09-ago-2013 Ibovespa reaproximou-se do patamar de 49 mil pontos; Percepção de atividade econômica fraca e mensagens benignas do governo sobre a inflação contribuíram para o recuo dos juros futuros com prazos curtos e médios; Próxima semana concentra eventos importantes na agenda internacional. A semana foi muito positiva para a Bolsa brasileira, que apresentou recuperação descolada dos principais mercados acionários internacionais. O Ibovespa subiu 2,9% sobre a 6ª feira passada e reaproximou-se dos 49 mil pontos. Os setores de mineração e siderurgia foram os destaques positivos no período. Conforme a nossa expectativa, o ambiente externo favorecia uma recuperação temporária do mercado de ações nacional puxada por empresas sensíveis ao cenário para commodities. Nesta semana, a produção industrial chinesa em julho foi uma das influências positivas (+9,7% A/A contra +9% do consenso e +8,9% em junho). Outro fator importante para a melhora da Bolsa vem sendo a não confirmação das expectativas muito pessimistas dos analistas para as empresas de consumo no 2º trimestre, na medida em que os balanços são divulgados. Com números melhores de atividade econômica na China e na Europa, a moeda americana mostrou na semana desvalorização de 1% em comparação a uma cesta de divisas relevantes negociadas internacionalmente (índice DXY). A valorização do real (0,3% sobre a cotação da 6ª feira passada) também foi influenciada pelas intervenções do Banco Central por meio das operações de swap cambial, possivelmente testando uma maneira mais efetiva de controlar a velocidade de depreciação da moeda brasileira frente ao dólar. Surpreendendo o mercado, o BC está vendendo dólares com derivativos em momentos de queda da moeda americana e permanecendo fora do mercado em momentos opostos. As atuações na semana somaram US$ 1,6 bi, mas, ainda assim, a cotação ficou em R$ 2,27 nesta 6ª feira. Em comparação à 6ª feira passada, as taxas de juros embutidas nos contratos futuros com prazos curtos ou médios mostraram queda (-0,08 p.p. em média). Já as taxas mais longas mostraram alta, como o DI Jan21. Aqui, temos a influência negativa da piora da política fiscal e da preocupação com o adiamento de um combate mais firme da inflação alta. No mesmo sentido, a agência internacional de classificação de risco de crédito Standard and Poor s divulgou relatório criticando fortemente a política fiscal brasileira e alertando que medidas que contribuam para a elevação do endividamento público poderiam tornar o rating soberano atual (BBB) incompatível com os fundamentos. Este rating é o segundo nível na escala de grau de investimento e foi anunciado em 2011. Avaliamos que, de fato, existam motivos para um rebaixamento da nota soberana do Brasil. As críticas foram: papel anticíclico de estímulo ao crescimento econômico com política fiscal e crédito público, abordagem ambígua e errática do governo que não permitiu que o setor privado ampliasse os investimentos, disposição para dar flexibilidade às regras para a ampliação do endividamento dos estados.
Indicadores de Mercado Nome Unidade Nível % dia % mês % ano % 12m % 24m Fonte Renda Fixa CDI % ao ano 8,22% 0,03% 0,25% 4,42% 7,24% 18,03% CETIP IRFM 1 Índice - 0,04% 0,21% 3,93% 6,84% 19,45% ANBIMA IRFM 1+ Índice - 0,17% 0,11% -0,09% 6,78% 40,27% ANBIMA IMA Ex-C Índice - 0,16% 0,18% -0,99% 4,69% 23,31% ANBIMA IMA B5 Índice - 0,17% 0,43% 0,77% 6,96% 26,10% ANBIMA IMA B5+ Índice - 0,33% 0,12% -10,23% 0,36% 35,51% ANBIMA Inflação IPCA % - - 0,03% 3,18% 6,27% 11,80% IBGE IGP-M % - - 0,26% 2,01% 5,18% 12,20% FGV Prêmio de Risco / Commodities Risco país sot bps 186,03 - (0,59) 77,58 58,68 35,57 BBG CRB Índice 285,38 0,67% 0,51% -3,26% -5,44% -12,60% BBG Moedas Dólar R$ 2,27-0,53% -0,26% 10,88% 12,71% 40,96% BCB Euro USD 1,33-0,34% -0,05% 0,78% 8,19% -6,68% BBG Euro R$ 3,03-0,82% 0,10% 11,97% 22,39% 32,02% BBB Ações - Brasil (em Reais) Ibovespa Índice 49874,90 1,93% 3,40% -18,17% -15,87% -6,73% BM&FBOVESPA Ibovespa USD 21953,91 2,51% 3,62% -26,10% -25,35% -33,83% BM&FBOVESPA IBX Índice 20370,88 1,25% 2,37% -7,33% -4,44% 13,76% BM&FBOVESPA IDIV Índice 3229,98 1,10% 1,96% -9,17% -6,08% 34,05% BM&FBOVESPA SMLL Índice 1322,76 1,32% 0,32% -14,34% -3,70% 13,96% BM&FBOVESPA ISE Índice 2361,51 1,33% 2,53% -2,92% -0,63% 30,72% BM&FBOVESPA Ações - Mundo (Índice - em moeda local) S&P500 EUA 1691,42-0,36% 0,34% 18,60% 20,31% 43,49% BBG FTSE Inglaterra 6565,26-0,28% -0,84% 11,32% 12,28% 23,41% BBG DAX Alemanha 8298,21-0,48% 0,27% 9,01% 19,49% 38,36% BBG Nikkey Japão 13519,43-0,70% -1,09% 30,05% 52,05% 50,82% BBG
jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 jan/11 mai/11 jan/12 mai/12 jan/13 mai/13 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 jan/11 mai/11 jan/12 mai/12 jan/13 mai/13 dez/10 mar/11 jun/11 dez/11 mar/12 jun/12 dez/12 mar/13 jun/13 13,5 12,5 11,5 10,5 9,5 8,5 7,5 6,5 Taxas de juros nominais - Mercado futuro (%) Jan/14 Jan/17 Jan/21 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 Dólar 80.000 75.000 70.000 65.000 60.000 55.000 50.000 45.000 40.000 35.000 30.000 Ibovespa vs S&P500 1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 Ibovespa S&P500
Por dentro do cenário A equipe econômica do governo reconheceu que o 3º trimestre de 2013 poderá ser de queda importante no ritmo da recuperação do crescimento que vinha ocorrendo até o 2º trimestre. A queda na confiança explica este esfriamento. Ao mesmo tempo, sinalizaram que o quadro pior para o crescimento poderia neutralizar a pressão de alta da desvalorização cambial sobre a inflação, reduzindo o tamanho do aperto monetário necessário. Este raciocínio ficou claro em declarações da presidente e do ministro da Fazenda. Recentemente, ajustamos a nossa curva de projeções trimestrais para o PIB. Com a divulgação dos indicadores de produção industrial de junho acima do esperado, revisamos o crescimento do PIB no 2ºt para +0,7% de +0,5%. Mas, para o 3ºt reduzimos a estimativa para +0,3% de +0,5%. A principal causa vem das quedas nos índices de confiança observadas em julho (serviços, indústria, consumidor, etc.), mas ainda é cedo para saber o quanto desta queda é temporária e quanto é permanente. O crescimento médio em 2013 segue projetado em 2,0%. Nossas projeções para a inflação e Selic também não se alteraram: 5,9% para o IPCA em 2013 (6,3% em 2014) e 9,5% ao ano para a taxa Selic no final de 2013 (estabilidade em 9,5% durante 2014). O cenário alternativo é o de ciclo mais curto de ajuste da política monetária. O IPCA variou 0,03% em julho após 0,26% em junho e confirmou a nossa projeção. As projeções do mercado estavam entre -0,13% e +0,09% com a mediana em zero. A descompressão mensal foi guiada especialmente pelos preços dos alimentos com oferta mais sensível às condições climáticas, além dos preços administrados. Projetamos 0,3% para o IPCA de agosto e taxa ao redor de 6,0% no acumulado de 2013. A aceleração mensal deverá ser guiada pelo fim da deflação nos grupos alimentação, transportes e vestuário. Se esta projeção para agosto se confirmar, a taxa em 12 meses do IPCA seguirá desacelerando: 6,15% contra 6,27% até julho. Agenda Na agenda nacional da próxima semana, destacamos as vendas no comércio varejista em junho (4ª feira) e o indicador mensal de atividade econômica do Banco Central também de junho o IBCbr (5ª feira). Na agenda internacional, destacamos o resultado preliminar do PIB da Alemanha no 2º trimestre (2ª feira), vendas no varejo nos Estados Unidos de julho (3ª feira), inflação e produção industrial nos EUA também de julho (5ª feira) e dados de crédito da China em julho (na semana).
Glossário Renda Fixa IRFM 1; IRFM 1+; IMA B5; IMA B5+; e IMA Ex-C são componentes do IMA. O IMA Índice de Mercado ANBIMA é uma família de índices que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos e serve como benchmark para o segmento. Com o objetivo de atender às necessidades dos diversos tipos de investidores e das suas respectivas carteiras, o IMA é atualmente subdividido em quatro subíndices, de acordo com os indexadores dos títulos prefixados (IRFM), indexados ao IPCA (IMA B), indexados ao IGP-M (IMA C) e pós-fixados (IMA S). Com exceção das carteiras teóricas de títulos indexados ao IGP-M e pós-fixados (IMA-S), para as demais carteiras, são calculados subíndices com base nos prazos dos seus componentes. Adicionalmente, em virtude da intenção explícita da STN de não mais emitir títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) e, ainda, devido à baixa liquidez observada neste segmento, foi determinada a construção de um índice agregado aos mesmos moldes do IMA-Geral, mas sem a participação do IMA-C, denominado IMA-Geral Ex-C. IRFM 1 IRFM 1+ IMA B5 IMA B5+ LTN e NTN-F com prazo < 1 ano LTN e NTN-F com prazo >/= 1 ano NTN-B com prazo < 5 anos NTN-B com prazo >/= 5 anos Fonte: ANBIMA / Adaptação: Itaú Asset Management Prêmio de Risco Spread over treasury do CDS (Credit Default Swap) de 5 anos. Variação em bps. Commodities Índice de uma cesta de commodities em dólares. Ações - Brasil IDIV Índice Dividendos SMLL Índice Small Cap ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial Fonte: BM&FBOVESPA / Elaboração: Itaú Asset Management Disclaimer A Conjuntura Semanal é uma publicação da Itaú Asset Management. As informações contidas no informativo foram produzidas dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Banco Itaú não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. Cotações às 08hs30min da 2ª feira.