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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Acórdão 56/96 - Plenário - Ata 16/96 Processo nº TC 279.153/93-7. Responsável: Manoel Enedino Gomes. Entidade: Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA. Relator: Ministro Bento José Bugarin. Representante do Ministério Público: Dra. Cristina Machado da Costa e Silva. Unidade Técnica: SECEX/BA. Especificação do "quorum": Ministros presentes: Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça (Presidente), Fernando Gonçalves, Adhemar Paladini Ghisi, Carlos Átila Álvares da Silva, Paulo Affonso Martins de Oliveira, Humberto Guimarães Souto, Bento José Bugarin (Relator) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha. Assunto: Tomada de Contas Especial. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial da Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA, sob a responsabilidade do Sr. Manoel Enedino Gomes; Considerando que o responsável, após ter tido as suas alegações de defesa rejeitadas, apresentou, embora intempestivamente, documentação que comprova a aplicação dos recursos no objeto conveniado; Considerando que não foi apontado desvio de finalidade ou locupletamento dos recursos; Considerando que o Ministério Público opina no sentido de que as presentes contas sejam julgadas regulares com ressalva, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em: 1 - com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II da Lei nº 8.443/92, julgar as presentes contas regulares com ressalva, dando-se quitação ao responsável (item 3, supra). 2 - determinar à Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA que, ao firmar convênios com órgãos da

Administração Pública Federal, apresente a prestação de contas dentro do prazo avençado nos referidos instrumentos. Ementa: Tomada de Contas Especial. Convênio. Fundação EDUCAR. Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande BA. Omissão na prestação de contas. Apresentação intempestiva de documentos que comprovam a aplicação dos recursos no objeto conveniado. Contas regulares com ressalva. Quitação. Determinação. Data DOU: 14/05/1996 Parecer do Ministério Público: Proc. TC 279.153/93-7 Tomada de Contas Especial Trata-se da Tomada de Contas Especial de Manoel Enedino Gama, Presidente da Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA, instaurada em decorrência da omissão na prestação de contas do Convênio nº 589/88, celebrado entre a aludida entidade e a extinta Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos - EDUCAR. 2. Comunicado da rejeição de suas alegações de defesa (fls. 67/68), o responsável apresentou os documentos às fls. 69/72, em que apela ao Tribunal a reconsideração de sua Decisão, uma vez que os valores recebidos foram utilizados no pagamento de professores e supervisores, conforme os recibos que anexa. 3. Para constatar a veracidade do que afirma, solicita o indigitado que o Tribunal envie servidor para inquirir os professores e supervisores quanto à percepção efetiva do pagamento. 4. Por fim, se suas justificativas adicionais não forem aceitas, pede ele o parcelamento do débito em 24 meses. 5. A SECEX/BA apresenta proposta no sentido de que a documentação enviada pelo responsável seja acolhida como Recurso de Reconsideração, para, no mérito, negar-lhe provimento, porque não acrescenta fatos novos. Propõe, ainda, que seja feita nova comunicação ao responsável sobre a rejeição de sua defesa e fixado novo prazo para o recolhimento das importâncias devidas (fls. 75/76, item 6). 6. De início, não obstante o entendimento esposado pela

SECEX/BA, observe-se que, segundo o art. 23, 1º, da Resolução TCU nº 36, de 30.8.95, não cabe recurso de decisão que rejeitar alegações de defesa. Conforme o 2º desse artigo, os elementos de defesa, se forem novos, serão examinados quando do julgamento das contas. 7. Contudo, é de ver que no presente caso os documentos apresentados pelo responsável não acrescentam, em princípio, fatos novos, pois eram conhecidos e foram apreciados pelo Tribunal (fls. 44/47) na ocasião em que decidiu pela rejeição das alegações de defesa (fl. 66). 8. Meditando, entretanto, sobre esses elementos de defesa e compulsando novamente os autos, este Ministério Público, conquanto tenha anuído (fl. 63) à proposta de rejeição da defesa inicialmente apresentada (fls. 44/47), evoluindo seu pensamento acerca da matéria em exame, vem trazer a lume novas ponderações. 9. Note-se que a reprovação da prestação de contas apresentada pelo responsável (fls. 44/47), no âmbito do órgão repassador, deu-se "em observância ao parecer do TCU fls. 49/53" (fl. 56). 10. Isto é, o órgão repassador não analisou circunstanciadamente os documentos oferecidos nem realizou diligência "in loco", com vistas a verificar a veracidade dos mesmos. 11. A CISET/MEC, por sua vez, manteve a certificação irregular com base na opinião do órgão repassador (fl. 58, item 3). 12. O parecer do TCU em que se funda o órgão repassador é a instrução do Analista da então IRCE/BA, ainda não submetida ao juízo do Tribunal, que opina no sentido da irregularidade das contas, com base nos seguintes argumentos (fl. 49, itens 4, 5 e 6): a) o responsável, conquanto afirme ter prestado contas anteriormente à Fundação EDUCAR, não oferece nenhuma prova material do ocorrido; b) os formulários contendo a prestação de contas estão apenas rascunhados, sem data e sem aprovação do órgão repassador, por isso seriam inválidos "enquanto documento de fé pública"; 13. Quanto à alínea "a", o fato de o responsável não ter demonstrado que prestou, no momento oportuno, contas à Fundação EDUCAR, não implica necessariamente o julgamento pela irregularidade das contas especiais, uma vez que os documentos apresentados, mesmo que intempestivamente, poderiam suprir a falta. 14. No que concerne à alínea "b", cotejando-a com o

entendimento exarado pelo órgão repassador, é de ver a tautologia: a Instrução não aprova as contas porque lhe falta o endosso do órgão repassador, enquanto este e o órgão do controle interno, chamados a manifestar-se, não as aprovam porque a Instrução reprovou-as. 15. Esse círculo vicioso vem demonstrar a fragilidade dos fundamentos da rejeição da defesa do responsável. 16. Com efeito, é de admitir que os documentos apresentados pelo responsável (fls. 44/47 e 69/72) não estão inteiramente de acordo com a legislação que rege a matéria. 17. Contudo, se efetivamente o indigitado utilizou os recursos do convênio para pagamento de professoras e de supervisoras, que outros meios de prova teria ele a apresentar que não os recibos assinados pelas onze professoras e duas supervisoras? Que mais poderia ele pedir, se esses recibos não forem aceitos, se não a Inspeção "in loco" do Tribunal para esclarecer os fatos? 18. São essas as reflexões que tem o Ministério Público a aduzir e que o fez alterar seu posicionamento. 19. Ante o exposto, opina o Ministério Público, com fulcro no art. 23, 2º, da Resolução TCU nº 36/95, no sentido de que seja aceita a defesa apresentada pelo responsável (fls. 44/47 e 69/72) e sejam as presentes contas especiais julgadas regulares com ressalva, com fulcro no art. 16, inciso II, da Lei nº 8.443/92. 20. Contudo, se o Tribunal entender de modo diverso, não aceitando os recibos apresentados pelo responsável, manifesta-se o Ministério Público no sentido de que se determine à Unidade Técnica competente a realização de Inspeção "in loco" na Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA, com vistas a esclarecer a questão. Página DOU: 8289 Data da Sessão: 24/04/1996 Relatório do Ministro Relator: GRUPO: II - CLASSE - II - PLENÁRIO TC 279.153/93-7 NATUREZA: Tomada de Contas Especial.

ENTIDADE: Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA. RESPONSÁVEL: Manoel Enedino Gomes, Presidente. EMENTA: Tomada de Contas Especial instaurada em decorrência da omissão na apresentação da prestação de contas. Citação. Alegações de defesa rejeitadas. Remessa, ainda que fora do prazo, dos comprovantes de despesas evidenciando que os recursos financeiros conveniados foram aplicados no objeto pactuado. Contas julgadas regulares com ressalva. Quitação ao responsável. Determinação visando à correção da impropriedade, de modo a prevenir a ocorrência de outra semelhante. Adoto como Relatório o judicioso Parecer da Dra. Cristina Machado da Costa e Silva, a seguir transcrito: "Trata-se da Tomada de Contas Especial de Manoel Enedino Gama, Presidente da Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA, instaurada em decorrência da omissão na prestação de contas do Convênio nº 589/88, celebrado entre a aludida entidade e a extinta Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos - EDUCAR. Comunicado da rejeição de suas alegações de defesa (fls. 67/68), o responsável apresentou os documentos às fls. 69/72, em que apela ao Tribunal a reconsideração de sua Decisão, uma vez que os valores recebidos foram utilizados no pagamento de professores e supervisores, conforme os recibos que anexa. Para constatar a veracidade do que afirma, solicita o indigitado que o Tribunal envie servidor para inquirir os professores e supervisores quanto à percepção efetiva do pagamento. Por fim, se suas justificativas adicionais não forem aceitas, pede ele o parcelamento do débito em 24 meses. A SECEX/BA apresenta proposta no sentido de que a documentação enviada pelo responsável seja acolhida como Recurso de Reconsideração, para, no mérito, negar-lhe provimento, porque não acrescenta fatos novos. Propõe, ainda, que seja feita nova comunicação ao responsável sobre a rejeição de sua defesa e fixado novo prazo para recolhimento das importâncias devidas (fls. 75/76, item 6). De início, não obstante o entendimento esposado pela SECEX/BA, observe-se que, segundo o art. 23, 1º, da Resolução TCU nº 36, de 30/08/95, não cabe recurso de decisão que rejeitar alegações de defesa. Conforme o 2º desse artigo, os elementos de defesa, se

forem novos, serão examinados quando do julgamento das contas. Contudo, é de ver que no presente caso os documentos apresentados pelo responsável não acrescentam, em princípio, fatos novos, pois eram conhecidos e foram apreciados pelo Tribunal (fls. 44/47) na ocasião em que decidiu pela rejeição das alegações de defesa (fls. 66). Meditando, entretanto, sobre esses elementos de defesa e compulsando novamente os autos, este Ministério Público, conquanto tenha anuído (fls. 63) à proposta de rejeição da defesa inicialmente apresentada (fls. 44/47), evoluindo seu pensamento acerca da matéria em exame, vem trazer a lume novas ponderações. Note-se que a reprovação da prestação de contas apresentada pelo responsável (fls. 44/47), no âmbito do órgão repassador, deu-se 'em observância ao parecer do TCU fls. 49/53'(fls. 56). Isto é, o órgão repassador não analisou circunstanciadamente os documentos oferecidos nem realizou diligência "in loco", com vistas a verificar a veracidade dos mesmos. A CISET/MEC, por sua vez, manteve a certificação irregular com base na opinião do órgão repassador (fls.58, item 3). O parecer do TCU em que se funda o órgão repassador é a instrução do Analista da então IRCE/BA, ainda não submetida ao juízo do Tribunal, que opina no sentido da irregularidade das contas, com base nos seguintes argumentos (fls. 49, itens 4,5 e 6): a) o responsável, conquanto afirme ter prestado contas anteriormente à Fundação EDUCAR, não oferece nenhuma prova material do ocorrido; b) os formulários contendo a prestação de contas estão apenas rascunhados, sem data e sem aprovação do órgão repassador, por isso seriam inválidos 'enquanto documento de fé pública'. Quanto à alínea "a", o fato de o responsável não ter demonstrado que prestou, no momento oportuno, contas à Fundação EDUCAR, não implica necessariamente o julgamento pela irregularidade das contas especiais, uma vez que os documentos apresentados, mesmo que intempestivamente, poderiam suprir a falta. No que concerne à alínea "b", cotejando-a com o entendimento exarado pelo órgão repassador, é de ver a tautologia: a Instrução não aprova as contas porque lhe falta o endosso do órgão repassador, enquanto este e o órgão de controle interno, chamados a manifestar-se, não as aprovam porque a Instrução reprovou-as. Esse círculo vicioso vem demonstrar a fragilidade dos

fundamentos da rejeição da defesa do responsável. Com efeito, é de admitir que os documentos apresentados pelo responsável (fls. 44/47 e 69/72) não estão inteiramente de acordo com a legislação que rege a matéria. Contudo, se efetivamente o indigitado utilizou os recursos do convênio para pagamento de professoras e de supervisoras, que outros meios de prova teria ele a apresentar que não os recibos assinados pelas onze professoras e duas supervisoras? Que mais poderia ele pedir, se esses recibos não forem aceitos, se não a Inspeção "in loco" do Tribunal para esclarecer os fatos? São essas as reflexões que tem o Ministério Público a aduzir e que o fez alterar seu posicionamento. Ante o exposto, opina o Ministério Público, com fulcro no art. 23, 2º, da Resolução TCU nº 36/95, no sentido de que seja aceita a defesa apresentada pelo responsável (fls. 44/47 e 69/72) e sejam as presentes contas especiais julgadas regulares com ressalva, com fulcro no art. 16, inciso II da Lei nº 8.443/92. Contudo, se o Tribunal entender de modo diverso, não aceitando os recibos apresentados pelo responsável, manifesta-se o Ministério Público no sentido de que se determine à Unidade Técnica competente a realização de Inspeção "in loco" na Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA, com vistas a esclarecer a questão". É o Relatório. Voto do Ministro Relator: Inicialmente, devo registrar que, à vista do disposto no 1º do art. 23 da Resolução TCU nº 36/95, os elementos apresentados pelo responsável não podem ser acolhidos como Recurso de Reconsideração. Por outro lado, a cláusula segunda, inciso II, alínea "e", do Termo de Convênio de fls. 04/05, firmado entre a extinta EDUCAR e a Associação Beneficente e Cultural de Caldeirão Grande/BA, estabelece que compete a mencionada Associação mobilizar, selecionar e capacitar os professores e supervisores responsáveis pelo desenvolvimento das ações educativas. Apesar de a prestação de contas ter sido apresentada fora do prazo, observamos que os documentos encaminhados pelo responsável evidenciam que os recursos foram aplicados no pagamento de supervisores e professores, exatamente como previa o convênio pactuado. Por outro lado, o débito atribuído ao responsável importa em

2.431,0386 UFIRs (cerca de R$ 2.900,00 - dois mil e novecentos reais), valor que não justifica, à luz da relação custo/benefício, a realização de inspeção na referida Associação. Desse modo, acolho o Parecer do Ministério Público e VOTO no sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à apreciação deste E. Plenário. Indexação: Tomada de Contas Especial; Convênio; EDUCAR; Entidade Filantrópica; Omissão; Prestação de Contas; Comprovação; Aplicação; Recursos Financeiros; Documento; Apresentação Intempestiva;