Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu Educação Física



Documentos relacionados
A situação do câncer no Brasil 1

Bases Metodológicas do Treinamento Desportivo

Dia Mundial da Diabetes - 14 Novembro de 2012 Controle a diabetes antes que a diabetes o controle a si

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS Fedato Esportes Consultoria em Ciências do Esporte

Comparação da força da musculatura respiratória em pacientes acometidos por acidente vascular encefálico (AVE) com os esperados para a idade e sexo

OS 5 PASSOS QUE MELHORAM ATÉ 80% OS RESULTADOS NO CONTROLE DO DIABETES. Mônica Amaral Lenzi Farmacêutica Educadora em Diabetes

Portugal Prevenção e Controlo do Tabagismo em números 2013

ANÁLISE FUNCIONAL DO FITNESS

Projeto de Resolução n.º 238/XIII/1.ª. Recomenda ao Governo que implemente medidas de prevenção e combate à Diabetes e à Hiperglicemia Intermédia.

Apnéia do Sono e Ronco Guia Rápido

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR NO PÓS- OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

PROGRAMA DE PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA (PROCOR)

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

Exames Periódicos de Saúde

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA. PROJETO DE LEI Nº 934, DE 2003 (Apenso o Projeto de Lei nº 1.802, de 2003)

ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA 3º E.M.

Gerenciamento de Projetos Modulo VIII Riscos

Data: 25/11/2013. Nota Técnica: 234/2013 Solicitante: Juiz Eduardo Monção Nascimento Numeração:

Copyright Proibida Reprodução. Prof. Éder Clementino dos Santos

FEUP RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO

Diretrizes para determinação de intervalos de comprovação para equipamentos de medição.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2013 Nome: PARTE 1 BIOESTATÍSTICA, BIOÉTICA E METODOLOGIA

A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. EDGARD SANTOS- UFBA - HUPES

Cessação e Tratamento do Tabagismo Mitos e Verdades. Silvia M. Cury Ismael Mônica Andreis

VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

Mais em forma, mais veloz, mais forte, mais alongado: Programa de Desenvolvimento de Cárdio Precor

Prevenção Cardio vascular. Dra Patricia Rueda Cardiologista e Arritmologista

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE NUTRIÇÃO CURRÍCULO 2 I INTRODUÇÃO

FIBROSE PULMONAR. O que é a fibrose pulmonar?

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

METROLOGIA E ENSAIOS

PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS PREVENIR É PRECISO MANUAL DE ORIENTAÇÕES AOS SERVIDORES VIGIAS DA PREFEITURA DE MONTES CLAROS

APOSTILA AULA 2 ENTENDENDO OS SINTOMAS DO DIABETES

ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO

PORTARIA N.º 19, DE 09 DE ABRIL DE 1998

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ELETROCARDIOGRAMA

4.6 Análise estatística

SAÍDA DO MERCADO DE TRABALHO: QUAL É A IDADE?

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

9º ENTEC Encontro de Tecnologia: 23 a 28 de novembro de 2015

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL DE SANTA MARIA Curso de Eletrotécnica

NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO EXERCÍCIO

Tema: Boceprevir para tratamento da hepatite viral crônica C associada a cirrose hepática

ISO 9001: SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

Diretrizes e Parâmetros Mínimos para Avaliação e Acompanhamento da Audição em Trabalhadores Expostos a Níveis de Pressão Sonora Elevados

REGULAMENTO OPERACIONAL DA CENTRAL DE REGULAÇÃO CENTRAL DE CONSULTAS E EXAMES ESPECIALIZADOS

ANÁLISE DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM PACIENTES PORTADORES DA SÍNDROME DE GUILLAIN BARRÉ - ESTUDO DE CASO

Tratamento da dependência do uso de drogas

CASO CLINICO. Sexo: Masculino - Peso : 90 KIlos Altura: 1,90m

COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA Posicionamento Oficial Exercício para Pacientes com Doença Arterial Coronariana

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS AVANÇADOS DO EXCEL EM FINANÇAS (PARTE II): ATINGIR META E SOLVER

Marcelo c. m. pessoa

MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria do Tesouro Nacional TERMO DE REFERÊNCIA

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36

Resumo do artigo. Modelagem Organizacional com CommonKADS: O Serviço de Emergências Médicas

PROJETO DE REDES

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO PRÁTICAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO LAGO JABOTI

NORMA PARA CERTIFICAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO DE TRANSMISSORES E TRANSCEPTORES MONOCANAIS ANALÓGICOS AM

PROTOCOLOS PARA TESTES DE AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA

Regulamento de Estágios ORIENTAÇÕES GERAIS

MONICA AN24. Monitoramento ECG Abdominal Fetal

Deficiência de Desempenho Muscular. Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução

O TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)

III Jornada Regional sobre drogas ABEAD/MPPE ENTENDENDO O TABAGISMO: A DEPENDÊNCIA E O TRATAMENTO

Tipo de PCR Fibrilação Ventricular Desfibrilação Princípios da Desfibrilação Precoce Tipos de Desfibrilador

1 Introdução maligno metástase

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM VOLEIBOL

Aula 2 Revisão 1. Ciclo de Vida. Processo de Desenvolvimento de SW. Processo de Desenvolvimento de SW. Processo de Desenvolvimento de SW

GABINETE DE SAÚDE E CONDIÇÃO FÍSICA

A Meta-Analytic Review of Psychosocial Interventions for Substance Use Disorders

O comportamento conjunto de duas variáveis quantitativas pode ser observado por meio de um gráfico, denominado diagrama de dispersão.

Mudanças demográficas e saúde no Brasil Dados disponíveis em 2008

MÉTODO AFFAC ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM FARMÁCIA CLÍNICA

Sessão 2: Gestão da Asma Sintomática. Melhorar o controlo da asma na comunidade.]

ESTRESSE OCUPACIONAL SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Data: 27/03/2014. NTRR 54/2014 a. Medicamento x Material Procedimento Cobertura

Hipertensão Arterial no idoso

Tecnologia de faixa para falha

fundação portuguesa de cardiologia Nº. 12 Dr. João Albuquerque e Castro REVISÃO CIENTÍFICA: [CIRURGIA VASCULAR DO CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL]

A NECESSIDADE DE UMA NOVA VISÃO DO PROJETO NOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL, FRENTE À NOVA REALIDADE DO SETOR EM BUSCA DA QUALIDADE

RECEPTORES SENSORIAIS

Exemplos de Exercícios da Cadeira Gestão de Projectos. Qualidade e Manutenção. Ano Lectivo 2006/2007

Atividade Física. A atividade física aumenta a sensibilidade à insulina e a capacidade de absorver os nutrientes.

Metadados. 1. Introdução. 2. O que são Metadados? 3. O Valor dos Metadados

IMPLANTAÇÃO DOS PILARES DA MPT NO DESEMPENHO OPERACIONAL EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE COSMÉTICOS. XV INIC / XI EPG - UNIVAP 2011

Prof. Msc. Fernando Oliveira Boechat

Termos e Condições Gerais de Vendas

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO AERÓBIO

O Consumo de Tabaco no Brasil. Equipe LENAD: Ronaldo Laranjeira Clarice Sandi Madruga Ilana Pinsky Ana Cecília Marques Sandro Mitsuhiro

INTERATIVIDADE FINAL EDUCAÇÃO FÍSICA CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA AULA. Conteúdo: Atividade física e prevenção às drogas.

Transcrição:

Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu Educação Física RESPOSTAS CARDIOVASCULARES E AUTÔNOMICAS AGUDAS AO TESTE DE ESTRESSE MENTAL E AO TESTE DE ESFORÇO EM TABAGISTAS. AUTOR: JEFFERSON AGUILERA PADILHA ORIENTADOR: PROF. DR. ROGÉRIO BRANDÃO WICHI SÃO PAULO SP 2010

Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu Educação Física RESPOSTAS CARDIOVASCULARES E AUTÔNOMICAS AGUDAS AO TESTE DE ESTRESSE MENTAL E AO TESTE DE ESFORÇO EM TABAGISTAS. JEFFERSON AGUILERA PADILHA Dissertação apresentada à Faculdade de Educação Física da Universidade São Judas Tadeu, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação Física, sob orientação do Prof. Dr. Rogério Brandão Wichi. SÃO PAULO SP 2010

Padilha, Jefferson Aguilera Respostas cardiovasculares e autonômicas agudas ao teste de estresse mental e ao teste de esforço em tabagistas / Jefferson Aguilera Padilha. - São Paulo, 2010. 89 f. : il., tabs.; 30 cm. Orientador: Rogério Brandão Wichi Dissertação (mestrado) Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2010. 1. Exercícios físicos - aspectos psicológicos 2. Sistema cardiovascular 3. Fumo 4. Saúde mental I. Wichi, Rogério Brandão II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título CDD 613.71 Ficha catalográfica: - CRB 8/6878

DEDICATÓRIA Dedico a minha mãe, Maria Aparecida Aguilera Padilha, pelo apoio nos momentos de dificuldade, pela compreensão, pela ajuda sempre quando solicitada prontamente atendia. Dedico a meu pai, Milton Sanches Padilha (in memorian), acredito que, ele deve estar muito feliz, pois a vontade era que seus filhos estudassem, pois bem ai está o resultado. Dedico também a meus irmãos Marcos Aguilera Padilha e Julio César Aguilera que mesmo com alegrias, realizações, brigas e conflitos já estão presentes em minha vida e colaborando para que tudo aconteça. E finalmente, a DEUS pela oportunidade e pelo privilégio que nos foram dados em compartilhar tamanha experiência e, ao freqüentar este curso, perceber e atentar para a relevância de temas que não faziam parte, em profundidade, das nossas vidas.

AGRADECIMENTOS Dedico aos meus amigos: Todos os companheiros de laboratório e grupo de mestrado que se formou para iniciarmos as atividades, que de diversas formas contribuíram para a que tudo isto acontecesse. Ao professor Rogério Brandão Wichi que acreditou em mim nesta dissertação de mestrado, acredito que em vários momentos nós pensamos em desistir, porém superamos os problemas e estamos finalizando juntos esta etapa.

SUMÁRIO Lista de tabelas Lista de abreviaturas Resumo Abstract 1. INTRODUÇÃO... 1 2. OBJETIVOS... 4 2.1. Objetivo Geral... 4 2.2. Objetivo Específico... 4 3. Justificativa... 5 4. Revisão de Literatura... 6 4.1 Consumo de Tabaco e suas Consequências sobre a Saúde... 6 4.2. O Sistema Nervoso Autônomo e o Controle sobre o Coração... 8 4.3. O Tabaco e o Sistema Cardiovascular... 10 4.4. Respostas Agudas do Sistema Cardiovascular ao Exercício Físico e ao Teste de Esforço... 12 5. Procedimento Metodológicos... 19 5.1. Métodos... 15 5.2. Amostra... 15 5.3. Critérios de Inclusão... 15 5.4. Critérios de Exclusão... 16 5.5. Aspectos Éticos... 16 5.5.1. Anamnese... 17 5.5.2. Avaliação Antropométrica e Composição Corporal... 17 5.5.3. Nível de Atividade Física e Capacidade Aeróbica... 18 6. Sequência Experimental... 18

6.1. Teste de Esforço... 19 6.1.1. Medidas Hemodinâmicas... 20 6.2. Variablidade da Frequência Cardíaca... 21 6.3. Análise dos Dados... 21 6.4. Relação Risco Benefício... 22 6.5. Viabilidade do Estudo... 23 7. Resultados... 24 7.1. Características Gerais da Amostra... 24 7.2. Descrição dos Resultados do Teste de Estresse Mental... 24 7.3. Descrição dos Resultados do Teste de Esforço... 33 8. Discussão... 42 8.1. Análise Hemodinâmica... 42 8.2 Análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca... 46 9. Considerações Finais... 51 10. Referências Bibliográficas... 52 11. Anexos

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Frequência cardíaca (bpm) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental, dos grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...25 Tabela 2: Pressão Arterial Sistólica (PAS) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...26 Tabela 3: Pressão Arterial Diastólica (PAD) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...27 Tabela 4: VAR RR dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental de grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...28 Tabela 5: SDNN dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...29 Tabela 6: RMSSD dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental dos grupos controle, baixa dependência (BD), média

dependência (MD) e alta dependência grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...30 Tabela 7: LF (nu) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...31 Tabela 8: HF (nu) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)... 32 Tabela 9: Frequência cardíaca (bpm) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo dos grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...34 Tabela 10: Pressão Arterial Sistólica (PAS) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD...35 Tabela 11: Pressão Arterial Diastólica (PAD) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...36 Tabela 12: VAR RR dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...37

Tabela 13: SDNN dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...38 Tabela 14: RMSSD dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...39 Tabela 15: LF (nu) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)... 40 Tabela 16: HF (nu) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de esforço físico progressivo grupos controle, baixa dependência (BD), média dependência (MD) e alta dependência (AD)...41

LISTA DE ABREVIATURA OMS DCV PA FC DP PAD INCA SUS SNA VFC IMC TEM AF BF MBF AD MD BD PAS PAD SDNN RMSSD PNN50 LF HF ANOVA EPM Organização mundial da Saude Doença cardio vascular Pressão Arterial Frequencia Cardíaca Duplo Produto Pressão Arterial Diastólica Instituto Nacional do Cancer Sistema Único de Saúde Sistema Nervoso Autônomo Variabilidade da Frequencia Cardíaca Indice de Massa Corporal Teste de Estresse Mental Alta Frequência Baixa Frequência Muito Baixa Frequência Alta Dependência Média Dependência Baixa Dependência Pressão Arterial Siatólica Pressão Arterial Diastólica Desvio padrão de todos os intervalos de pulso normais Raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre os intervalos R-R normais sucessivos Percentagem de intervalos RR adjacentes com diferença de duração Banda de baixa freqüência Banda de alta freqüência Teste de análise de variância Erro Padrão Médio

RESUMO O hábito de consumir tabaco industrializado é relativamente recente para a maioria dos povos do mundo. Estudos demonstram que o consumo desta substância traz prejuízos para diversos tecidos e sistemas do corpo humano, sendo fortemente associado com disfunções cardiovasculares e prejuízos sobre parâmetros de controle autonômico cardíaco. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar em indivíduos tabagistas os parâmetros hemodinâmicos e o controle autonômico cardíaco em repouso e em resposta a um teste de estresse mental e a um teste de esforço físico. A amostra foi composta por 43 sujeitos, com idade entre 18 e 30 anos, sedentários, distribuídos em quatro grupos: grupo controle (C, n=12), grupo baixa dependência (BD, n=12), grupo média dependência (MD, n=11) e grupo alta dependência (AD, n=8). O protocolo executado foi composto por duas fases: 15 minutos de repouso, seguido de teste de estresse mental e período de recuperação de 15 minutos. Após este teste colocava-se o sujeito em repouso novamente por 15 minutos, seguido de teste de esforço em bicicleta ergométrica e período de recuperação de 30 minutos. Freqüência cardíaca (FC), pressão arterial (PAD), índices de variabilidade da freqüência cardíaca (VAR RR e SDNN), de modulação parassimpática (RMSSD e HF) e simpática (LF) foram avaliadas no repouso, ao final e na recuperação dos testes. Durante o período de repouso foi observado que o grupo AD apresentou aumento nos valores de FC basal em relação ao grupo controle. Ao final do teste de estresse mental e do teste de esforço os grupos AD e MD apresentaram redução na variabilidade da FC, através dos índices VAR RR e SDNN, em relação ao grupo controle. A modulação parassimpática, quando analisada através dos índices RMSSD e HF, apresentou-se reduzida nos grupos AD e MD durante a recuperação do teste de esforço. Neste mesmo período foi observado também que a modulação simpática, analisada através do índice LF, permaneceu aumentada nos grupos AD e MD. Assim, estes resultados demonstram que o tabagismo promove alterações hemodinâmicas e no controle autonômico cardíaco, sugerindo

o tabagismo como um fator de risco para eventos cardiovasculares, principalmente em atividade de maior esforço físico. Palavras Chaves: Exercício Físico, Aspectos Psicológicos, Sistema Cardiovascular, Fumo, Saúde Mental

ABSTRACT The habit of consuming tobacco industrialized is relatively recent for most people worldwide. Studies show that consumption of this substance causes damage to various tissues and body systems, and is strongly associated with cardiovascular disorders and damage of cardiovascular and cardiac autonomic control. Thus, the purpose of this study was to evaluate in smokers hemodynamic parameters and cardiac autonomic control at rest and in response to a mental stress test and a physical effort test. The sample consisted of 43 subjects, aged between 18 and 30 years who were sedentary, divided into four groups: control group (C, n = 12), low dependence group (LD, n = 12), medium dependency group (MD, n = 11) and high dependency group (HD, n = 8). The protocol was implemented consisting of two phases: fifteen minutes of rest, followed by mental stress test and recovery period of fifteen minutes. After this test the subject was placed at rest for fifteen minutes, followed by a physical effort test on a cycle ergometer and recovery period of thirty minutes. Heart rate (HR), blood pressure (BP), indexes of heart rate variability (VAR RR and SDNN), of parasympathetic modulation (RMSSD and HF) and sympathetic (LF) were assessed at basal, at the end and the recovery of tests. The HD group showed increases HR compared to control group at basal. The HD and MD groups had reduced HR variability, assess by VAR RR and SDNN indexes, at the end of mental stress test and at the physical effort test. The parasympathetic modulation, when viewed through the RMSSD and HF indexes, showed reduced in AD and MD groups during recovery from physical effort test. In the same period was also observed that sympathetic modulation, by asses of LF index, remained increased in groups AD and MD. Thus, these results demonstrate that smoking causes changes in hemodynamic and cardiac autonomic control, suggesting the smoke as risk factor for cardiovascular events, principally in activity of more effort.

Key Words: Physical Exercise, Psychological Aspects, Cardiovascular System, Smoke, Mental Health.

1 INTRODUÇÃO O ato de consumir tabaco industrializado é um hábito relativamente recente para a maioria dos povos do mundo. O consumo de tabaco é um hábito fortemente arraigado ao cotidiano de mais de um terço dos habitantes da Terra (HIAE, 2008). Segundo a Organização Mundial da Saúde OMS é a principal causa de morte evitável em todo o mundo e é considerado como um dos maiores desafios de saúde pública do mundo moderno (WHO, 2008). Ao redor do globo terrestre existem cerca de um bilhão e duzentos milhões de fumantes. Observa-se uma pequena redução no consumo pelo sexo masculino, enquanto no sexo feminino a tendência é de aumento de utilização desta substância (WHO, 1995). A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes, que se constitui de duas fases fundamentais: a fase particulada e a fase gasosa. Na fase gasosa é composta, entre outros, por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão. Essas substâncias tóxicas atuam sobre os mais diversos sistemas e órgãos e contêm em sua formulação mais de 60 componentes cancerígenos (INCA, 2002). O consumo destas substâncias, mas principalmente da nicotina, que é responsável pelo vício, determina o aumento da pressão arterial PA, da frequência cardíaca FC e do duplo produto DP (SYMONS, 1996; CARVALHO, 2000). Essas alterações estão associadas com um aumento do trabalho cardíaco de indivíduos tabagistas. Fumar apenas um cigarro pode elevar a freqüência cardíaca em cerca de 10 a 20 batimentos/minutos. Estudos demonstram que indivíduos não tabagistas quando fumam apresentam aumento de FC e da PA durante o repouso, revelando que apenas um cigarro pode agudamente elevar estes parâmetros hemodinâmicos, sugerindo alterações importantes sobre o sistema autonômico (BOLINDER, 1997). 1

Estudos demonstram que o aumento da PA e da FC em conseqüência do fumo tem sido atribuído à ativação do sistema nervoso simpático com liberação de noradrenalina e adrenalina (CRYER et al., 1976). Fumar resulta em aumento da atividade simpática que persiste nas 24 horas do dia (BENOWITZ et al., 2002; SHAHAR LAVI et al., 2007). Demonstrando que homens saudáveis fumantes apresentavam maior pressão arterial diastólica PAD e de FC na média de 24 horas na vigência do fumo do que quando foram privados por 5 dias de fumarem (BENOWITZ et al., 1997). O ato de fumar também afeta o desempenho físico, especificamente em exercícios aeróbios, alguns estudos demonstram que o consumo máximo de oxigênio e a capacidade aeróbia apresentam-se reduzidos em indivíduos fumantes nas diversas idades, (BERNAARDS, 2003). Os estudos das alterações hemodinâmicas conseqüentes do ato de fumar tem sido constante objeto de investigação, sendo que as alterações de PAD, FC e DP estão intimamente ligadas a alterações no controle autonômico. Sugerindo assim, prejuízo em parâmetros hemodinâmicos em repouso e em resposta ao exercício submáximo, os quais podem ser revertidos pela abstinência em curto prazo do uso do cigarro (PUREZA et al., 2007). Entende-se por disfunção autonômica cardíaca, ou desautonomia cardíaca, por um distúrbio funcional, de natureza primária ou secundária, resultante de alterações funcionais ou orgânicas localizados em um ou ambos os componentes do sistema nervoso autônomo, em qualquer de suas estruturas, vias aferentes, centros encefálicos, e vias eferentes. Este distúrbio representa importante condição fisiopatológica que possui importante significância na implicação clínica, terapêutica e prognóstica refletindo-se até mesmo sobre a morbi-mortalidade cardiovascular. O reconhecimento da disfunção autonômica cardíaca constitui-se em fator essencial para a compreensão e melhor 2

controle de muitas condições clínicas e funcionais que interferem sobre a inervação 1998). Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar parâmetros hemodinâmicos e autonômicos cardíaco em repouso, em resposta a um teste de estresse mental e a um teste de esforço e na recuperação em indivíduos tabagistas. 3

2. OBJETIVOS O objetivo geral do presente estudo foi avaliar em indivíduos tabagistas os parâmetros hemodinâmicos e o controle autonômico cardíaco em repouso e em resposta a um teste de estresse mental e a um teste de esforço físico. Os objetivos específicos do presente projeto foram avaliar em adultos jovens tabagistas antes e após os testes de estresse mental e o teste de esforço físico as seguintes variáveis: Frequência Cardíaca Pressão arterial sistólica e diastólica Variabilidade da frequência cardíaca (VAR RR e SDNN) Modulação Parassimpática (RMSSD e HF) Modulação Simpática (LF) 4

3 JUSTIFICATIVA O consumo de tabaco vem sendo diagnosticado de forma crescente na população, mesmo com tantas campanhas para prevenção de doenças resultantes do consumo de cigarros e aderência ao estilo de vida saudável. No Brasil, de cada cinco pessoas duas são fumantes. Este vício promove diversas alterações no organismo principalmente no sistema cardiorrespiratório. Apesar de diferentes estudos demonstrarem os efeitos do sistema cardiovascular em situação de repouso, são escassos estudos que avaliam os efeitos de tabagismo na variabilidade da freqüência cardíaca após um estímulo mental ou físico. Acreditamos que este estudo possa contribuir para demonstrar evidências do efeito do tabagismo sobre o sistema cardiovascular. 5

4 REVISÃO DE LITERATURA 4.1 Demonstra-se na literatura científica, que o consumo de tabaco é o fator de risco para o desenvolvimento de muitas doenças, principalmente as cardiovasculares e respiratórias. Sendo assim o uso do tabaco torna-se a causa mais importante e evitável de risco para a saúde no mundo desenvolvido, sendo uma causa importante de morte prematura (HIAE, 2008). Estudos epidemiológicos têm apresentado que o consumo de cigarros introduz enormes custos sócios econômicos originários do fardo da morbidade e mortalidade, incluindo recursos de saúde, ausência no trabalho, perda de produtividade e pagamento de auxílio doença. Estima-se que cerca da metade de todos os fumantes regulares irão eventualmente morrer por causa desse hábito e que um fumante de 25 anos com consumo elevado de cigarros pode esperar uma vida 25% mais curta comparada a um individuo não fumante (MENDELSON, 2005). Fumar cigarro é o fator de risco mais prevalente para muitas conseqüências negativas sobre a saúde. Tais como o câncer, as doenças pulmonares e problemas para o sistema cardiovascular (CHOI et al., 2008; KENFIELD et al., 2008). O tabagismo é considerado responsável por 36,2 milhões de anos potencias perdidos no globo terrestre. Nos Estados Unidos ocorreram 430.000 mortes por ano associadas ao tabagismo, sendo mais 40.000 mortes relacionadas ao consumo de cigarros principalmente doenças isquêmicas cardíacas, vasculares periféricas e cerebrais (WHO, 1995; CDC, 1995; MURRAY, 1999; TAPIA, 2000). Estudos recentes indicam que homens e mulheres com consumo elevado de tabaco apresentam risco aumentado em 90% nos casos de câncer de pulmão e está 6

ligado à origem de tumores malignos em oito órgãos (boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga, além do pulmão, colo do útero e esôfago). Dos seis tipos de câncer com maior índice de mortalidade no Brasil, metade (pulmão, colo de útero e esôfago) tem o cigarro como um de seus fatores de risco. Além das doenças coronarianas, outras doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, complicações da gravidez e doenças respiratórias nas crianças estão relacionadas ao consumo de cigarro (INCA, 2007; GIOVINNO, 2007). O tabaco é fator de risco predominante para doenças cerebrovasculares e a doença isquêmica cardíaca que representam uma das principais causas de morbidade, invalidez e mortalidade sendo a terceira e quarta causa de anos perdidos de vida potencial, (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Na Alemanha, cerca de 1850 mortes por doenças coronarianas estão associadas ao fumo passivo (HEUSCHMANN et al., 2007). As doenças cardiovasculares são a principal causa de internações hospitalares em Portugal. Estima-se que a hipertensão arterial decorrente do ato de fumar seja um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e cerebrovasculares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004; TABOADA, 2004). As projeções no Brasil são alarmantes, pois se trata do maior produtor e exportador de tabaco do mundo. As doenças cardiovasculares que possuem como fator de risco o cigarro aparecem em primeiro lugar entre as causas de morte no Brasil e representam quase um terço dos óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de 30 a 69 anos de idade, atingindo a população adulta em plena fase produtiva. No Sistema Único de Saúde SUS, essas doenças foram responsáveis, em 2002, por mais de 1,2 milhões de internações, representam 10,3% do total de internações e 17% dos gastos financeiros (GODOY et al., 2007). 7

4.2 O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E O CONTROLE SOBRE O CORAÇÃO. A constante influência reguladora exercida pelo sistema nervoso sobre o funcionamento de diversos órgãos, sistemas e aparelhos que integram o organismo, são essenciais para que o mesmo tenha seu equilíbrio fisiológico interno e exerça corretamente suas interações com o meio ambiente circundante. Este comportamento de regulação automático e involuntário é responsabilidade da divisão autonômica denominada de sistema nervoso autônomo SNA (JUNQUEIRA Jr. 1998). A porção do sistema nervoso que controla a maior parte das funções viscerais do corpo é chamada de sistema nervoso autônomo. Esse sistema ajuda a controlar a pressão arterial, a motilidade gastrointestinal, a secreção gastrointestinal, o esvaziamento urinário da bexiga, a sudorese, a temperatura do corpo e diversas outras atividades, algumas das quais são controladas quase inteiramente e algumas parcialmente pelo sistema nervoso autonômico, (GUYTON, 2002). Os ajustes autonômicos não são normalmente acessíveis à consciência por essa razão, esse sistema é freqüentemente chamado de sistema motor involuntário ou neurovegetativo. Esse sistema influência tônica e reflexamente a pressão arterial, resistência periférica, freqüência e o débito cardíaco (KAWAGUCHI et al., 2007). O SNA apresenta-se dividido em duas subdivisões importantes, chamadas de sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Não é possível generalizar para se explicar se a estimulação simpática ou parassimpática irá causar inibição ou excitação de determinado órgão, entretanto para se entender a função simpática ou parassimpática, deve-se esclarecer todas as funções separadas desses dois sistemas nervosos em cada órgão (GUYTON, 2002). 8

No coração a influência autonômica direta ou reflexa é exercida sobre todas as propriedades eletrofisiológicas do órgão, representadas pelo automatismo, condutibilidade, excitabilidade e contratilidade do miocárdio. Demonstrando assim o importante papel que o sistema nervoso autônomo tem sobre a fisiologia do coração e, por conseqüência, em muitos dos seus processos fisiopatológicos. O sistema nervoso simpático e o parassimpático se integram se de forma complexa, modulando o automatismo dos nódo sinusal e átrio ventricular, a condução do estímulo cardíaco pelo sistema condutor especializado, o limiar de excitabilidade das fibras atriais e ventriculares, e a contratilidade atrial e ventricular (JUNQUEIRA Jr., 1998). O coração é um órgão central na manutenção da homeostasia e para determiná-la recebe influências autonômicas. Este órgão possui ramos nervosos que integram as subdivisões simpática e parassimpática que se originam de diferentes estruturas situadas em todos os níveis do sistema nervoso central, o controle neuro-autonômico do sistema cardiovascular em particular do coração, representa importante papel homeostático orgânico refletindo a extraordinária capacidade de variar a relação de batimento a batimento da freqüência cardíaca instantânea (JUNQUEIRA Jr. 1998; KAWAGUCHI et al., 2007). As variações dos intervalos R-R estão na dependência de moduladores biológicos, como do SNA, através da atividade dos sistemas simpático e parassimpático. Essas variações constituem o que chamamos de variabilidade da freqüência cardíaca VFC, em que o objetivo é medir a variação entre cada batimento sinusal sucessivo. Esta técnica tem sido utilizada como meio não-invasivo de avaliação do controle neural sobre o coração (KAWAGUCHI, 2007). Assim, o adequado equilíbrio vago-simpático é fundamental para a estabilidade elétrica do miocárdio. Em conseqüência, modificações relativas ou absolutas, 9

transitórias ou permanentes, de natureza fisiológica ou patológica, do equilíbrio autonômico, são potencialmente capazes de induzir instabilidade elétrica e arritmias de vários tipos e de amplo espectro de gravidade, na dependência do grau e do sentido destas modificações em combinação com os substratos patológicos ou funcionais vigentes no coração, sobre os quais se processam (JUNQUEIRA Jr., 1998). 4.3 O TABACO E O SISTEMA CARDIOVASCULAR. O consumo de cigarro em longo prazo é o principal fator de risco e independente para a morbidade e mortalidade cardiovascular. Os estudos anteriores sugerem que os consumidores crônicos têm uma freqüência cardíaca e pressão arterial mais elevada quando comparada a não fumantes (KARAKAYA et al., 2007). Segundo indícios, ocorre uma hiperatividade do sistema nervoso simpático, demonstrando que o fumo de cigarro agudo, já promove o aumento de catecolaminas no plasma sanguíneo e conseqüentemente o aumento na pressão sanguínea e na frequência cardíaca (HILL, 1974). O consumo de cigarros, crônico e agudo, é um forte ativador simpático, é aterogênico e inibidor da prostaciclina. Fumantes crônicos, incluindo fumantes passivos, apresentam disfunção da capacidade dilatadora do endotélio das artérias e das estruturas microvasculares, (CELERMANJER, 1996). Segundo KARAKAYA et al. (2007) observou-se que o consumo de cigarro de forma aguda, promove alterações nos parâmetros da VFC, em particular sobre os primeiros 5 a 10 minutos depois de fumar um cigarro. Esses dados sugerem que o fumo de cigarro modifica imediatamente a regulação autônoma cardiovascular, que pode predispor os indivíduos a complicações cardiovasculares, (LUCINI et al., 1996). Segundo HAYANO et al. (1990) quando fumantes de alto grau de dependência, moderados e não fumantes foram 10

submetidos a um teste de respiração controlada, demonstrou que os de grau de dependência elevado possuíam uma redução do controle vagal sobre o coração sugerindo diminuição da taxa de VFC entre os fumantes com alta dependência. Estudos demonstram que a disfunção endotelial esta intimamente ligada ao consumo de tabaco que é mediada em parte pelo reforço da formação de radicais livres O fumo de cigarro produz espécies de oxigênio reativo, gerando estresse oxidativo. O organismo sob ação da nicotina é mais suscetível a estas espécies reativas de oxigênio que podem participar no processo da arteriosclerose. Nos fumantes observaram-se maiores áreas de lesões aórticas lípido-ricas do que em indivíduos que não fumaram (CATANZARO, et al., 2007, ZAK et al., 2008). Isso sugere que fumar possa acelerar o processo de arteriosclerose aumentando o esforço oxidativo em função da nicotina. Interromper o tabagismo de indivíduos com doença cardiovascular aterosclerótica é desafio da maior grandeza. Apesar da redução de 50% da morbidade e da mortalidade por doença cardiovascular após a cessação do tabagismo, parte da população apresenta dificuldade em parar de fumar. A demora pela cessação do consumo de tabaco gera aumento nas lesões vasculares, que proporciona um fator significativo na doença cardiovascular (ISSA et al., 2007). O mecanismo pelo qual o tabagismo pode contribuir para o desenvolvimento de eventos significativos de doença arterial coronariana não é plenamente explorado, mas pode-se dizer que estão relacionados com a indução de disfunção endotelial por conseqüência de um aumento dos radicais livres. 11

4.4 RESPOSTAS AGUDAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR AO EXERCÍCIO E AO TESTE DE ESFORÇO. Atualmente, um tema extremamente em voga é a atividade física, seus efeitos benéficos e maléficos, indicações, aplicações, entre outros. Sabe-se que, se prescrita de modo adequado, pode trazer vários benefícios que facilitam a obtenção de saúde e qualidade de vida (ACSM, 2003). Ainda que sua importância esteja sendo extremamente comentada, segundo pesquisas epidemiológicas, as doenças do estilo de vida são responsáveis por mais da metade do total de mortes da atualidade. Nos dias atuais existe utilização do treinamento físico como forma alternativa não farmacológica para o tratamento e atenuação de patologias, sendo o treinamento físico benéfico para melhora do perfil lipídico (WEGGE et al., 2004), melhora no fluxo sangüíneo (ROVEDA et al., 2003), diminuição e manutenção do peso corporal (IRIGOYEN et al., 1991), trás benefícios em anormalidades metabólicas, diminuição do estresse oxidativo (LIMA et al., 2007), altera a relação de resistência a insulina, promove uma diminuição na freqüência cardíaca de repouso (IRIGOYEN et al., 2003) apresenta melhora do balanço autonômico cardiovascular e melhora da sensibilidade barorreflexa (IRIGOYEN et al., 2003). Essas respostas são em relação ao treinamento físico, mas quais seriam as alterações agudas promovidas pelo exercício físico. Caracteriza-se por exercício físico uma situação que promove a retirada do organismo de sua homeostase, pois implica no aumento instantâneo da demanda energética da musculatura exercitada e, conseqüentemente, do organismo como um todo. Assim para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações biológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função cardiovascular ao exercício (BRUM et al., 2004). 12

Deve-se salientar que a magnitude da resposta cardiovascular depende das características do exercício executado, ou seja, o tipo, a intensidade, a duração e a massa muscular envolvida. Com relação ao tipo de exercício podemos enumerar em dois grandes grupos principais: exercícios dinâmicos ou isotônicos e estáticos ou isométricos sendo que cada um desses exercícios implica em respostas cardiovasculares distintas (FORJAZ & TINUCCI, 2000). Nos exercícios dinâmicos, como as contrações musculares são seguidas de movimentos articulares, não existe a obstrução mecânica do fluxo sanguíneo, desse modo neste tipo de exercício, também se observa o aumento da atividade simpática, que é desencadeada pela ativação de comando central, mecanorreceptores musculares e, dependendo da intensidade do exercício metaborreceptores musculares (FORJAZ & TINUCCI, 2000). Em resposta ao aumento da atividade simpática, observa-se aumento da freqüência cardíaca, do volume sistólico e do débito cardíaco. Além disso, a produção de metabólitos musculares promove vasodilatação na musculatura ativa, gerando redução da resistência vascular periférica. Dessa forma, durante os exercícios dinâmicos observa-se aumento da pressão arterial sistólica e manutenção ou redução da diastólica (FORJAZ et al., 1998). O teste de esforço ou teste ergométrico é o registro da atividade elétrica do coração durante o esforço físico. Além dos achados do eletrocardiograma durante o esforço, este teste permite ainda avaliar o comportamento da pressão arterial, os sintomas do paciente e a sua aptidão física. Em relação às doenças cardiovasculares, o teste de esforço é utilizado para o diagnóstico, avaliação do tratamento ou estimativa de complicações futuras (prognóstico). Na grande maioria dos casos, o teste de esforço é realizado com esteira, no entanto, a bicicleta também pode ser utilizada. 13

O teste ergométrico TE convencional, com interpretação do eletrocardiograma, apresenta-se como um método valioso para detectar modificações entre a disponibilidade e a necessidade de oxigênio pelo miocárdio, avaliar arritmias e o comportamento da pressão arterial com ou sem o uso de medicamentos. Porém, muitas questões da função cardiovascular e respiratória ficam sem resposta diante de uma avaliação pelo TE. O diagnóstico e avaliação de insuficiência cardíaca em uma extremidade, e a real capacidade funcional de atletas em outro, é de interesse do clínico e de profissionais especializados na caracterização da etiopatogenia e do desempenho nos casos em estudo (YAZBEK Jr., et al.,1998). A interpretação moderna do teste de esforço e as implicações para a tomada de decisão sobre o tipo de terapêutica a ser empregado baseiam-se na análise multifatorial, que compreende a avaliaçäo das respostas clínicas, hemodinâmicas e eletrocardiográficas frente ao esforço. As modificações eletrocardiográficas relacionadas à isquemia que ocorrem durante a realização do teste são expressas nos segmentos Ta, ST e onda T, sendo difícil, por vezes, a diferenciação com outras condições que podem mimetizar os padrões morfológicos. Assim, torna-se necessária a avaliação adicional e conjunta dos outros parâmetros clínicos, durante o exercício e mesmo até a utilização de escores diagnósticos, na caracterização da probabilidade pósteste de doença coronária, de fundamental importância no processo da decisão clínica, (CHALELA, 2002). 14

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 5.1 Métodos Este estudo caracteriza-se em ser uma pesquisa direta, quantitativa, utilizando o método experimental, pois analisou os efeitos do exercício físico sobre as variáveis relacionadas com o objeto de estudo (MATTOS et al, 2004). 5.2 Amostra A amostra foi constituída de 43 sujeitos, sendo estes sujeitos divididos em quatro grupos. Os grupos foram designados como: Não tabagistas (controle, 12), grupo tabagista baixa dependência (BD,12), grupo tabagista média dependência (MD, 11) e grupo tabagistas alta dependência (AD, 8). Para a classificação de níveis de dependência foi utilizado o questionário de Fagerstrom, Anexo 3. 5.3 Critérios de Inclusão a. Sexo: masculino. b. Composição corporal realizada através do método de bioimpedância e dobras cutâneas, para identificação de indivíduos com peso normal. c. Estar enquadrado no nível de consumo de tabaco classificado como baixa, média e alta dependência através da escala de Fargestrom. d. Foi utilizado o índice de massa corporal (IMC) para critérios de classificação em indivíduos com peso normal. 15

e. Nível de atividade física Foram incluídos na amostra indivíduos considerados sedentários segundo o questionário IPAC. f. Disponibilidade para participar de todas as etapas da pesquisa. 5.4 Critérios de Exclusão a. Ingerir algum medicamento que possa comprometer as respostas metabólicas e cardiovasculares. b. Possuir alguma patologia que interfira na coleta dos dados como Diabetes, Hipertensão. c. Apresentar contra-indicação para exercício aeróbio, como eventuais limitações cardiovasculares, musculares, óssea ou problemas ortopédicos. 5.5 Aspectos Éticos O referido estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (027/2009). O consentimento para a participação no estudo foi entregue pelos pesquisadores aos indivíduos, que foram informados de todos os procedimentos e retornado-o para o pesquisador devidamente assinado. Ao final das análises, os sujeitos receberam um relatório dos procedimentos executados e seus respectivos resultados. O consentimento para a participação no estudo foi obtido através da assinatura do termo consentimento livre e esclarecido, onde os mesmos foram informados de todos os procedimentos. A Universidade São Judas Tadeu é dotada de ambulatório médico, para eventuais emergências. Ao final de todas as coletas, os indivíduos receberam um 16

relatório dos procedimentos executados e seus respectivos resultados. Avaliação inicial para aplicação dos critérios de inclusão/exclusão, que consistirá de: 5.5.1 Anamnese foi realizado o auto preenchimento de uma anamnese contendo os dados pessoais, dados familiares e possíveis fatores de risco para saúde e exercício. O questionário encontra-se no anexo 2. 5.5.2 Avaliação antropométrica e composição corporal - A análise da composição corporal foi realizada por um profissional habilitado e foi composta por: a. Estatura (m) estadiômetro marca filizola. b. balança filizola. c. Índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir do peso (kg) / estatura² (m). Para determinação da classe que o individuo está inserido. d. A bioimpedância é um método não invasivo, rápido, com boa sensibilidade, indolor, relativamente preciso, usado para avaliar a composição corpórea, baseado na passagem de uma corrente elétrica de baixa amplitude (500 a 800 ma) e de alta frequência (50 khz), e que permite mensurar os componentes resistência R, reatância Xc, impedância Z e ângulo de fase. O conjunto de procedimentos necessários são: suspender o uso de medicamentos diuréticos de 24 horas a 7 dias antes do teste; estar em jejum de pelo menos 4 horas; estar em abstinência alcoólica a 48 horas; evitar o consumo de cafeína 24 horas antes do teste; não ter praticado atividade física intensa nas últimas 24 horas; urinar pelo menos 30 minutos antes da medida; permanecer pelo menos 5-10 minutos de repouso absoluto em posição de decúbito dorsal antes de efetuar a medida. 17

5.5.3 Nível de atividade física e capacidade aeróbica Gasto energético diário - A estimativa do gasto energético diário tem aplicabilidade em vários campos de estudos como, determinação de dietas para redução de peso, estudos de fatores de risco para doenças e determinação do estilo de vida sedentário. No nosso estudo, utilizamos o questionário internacional de atividade física IPAC. O questionário está disponível no anexo 4. 6 Seqüência Experimental Foi realizado um teste de estresse mental (Word Color Test, Stroop Test). Antes da realização do teste de estresse mental, o intervalo R-R foi registrado durante 15 minutos nos indivíduos em repouso. O Stroop Test é um teste no qual o indivíduo deve dizer em voz alta, e o mais rápido possível, as cores que as palavras estão escritas independente de qual palavra esteja escrita (FALASHI et al., 2003). O teste consiste em três fases, com grau progressivo de dificuldade e foi executado durante 3 minutos, nos quais a monitorização da frequência cardíaca FC foi contínua. Ao final do teste de estresse mental a FC foi gravada por mais 15 minutos. A PA foi medida 4 vezes, no período basal, 1 vez no 3º minuto do teste de estresse mental e, 1 vez no 5º e 15º minuto da recuperação pelo método auscultatório (Figura 1). 18

Monitoramento contínuo do intervalo RR PA PA PA Repouso 15 min. TEM 3 min. Recuperação 15 min. 1º estresse 2º estresse 3º estresse (TEM). Figura 1: Esquema do protocolo realizado para avaliação do estresse mental 6.1 Teste de esforço Foi executado um teste de esforço com os sujeitos, sendo que este teste foi composto de período de repouso (15 minutos), onde a PA, FC e a variabilidade da frequência cardíaca foram monitoradas. Após este período dava-se o início do teste onde o sujeito deveria pedalar em uma bicicleta a uma velocidade constate de 30km/h. Sendo a cada 60 segundos ocorria um incremento de carga de 0,25 Kp. A PA, FC e variabilidade da FC foram monitoradas durante todo o teste esforço. Os testes foram realizados em bicicleta ergométrica modelo CIBEX THE BIKE. Antes de iniciar o teste, foi treinado com o sujeito um sinal para interromper o teste a qualquer momento. Foi utilizada a escala de Borg para avaliar a percepção do esforço durante o teste. Os 19

sujeitos iniciaram o teste pedalando na bicicleta acima descrita contra uma carga préestabelecida, mantendo 30km/h, o incremento em watts foi executado a cada minuto até atingir a FC submáxima predita, sendo a duração do teste de 8 a 12 minutos. A monitoração da frequência cardíaca, foi executada durante todo o teste através de uma fita Polar presa no tronco do sujeito e de um sensor que envia os dados para o programa. Foi executada a ausculta da PAS/PAD através do equipamento esfignomanômetro marca Sanny antes, durante e na recuperação do teste, até a pressão arterial atingir os valores de repouso, até o tempo máximo de recuperação de 30 minutos. 6.1.1 Medidas Hemodinâmicas: Os parâmetros hemodinâmicos avaliados foram a PA e a FC. Os aparelhos utilizados como padrão de referência para a medida da PA neste estudo, foram previamente inspecionados pelo INMETRO e foram devidamente calibrados. A pressão arterial foi avaliada pelo método auscultatório através do uso de esfignomanômetro aneróide de manguito da marca Missouri. O estetoscópio em perfeita condição para medida da PA. Todas as medidas hemodinâmicas foram realizadas por um mesmo avaliador e em conformidade com as orientações da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (1998) e IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2004) para as medidas em repouso e em conformidade com as orientações do American College Sports Medicine (2003) para a verificação da PA e FC durante exercício. A FC foi determinada através da utilização de um frequencímetro da marca Polar modelo S810. A PA e a FC foram monitoradas no período de repouso, execução do teste e no período de recuperação do teste. 20

6.2 Variabilidade da Frequência Cardíaca: A VFC foi obtida através do registro do intervalo R-R (IP, ms) durante o repouso, durante o teste de estresse mental e teste de esforço e no período de recuperação dos dois testes. Este procedimento foi realizado através da utilização de um frequencímetro da marca Polar modelo S810. Diversos estudos têm empregado tal instrumento para o estudo da VFC no domínio do tempo e da freqüência (SOARES et al., 2005, BRUNETTO et al., 2005). BRUNETTO et al. (2005) estudou a VFC no domínio do tempo e da freqüência em adolescentes obesos e não-obesos submetidos a inclinação da mesa de tilt a 70º. Este método foi validado através da comparação com a eletrocardiografia padrão (LOIMALA et al., 1999). O cinto transmissor detecta o sinal eletrocardiográfico batimento-a-batimento e o transmite através de uma onda eletromagnética para o receptor de pulso Polar, onde essa informação é digitalizada, exibida e arquivada. Esse sistema detecta a despolarização ventricular, correspondente à onda R do eletrocardiograma, com uma freqüência de amostragem de 500 HZ e uma resolução temporal de 1 ms (RUHA et al., 1997). Os arquivos de registro foram transferidos para o Polar Precision Performance Software através da Interface Infrared, ou IrDA, que permite a troca bidirecional de dados de exercício com um microcomputador para posterior análise da variabilidade do intervalo de pulso cardíaco nas diferentes situações registradas. Após aquisição e armazenamento dos dados no computador os intervalos R-R (IP) provenientes do frequencímetro foram convertidos e armazenados em arquivos Excel, utilizados posteriormente para análise da VFC. Foi realizada uma verificação por inspeção visual, para identificar e/ou corrigir alguma marcação não correta. Em seguida foi gerada a série temporal de cada sinal a ser estudado, no caso, o intervalo de pulso cardíaco (tacograma). As variâncias das séries de IP foram avaliadas no domínio do tempo e no domínio da freqüência (MALLIANI et 21

al., 1996). O espectro de cada segmento foi calculado (LEVINSON-DURBIN) e a ordem do modelo foi escolhida de acordo com o critério de Akaike. A análise da VFC no domínio do tempo pode fornecer índices de variabilidade total VAR RR, o desvio padrão dos intervalos de pulso normais SDNN e ainda, expressando modulação vagal, como o cálculo da raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes RMSSD, expressa em milessegundos (TASK FORCE, 1996). A análise da VFC no domínio da freqüência pode fornecer índices de modulação simpática LF e parassimpática HF (TASK FORCE, 1996). Para tal, foi utilizado o método transformada rápida de Fourier (FFT) para análise da potência espectral que foi integrada em três faixas de freqüência de interesse: altas freqüências HF entre 0,15 e 0,4 Hz; baixas freqüências LF entre 0,03 e 0,15 Hz e muito baixas freqüências VLF menores que 0,03 Hz. A análise espectral da respiração foi utilizada como padrão de controle, para delimitação das bandas de freqüências. Como a respiração trabalha na banda de HF (0.2Hz), essa informação é importante para que o sinal respiratório não influencie o componente simpático, presente na banda de HF (SOARES et al., 2005). 6.3. Análise dos dados Os resultados foram apresentados como média ± erro padrão das médias. Teste de análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas seguido de post-hoc Tukey considerados significativos. 6.4. Relação risco-benefício 22

No âmbito benefícios, da prevenção de patologias e saúde pública: aprofundamento teórico dos benefícios do exercício aeróbio em tabagistas e sua utilização como forma de prevenir os efeitos deletérios do consumo de tabaco sobre a função autonômica. No âmbito risco: mal-estar, desmaio ou mal súbito. 6.5. Viabilidade do estudo O presente projeto foi realizado no Laboratório do Movimento Humano que conta hoje com o espaço físico e os equipamentos (Dinamômetro Isocinético, Frequencímetros Polar S810, esfignomanômetro e estetos, aparelho de bioimpedância, aparelhos de medida de lactato, glicemia, triglicérides e colesterol total, centrífugas, freezers e computadores com software de análises de sinais biológicos e estatísticos) e recursos financeiros necessários para a correta execução da pesquisa. 23

7. RESULTADOS 7.1 Características Gerais da Amostra CONTROLE BD MD AD Peso (KG) 75 ± 3,2 72 ± 4,5 71 ± 2,8 73 ± 3,3 Estatura (M) 178 ± 3,8 177 ± 4,1 175 ± 3,1 172 ± 2,2 IMC (KG/M²) 23,73 23,03 23,2 24,74 Perc. de Gordura (%) 18,53 16,27 19,14 16,07 Bioimpedância (%) 16,4 17,05 18,6 17,8 7.1.2 Descrição dos resultados do teste de estresse mental A tabela 1 demonstra os valores de FC em resposta ao teste de estresse mental e a recuperação do teste. No momento de repouso foi observado que a FC do grupo AD foi maior quando comparada ao grupo controle e ao grupo BD, sem diferença com os demais grupos. Não houve diferença entre os grupos BD e MD com o grupo controle. Ao final do teste foi verificada maior FC em todos os grupos quando comparado ao repouso. Neste momento o grupo MD apresentou FC maior quando comparada ao grupo controle e ao grupo BD. Durante este momento o grupo AD apresentou maior FC quando comparada ao repouso, ao grupo controle e ao grupo BD. Na recuperação foi observado que a FC do grupo controle retornou aos valores de repouso nos primeiros três minutos. No grupo BD a FC permaneceu elevada em relação ao controle até o terceiro minuto da recuperação. Em relação ao grupo MD foi observado que a FC somente retornou a valores de repouso após o terceiro minuto de recuperação do teste. Em comparação ao grupo controle a FC permaneceu elevada até o terceiro minuto de recuperação. No grupo AD a FC retornou aos valores de repouso somente após o quarto minuto da recuperação do teste. Embora a FC tenha retornado ao valor de repouso após 24

cinco minutos, foi verificado que ela permaneceu elevada em relação ao grupo controle até o quinto minuto. Tabela 1 Frequência cardíaca (bpm) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental. Controle BD MD AD Repouso 77 + 1 79 + 1 91 + 0,8 99 + 1 # Teste de estresse 83 + 1* 84 + 1,4* 98 + 1,1*# 107 + 1,6*# Recuperação 1 83 + 0,8* 85 + 1,4* 98 + 0,9*# 106 + 1,3*# Recuperação 2 82 + 1* 85 + 1,5* 97 + 0,9*# 103 + 1,6*# Recuperação 3 77 + 0,9 83 + 1,5* 97 + 0,7*# 102 + 1,2*# Recuperação 4 81 + 1 83 + 1,4 95 + 0,7# 101 + 1,3# Recuperação 5 80 + 1 82 + 1,5 94 + 0,8# 100 + 1,3# Dados representam média + EPM. Análise de variância (ANOVA) seguido de post-hoc Tuckey foi aplicado para análise dos dados. Valores de p<0,05 foram considerados significativos. *p<0.05 vs. Repouso, #p<0.05 vs. Controle, p<0.05 vs. BD. 25

A tabela 2 apresenta os valores de PAS em resposta ao teste de estresse mental e a recuperação do teste. No momento de repouso foi observado que não houve diferença entre os grupos AD, MD e BD com o grupo controle. Ao final do teste de estresse mental foi verificada uma maior PAS em todos os grupos quando comparado ao repouso. Na recuperação foi verificada uma maior PAS em todos os grupos, sendo que seus valores permaneceram elevados durantes os cinco minutos de recuperação. Tabela 2 Pressão Arterial Sistólica (PAS) dos grupos controle, Baixa dependência (BD), Média dependência (MD) e Alta dependência (AD), antes, durante e recuperação de um teste de estresse mental. Controle BD MD AD Repouso 118 + 2,1 125 + 2,2 132 + 2,7 138 + 2,7 Teste de estresse 126 + 2,4* 133 + 2* 142 + 2,5* 150 + 2,8* Recuperação 1 144 + 2* 139 + 2,2* 142 + 2,5* 150 + 2,9* Recuperação 2 141 + 1,3* 137 + 2,4* 140 + 2,3* 148 + 3* Recuperação 3 137 + 1,3* 133 + 2,2* 140 + 2,3* 146 + 2,6* Recuperação 4 133 + 1,6* 132 + 2,3* 138 + 2,1* 145 + 2,7* Recuperação 5 129 + 1,6* 130 + 2* 136 + 2* 144 + 3* Dados representam média + EPM. Análise de variância (ANOVA) seguido de post-hoc Tukey foi aplicado para análise de dados. Valores de p>0,05 foram considerados significativos. *p<0.05 vs. Repouso. 26