Unidade de Aprendizagem 15 Empresas em Rede Ao final desta aula você será capaz de inovações influenciam na competitividade das organizações, assim como compreender o papel da Inteligência Competitiva Refletir sobre as formas como as empresas podem se manter competitivas, com o uso intensivo das Tecnologias de Informação ADiscutir como as empresas se relacionam com a tecnologia e como isto mudou a gestão nas empresas. 01
Apresentação A presente unidade vai tratar de uma das formas mais novas de relacionamento entre empresas. Nosso objetivo será o de compreender as formas de cooperação entre empresas mediadas pelas tecnologias digitais. As tecnologias inovadoras não transformam apenas os processos de produção. Elas estão presentes nos procedimentos para a divulgação e comercialização dos produtos. Muitas dessas empresas você conhece e, até mesmo, pode ter feito alguma transação comercial com elas, via Internet. Essa é uma das principais ações que as empresas assumiram para se manterem competitivas, com o uso intensivo das Tecnologias de Informação. Mas existem muitas outras ações realizadas pelas empresas em rede. É o que você irá aprender nesta aula. Bons estudos! Você sempre ouve a expressão conectados em rede, mas o que isto significa? Afinal, definimos que rede é a união de dois ou mais pontos, que podem ou não trocar informações. Podemos ter vários tipos de redes como, por exemplo: uma rede de computadores; a WWW; uma rede de lojas; as redes sociais; redes neurais, etc. As redes se caracterizam pela união de pontos extremos através de canais que resultam em um terceiro ponto com conhecimentos diferente das origens. Por meio de um conjunto de práticas todos os envolvidos contribuem para mudar o estado inicial de um processo para um segundo momento de ações planejadas. Este novo estado gera um modelo organizacional diferenciado do original. Vamos analisar agora o que as empresas em rede nos mostra. Tomemos como exemplo a rede formada pela Benetton, que integra cinco mil franquias em todo o mundo, mantendo com todas o rígido controle da empresa principal. Dessa maneira uma central recebe feedback de todos os pontos, garantindo assim o suprimento do estoque, e também define as tendências do mercado. Esse modelo também é importante na produção, pois, dessa maneira, a empresa garante o trabalho de várias empresas menores na Itália e em outros países do Mediterrâneo. Como você pode ver no exemplo da Benetton o processo produtivo é formado por uma rede heterogênea e que integra tecnologias de diversos fornecedores entre suas plataformas e arquiteturas. 02
A sociedade da informação esta permeada sobre as tecnologias e suas inovações seguindo conceitos que permitem a flexibilidade e o poder de reorganização. Mas este é apenas o começo. Vamos aprender mais sobre as empresas em rede? Então, vamos lá! Quando procuramos definir o que são redes descobrimos que o termo abrange uma variedade de ligações, ou seja, diferentes tipos de redes, como: redes organizacionais, redes digitais, redes sociais, redes institucionais, redes de computadores, etc. Em nossa disciplina iremos tratar preferencialmente das redes digitais. Essas redes influenciam diretamente o comportamento de uma empresa, desde a organização até as formas de comunicação. Por meio das novas tecnologias de informação como a Internet, Intranet e Extranet, por exemplo - as empresas podem estar ligadas, estabelecer relações e parcerias. Na atualidade, muitas empresas para se manterem competitivas aliam-se a outras empresas, de acordo com seus nichos de mercado. Essa cooperação permite as empresas se manterem no mercado, pois o mais importante é o aumento de desempenho coletivo com a divisão de tarefas entre elas. Vamos imaginar uma parceria entre empresas. Vamos pensar em uma empresa que produz armários de cozinha em série. Como garantir a qualidade? Será que todas as partes do armário são produzidas no mesmo local? Como você sabe, os armários de cozinha possuem várias partes e peças, então vamos às partes. Exemplificando, pensaremos em realizar parceria com outra empresa para que eles produzam os pés do armário para a nossa empresa. Dessa maneira, ao invés da empresa produzir todas as partes, vamos terceirizar. Ou seja, uma segunda empresa, através de um acordo, passará a produzir os pés do armário de acordo com as nossas especificações. A segunda empresa deverá manter a qualidade na produção dos pés dos armários, garantindo que a produção de um ou mil pés para os armários. Todos serão iguais e com a mesma qualidade. Dessa maneira, cria-se um ganho coletivo. A primeira empresa não precisa dispor da mão de obra e nem de toda a produção das partes do armário, ficando responsável apenas pela montagem. Assim, aumenta a eficiência coletiva por meio da descentralização da produção. 03
Dessa maneira surgem organizações flexíveis, abertas e interativas. Como você pode ver os efeitos das novas tecnologias refletem em todos os processos individuais e coletivos, que vão sendo moldados para garantirem-se competitivas. A tecnologia provoca a mudança cultural obrigando a organização a reciclar seus conceitos e seus paradigmas! Como vimos em capítulos anteriores os povos possuem características que definem sua cultura e seus negócios, assim a economia global sofre influencias de determinadas sociedades de acordo com seus contextos culturais. Na atual economia, através das redes e da globalização podemos ter empresas diferentes conectadas por diferenciados sistemas de gerenciamento de informação e produção. Essa denominação é destacada pela migração da produção em massa para uma produção flexível, que de maneira vertical e a divisão dos trabalhos se organizam em nichos independentes e interligados atendendo os diferentes tipos de mercado integrado as novas tecnologias. Com a globalização as empresas se organizam em redes, voltadas para um mercado flexível e competitivo. A constante transformação nos processos econômicos e as novas estratégias de produção exigem a formação de conglomerados empresarias. Assim, para se manterem competitivas as empresas se arranjam em diferentes tipos de redes, conforme podemos verificar nos exemplos a seguir: Redes de fornecedores: onde as empresas mantêm em seus sistemas estratégias de reposição de estoques que são mantidos através de acordos de fornecimento. Redes de produtores: empresas se unem para aproveitar mão de obra e recursos materiais, para a produção conjunta de produtos. Redes de clientes: Neste tipo de relacionamento os fornecedores, distribuidores, revendedores e usuários estão em contato. Redes de empresas: que se unem a outras empresas onde todas passam a ter o mesmo padrão e a representar os mesmos produtos. Tecnologias de Informação determinam as estratégias e a competitividade entre as empresas. 04
Você já deve ter observado que uma empresa precisa relacionar-se com outras para se manter no mercado. Uma supre a outra com recursos ou serviços que a segunda não dispõe. Dessa maneira, podemos dizer que uma completa a outra. As novas tecnologias digitais possibilitaram às empresas um melhor gerenciamento das operações, entre outras mudanças. Ao longo da cadeia produtiva a empresa se beneficia de redes de cooperação entre os participantes e o compartilhamento de processos, que pode ser acompanhada de forma mais eficiente. Mas para se manterem competitivas é necessário que as empresas se adaptem e utilizem estratégias de gestão de negócios. Você já ouviu falar em CRM? Vamos lá, então. CRM é a sigla de Customer Relationship Management (Gestão de Relacionamento com o Cliente, em português) que é uma metodologia de gerenciamento com o objetivo de integrar as práticas de gestão, otimizando os processos por meio das tecnologias digitais de Informação e comunicação. Nesse método integram-se as estratégias de marketing aos processos de negócios. Resumindo: CRM é um software ou um sistema integrado de gestão voltado a agilizar rotinas, antecipando e identificando informações para o gerenciamento de prestação de serviços ou necessidades organizacionais. Segundo Francisco Antonio Pereira Fialho (2006), o CRM é uma das mais precisas ferramentas de gerenciamento de relacionamento organizacional. O CRM integra pessoas, processos e tecnologia para aperfeiçoar o gerenciamento de todos os relacionamentos, incluindo consumidores, parceiros de negócios e canais de distribuição. Souza (2004) define algumas funções do CRM. Entre elas podemos destacar: a) Auxilio aos departamentos de Marketing de uma organização, onde através de estratégias de gestão transformam clientes menores em melhores; b) Definem um melhor relacionamento entre clientes e organização, onde o alvo é a satisfação. A estratégia aqui é identificar os clientes mais lucrativos e lhes oferecer o melhor e mais adequado tipo de serviço; c) Aumento do índice de retenção de clientes; d) Aprimoramento de estratégias para proteger e aumentar margens por unidades, atingindo todas as categorias concebíveis de produtos e serviços; e) Obtenção de insights que permitam a conquista de mercados e clientes completamente novos para a organização, mercados de clientes individuais, com necessidades amplas e diversificadas, possibilitando a satisfação das diferentes e recém-descobertas necessidades de cada um desses clientes; f) Utilização de novas tecnologias, em vez de se sentir ameaçado por elas, e justificando as despesas de implantação com um claro retorno sobre o investimento e sistemas de mediação de eficiência de custo; g) A tecnologia é necessária a fim de implementar CRM, especialmente na etapa de customização; h) O CRM não é estritamente uma iniciativa de marketing ou do departamento de vendas, nem exclusivamente uma iniciativa do serviço de suporte ao cliente. O CRM só se tornará realidade se o conceito, o comprometimento e o valor do cliente for entendido e traduzido pela cultura organizacional. A partir das afirmações dadas acima podemos observar que o CRM se faz presente em três níveis: Operacional, Analítico e Colaborativo. 05
E-business: este conceito nos mostra a maior integração entre as tecnologias de informação e comunicação, referindo-se ao uso da Internet e da Gestão no relacionamento com clientes. Através de atividades on line estabelece-se a troca de serviços de venda e compra entre empresas e pessoas. Os negócios na internet podem ser classificados conforme as partes se relacionam. Por exemplo: B2B: Business to Business Através da Internet estabelecem-se transações entre as empresas; B2C: Business do Consumer Através da Internet existe a transação entre as empresas e os clientes, que pode ser um indivíduo ou um grupo de indivíduos; C2B: Consumer to Business Sites que disponibilizam informações provenientes de pessoas físicas para as empresas; C2C: Consumer to Consumer Sites que estabelecem transações entre pessoas físicas, sem a intermediação empresarial. A exemplo do que acontece com as empresas, os consumidores também se reuniram em redes. Os sites de compras, recém criados na Internet, já mobilizam milhões de pessoas em todo mundo. São mais de dois milhões de participantes, apenas em São Paulo. A grande vantagem é que você pode comprar as promoções com até 90% de desconto. Nessas transações todos ganham. Os consumidores - que pagam muito menos pelos produtos e serviços e as empresas que já pensam em oferecer produtos com grandes descontos nestes sites, como forma de divulgação de suas marcas e produtos e para faturar, rapidamente, na venda em grandes quantidades para um público que já vive na rede. E você, também já caiu na rede? 06
Internet: é um aglomerado de redes locais espalhadas pelo mundo que se comunicam e trocam informações através de protocolos. Intranet: È a rede interna de uma única organização e seus colaboradores. Para acessar a intranet é preciso de usuário e senha. O acesso é feito através de um servidor situado em uma rede local instalada na empresa. Extranet: Parecida com a Intranet, porém é possível acessar os dados de uma empresa de qualquer lugar do mundo. Você viu que as empresas dispõem de recursos e estratégias de tecnologias de informação para se manterem competitivas. Nas próximas aulas você saberá sobre a importância de se manter atualizado e os perigos que existem no universo virtual. Vamos lá! Um ótimo estudo. CASTELLS, M. Sociedade em Rede. São Paulo/SP: Ed. Paz e Terra, 2007. FIALHO, Francisco Antônio Pereira et all. Gestão do Conhecimento e a Aprendizagem. São Paulo: Visual Books, 2006. TOFFLER, A. A Terceira Onda. São Paulo/SP: Ed. Record, 2007. 07
Chegou o momento de você testar seus conhecimentos. Refletir sobre os temas desta aula e discutir com seus colegas. Discuta com seus colegas sobre as multinacionais e os processos que utilizam para manterem suas redes. Faça suas buscas na internet e descubra empresas que praticam negócios nas redes nas mais diferenciadas formas. Vamos verificar? 08