APLICAÇÃO DE MÉTODOS QUANTITATIVOS NA GESTÃO DE ESTOQUES NO SETOR ATACADISTA: ESTUDO DE CASO NA EMPRESA XYZ MARCELO RABELO HENRIQUE (UNINOVE) marcelo@mrhenriqueconsult.com.br Jose Abel de Andrade Baptista (FATEC) abel_baptista@yahoo.com.br Paulo Ramirez (FATEC) pramirez@uol.com.br ADAMARIS IZAURA CAVALCANTI (SJT) dacavalcanti@uol.com.br Paulo Cristiano de Oliveira (SJT) oliveirapco@yahoo.com.br Considerado uma atividade de venda de produtos ou serviços para o consumidor final, o atacado pode ser visto como um ponto chave dentro da cadeia de suprimentos, embora não se faça tão visível para o consumidor. Com o intuito de melhorar a competitividade no mercado, as empresas têm buscado cada vez mais alternativas para diminuir custos e aumentar o nível de serviço ao cliente. O departamento de compras alinhado ao gerenciamento de estoque no atacado agrega valor a qualquer organização de forma estratégica. Para que o departamento atue de forma eficiente o uso de políticas de estoques elaboradas de acordo com as necessidades da empresa orientam os administradores de materiais a planejar o suprimento dentro da organização, auxiliam na seleção de fornecedores, ou seja, oferecem parâmetros para o para a gestão do departamento. Além disso, aplicação de análises feitas por métodos quantitativos como estoque máximo e estoque de segurança, se mostram eficientes para o gerenciamento do estoque. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar um estudo de caso de um atacadista que pretende estabelecer critérios para a seleção de seus fornecedores e parceiros aliados aos métodos quantitativos que serão aplicados para auxiliar no controle realizado atualmente em seu estabelecimento comercial. Palavras-chaves: Departamento de compras; Seleção de Fornecedores, Métodos quantitativos.
1.INTRODUÇÃO A abertura das fronteiras brasileiras e a evolução na manufatura, ao início de 1990, possibilitou o acesso a qualquer tipo de insumo, tecnologia e serviço, dificultando o surgimento de produtos similares no Brasil. No cenário atual, com a acirrada competição global, as empresas buscam sobressair com a implantação de novos processos, pois, sentem a necessidade de responder com agilidade e rapidez às mudanças impostas pelo mercado, com eficiência e manutenção da qualidade de produtos e serviços oferecidos a um custo mais baixo para seus consumidores e ainda, busca proporcionar aumento na lucratividade para todos os envolvidos no processo. À medida que novas tecnologias e novos produtos são inseridos no ambiente, os meios para obtenção de recursos, produção e desenvolvimento torna-se cada vez mais dependente de terceiros. Nesse contexto, o uso de estratégias para agregar valor a qualquer organização torna-se útil. A gestão de compras, atualmente é vista como uma parte estratégica com influência direta nos estoques e no relacionamento com os clientes, ficando assim diretamente ligada ao sucesso das organizações. O setor de compras, dentro de um ambiente organizacional, há algum tempo foi considerada uma área burocrática e estava restrita a um papel operacional, limitando-se ao processamento de pedidos de compras e a grande número de atividades que não agregava valor. No entanto, a antiga forma de como esta área era retratada, alterou-se com a globalização e atualmente, a gestão de compras, estruturada por políticas instituídas pelas empresas e aliadas as tecnologias e ações estratégicas, otimiza a relação entre clientes e fornecedores, com vistas a melhora do abastecimento e aumento do nível de serviço. Este estudo visa mostrar a importância do relacionamento entre empresa com os fornecedores no que tange ao processo de escolha e seleção, controle de estoques e a importância de se respeitar os prazos de entrega, visando o atendimento do cliente interno e externo e de se estabelecer políticas que estejam adequadas às necessidades da organização. A relevância do presente estudo decorre da necessidade das empresas estarem preparadas para disputar pela sobrevivência em um ambiente competitivo regido por incertezas de demanda que estão sujeitas às mudanças constantes. As empresas enfrentam, diariamente, problemas em seu ambiente interno e externo por conta de vários fatores relacionados à posição que ocupa no canal de distribuição. Diante dessa situação as empresas precisam de medidas estratégicas para lhes garantam competitividade. No setor atacadista esse cenário pode ser observado de forma notória com acuidade da situação pela variedade de fornecedores as quais são trabalhados. O setor de compras e de materiais neste segmento precisa estar alinhado às necessidades tanto da empresa quanto de seus clientes. Este cenário permite formular e buscar respostas para as seguintes questões de pesquisa: Qual a política de compras que a empresa atacadista de médio porte deve estabelecer? Como a utilização de métodos quantitativos poderia apoiar o setor de compras? Este trabalho tem por objetivo detalhar o processo de compras de uma empresa atacadista, estudando as melhorias no processo de gestão de compras e a seleção de itens e fornecedores, realizados por meio de políticas de gestão de estoque e métodos quantitativos. Os objetivos específicos são: revisar os conhecimentos sobre os procedimentos utilizados pelo departamento de compras; oferecer uma contribuição para o uso de conceitos e modelos relacionados à qualidade na melhoria do processo de seleção e cadastramento de fornecedores da empresa; estudar os benefícios de ter políticas de estoque fomentadas na empresa; estudar 2
os benefícios de usar fórmulas quantitativas para fazer o controle do estoque e estabelecer políticas e critérios ao processo de seleção e escolha de fornecedores da empresa. Trata-se de um estudo de caso, de caráter exploratório com estudo bibliográfico. O estudo foi realizado em uma empresa de porte médio cuja principal atividade econômica é o comércio atacadista de utensílios domésticos. Fundada em 1979 a XYZ tem sede na cidade se São Paulo (SP). 2.Revisão de Literatura A abertura da economia brasileira e a globalização dos mercados exigem que as empresas, respondam de maneira mais ágil, com melhores performances às mudanças, sendo forçadas a buscarem novos referenciais para a sua atuação a fim de consolidar uma melhor gestão empresarial. Nesse contexto, passaram a ver na gestão de estoque uma alternativa para aperfeiçoar suas operações e atingir seus objetivos. As políticas de estoque são o conjunto de atos diretivos que estabelecem, de forma global e específica, princípios, diretrizes, e normas relacionados ao gerenciamento, que dão parâmetro para os gestores de estoques tomarem a decisão de qual o nível de estoque mais adequado para se manter em materiais a fim de manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema. (VIANA, 2002, p. 118; FRASCHINI e GURGEL, 2002, p. 88). Para que se possa definir e formalizar uma política de estoques primeiramente é preciso esclarecer quatro questões antes de efetuar a compra dos produtos conforme apontado por Wanke (2000, p. 177) e Slack (2009, p.362) que são: Onde localizar os estoques? Quando pedir? Quanto manter em estoques de segurança?.quanto pedir? De acordo com Hillier e Lieberman (2010, pp. 1 e 2) as técnicas para gerenciar os estoques estão mudando entre as empresas, as empresas japonesas foram pioneiras a introduzir o sistema de estoque just-in-time utilizadas por empresas japonesas que enfatiza planejamento e programação para que os materiais cheguem extremamente a tempo para seu uso, sendo que os estoques são reduzidos a níveis para o estritamente necessário, outra ferramenta que está sendo utilizada para ganho competitivo a aplicação de técnicas de pesquisa operacional, para otimizar suas políticas de estoques através das seguintes etapas: Formular um modelo matemático para descrever o comportamento do sistema de estoque Buscar uma política de estoques ótima em relação a esse modelo Usar um sistema de processamento de informações computadorizado para manter um registro dos níveis de estoques atuais Utilizar esse registro de níveis de estoque atuais, aplicar a política de estoques ótima para sinalizar quando e em que níveis reabastecer os estoques Segundo os mesmos autores, os modelos matemáticos de estoques podem ser divididos em duas categorias, modelos determinísticos onde é suposto que as previsões de demanda são totalmente previstas e os modelos estocásticos quando a demanda não pode ser muito bem prevista, sendo uma variável aleatória a qual será abordado com maior propriedade. Na concepção de Tadeu (2008, p. 76) a utilização de modelos matemáticos aplicados no gerenciamento de estoques atende plenamente às expectativas de produção ou consumo das organizações, com a máxima eficiência, redução de custos e tempo de movimentação. A aplicação dos modelos permite fazer uma previsão da demanda dos produtos. 3
Pode-se observar que as metodologias quantitativas de estoque são importantes para um bom desempenho do setor de materiais, pois permitem aos gestores prever os sinais de demanda. (TADEU, 2008, p.75). 3.Estudo de caso O objeto deste estudo é uma empresa de porte médio cuja principal atividades econômica é o comércio atacadista de utensílios domésticos. Fundada em 1979 a XYZ tem sede na cidade se São Paulo (SP), Vila Ré. Foi realizado durante o ano de 2010, nos períodos de janeiro a novembro. Atualmente, a XYZ trabalha com uma linha aproximada de 4.000 itens de produtos entre vidros, plásticos, térmicas e metais fazendo a distribuição para todo o território nacional. Trata-se de uma empresa de porte médio do ramo atacadista, que tem os seguintes itens utilitários disponíveis para a venda: garrafas térmicas, copos de vidro, vasilhames plásticos, dentre outros produtos. Possui uma boa estrutura para acomodar todas as mercadorias, a gestão do estoque é controlado através de inventários semestrais e pelo sistema de solução de gestão empresarial ACE 4 ERP, implantado em 2008 para integrar os processos da mesma, contudo, há muitas falhas no que tange a acurácia dos estoques. Por diversas vezes as informações estão distorcidas e demonstram quantidades físicas divergentes das apresentadas no sistema. O controle é feito através do sistema e por meio de inventários semestrais, normalmente realizados após os períodos de maior saída para confirmar a acurácia dos itens, há também casos de informações divergentes entre o sistema e o estoque físico real, então é feita uma contagem apenas do item em que está ocorrendo à divergência para acerto no sistema. Sendo assim, baseado nestas informações e conforme o período do ano em que se está o comprador pode solicitar o pedido de compras junto com os fornecedores correspondentes. Também há problemas para seleção de fornecedores, a empresa não possui nenhum tipo de política para a seleção e cadastramento de parceiros, sendo assim, a inclusão não respeita a nenhum tipo de critério para ser feita; os compradores ao visualizar os produtos oferecidos fazem uma rápida análise e aposta que o mesmo pode se tornar um forte aliado estratégico o que muitas vezes não ocorre e o fornecedor torna-se um grande problema para a empresa com relação ao descumprimento de prazo, qualidade baixa de serviço, produtos encalhados e descumprimento com o que fora acordado. A empresa trabalha de forma que sempre há produtos que tem maior giro por estarem em promoção e os itens que tem um volume de saída normal. Para o ressuprimento de ambos são usados fórmulas quantitativas como estoque mínimo e estoque de segurança para dar parâmetro ao administrador de materiais, sendo que o pedido de compras é feito quando os cálculos demonstram que a quantidade em estoque é inferior a quantidade de segurança, sendo a análise da quantidade de estoque de segurança ser feita em cima da quantidade de peças que são vendidas por dia para cada produto. Conforme fora mencionado, a principal ferramenta de suporte para a gestão de compras é o sistema empresarial por apresentar diversos tipos de informações para o setor de compras, abaixo seguem as telas em quê os administradores se apóiam para verificar o estoque dos produtos. Por meio da aplicação de métodos quantitativos são demonstrados como as equações auxiliam e direcionam para que os compradores façam qualquer tipo de análise de estoque o que permite uma visão mais ampla da situação atual para poder estabelecer os critérios na escolha de futuros parceiros ou até mesmo a aquisição de um item já em linha. 4
Atualmente a empresa faz uso de uma sistemática de compras, que leva em conta a demanda apurada dentro da periodicidade de compras definida pela curva ABC, prazos de entrega dos fornecedores, margem de segurança e um controle financeiro que mantenha o equilíbrio entre o setor de vendas, compras e estoque. Para a execução do mesmo foi estabelecido uma frequência de compras sendo: semanais para produtos de classificados como A; quinzenais para produtos da classe B e mensal para os demais. Qfix =. VMT. * (PC + PE + MS) + PERCA DV Através desta fórmula são levas em consideração: VMT - Venda média do trimestre DV Dias de vendas PC Período de compras PE Prazo de entrega MS Margem de Segurança Perca quantidade de itens que não foram vendidos devido à falta do produto. Apresentadas as ferramentas que a organização em estudo utiliza, foram propostos outros métodos quantitativos que podem ser utilizados para controle do estoque permanecendo como base para estudo o mesmo item ilustrado no exemplo anterior. Este produto foi escolhido devido à demanda deste produto, pelo fato de ser um produto térmico o volume de venda tende a ser maior nos meses próximos ao período de inverno e em alguns anos como o de 2010, no período de verão também. A XYZ tem como característica firmar alianças estratégicas com a indústria produtora deste item para obter o mesmo a um preço mais baixo possibilitando à distribuidora fechar promoções junto com o próprio fabricante estabelecendo algumas regras que devem ser cumpridas com relação ao tempo de resuprimento, quantidade de itens, dentre outros de acordo com o planejamento de compras. O primeiro passo foi o levantamento de dados relevantes ao estoque deste produto, a tabela 2 demonstra a quantidade de itens consumidos no período de janeiro a outubro de 2010 deste item. Período 2010 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Consumo 313 370 250 343 223 474 460 507 304 290 300 Tabela 1. Levantamento de dados. Fonte: Autores. A análise da tabela demonstra que há muitas oscilações durante o ano no volume de vendas do item, sendo os maiores períodos os que se aproxima a época de inverno, nos meses de junho, julho e agosto, sendo que o valor máximo de compras ocorreu no mês de agosto de 507 unidades; nos demais meses a quantidade de vendas foi menor, sendo o menor valor de vendas no ano de 290 unidades, mas não deixou de ter saída; de acordo com estes dados verifica-se também que o consumo médio de compras foi de aproximadamente 322 unidades, com um desvio padrão de 93,42 unidades de acordo com os cálculos estatísticos apresentados na tabela 3. Máximo 507 Mínimo 223 5
Consumo médio 321,27 Desvio-padrão 93,42 Tabela 2. Cálculos Estatísticos. Fonte: Autores A aquisição deste produto acontece nos meses de baixa temporada, o que ocasiona um problema grave, pois, a compra é feita de acordo com o acordo feito com o fornecedor. A linha de térmicos tem por característica de serem produtos cujo valor unitário é alto comparado aos produtos da linha de plásticos; como alternativa para reduzir alguns custos com transporte e até mesmo o preço do produto adquirido, o administrador faz o pedido de um carregamento fechado do produto sem antes fazer uma análise sobre a venda do mesmo, uma outra característica deste tipo de parceria com a indústria é que os produtos que são entregues possuem características similares como a coloração, isso ocorre devido a falta de imposição por parte da empresa de sortir os produtos para evitar que o estoque fique com muitos produtos semelhantes em estoque, ou seja, a aquisição deste produto causa impacto de duas formas no depósito da empresa: primeiro pela grande quantidade de itens adquiridos além dos que não foram vendidos e estavam estocados e o segundo pela falta de produtos sortidos no estoque. Uma das medidas para amenizar esta situação é fazer promoções da linha de produtos do fornecedor deste produto nos meses de junho, julho e agosto, onde o volume de vendas é superior aos demais meses - conforme pôde ser visualizado pela tabela 2. Desta forma, o giro dos estoques aumenta o que possibilita a redução dos estoques destes. A partir da tabela 3 tornou-se necessário calcular os valores do tempo de ressuprimento e os custos associados à área de materiais. Estes dados foram levantados nos setores responsáveis em apoio às atividades de estocagem e estão relacionados e calculados nas tabelas 4 e 5 a seguir. Consumo Anual CA 3.834 Tempo de Ressuprimento TR 7 Custo de Compra CC 130 Custo do Produto Armazenado CPA 0,25 Preço Unitário PU 14,00 Fator de segurança K 0,70 Giro de estoques IC 12,78 Encomendas 0,00 Tabela 3. Análise de Materiais. Fonte: Autores Na tabela supracitada constam apenas algumas informações que foram obtidas através de pesquisas com responsáveis pelo setor, por influenciarem para os demais cálculos. Estoque de Segurança (ES) 1.574 Nível de Ressuprimento (NR) 3.823,15 Estoque Virtual (EV) 200 6
Estoque Máximo (Emax) 4.002,07 Quantidade a Comprar (QC) 3.802,07 Lote Econômico de Compras (LEC) 533,68 LEC (%) - para cálculo do CT 5,34 Custo Total CT 93.402,86 Tabela 4. Aplicação das equações de estoques. Fonte: Autores Após serem levantados todos os dados é possível aplicar as equações para controles de estoque, conforme foi demonstrado na tabela 5. Através destes cálculos é possível observar as flutuações do estoque o que auxilia e serve como referência para o processo de tomada de decisões envolvendo os pedidos de compra, quantidades de estoque e preços associados, por esse motivo é primordial que análises feitas em cima destes cálculos sejam feitas. O processo de tomada de decisão envolvendo os pedidos de compra, quantidade de estoques, período em que o pedido será feito e preços associados devem ser calculados de acordo com a previsão de demanda. O uso deste cálculo possibilita ao comprador verificar se o investimento feito sobre o fornecedor está tendo a aceitação esperada por parte de seus clientes ou se não atende as expectativas desejadas. A forma de calcular a previsão de demanda para mais ou para menos é utilizando o desvio-padrão, essa análise em conjunto com as anteriores torna-se importante para ter um melhor parâmetro no ato da compra. A tabela 6 a seguir apresenta a previsão de consumo para o próximo mês para mais ou para menos, deste item, que apesar de não possuir um volume de saída tão expressivo quanto alguns outros. Período 2010 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Consumo 313 370 250 343 223 474 460 507 304 290 300 393,42 Desvio Padrão Observado 93,42 93,42 93,42 93,42 93,42 93,42 93,42 93,42 93,42 93,42 93,42 206,58 Tabela 5. Previsão de Demanda. Fonte: Autores A previsão do consumo influencia muito o setor de compras, pois através dele é possível identificar se o consumo e as vendas do produto analisado estão crescendo ou caindo. Com base no cálculo o comprador tem autonomia para fazer um pedido aumentando as quantidades ou diminuindo, esse fato irá variar de acordo com o volume consumido e a tendência que está sendo apresentada, Gráfico 1. 7
Gráfico 1. Consumo em 2010 Fonte: Autores. Observa-se que a reta de tendência indica que os estoques têm um comportamento crescente. Logo, a utilização do modelo de previsão de demanda, considerando a previsão em todo o ano é para mais, ou seja, com o crescimento nas vendas o ideal é que a compra deste produto continue aumentando. Contudo, vale salientar que o item tem por característica ser um produto sazonal, sendo assim, o ideal é que sejam utilizados estes cálculos a fim de acompanhar o desempenho e o comportamento das vendas deste produto para não se perder o controle sobre o estoque do mesmo e correr o risco de comprar grande quantidade do mesmo ou uma quantidade menor do que necessário. O item escolhido é importante para a organização sendo classificado como pertencente à classe A de acordo com a análise da curva ABC, e com seus cálculos conforme segue abaixo nas tabelas 4, 5 e no gráfico 1: SKUs Preço unitário CA - Consumo Anual 4010 R$ 7,40 280 17301 R$ 0,96 11.534 7872 R$ 1,25 3.212 37091 R$ 7,14 19.246 37203 R$ 3,58 1.284 23537 R$ 13,04 1.438 55505 R$ 14,00 3.534 5548 R$ 7,24 6.736 55527 R$ 13,06 204 Tabela 6. Levantamento de dados para a curva ABC Fonte: Autora Observa-se que o item em análise é o sétimo da tabela 7, considerando o preço unitário e o consumo anual utilizado, que serviram de apoio para este estudo de caso. Por meio da tabela 8 é possível identificar que de acordo com a análise da classificação ABC, sua classificação é A. Logo, justificam-se as análises pela previsão de 8
demanda, em que os modelos matemáticos indicam uma tendência para aumento da participação do material no consumo. % sobre Consumo Valor do o Custo Preço Custo Anual SKUs Anual em Consumo Anual Unitário Acumulado (R$) Unidades Anual (R$) Acumula do 37091 R$ 7,14 19.246 R$137.416,44 R$ 137.416,44 49,28 B 55505 R$ 14,00 3.534 R$ 49.476,00 R$ 186.892,44 67,03 A 5548 R$ 7,24 6.736 R$ 48.768,64 R$ 235.661,08 84,52 B 23537 R$ 13,04 1.438 R$ 18.751,52 R$ 254.412,60 91,24 17301 R$ 0,96 11.534 R$ 11.072,64 R$ 265.485,24 95,21 37203 R$ 3,58 1.284 R$ 4.596,72 R$ 270.081,96 96,86 7872 R$ 1,25 3.212 R$ 4.015,00 R$ 274.096,96 98,30 55527 R$ 13,06 204 R$ 2.664,24 R$ 276.761,20 99,26 4010 R$ 7,40 280 R$ 2.072,00 R$ 278.833,20 100,00 Tabela 7. Análise da Curva ABC Fonte: Autora Para a construção da curva ABC, Gráfico 2, é necessário estabelecer os parâmetros que devem ser obedecidos. A relação que cada classificação representa em valor de estoque e quantidade de itens estocados do mesmo varia de acordo com cada empresa muitos doutrinadores estabelecem vários limites, por ser um método já utilizado pela empresa, a porcentagem utilizada será mantida. A B C % Valor Estoque 75% 30% 10% % Quantidade de Itens 20% 35% 70% Tabela 8. Tabela-mestra da Curva ABC Fonte: Tadeu (2008, p. 78) C 9
Gráfico 2. Curva ABC Fonte: Tadeu (2008, p. 78) 4.Considerações Finais Tendo em vista a grande concorrência que existe atualmente, para que as empresas obtenham sucesso é necessário alcançar diferencial competitivo diante de seus concorrentes, por isso busca-se cada vez mais investir na qualidade dos produtos e serviços oferecidos aos clientes, sendo de extrema importância ter parceiros que atendam a todos os requisitos estabelecidos pela mesma. Possibilitando que sejam oferecidos serviços e produtos qualificados. No caso de empresa atacadista é necessário que se tenha uma boa gestão tanto no setor de compras quanto no setor de materiais a fim de tornar o processo mais eficiente. O objetivo deste trabalho foi identificar critérios importantes para a seleção de fornecedores em relacionamento de parceria, aplicando métodos matemáticos para determinar quantitativamente a importância de se estabelecer estratégias competitivas para o mercado e reduzir os gastos com estocagem, tendo como base de pesquisa os procedimentos da empresa, através da consulta aos profissionais da área e ao material disponível na Intranet da empresa. Através do desenvolvimento deste trabalho, foi possível verificar os benefícios que uma política de estoque bem elaborada proporciona na redução de custos e ainda, identificar os diversos tipos de ferramentas utilizadas para auxiliar o controle de estoque. Também foram levantadas quais são os pequenos problemas está relacionado a melhorias para o estabelecimento. Notou-se os pontos falhos de sua organização, os diretores-proprietários da XYZ verificaram que o principal fator necessário de alterações dentro de suas operações é quanto a seleção de seus fornecedores dentro do processo aquisitivo. Com uma quantidade ampla de produtos, a falta de padronização, a existência de muitos produtos semelhantes nos estoques e uma grande quantia de fornecedores, tornou a gestão de compras complicada. Com os níveis de estoque físico divergente do que consta no sistema, se contagens não forem feitas a risco de compra de materiais em que já se possui um nível alto de estoque o que pode ocasionar do item correr o risco de ficar encalhado. A adoção de métodos quantitativos de estoques é fundamental para que as organizações obtenham resultados satisfatórios no processo de tomada de decisão gerencial na escolha de fornecedores, no gasto para o setor de materiais de modo que demonstra por meio 10
de cálculos e os dados obtidos por estes uma visão geral dos níveis do estoque de mercadorias. Recomenda-se que a seleção de seus fornecedores seja padronizada para todos os itens a serem inseridos, com rígido controle, assim sendo percebido qualquer sinal de inadequação devem ser tomadas medidas de correções. Conseqüentemente estas alterações buscam, de forma contínua, estarem qualificadas para atender as exigências do mercado. Através dos benefícios apresentados no decorrer do trabalho, da série de percepções dos diretores e ao verificar que a implantação desse procedimento é bastante simples, a empresa tem visto a possibilidade de implantá-lo no próximo ano com a confiança de que ocorrerá a melhoria de seus negócios. Após a análise da pesquisa e a evidencia dos principais problemas da empresa, no que tange a seleção de fornecedores, desenvolveram-se propostas de ações para correção dos problemas encontrados e demonstram quais seriam os ganhos potenciais com a implantação destas propostas. O resultado ainda não pode ser comprovado, pois a proposta idealizada e sugerida à empresa com o objetivo de otimizar o processo de compras, está aguardando para ser implantada. Com as melhorias esperadas, a empresa poderá qualificar o setor de compras, aumentando a precisão sobre o nível dos estoques existentes na empresa gerando manutenção do negócio e abrindo possibilidade para novos negócios de forma mais eficiente e qualificada. 4.Referências Bibliográficas AROZO, R.; GARCIA, E. S.; LACERDA, L. Gerenciando incertezas no planejamento logístico: o papel do estoque de segurança..instituto ILOS: 2001. Disponível em: <http://www.ilos.com.br/site/index.php?option=com_content &task=view&id=811&itemid=182>. Acessado em: 07 Out de 2010.. Montoramento de Desempenho na Gestão de estoque. Instituto ILOS: 2002. Disponível em: < http://www.ilos.com.br/site/index.php? option=com_content&task=view&id=1110&itemi...>. Acessado em: 07 Out de 2010. ARNALD, J. R. T. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1999. BAILY, P. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos / Logística Empresarial. 5. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BERTAGLIA, P. R.. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2006. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman,2006. BRAGA, A. Strategic Sourching: A Transformação Estratégica das Empresas Compradoras Parte 1..Instituto ILOS: 2010. Disponível em: <http://www.ilos.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=1625&itemid= 74>. Acessado em: 01 Out de 2010. 11
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