Teorias da Administração



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Transcrição:

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Professor Paulo Roberto Ferreira Machado Enfermagem Administração em Rede Básica de Saúde Teorias da Administração A INTRODUÇÃO O mundo em que vivemos é uma sociedade institucionalizada e composta por organizações. Todas as atividades relacionadas à produção de bens (produtos) ou prestação de serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas, executadas e controladas pelas organizações. Todas as organizações são constituídas por pessoas e por recursos não humanos (como recursos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos etc.). A vida das pessoas depende intimamente das organizações e essas dependem da atividade e do trabalho daquelas. Na sociedade moderna, as pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, se divertem, são tratadas e morrem dentro das organizações. As organizações são extremamente heterogêneas e diversificadas, de tamanho diferentes, de características diferentes, de estruturas diferentes, de objetivos diferentes. Existem ORGANIZAÇÕES LUCRATIVAS (chamadas empresas) e ORGANIZAÇÕES NÃO LUCRATIVAS(como Exército, Igreja, Serviços Públicos, Entidades Filantrópicas, Organizações não governamentais ONGs etc.). A administração nada mais é do que a condução racional das atividades de uma organização seja ela lucrativa ou não lucrativa. A administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorram dentro de uma organização. Assim, a administração é imprescindível para existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Sem a administração, as organizações jamais teriam condições de existir e de crescer. Em função dos aspectos exclusivos de cada organização, o administrador define estratégias, efetua diagnósticos de situações, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, resolve problemas, gera inovação e competitividade. Segundo KATZ, o sucesso do administrador depende mais do seu desempenho e da maneira como lida com pessoas e situações do que de seus traços particulares de personalidade. Depende daquilo que ele consegue fazer e não daquilo que ele é. Esse desempenho é o resultado de certas habilidades que o administrador possui e utiliza. Uma habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação e que resulta em um desempenho desejado. Para KATZ, existem três tipos de habilidades importantes para o desempenho administrativo bem sucedido: as habilidades técnicas, humanas e conceituais. HABILIDADES TÉCNICAS envolvem o uso de conhecimento especializado e facilidade na execução de técnicas relacionadas com o trabalho e com os procedimentos de realização. É o caso de habilidades em contabilidade, em programação de computador, engenharia etc. As habilidades técnicas estão relacionadas com o fazer, isto é, com o trabalho com coisas, como processos materiais ou objetos físicos e concretos. É relativamente fácil trabalhar com coisas e

com números porque eles são estáticos e inertes, não contestam nem resistem à ação do administrador. HABILIDADES HUMANAS estão relacionadas com o trabalho com pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais. As habilidades humanas estão relacionadas com a interação com as pessoas. O desenvolvimento da cooperação dentro da equipe, o encorajamento da participação, sem medos ou receios, e o envolvimento das pessoas são aspectos típicos de habilidades humanas. Saber trabalhar com pessoas e por meio das pessoas. HABILIDADES CONCEITUAIS envolvem a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com idéias e conceitos, teorias e abstrações. Um administrador com habilidades conceituais está apto a compreender as várias funções da organização, complementá-las entre si, como a organização se relaciona com seu ambiente, e como as mudanças em uma parte da organização afetam o restante dela. As habilidades conceituais estão relacionadas com o pensar, com o raciocinar, com o diagnóstico das situações e com a formulação de alternativas de solução dos problemas. Nivel Institu cional Alta Direção Habilidades Conceituais (Idéias e conceitos abstratos) Nivel Intermediario Gerência Habilidades Humanas (Relacionamento Interpessoal) Nivel Operacional Supervisão Habilidades Técnicas (manuseio de coisas físicas) Execução das Operações Fazer e Executar

Essas três habilidades técnicas, humanas e conceituais requerem certas competências pessoais para serem colocadas em ação com êxito. As competências qualidades de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas constituem o maior patrimônio pessoal do administrador. O seu capital intelectual; a sua maior riqueza. Porém, em um mundo em constante mudança e transformação, a aquisição de uma nova competência necessária, significa quase sempre, o abandono de outra que se tornou velha e ultrapassada. O segredo está em adquirir competências duráveis: aquelas que, mesmo em tempos de rápida mudança, não se tornam descartáveis nem obsoletas. Diante de todos esses desafios, o administrador para ser bem sucedido profissionalmente precisa desenvolver três competências duráveis : o CONHECIMENTO, a PERSPECTIVA e a ATITUDE. CONHECIMENTO significa todo acervo de informações, conceitos, idéias, experiências, aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade. Como o conhecimento muda a cada instante em função da mudança e da inovação que ocorrem com intensidade cada vez maior, o administrador precisa atualizar-se constantemente e renová-lo continuamente. Isso significa aprender a aprender, a ler, a ter contato com outras pessoas e profissionais e, sobretudo, reciclarse continuamente para não tornar-se obsoleto e ultrapassado em seus conhecimentos. Todavia, as empresas estão repletas de profissionais com excelentes currículos e um enorme cabedal de conhecimentos, mas que não são capazes de transformar a sua bagagem pessoal em contribuições efetivas ao negócio e criar valor para a organização. Eles têm o conhecimento para si e não disponível para a organização. Têm o conhecimento, mas não sabem como utilizá-lo ou aplicá-lo. O conhecimento é necessário e fundamental; mas não é suficiente para o sucesso profissional. Ele precisa ser adicionado a duas outras competências duráveis: a perspectiva e a atitude. PERSPECTIVA significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação. Em saber transformar a teoria em prática. Em aplicar o conhecimento na análise das situações e na solução dos problemas e na condução do negócio. A perspectiva representa a habilidade de colocar em ação os conceitos e idéias abstratas que estão na mente do administrador. Em visualizar as oportunidades que nem sempre são percebidas pelas pessoas comuns e transformá-las em novos produtos, serviços ou ações pessoais. Na realidade, a perspectiva é a condição pessoal que torna o administrador capaz de diagnosticar situações e propor soluções criativas e inovadoras. É a perspectiva que dá autonomia e independência ao administrador, que não precisa perguntar ao chefe o que deve fazer e como fazer nas suas atividades. Contudo, o conhecimento e a perspectiva são fundamentais, mas carecem de uma terceira competência durável: a atitude. ATITUDE significa o comportamento pessoal do administrador frente às situações com que se defronta no seu trabalho. Representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, de motivar, de comunicar e de levar as coisas para a frente. Envolve o impulso e a determinação de inovar e a convicção de melhorar continuamente, o espírito empreendedor, o inconformismo com os problemas atuais e, sobretudo, a facilidade de trabalhar com outras pessoas e fazer as suas cabeças. É esta competência durável que transforma o administrador em um agente de mudança nas empresas e organizações e não simplesmente um agente de conservação. Essas três competências duráveis constituem a santíssima trindade que conduz o administrador ao sucesso nas suas atividades.

CONHECIMENTO SABER Know-how. Informação. Atualização profissional. Reciclagem constante. PERSPECTIVA SABER FAZER. Visão pessoal das coisas. Maneira prática de aplicar o conhecimento na solução de problemas e situações. ATITUDE SABER FAZER ACONTECER. Comportamento ativo e proativo. Ênfase na ação e no fazer acontecer. Espírito empreendedor e de equipe. Liderança e comunicação. FIGURA 1 As competências duráveis do administrador. MINTZBERG prefere identificar dez papéis específicos do administrador divididos em três categorias: INTERPESSOAL, INFORMACIONAL e DECISORIAL. Papel significa um conjunto de expectativas da organização a respeito do comportamento de uma pessoa. Categoria Papel Atividade INTERPESSOAL INFORMACIONAL DECISORIAL REPRESENTAÇÃO LIDERANÇA LIGAÇÃO MONITORAÇÃO DISSEMINAÇÃO PORTA-VOZ EMPREENDIMENTO RESOLUÇÃO de CONFLITOS ALOCAÇÃO de RECURSOS NEGOCIAÇÃO Assume deveres cerimoniais e simbólicos, representa a organização, acompanha visitantes, assina documentos legais. Dirige e motiva pessoas, treina, aconselha, orienta e se comunica com os subordinados. Mantém redes de comunicação dentro e fora da organização, usa malotes, telefonemas e reuniões. Manda e recebe informação, lê revistas e relatórios, mantém contatos pessoais. Envia informação para os membros de outras organizações, envia memorandos e relatórios, telefonemas e contatos. Transmite informações para pessoas de fora, através de conversas, relatórios e memorandos. Inicia projetos, identifica novas idéias, assume riscos, delega responsabilidades de idéias para outros. Toma ação corretiva em disputas ou crises, resolve conflitos entre subordinados, adapta o grupo a crises e a mudanças. Decide a quem atribuir recursos. Programa, orça e estabelece prioridades. Representa os interesses da organização em negociações com sindicatos, em vendas, compras ou financiamentos FIGURA 2 Os dez papéis do Administrador.

B - AS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO TABELA 1 As principais teorias administrativas e seus principais enfoques TEORIAS ÊNFASE PRINCIPAIS ENFOQUES ADMINISTRATIVAS Racionalização do trabalho no nível NAS TAREFAS ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA operacional Organização formal. TEORIA CLÁSSICA NA ESTRUTURA Princípios gerais da Administração. TEORIA NEOCLÁSSICA Funções do Administrador. Organização formal burocrática. TEORIA DA BUROCRACIA Racionalidade organizacional. Múltipla abordagem: Organização formal e informal. TEORIA ESTRUTURALISTA Análise intra-organizacional e análise interorganizacional. NAS PESSOAS NO AMBIENTE TEORIA DAS RELAÇÔES HUMANAS. TEORIA DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL TEORIA ESTRUTURALISTA TEORIA DA CONTINGÊNCIA NA TECNOLOGIA TEORIA DA CONTINGÊNCIA NA COMPETITIVIDADE NOVAS ABORDAGENS NA ADMINISTRAÇÃO Organização informal. Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo. Estilos de Administração. Teoria das decisões. Integração dos objetivos organizacionais e individuais. Mudança organizacional planejada. Abordagem de sistema aberto. Análise intra-organizacional e análise ambiental. Abordagem de sistema aberto. Análise ambiental (imperativo ambiental). Abordagem de sistema aberto. Administração da tecnologia (imperativo tecnológico). Caos e complexidade. Aprendizagem organizacional. Capital Intelectual. A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função sob o comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço ao outro. No entanto, a palavra administração sofreu uma radical transformação em seu significado original. A tarefa da Administração passou a ser a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação e garantir a competitividade em um mundo de negócios altamente concorrencial e complexo. A Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos organizacionais.

TABELA 2 As principais teorias do pensamento administrativo ANOS TEORIAS 1903 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA 1909 TEORIA DA BUROCRACIA 1916 TEORIA CLÁSSICA 1932 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS 1947 TEORIA ESTRUTURALISTA 1951 TEORIA DOS SISTEMAS 1953 ABORDAGEM SOCIOTÉCNICA 1954 TEORIA NEOCLÁSSICA 1957 TEORIA COMPORTAMENTAL 1962 DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL 1972 TEORIA DA CONTINGÊNCIA 1990 NOVAS ABORDAGENS B1 PERSPECTIVAS FUTURAS DA ADMINISTRAÇÃO A tarefa administrativa nos próximos anos será incerta e desafiadora, pois deverá ser atingida por uma infinidade de variáveis, mudanças e transformações carregadas de ambigüidade e de incertezas. O administrador se defrontará com problemas multifacetados e cada vez mais complexos do que os anteriores. Sua atenção será disputada por eventos e por grupos, situados dentro e fora da organização, que lhe proporcionarão informações contraditórias que complicarão seu diagnóstico perceptivo e sua visão dos problemas a resolver ou das situações a enfrentar: são as exigências da sociedade, dos clientes, dos fornecedores, das agências regulamentadoras; são os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta administração, dos subordinados, dos acionistas etc. Porém, essas exigências, desafios e expectativas sofrem mudanças que ultrapassam a capacidade de compreensão do administrador. Essas mudanças tendem a aumentar com a inclusão de novas variáveis, na medida que o processo se desenvolve criando uma turbulência que perturba e complica a tarefa administrativa de planejar, organizar, dirigir e controlar uma empresa eficiente e eficaz. E o futuro parece complicar cada vez mais essa realidade. Vários fatores deverão provocar profundos impactos sobre as organizações e empresas, como: 1 CRESCIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES na medida em que a organização cresce, ocorre uma subdivisão interna (divisão do trabalho) e especialização dos órgãos e, em decorrência, maior necessidade de coordenação e integração das partes envolvidas para garantir a eficiência e a eficácia. O mundo externo é caracterizado por mudanças rápidas e freqüentes e, para acompanhar com sucesso essas mudanças, os administradores generalistas dotados de habilidades genéricas e variadas terão perspectivas mais promissoras do que os administradores especialistas e concentrados em poucas habilidades gerenciais. 2 CONCORRÊNCIA MAIS AGUDA na medida em que aumentam os mercados e os negócios, crescem também os riscos da atividade empresarial. O produto ou o serviço que demonstra ser melhor ou superior será o mais procurado. O desenvolvimento de produtos ou serviços exigirá maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aperfeiçoamento de tecnologias, dissolução de velhos e criação de novos departamentos, busca incessante de novos mercados e competição com outras organizações para sobreviver e crescer.

3 SOFISTICAÇÃO DA TECNOLOGIA a tecnologia proporciona eficiência maior, precisão maior e a liberação da atividade humana para tarefas mais complicadas que exijam planejamento e criatividade. A tecnologia introduzirá novos processos e instrumentos que causarão impactos sobre as organizações. 4 TAXAS ELEVADAS DE INFLAÇÃO os custos de energia, matérias-primas, trabalho humano e dinheiro estão se elevando continuamente. A inflação exigirá, cada vez mais, maior eficiência da administração das organizações para que possam obter melhores resultados com menos recursos e programas de redução de custos operacionais. A inflação imporá novas pressões e ameaças sobre as organizações: elas deverão lutar pelo lucro e pela sobrevivência por meio de maior produtividade. 5 GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA E INTERNACIONALIZAÇÃO DOS NEGÓCIOS o esforço de exportação e criação de subsidiárias para deitar raízes em outros territórios estrangeiros é um fenômeno que influenciará as organizações do futuro e sua administração. A globalização e o intercâmbio planetário fazem com que a competição se torne mundial. 6 VISIBILIDADE MAIOR DAS ORGANIZAÇÕES a visibilidade da organização a sua capacidade de chamar a atenção dos outros pode ocorrer de maneira positiva (imagem positiva da organização perante o público) ou negativa (imagem negativa). De qualquer forma, a organização jamais será ignorada pelos consumidores, fornecedores, imprensa, sindicatos, governo etc., e isso influenciará seu comportamento. TABELA 3 As megatendências segundo NAISBIT DE PARA ALTERAÇÃO SOCIEDADE INDUSTRIAL SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Inovação e mudança TECNOLOGIA SIMPLES TECNOLOGIA SOFISTICADA Maior eficiência ECONOMIA NACIONAL ECONOMIA MUNDIAL Globalização e competitividade CURTO PRAZO LONGO PRAZO Visão do negócio e do futuro DEMOCRACIA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA PARTICIPATIVA Plurarismo e participação HIERARQUIA COMUNICAÇÃO LATERAL Democratização e empowerment OPÇÃO DUAL OU BINÁRIA OPÇÃO MÚLTIPLA Visão sistêmica e contigencial CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO Incerteza e imprevisibilidade AJUDA INSTITUCIONAL AUTO-AJUDA Autonomia e serviços diferenciados OBS: Megatendências = grandes transformações pelas quais a sociedade contemporânea está passando, que produzem forte impacto na vida das organizações já que elas constituem parte integrante e inseparável da sociedade.

B 2 A TEORIA CIENTÍFICA Maior expoente: Frederick Winslow TAYLOR (1856 1915) Proposta básica de TAYLOR e seus seguidores ( GILBRETH, GANTT, entre outros): AUMENTO da PRODUÇÃO pela EFICIÊNCIA do NÍVEL OPERACIONAL. Para tanto, preconizavam a divisão do trabalho, a especialização do operário e a padronização das atividades e tarefas por eles desenvolvidas. Valorizavam também o incentivo salarial e o prêmio compatível à produção. Surgiu o conceito de homem econômico o homem é motivado pela remuneração material (logo, quanto maior a remuneração, maior a produção). A Administração Científica iniciada por Taylor e seus seguidores constitui a primeira teoria administrativa. A preocupação em criar uma Ciência da Administração começou com a experiência concreta e imediata do trabalho de operários e com a ênfase nas tarefas. Os mais importantes princípios defendidos pelos autores da Administração Científica: 1 Princípios da administração científica de Taylor. Para Taylor, a gerência deve seguir quatro princípios a saber: Princípio de planejamento substituir no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírico-prática, por métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência através do planejamento do método de trabalho. Princípio de preparo selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Preparar máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição racional. Princípio do controle controlar o trabalho para se certificar de que está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível. Princípio da execução distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada. 2 Princípios de eficiência de Emerson Harrington Emerson (1853 1931) foi um engenheiro que simplificou os métodos de trabalho. Popularizou a Administração Científica e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. Os princípios de rendimento preconizados por Emerson são os seguintes: Traçar um plano bem definido, de acordo com os objetivos. Estabelecer o predomínio do bom senso. Oferecer orientação e supervisão competentes. Manter disciplina. Impor honestidade nos acordos, ou seja, justiça social no trabalho. Manter registros precisos, imediatos e adequados. Oferecer remuneração proporcional ao trabalho. Fixar normas padronizadas para as condições de trabalho.

Fixar normas padronizadas para o trabalho em si. Fixar normas padronizadas para as operações. Estabelecer instruções precisas. Oferecer incentivos ao pessoal para aumentar o rendimento e a eficiência. Emerson antecipou-se à Administração por Objetivos proposta por Peter Drucker por volta da década de 60. 3 Princípios básicos de Ford Provavelmente, o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica, Henry Ford (1863-1947) iniciou sua vida como mecânico. Projetou um modelo de carro e em 1899 fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Sem desanimar, fundou, em 1903, a Ford Motor Co. Sua idéia: popularizar um produto antes artesanal e destinado a milionários, ou seja, vender carros a preços populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da época. Entre 1905 e 1910, Ford promoveu a grande inovação do século XX: a produção em massa. Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. E essa inovação teve maior impacto sobre a maneira de viver do homem do que muitas das maiores invenções do passado da humanidade. Em 1913 já fabricava 800 carros por dia. Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do controle acionário da empresa. Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de oito horas, quando, na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Em 1926, já tinha 88 fábricas e empregava 150.000 pessoas, fabricando 2.000.000 carros por ano. Utilizou um sistema de concentração vertical, produzindo desde a matéria-prima inicial ao produto final acabado, além da concentração horizontal através de uma cadeia de distribuição comercial por meio de agências próprias. Ford fez uma das maiores fortunas do mundo graças ao constante aperfeiçoamento de seus métodos e processos de trabalho. A condição-chave da produção em massa é a simplicidade. Três aspectos suportam o sistema: 1 A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, ordenada e contínua. 2 O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo com a iniciativa de ir buscá-lo. 3 As operações são analisadas em seus elementos constituintes. Para obter um esquema caracterizado pela aceleração da produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico, Ford adotou três princípios básicos: Princípio de intensificação diminuir o tempo de duração com a utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. Princípio de economicidade reduzir ao mínimo o volume do estoque da matériaprima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida. A velocidade de produção deve ser rápida: o minério sai da mina no Sábado e é entregue sob a forma de um carro ao consumidor, na Terça-feira, à tarde. Princípio de produtividade aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção.

B 3 A TEORIA CLÁSSICA Henry FAYOL (1841 1925) e seus seguidores (MOONEY, URICK, GULICK e outros). Visava: EFICIÊNCIA da ORGANIZAÇÃO pela ADOÇÃO de uma ESTRUTURA ADEQUADA e de um FUNCIONAMENTO COMPATÍVEL com essa ESTRUTURA. Pela ênfase que davam à estrutura e ao funcionamento, os seguidores dessa teoria foram denominados respectivamente anatomistas e fisiologistas da organização.