Logística e desenvolvimento regional PRISCILA SANTIAGO

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Transcrição:

Logística e desenvolvimento regional PRISCILA SANTIAGO Brasília, 27 de agosto de 2013

O setor de transporte no Brasil Agente indutor de desenvolvimento e integração; Histórico de baixos investimentos em infraestrutura; Dificuldade no planejamento dos investimentos; e Existência de diversos gargalos burocráticos.

Transporte: indutor de desenvolvimento regional Redução da distância econômica; Quebra de barreiras geográficas; Ampliação do mercado e ganhos com especialização; e Redução dos custos com economia de escala.

Os avanços do transporte reduziram a distância entre os centros produtores e consumidores; viabilizaram uma maior especialização das economias; e os mercados se tornaram mais eficientes e as trocas mais rentáveis. Impulsionado pela atividade mercantil, o transporte foi um fator determinante na revolução que definiu o novo modelo de mercado globalizado, que é caracterizado por economias de escala e diferenciação de produtos.

Redução da distância econômica Modal Distância Manaus Rio Grande Rodoviário Cabotagem 4.703 km 7.782 km Distância (km) Rodoviário 4.703 Cabotagem 7.782* * 4.203 milhas náuticas Custo (R$) Rodoviário 611 Cabotagem 389 Redução no custo com a utilização da cabotagem: 36%

Quebra de barreiras geográficas, ampliação do mercado e ganhos de especialização A existência de um sistema eficiente e integrado de transporte permite ganhos de eficiência na produção e a dinamização do comércio entre as regiões do país.

Ampliação dos mercados e escala Fluxo de exportações do Brasil Pesquisa CNT do Transporte Marítimo 2012 Distâncias entre portos - > Santos Shangai : 11.576 mn // Santos Houston : 5.741 mn

O transporte no Brasil Oferta de infraestrutura 61,1% 20,7% 16,3%

O transporte no Brasil Qualidade da infraestrutura (Ranking do FEM) Fontes: Fórum Econômico Mundial e Siga Brasil

O investimento e o planejamento no setor de transporte Características da demanda por infraestrutura Características do investimento em infraestrutura (i) (ii) Demanda autônoma; Mudanças tecnológicas dos veículos demandam adequação da infraestrutura ofertada; e (iii) Mudanças na percepção do valor do tempo e do custo de acidentes (i) Exige grande volume de recursos; (ii) Longo período de maturação dos investimentos; (iii) Necessidade de investimentos contínuos; (iv) Manutenção da infraestrutura existente + ampliação do sistema

Investimento em infraestrutura*/pib (%) 2,00 1,80 1,60 1,40 1,84 1,40 1,20 1,00 0,80 1,03 0,70 0,82 0,60 0,54 0,40 0,20 0,00 0,16 0,28 0,28 0,05 0,25 0,36 0,29 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 * Total pago. Fontes: Siga Brasil e IBGE

Investimento em infraestrutura (R$ milhões) Até julho de 2013 foram investidos apenas R$ 4,8 bilhões em infraestrutura de transporte (Investimento direto + Infraero e Cias Docas)

Planejamento da infraestrutura de transporte Necessidade de planejamento integrado ganho com as características de cada modal; Identificação nas necessidades de médio e longo prazos; Atualmente: falha no planejamento e descontinuidade/ atrasos das obras de infraestrutura

Planejamento da infraestrutura de transporte Comparação da eficiência entre os modais terrestres distância e carga No Brasil o modal ferroviário é utilizado para pequenas distâncias, enquanto o rodoviário é o escolhido para longas viagens > Resultado da deficiência no planejamento do sistema de transporte nacional.

Planejamento da infraestrutura de transporte

Planejamento: as obras do PAC Atraso médio de 4 anos para conclusão das obras; Falta ou deficiência nos projetos executivos; e Falta de articulação com o setor produtivo intervenções prioritárias. O PAC é o principal fonte de investimentos públicos em infraestrutura de transporte atualmente.

Planejamento: as obras do PAC

Falta de investimento + dificuldade de planejamento (rodovias) Deficiência na qualidade Aumento do custo operacional do transporte (23%) Perda de competitividade da produção Redução dos ganhos Fonte: Pesquisa CNT de Rodovias 2012

Falta de investimento + dificuldade de planejamento (ferrovias) Baixo investimento em expansão da malha; 355 invasões de faixa de domínio redução da velocidade > perda de eficiência e aumento do custo; Passagens em nível risco de acidentes; Não uniformidade das bitolas; e Gargalos institucionais. Fonte: Transporte e Economia : Sistema Ferroviário Brasileiro (CNT, 2013

Falta de investimento + dificuldade de planejamento (portos) Deficiência na infraestrutura (acesso e dragagem) Custo e variedade de tarifas Burocracia Tripulação Perda de competitividade

Falta de investimento + dificuldade de planejamento (cabotagem e hidrovias) Deficiência na infraestrutura + Combustível + Burocracia na operação + Renovação da frota + Tripulação (marítimos)

Falta de investimento + dificuldade de planejamento (aéreo) Deficiência na infraestrutura dos aeroportos gera custos adicionais e perda da qualidade do serviço; Necessidade de investimento em novos aeroportos; Combustível o problema do ICMS; e Rigidez da legislação sobre jornada de trabalho da tripulação.

PIL: investimento e planejamento PIL (lançado em 2012): R$ 205,9 bilhões Portos: R$ 54,2 bilhões Rodovias: R$42 bilhões Ferrovias: R$ 91 bilhões Aéreo: R$ 18,7 bilhões (novas concessões + aviação regional) Plano CNT de Transporte e Logística: R$ 405 bilhões

Soluções para viabilizar o transporte Investimento em infraestrutura de transporte e integração modal (via participação da iniciativa privada); Redução na burocracia principalmente para o modal aquaviário; Revisão da política de combustíveis (tributação); Linhas de incentivo a renovação de frota e aquisição de equipamentos (todos os modais); e Planejamento de longo prazo que garanta a harmonia e o equilíbrio da matriz de transporte.

Para mais informações, consulte o site: www.cnt.org.br