perspectivas para o Brasil. Na esteira do crescimento econômico, aliado às políticas de inclusão social, o Brasil tem uma classe média em expansão, representando um importante mercado consumidor, o qual demandará investimentos para ser atendido. Apresentamos um rol significativo de projetos de investimentos em vários segmentos, principalmente de infraestrutura e de ampliação do potencial de produção. Além disso, as vastas reservas de petróleo

recentemente descobertas representam também investimentos vultosos nos próximos anos. 15. Estamos preparados para enfrentar os desafios advindos do cenário externo, e temos a vantagem da experiência da primeira fase da crise de 2008-2009. Desde 2008, vimos construindo ou reforçando importantes linhas de defesa: as reservas internacionais e os depósitos compulsórios mostraram-se importantes colchões de liquidez, capazes de absorver choques advindos de eventuais crises financeiras. 16. Nos anos mais recentes, o Brasil vem enfrentando, com sucesso, vulnerabilidades históricas, visando a um crescimento econômico equilibrado, baseado nos seguintes fatores: a. Metas de inflação b. Regime de taxa de câmbio flutuante c. Responsabilidade fiscal d. Equilíbrio nas contas externas e. Solidez do Sistema Financeiro 17. Em outras palavras: a. O país possui elevados colchões de liquidez tanto em Reais quanto em moeda estrangeira. b. As nossas reservas estão em níveis que nos asseguram um grau de blindagem elevado, qualquer que seja o critério que utilizemos - os US$357 bilhões de reservas internacionais representam 18 meses de importações, mais de 5 vezes o montante da dívida externa e amortizações vincendas nos próximos 12 meses. Com isso, somos credores líquidos em termos de país e no conjunto do setor público, o que nos permitiu superar a interação perversa entre flutuação cambial e dinâmica de dívida pública, típica de cenários de stress no setor externo. c. O fluxo de capitais para o Brasil retornou com força no início de 2012, totalizando US$13 bilhões nos dois primeiros meses do ano. d. O montante dos compulsórios bancários está hoje acima de R$ 408 bilhões, superando em quase R$ 200 bilhões a posição que havia no auge da crise em set/2008. Recursos que funcionam como importante colchão de liquidez, e que durante a crise de 2008 contribuíram para manter o bom funcionamento do nosso sistema financeiro. e. O regime de câmbio flutuante constitui uma primeira linha de defesa contra os choques externos. f. Embora nossa corrente de comércio tenha-se mantido em torno do patamar de 19% do PIB, o setor exportador, nos últimos 10 anos, teve um desempenho excepcional, quase quadruplicando suas receitas em US$. Como porcentagem

do total de exportações mundiais, tivemos um aumento de cerca de 40% no período, embora reconheçamos que ainda temos muito espaço para avançar. 18. A solidez da nossa economia tem sido sistematicamente reafirmada pelas agências de classificação de risco. Atualmente, somos grau de investimento. Em 2011, mesmo diante de um cenário internacional conturbado, e de rebaixamentos de importantes economias maduras e emergentes, as três principais agências melhoraram a classificação de risco da economia brasileira. 19. Em relação ao Sistema Financeiro Nacional, vale ressaltar que o rigor prudencial da regulação e supervisão locais e os bons níveis dos indicadores-chave de solvência, liquidez, rentabilidade apresentados evidenciam a grande capacidade do SFN para enfrentar e superar os efeitos negativos advindos de crises internacionais. 20. Como se sabe, o Brasil tem um mercado financeiro sofisticado, que exige uma supervisão igualmente avançada. O valor total de ativos do sistema financeiro brasileiro tem crescido consistentemente a uma taxa média de 20%, alcançando cerca de R$ 4,3 trilhões em janeiro deste ano (mais de US$ 2,5 trilhões). Os resultados dos testes de estresse mensais (para riscos de crédito e de mercado) e diários (para risco de liquidez), aos quais o Banco Central submete os cerca de 150 bancos que atuam no Brasil, indicam que, mesmo em situações de fortes impactos econômicos e financeiros, o SFN mantém níveis adequados de capitalização, liquidez e provisionamento. O índice de Basileia do sistema vem-se mantendo, em média, em torno de 17%, com baixa dependência de recursos externos. 21. Temos, portanto, convicção de que a economia brasileira e o Sistema Financeiro, em especial, estão bem preparados para enfrentar os desafios atuais. Esta convicção resulta do fato de que, desde meados da década de 90, o Brasil não apresenta qualquer crise em seu sistema financeiro, apesar de já termos passado por várias situações macroeconômicas e financeiras difíceis e desafiadoras desde então. 22. Com base em nossos estudos de impactos, verifica-se que a grande maioria dos bancos hoje já teria, inclusive, capital suficiente para atender ao requerimento mínimo considerando a implementação imediata das recomendações de Basileia III, que ocorrerá de fato de forma gradual no período de 2013 a 2019. Além disso, o índice de adequação médio dos bancos brasileiros ficaria não somente acima do requerimento mínimo, como também acima da faixa que impõe restrições às distribuições de lucros e, dessa forma, pode-se afirmar que não há razões para a ocorrência de um processo de desalavancagem no país. 23. Para finalizar, tenho a satisfação de salientar que aproveitamos esta ocasião para dar início, com a aposição da assinatura do Banco Central do Brasil, ao

Memorando de Entendimento (Memorandum of Understanding) entre as autoridades supervisoras das instituições que compõem os sistemas bancários respectivamente de Brasil e Itália. O Convênio, que certamente trará benefícios mútuos na condução das atividades de supervisão em ambos os países, propiciará, sem dúvida, um incremento na troca de informações, indubitavelmente de grande utilidade tanto para estimular a cooperação cross-border preconizada pelo Comitê de Basileia como fundamental para supervisão consolidada - entre o Brasil e a Itália, quanto para auxiliar na pavimentação do terreno para futuras instalações de entidades bancárias da Itália no Brasil e vice-versa. 24. A regulação no Brasil, hoje em dia, adota como política exigir dos bancos melhores práticas no gerenciamento de riscos e controles internos e na área de governança corporativa. Em consequência, antigas práticas de inspeção orientadas basicamente para a análise de demonstrativos contábeis foram substituídas por uma metodologia de supervisão baseada em risco. Essa supervisão contínua nos tem permitido, especialmente nos últimos anos, acompanhar com a devida eficiência a evolução do sistema financeiro e das entidades que o compõem, agindo de forma tempestiva e pontual quando requerido. Dessa forma, podemos afirmar, seguramente, que estamos em uma boa posição para aproveitar plenamente os benefícios de uma maior integração com a Banca d Itália, bem como para propiciar aos nossos interlocutores italianos informações de grande qualidade e utilidade. Obrigado pela atenção e um bom dia a todos. Anthero de Moraes Meirelles Diretor de Fiscalização Banco Central do Brasil