ENSINO DO TEOREMA DE PITÁGORAS UTILIZANDO MATERIAL CONCRETO MANIPULÁVEL

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Transcrição:

ISSN 2316-7785 ENSINO DO TEOREMA DE PITÁGORAS UTILIZANDO MATERIAL CONCRETO MANIPULÁVEL Camila Benites da Silva 1 camilabenites.21@gmail.com Sidney Fermino da Silva 1 sidney-preto@hotmail.com Alessandra Querino da Silva 2 alessandrasilva@ufgd.edu.br Luciano Antonio de Oliveira 3 lucianoantonio@ufgd.edu.br Resumo Neste trabalho é relatada uma atividade utilizando materiais didáticos manipuláveis como estratégia pedagógica para o ensino do teorema de Pitágoras. A atividade foi desenvolvida com alunos do terceiro ano do ensino médio, como uma das ações do subprojeto Licenciatura em Matemática do PIBID da UFGD. Verificou-se que a utilização desta ferramenta pode auxiliar o professor no desenvolvimento de conteúdos matemáticos e tornar as aulas de matemática mais interessantes. Embora tais atividades requeiram mais tempo para serem planejadas, desenvolvidas e avaliadas, o retorno se mostrou bem mais satisfatório do que aqueles conseguidos apenas com o método tradicional de ensino. Palavras-chave: Materiais didáticos; Teorema de Pitágoras; PIBID. 1. Introdução 1 Bolsistas do subprojeto Matemática do PIBID/UFGD 2 Coordenadora do subprojeto Matemática do PIBID/UFGD 3 Colaborador do subprojeto Matemática do PIBID/UFGD

O ensino de matemática vem sendo amplamente discutido na atual literatura educacional. As novas propostas metodológicas enfatizam um processo de ensino e aprendizagem dinâmico e interativo baseado na contextualização e interdisciplinaridade. A principal ideia é fazer a conexão entre a matemática ensinada na sala de aula e o cotidiano dos estudantes, favorecendo um ambiente de ensino em que estes possam colocar sentido nos tópicos matemáticos presentes no currículo escolar. Neste sentido, o educador tem a sua disposição diversas alternativas, tais como, a resolução de problemas, modelagem matemática, utilização de jogos pedagógicos, dentre outras. Neste trabalho, será dada ênfase a utilização de materiais concretos manipuláveis para o ensino e ilustração do Teorema de Pitágoras, que constitui um dos principais conceitos da geometria euclidiana com ampla aplicabilidade prática. Pode-se entender por material didático (MD), qualquer instrumento útil ao processo de ensino-aprendizagem (LORENZATO, 2006, p.18). Assim MD pode ser um filme, um software, um livro, etc. É preciso aqui ressaltar que, embora sejam enormes as possibilidades, o MD constitui apenas um dos aspectos do processo de ensinoaprendizagem, e por melhor que seja nunca ultrapassa a categoria de meio auxiliar de ensino, e não substitui o professor (LORENZATO, 2006). Pode-se ainda entender por materiais didáticos, objetos que o aluno é capaz de sentir, tocar, manipular e movimentar. Podem ser objetos reais que têm aplicação no seu dia-a-dia ou podem ser objetos que são usados para representar uma ideia. Os materiais manipuláveis, por sua vez, são caracterizados por permitirem um envolvimento físico dos alunos numa situação de aprendizagem ativa (PASSOS, 2006). A atividade de ensino aqui relatada foi aplicada a alunos do 3 ano do Ensino Médio de uma das escolas parceiras do subprojeto Licenciatura em Matemática do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da UFGD. Planejamos a aula com o enfoque na demonstração do teorema de Pitágoras, isso porque, constatamos que apesar dos alunos terem conhecimento da fórmula ( ), não sabiam utilizá- 2

la corretamente. A maioria não fazia ideia de quem de fato eram os elementos seja, simplesmente repetiam a fórmula sem saber o significado., ou 2. O papel do professor Como já explicitado anteriormente, o desenvolvimento do teorema de Pitágoras, baseou-se na utilização de materiais concretos manipuláveis. É preciso ressaltar que o sucesso desta abordagem exige um bom planejamento, orientado para instigar no estudante a atitude de protagonista, ou seja, que ele assuma a postura de construtor do seu próprio conhecimento. A utilização de materiais manipulativos oferece uma série de vantagens para a aprendizagem das crianças entre outras, podemos destacar: a) Propicia um ambiente á aprendizagem, pois desperta a curiosidade da criança e aproveita seu potencial lúdico; b) Possibilita o desenvolvimento da percepção dos alunos por meio das interações realizadas com os colegas e com o professor; c) Contribui com a descoberta (redescoberta) das relações matemáticas subjacente em cada material; d) É motivador, pois dar um sentido para o ensino de matemática. O conteúdo passa a ter um significado especial; e) Facilita a internalização das relações percebidas. (SARMENTO, 2010, p.4) Não se trata de conceber esta metodologia como uma solução para todas as dificuldades na aprendizagem dos alunos em relação aos conteúdos matemáticos e sim, enfatizar como uma aula pode ser produtiva utilizando esta abordagem metodológica. No entanto, para que ocorra uma aprendizagem significativa é preciso planejar a aula levando em consideração as deficiências e conhecimentos prévios dos alunos. É também necessário repensar a nossa postura enquanto professor no decorrer da atividade, e para tal devemos nos colocar como um mediador e orientador no processo de ensino-aprendizagem. Assim, devemos eliminar a postura de garçons que erroneamente assumimos ao entregar numa bandeja os conteúdos de forma acabada. Acreditamos que conhecimento não se entrega, nem se passa, e sim, se constrói. É importante ouvir os estudantes quando propuserem soluções, deixá-los tentar resolver os problemas e estar por perto, questionando-os, porém deixando a eles as descobertas. Neste aspecto, nos 3

reportamos à teoria Piagetiana que enxerga o erro como um acontecimento rico de aprendizagem cabendo ao professor saber usufruir desta situação. Outro procedimento interessante é solicitar aos alunos que no decorrer da aula escrevam e justifiquem suas estratégias. Nesta etapa, é produtivo incentivá-los a relatarem, com suas próprias palavras, o que entenderam, ou seja, quais suas conclusões quanto a atividade e ao conteúdo desenvolvido. Isso se mostra extremamente importante, visto que se o aluno conseguir escrever e fazer relações sobre o conteúdo, então ocorreu a aprendizagem. 3. Relato de experiência Para o desenvolvimento da atividade organizamos as carteiras na sala de aula formando um semicírculo. Primeiramente solicitamos aos alunos que escrevessem em uma folha de papel o que entendiam sobre o teorema de Pitágoras, sobre o seu enunciando, sua fórmula e o seu significado. A maioria dos estudantes conseguiu escrever a fórmula matemática, porém somente uma minoria, de dois ou três alunos, obteve êxito ao tentar explicá-la. Enquanto eles escreviam, frequentemente surgiam dúvidas e perguntas que nós levamos à lousa para discussão. Certo momento, um aluno nos chamou a atenção perguntando: O teorema de Pitágoras é válido somente para triângulos que possui um ângulo de 90 graus?. Aproveitamos a oportunidade para problematizarmos esta situação e propusemos que tentassem utilizar esta propriedade com outros triângulos. Para isso, entregamos aos estudantes folhas contendo triângulos desenhados para que fizessem os cálculos. Não demorou muito tempo para perceberem que a relação expressa pelo teorema de Pitágoras não se aplicava a qualquer tipo de triângulo. A partir daí, assumimos a frente dos trabalhos e começamos a fazer questionamentos no sentido de promover uma reflexão sobre o significado do quadrado de cada incógnita. Foi dado um tempo para que eles tentassem explicar o que significava a equação do teorema de Pitágoras. Então, um dos alunos questionou: que se era ao quadrado então 4

deveria ter desenhos de quadrado e não um triângulo. Percebemos a grande dificuldade dos estudantes na tarefa proposta e então resolvemos apresentar os materiais concretos que já havíamos levado recortados. O material era constituído de um triângulo em EVA, três quadrados de tamanhos diferentes e treze quadradinhos pequenos. A Figura 1 refere-se ao momento da demonstração do Teorema de Pitágoras com o material didático utilizado. Figura 1- Momento de aplicação da atividade com os estudantes A partir desse material concreto manipulável mostramos como funcionava a relação do teorema de Pitágoras de uma forma lúdica e procuramos auxiliá-los a todo o momento. Ao final, quando constataram que os treze quadradinhos eram a soma dos dois quadrados relacionados aos catetos e que era exatamente o tamanho do quadrado maior, ou seja, a hipotenusa, eles pareciam impressionados e disseram que deste jeito era mais fácil de enxergar as relações. Por fim, solicitamos que escrevessem o que entenderam sobre o teorema de Pitágoras e sua demonstração. Percebemos um grande interesse por parte dos alunos na atividade proposta. A avaliação da aprendizagem foi realizada de forma direta pela observação da participação dos estudantes na atividade, pela resolução dos problemas propostos e pelos textos escritos. Verificamos que os objetivos propostos foram alcançados e que ocorreu a aprendizagem do conteúdo abordado de forma lúdica. 4. Considerações finais 5

Por meio da utilização do MD verificamos uma maior interação e envolvimento dos estudantes no desenvolvimento do conteúdo, fato que não foi observado quando utilizamos apenas aulas expositivas convencionais. O uso de materiais manipuláveis trouxe motivação e despertou o interesse dos alunos pela matemática. Constatamos que metodologias diferenciadas podem auxiliar o professor no desenvolvimento de conteúdos matemáticos. Contudo, tais atividades requerem mais tempo para serem planejadas, desenvolvidas e até avaliadas quanto à aprendizagem. Entretanto, o resultado final parece ter sido mais satisfatório do que aquele obtido pelo velho método tradicional de ensino. Agradecimentos Os autores agradecem a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento do subprojeto Matemática do PIBID da UFGD. Referências LORENZATO, S. Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos manipuláveis. In: (Org.). O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. PASSOS, C. L. B. Materiais manipuláveis como recursos didáticos na formação de professores de matemática. In: LORENZATO S. (Org.). O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. SARMENTO, A. K. C. A utilização dos materiais manipulativos nas aulas de matemática. Anais do VI Encontro de Pesquisa em Educação da UFPI 2010. Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsitefiles/ppged/arquivos/files/vi.encontro.2010/gt_02_18_2010.p df>. Acesso em: 24 mai. 2014. 6