PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ELETROCARDIOGRAMA
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- Cíntia Guterres Fontes
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1 UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA da REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM PROFESSORA: TÂNIA MARIA ASCARI PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ELETROCARDIOGRAMA O eletrocardiograma é o registro da atividade elétrica do coração. Consiste no registro gráfico dos impulsos elétricos do coração, que são transmitidos para a superfície do corpo e que podem ser detectados através de eletrodos. Nas unidades de cuidados intensivos, o paciente está submetido a monitorização contínua do seu eletrocardiograma, não só para controle das arritmias que apresenta, como para poder detectar as suas complicações. INDICAÇÕES DO ECG: Infarto Agudo do Miocárdio - IAM; Arritmias Cardíacas; No paciente com dor torácica para identificar isquemia; Pré-operatório Risco cirúrgico; Confirmar diagnóstico de angina; Distúrbios eletrolíticos. Vantagens do ECG: - Não é invasivo - Rápido - Baixo custo - Fornece grande número de informações. Os eletrodos são elementos adesivos que se colocam no tórax do paciente. Representam as derivações dos membros e, por intermédio de um cabo, conectamse ao monitor. Neste pode selecionar-se qual a derivação mais apropriada à patologia do paciente que se pretende observar. Os aparelhos de ECG se compõe de 12 derivações separadas, sendo 06 precordiais e 06 periféricas. Para obtenção das derivações periféricas, colocam-se os 1
2 eletrodos sobre os braços e pernas, e para as derivações precordiais acrescenta-se um eletrodo de sucção em seis diferentes posições sobre o tórax. DIAGRAMA DO SISTEMA DE CONDUÇÃO O ECG é um registro do estímulo elétrico que origina a contração do músculo cardíaco. Cada ciclo cardíaco se inicia com uma descarga partindo do nó sinusal ou nó sino-atrial (1). O impulso ativador se propaga através do músculo de ambos os átrios gerando a sua contração e produzindo a onda P. Os impulsos chegam junto ao nó atrioventricular (2), que é a única via de comunicação entre os átrios e ventrículos. Aqui se produz um retardo durante um curto espaço de tempo. Finalmente, o impulso ativador sai do nó atrioventricular e se propaga pelo feixe de Hiss (3). Este se divide em ramo direito e esquerdo que proporciona uma rápida propagação do impulso para todas as partes dos ventrículos, originando neles uma contração sincronizada e originando o complexo QRS. Após a fase de contração vem a fase de recuperação ventricular, que é identificada pelas ondas T e às vezes, esta ultima sem importância clínica. AS ONDAS ELETROCARDIOGRÁFICAS A atividade elétrica durante um ciclo cardíaco é caracterizada por 05 deflexões distintas, as quais são designadas pelas letras P, Q, R, S, e T ; estas letras foram arbitrariamente selecionadas e não têm qualquer outro significado. 2
3 ONDA P Representa a atividade elétrica associada com o impulso inicial gerado no nódulo AS e a sua passagem através dos átrios. INTERVALO PR - Representa o período que vai do inicio da onda P até o começo do complexo QRS e significa o tempo que o impulso original leva para atingir os ventrículos a partir de sua origem no nódulo Sino Atrial. COMPLEXO QRS A ativação dos ventrículos produz um complexo de pontas que convencionalmente contêm 03 ondas. A primeira deflexão para baixo denomina-se Q ; a primeira para cima, de grande amplitude R, e a segunda para baixo S. SEGMENTO ST Este intervalo compreende o período entre o termino da estimulação (despolarização) e o inicio da recuperação (repolarização) dos músculos ventriculares. ONDA T - esta onda representa a maior parte da fase de recuperação ventricular após uma contração. RITMO SINUSAL Ou ritmo normal. Quando o coração se ativa normalmente, o ritmo se denomina sinusal, porque cada batimento começa com uma descarga elétrica a partir do nódulo sinusal. Todos os complexos QRST são idênticos em uma dada derivação. O intervalo PR é normal e não se altera entre um batimento e outro. A freqüência cardíaca oscila entre 70 a 110 BPM, porém, pode variar com o movimento, dor ou emoção, ou por arritmia sinusal. 3
4 A bradicardia sinusal ocorre quando o nódulo sinusal cria um impulso em uma velocidade mais lenta que o normal. As etiologias englobam treinamento atlético, hipotermia hipotireoidismo, estimulação vagal, medicamentos bloqueadores dos canais de cálcio amiodarona, beta bloqueadores infarto agudo do miocárdio (IAM). A frequência cardíaca é geralmente menor que 60batimento /minuto, contudo, apresenta todas as outras características do ritmo sinusal descritas anteriormente, esse ritmo pode ser identificado durante o sono também no momento de repouso A taquicardia sinusal ocorre quando o nódulo sinusal cria um impulso em uma frequência maior que o normal, por ser uma arritmia originada no nódulo sinusal tem um ritmo rápido, normalmente com frequência cardíaca maior que 100 batimentos por minuto (BPM). Tem como etiologia fatores relacionado ao tônus simpático, por exemplo a atividade física e após o uso de cafeína, estando também relacionado e associado a problemas clínicos como febre, hipertireoidismo, anemia, choque e dor. PREPARO DO PACIENTE Para obtenção de um bom ECG, é necessário que a resistência de contato entre os eletrodos e a pele do paciente seja tão baixa quanto possível, para isso, alguns cuidados devem ser tomados: - Utilizar sempre eletrodos limpos, para limpá-los utilizar álcool ou benzina; - Evitar a colocação de eletrodos sobre áreas musculares, para que não haja interferências eletromiográfica no traçado; - Eliminar a oleosidade da pele no local de aplicação do eletrodo com um algodão embebido em álcool; - Se necessário raspar os pêlos no local de colocação de eletrodos precordiais; - Prender os eletrodos aplicando uma pequena camada de pasta condutora ou colocando entre o eletrodo e a pele um pequeno chumaço de algodão embebido em líquido para ECG ou álcool ou água, para aumentar a condutividade elétrica da pele, pois a pele é um péssimo condutor de eletricidade; 4
5 - Tranqüilizar o paciente de modo que o mesmo fique relaxado. É comum os pacientes que se submetem ao exame pela primeira vez, ter o temor de levar choque elétrico; - Pedir ao paciente que não se mexa e não fale durante o período de registro do exame. COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS Membros: Os quatro cabos dos membros fornecem as seis derivações designadas de D1, D2, D3, avr, avl e Avf. Habitualmente, os eletrodos são colocados nos pulsos e nos tornozelos, embora possam ser colocados em qualquer altura dos membros. Em pacientes mutilados, com perda de um ou mais membros, os eletrodos podem ser colocados nos cotos das amputações. Conectar os eletrodos ao cabo do paciente do aparelho segundo o código seguinte: LA Membro superior esquerdo LL Membro inferior esquerdo RA Membro superior direito RL Membro inferior direito As derivações DI, DII e DIII são derivações bipolares que constituem o triangulo de Einthoven. Nestas derivações, a corrente elétrica corre entre os pólos de registro, um negativo e outro positivo. - Na derivação DI os pólos de registro estão entre o braço direito e o braço esquerdo; - Na derivação DII os pólos de registro estão entre o braço direito e o braço esquerdo; - Na derivação DIII os pólos de registro estão entre o braço esquerdo e a perna esquerda. As derivações avr, avl e avf são monopolares. Existe apenas um pólo de registro sobre a pele, que é o pólo positivo. O pólo negativo é obtido pelos demais eletrodos, formando uma terra comum no eletrocardiógrafo. 5
6 - Em avr o pólo positivo está no braço direito; - Em avl o pólo positivo está no braço esquerdo; - Em avf o pólo positivo está na perna esquerda. Precordiais: Um cabo único fornecerá as 06 derivações designadas V1, V2, V3, V4. V5 e V6, ou nos aparelhos que possuem 06 cabos, cada um deles corresponderá a uma derivação. V1 Quarto espaço intercostal, junto à borda direita do esterno; V2 Quarto espaço intercostal, na borda esquerda do esterno; V3 Espaço intermediário entre V2 e V4 V4 Quinto espaço intercostal na linha media clavicular esquerda (inframamilar); V5 Linha axilar média esquerda, ao nível horizontal do V4; V6 Linha média axilar esquerda ao nível horizontal do V4. 6
7 DESFIBRILAÇÃO É um procedimento terapêutico que consiste na aplicação de uma corrente elétrica contínua NÃO SINCRONIZADA, no músculo cardíaco; Esse choque despolariza em conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a reversão de arritmias graves como a TV e a FV, permitindo ao nó sinusal retomar a geração e o controle do ritmo cardíaco. A desfibrilação elétrica é indicada apenas nas situações de FV e TV sem pulso, é um procedimento emergencial. 7
8 O desfibrilador ou cardioversor é um aparelho constituído de duas pás ligadas através de cabos a um equipamento que transforma a energia elétrica em choques, com intensidade regulável. A intensidade dos choques é medida em Joules (100 J, 200 J ou 300 J). As duas pás é que descarregam os choques na parede do tórax. 8
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