VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0016968-18.2014.8.19.0000 AGRAVANTE:



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Transcrição:

VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0016968-18.2014.8.19.0000 AGRAVANTE: DIGIAUDIO DO BRASIL LTDA-ME AGRAVADO: CENTRO AUDITIVO TELEX S.A. RELATORA: DES. ODETE KNAACK DE SOUZA AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. HAVENDO PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE EM RELAÇÃO À DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA, O JUÍZO PODE DETERMINAR A PRODUÇÃO DE PROVAS A FIM DE FIRMAR O SEU CONVENCIMENTO QUANTO À NECESSIDADE ALEGADA. TAL POSSIBILIDADE É AINDA MAIS PATENTE QUANDO SE TRATA DE PESSOA JURÍDICA NÃO FILANTRÓPICA, SENDO CERTO QUE, NESSES CASOS, HÁ DE SE TER MAIOR CUIDADO AO SE DEFERIR A GRATUIDADE PLEITEADA, HAJA VISTA O FIM LUCRATIVO PERSEGUIDO POR TAIS ENTES. INTELIGÊNCIA DOS VERBETES SUMULARES N OS 39 E 121 DO TJRJ. NESTES AUTOS, TRATA-SE DE MICROEMPRESA, PARTICIPANTE DO REGIME TRIBUTÁRIO DIFERENCIADO E SIMPLIFICADO CONHECIDO COMO SIMPLES NACIONAL, QUE ESTÁ PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR Nº 123/06. EM SUA DECLARAÇÃO ANUAL DO SIMPLES NACIONAL, CONSTA QUE A AUTORA, ORA AGRAVANTE, NO ANO-CALENDÁRIO DE 2012, NÃO SÓ DEIXOU DE TER GANHOS DE CAPITAL, COMO TEVE O SALDO EM CAIXA/BANCO DIMINUÍDO DE R$ 3.331,67, NO INÍCIO DO PERÍODO, PARA R$ 715,00, NO SEU FINAL. TAL AFIRMAÇÃO ESTÁ EM CONSONÂNCIA COM A

HIPOSSUFICIÊNCIA DECLARADA PELA RECORRENTE, MORMENTE SE A COMPARARMOS COM AS COMPROVAÇÕES DE QUE ELA ENCERROU AS SUAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS, DEMITIU FUNCIONÁRIOS, ENCERROU AS SUAS CONTAS, BEM COMO RESTA CLARO AS DÍVIDAS DE R$ 135.769,55 E R$ 114.614,83 QUE DERAM AZO À NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. PORTANTO, ASSISTE RAZÃO À RECORRENTE QUANTO AO RECONHECIMENTO DA SUA GRATUIDADE DE JUSTIÇA, EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA NACIONAL E COM PRECEDENTE DESTA CORTE ESTADUAL. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a decisão fotocopiada às fls. 315 (Doc. 00002, Anexo 1), do Juízo de Direito da 36ª Vara Cível da Comarca da Capital, nos autos da ação sob procedimento ordinário, que indeferiu o pedido de gratuidade de justiça ante a inexistência de provas quanto à hipossuficiência alegada, haja vista ser (...) a parte autora possui um patrimônio não condizente com o rol dos necessitados jurídicos, a teor da Lei n.º 1.060/50. Sustenta a agravante, em síntese, que foi criada exclusivamente para explorar a atividade de franqueada e se viu impossibilitada de exercer as suas atividades sociais, tendo desocupado os imóveis de Bangu e Campo Grande, além de ter dispensado os seus funcionários, sem ter qualquer fonte de renda. Não obstante, a DEFIS referente ao exercício de 2012 demonstra que a recorrente estava acumulando prejuízos, bem como apresentou despesas no valor de R$ 210.533,57, superiores às suas LVN 2

entradas, que totalizaram R$ 191.620,40. Além disso, também juntou termos de encerramento de contras correntes do Banco Santander e Banco Itaú. Requer, desse modo, a reforma da decisão a fim de conceder, à agravante, o benefício da gratuidade de justiça. Informações juntadas na peça eletrônica 00026 deste recurso. Sem contrarrazões. O recurso é tempestivo e isento de preparo, ante a gratuidade de justiça que defiro para este agravo. É o relatório. DECIDO: Cuida-se de recurso contra o indeferimento da gratuidade de justiça, conforme decisão fotocopiada a fls. 315 dos autos originários (Doc. 02, Anexo 01), haja vista a parte autora possui um patrimônio não condizente com o rol dos necessitados jurídicos. A matéria se encontra bem assentada em nosso Tribunal, podendo ser decidida monocraticamente. Incidem, no caso em exame, os seguintes verbetes da súmula de jurisprudência predominante desta Corte, bem como do STJ, abaixo transcritos: Verbetes Sumulares n os 39 e121 do TJRJ: Nº. 39 "É facultado ao Juiz exigir que a parte comprove a insuficiência de recursos, para obter concessão do benefício da gratuidade de Justiça (art. 5º, inciso LXXIV, da CF), visto que a afirmação de pobreza goza apenas de presunção relativa de veracidade". Nº. 121 "A gratuidade de justiça a pessoa jurídica não filantrópica somente será deferida em casos excepcionais, diante da comprovada impossibilidade do pagamento das despesas processuais". LVN 3

Verbete Sumular nº 481 do STJ: Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais. Nesse diapasão, o entendimento da nossa Corte Estadual, conforme os recentes arestos abaixo coligidos: 0004981-82.2014.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa - DES. BERNARDO MOREIRA GARCEZ NETO - Julgamento: 14/02/2014 - DECIMA CAMARA CIVEL Gratuidade de Justiça. Sociedade empresária e sócio-diretor. Deferimento da benesse. É imperativo, para que se defira o benefício, que os requerentes demonstrem sua situação de penúria. Hipótese caracterizada. Incidência da Súmula 481 do STJ. Valor excessivo das custas que autorizam a isenção das despesas processuais, sob pena de inviabilizar o acesso à Justiça. Agravo de instrumento provido pelo relator. 0033481-95.2013.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa - DES. PEDRO SARAIVA ANDRADE LEMOS - Julgamento: 24/06/2013 - DECIMA CAMARA CIVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. Pedido de gratuidade de Justiça. Pessoa jurídica inativa. Decisão proferida pelo juízo monocrático de 1º grau que indeferiu o pedido de gratuidade de justiça. Gratuidade de Justiça que pode ser concedida à pessoa jurídica que comprove escassez de recursos para arcar com a s despesas processuais, o que se verifica na hipótese em razão da comprovação do encerramento da atividade empresarial. Súmula 481 do STJ e Sumula 121 desse E.TJRJ Precedentes dessa Corte de Justiça. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO para conceder o benefício de gratuidade de justiça, na forma do art. 557, 1º-A, do CPC. Orientação essa também seguida pelo STJ, na forma dos julgados e do verbete sumular compilados a seguir: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO MANTIDA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. EMPRESA COM FINS LUCRATIVOS. HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO COMPROVADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7 DO STJ. SÚMULA N. 481 DO STJ. 1. É importante salientar que nos termos da reiterada jurisprudência deste Tribunal, embora milite em favor do declarante a presunção acerca do estado de hipossuficiência, esta não é absoluta, não sendo defeso ao juiz a análise do conjunto fático-probatório que circunda as alegações da parte. LVN 4

2. A concessão da gratuidade da justiça às pessoas jurídicas está condicionada à prova da hipossuficiência, conforme o preceito do enunciado Sumular n. 481 deste Superior Tribunal, in verbis: "Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais". 3. O suporte jurídico que lastreou o acórdão ora hostilizado emergiu da análise de fatos e provas produzidas nas instâncias ordinárias. Rever os fundamentos que ensejaram esse entendimento exigiria reapreciação do situação fática, o que é vedado em sede de recurso especial, a teor da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1280258/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2012, DJe 26/10/2012) PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA ANTES DO JULGAMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RATIFICAÇÃO POSTERIOR. NECESSIDADE. APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DA SÚMULA 418/STJ. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA. 1. Nos termos da Súmula 418/STJ: "É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação." 2. Essa orientação, segundo precedentes do STJ, é extensível ao recurso de Apelação. 3. O benefício da gratuidade pode ser concedido às pessoas jurídicas - com ou sem fins lucrativos - somente se comprovarem que dele necessitam. 4. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp 202.953/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/09/2012, DJe 24/09/2012) TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MASSA FALIDA. PEDIDO DE CONCESSÃO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA. INDEFERIMENTO. CONDIÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO DEMONSTRADA NA INSTÂNCIA DE ORIGEM. VERBETE SUMULAR 481/STJ. REAVALIAÇÃO EM SEDE ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO SUMULAR 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. "Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais" (Súmula 481/STJ). 2. Inviável a modificação do julgado na via especial se o Tribunal de origem, soberana no exame dos fatos e provas dos autos, conclui que a parte não comprovou a sua condição de hipossuficiência, necessária à concessão da gratuidade de justiça. Incidência do enunciado sumular 7/STJ. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 99.377/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/09/2012, DJe 11/09/2012) LVN 5

Veja-se, também, a seguinte ementa da Corte Federal: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Admissibilidade. Ausência de preparo. Objeto do recurso. Embargos de declaração. Caráter infringente. Embargos recebidos como agravo regimental. Improvimento. Precedente. Às pessoas jurídicas não basta alegar insuficiência de recursos para obtenção da gratuidade de justiça, devendo comprovar a impossibilidade econômica para litigar em juízo. (AI 716294 ED, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em 31/03/2009, DJe-079 DIVULG 29-04-2009 PUBLIC 30-04- 2009 EMENT VOL-02358-07 PP-01304 RTJ VOL-00209-03 PP-01395) transcrito: Observe-se a decisão proferida em caso idêntico, no recente aresto abaixo 0068409-09.2012.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa - DES. MARIA AUGUSTA VAZ - Julgamento: 24/01/2013 - PRIMEIRA CAMARA CIVEL DECISÃO MONOCRÁTICA. REQUERIMENTO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA PELO PRIMEIRO AGRAVANTE, PESSOA JURÍDICA. HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA COMPROVADA. DECISÃO QUE SE REFORMA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA NÃO REQUERIDA PELO SEGUNDO AGRAVANTE AO JUÍZO A QUO. DECISÃO AGRAVADA QUE, POR ÓBVIO, NÃO ABARCA TAL PRETENSÃO, DEIXANDO DE SER CONHECIDA. De acordo com a Súmula 121 deste Tribunal, a pessoa jurídica, se não for entidade filantrópica, precisa comprovar a situação de miserabilidade para fazer jus ao benefício da gratuidade de justiça. Da análise dos documentos constantes dos autos, foi possível concluir que a agravante se encontra em situação de miserabilidade jurídica. Juntou a recorrente demonstração de sua situação de penúria, constante da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), que atesta a sua alegada hipossuficiência econômica, bem como o encerramento irregular de suas atividades, razão pelo qual se impõe a concessão do benefício da gratuidade de justiça. Por fim, ainda que os comprovantes de rendimentos anexados pelo segundo agravante demonstrem sua hipossuficiência, este não requereu o benefício da gratuidade de justiça ao juízo a quo, não tendo a decisão agravada a ele se referido, não havendo como prosperar por esta via tal pretensão, sob pena de suprimento de instância. Nestes termos, com base no artigo 557, 1º-A, caput, do CPC, dá-se parcial provimento ao recurso para conceder a gratuidade de justiça ao primeiro agravante, e deixa-se de conhecer o recurso quanto ao pedido de concessão da gratuidade ao segundo agravante. LVN 6

Nos presentes autos, o juízo entendeu pela capacidade da autora arcar com as custas judiciais, tendo em vista possui um patrimônio não condizente com o rol dos necessitados jurídicos. Contudo, trata-se de microempresa, participante do regime tributário diferenciado e simplificado conhecido como Simples Nacional, que está previsto na Lei Complementar nº 123/06. Em sua Declaração Anual do Simples Nacional, a fls. 261/264 (Doc. 00263, Anexo 1), consta que a autora, ora agravante, no ano-calendário de 2012, não só deixou de ter ganhos de capital, como teve o saldo em caixa/banco diminuído de R$ 3.331,67, no início do período, para R$ 715,00, no seu final. Tal afirmação está em consonância com a hipossuficiência declarada pela recorrente, mormente se a compararmos com as comprovações de que ela encerrou as suas atividades profissionais, demitiu funcionários, encerrou as suas contas, bem como resta claro as dívidas de R$ 135.769,55 e R$ 114.614,83 que deram azo à notificação extrajudicial de fls. 189/192 (Doc. 00195, Anexo 1). Portanto, assiste razão à recorrente quanto ao reconhecimento da sua gratuidade de justiça, em harmonia com a jurisprudência nacional e com precedente desta Corte Estadual. Por tais motivos, com fulcro no artigo 557, 1º-A, do CPC, dou provimento ao recurso para deferir a gratuidade de justiça requerida pela autora, na forma da fundamentação supra. Rio de Janeiro, 09 de junho de 2014. DES. ODETE KNAACK DE SOUZA RELATORA LVN 7