210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB



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ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL/RIO GRANDE DO SUL (AHIMTB/RS) - ACADEMIA GENERAL RINALDO PEREIRA DA CÂMARA - E DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E TRADIÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL (IHTRGS) 210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB Editor: Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel Presidente daahimtb/rs e Vice do IHTRGS lecaminha@gmail.com Projeto Gráfico: Fabricio Gustavo Dillenburg - Núcleo de Estudos de História Militar Vae Victis nucleomilitar@gmail.com Capa: Diversos uniformes americanos, representando algumas fases históricas do U.S. Army. NÚCLEO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA MILITAR VAE VICTIS Mais de duas décadas de trabalho voltado para a divulgação da História Militar O Núcleo de Estudos de História Militar Vae Victis tem grande orgulho em participar da elaboração do informativo O Tuiuti, marco da formação histórica militar brasileira. Com o objetivo de divulgar a História, sobretudo em seu viés militar, o Núcleo de Estudos de História Militar Vae Victis trabalha tendo em vista a clareza de informação, a amplitude das análises, a relevância do material audiovisual, a atualização das hipóteses e a consistência na argumentação. Nossa Missão: é levar ao máximo possível de pessoas o conhecimento da História Militar, divulgando sua importância, resgatando os seus valores e as suas memórias, preservando documentos e fornecendo subsídios para uma educação integral e de qualidade. Nossa Postura: é independente, livre de qualquer posição política ou religiosa, voltada unicamente para a preservação e divulgação do conhecimento histórico, sem qualquer conexão com entidades que não tenham cunho explicitamente cultural, visando fornecer informação e compreensão com acessibilidade. Para saber mais sobre nosso trabalho visite: www.nucleomilitar.com / www.nucleomilitarblog.com O Tuiuti - 2

A História Militar no Desenvolvimento da Doutrina do Exército dos EUA Cel Cláudio Moreira Bento Historiador Militar e Jornalista, Presidente da FAHIMTB e AHIMTB/Resende 1 As atividades de História do Exército dos Estados Unidos são reguladas pelo AR 870-5 Military History - Responsibilities, Policies and Procedures, 1965. Este Regulamento estabelece responsabilidades, normas e procedimentos relacionados com o preparo e utilização da História Militar, bem como fixa responsabilidades no tocante ao planejamento e desenvolvimento do Programa Histórico do Exército Norte-americano. HISTÓRIA, HISTORIADORES DO EXÉRCITO, ETC. O Exército dos Estados Unidos assim define, nos seguintes termos: História Militar: é o registro objetivo, preciso, descritivo e interpretativo de todas as atividades do Exército, na paz e na guerra. Do seu estudo devem O Tuiuti - 3

ser retiradas lições relevantes para auxiliar na solução de problemas militares, presentes e futuros. Historiador do Exército: é um historiador qualificado profissionalmente, militar ou civil, que ocupa posição num quadro específico. Historiador de Estado Maior: é um historiador do Exército ou oficial de História do Exército que recebeu responsabilidades de Estado-Maior para atividades históricas no Estado- Maior de um comandante. b) Utilização contínua da História do Exército para obterem-se os seguintes resultados: 1 - Uma doutrina do Exército adequada às demandas da guerra moderna; 2 - Melhor treinamento e eficiência profissional; 3 - O mais alto desenvolvimento das Forças da guerra, no soldado e no Exército em seu conjunto. c) Difusão dos feitos históricos do Exército entre outros elementos de governo e povo estadunidenses como atividades de Relações Públicas, visando a uma perfeita integração Exército-Governo-População dos EUA. UTILIZAÇÃO DA HISTÓRIA MILITAR Memoriais e monumentos bem cuidados são demonstração de respeito e civilidade OBJETIVOS DA HISTÓRIA DO EXÉRCITO DOS EUA a) Conscientizar o Exército de que sua história é uma fonte básica de experiências que contribui para a solução de problemas militares e para o desenvolvimento teórico e prático da Arte e Ciência Militar. Valor: o conhecimento da História do Exército equivale a dispor-se de um saber comprovado pela experiência, pré-requisito para o desenvolvimento da capacidade intelectual e de um raciocínio educado, voltado para problemas militares atuais e futuros. Fontes: as fontes da História do Exército são os acontecimentos de sua experiência. Os fatos relacionados com estes acontecimentos fornecem subsídios de tipo especial, necessários ao desenvolvimento O Tuiuti - 4

teórico e prático à Arte e Ciência Militar. HISTÓRIA MILITAR E A EFICIÊNCIA PROFISSIONAL A utilização da História Militar é essencial para quem deseje uma carreira militar bem sucedida. A maior parte dos conhecimentos é obtida através do estudo e da leitura. Muito pouco conhecimento é adquirido por experiência pessoal. Utilização: O Exército dos EE UU reconhece quatro maneiras de utilização de sua História: DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA MILITAR O militar profissional deve apoiarse na experiência do passado e no conhecimento do presente para, através da lógica, determinar o que poderá ser feito no futuro. O planejamento, a programação e as operações devem basear-se em conhecimentos científicos válidos e não em intuições ou opiniões. Quando se dispõe de poucos conhecimentos sobre determinado problema militar, a aproximação científica do mesmo deverá apoiarse na análise de exemplos históricos. a) Como fonte de dados empíricos dos quais se possam deduzir princípios e procedimentos. b) Como um importante substitutivo de experiência pessoal em Arte e Ciência Militar. c) Como elemento auxiliar de redução do espaço entre o real e o imaginário. d) Campo base para o estabelecimento e identificação das necessidades do presente, relacionando-as com as do passado, bem como para o estabelecimento de novos padrões de pensamento e de conduta, não importando posição social e conveniências pessoais. A história militar americana tem expressões inúmeras, incluindo as artísticas Para complementar o conhecimento sobre uma atividade especializada, obtido através da experiência pessoal ou educação formal, esperase que o militar profissional recorra à leitura de História Militar para ampliar seu conhecimento sobre esta atividade. Na instrução militar serão selecionados exemplos O Tuiuti - 5

históricos, como meios auxiliares, para visualização e aprendizagem de parte dos instruendos, de ideias abstratas, conceitos e princípios de Arte e Ciência Militar. Para proporcionar motivação deverá explorar-se casos históricos que permitam comprovações e que indiquem sucessos e fracassos e apontem ensinamentos decorrentes. A utilização da História Militar deve contribuir para um estado de espírito no Exército, no qual cada um de seus integrantes se subordine voluntariamente aos objetivos da organização. A HISTÓRIA MILITAR NA COMUNICAÇÃO SOCIAL A História Militar é um grande auxiliar nas atividades de Comunicação Social com o Público Externo. A abordagem de glórias e sucessos militares constitui uma fonte de orgulho nacional, a serem usados para facilitar uma melhor integração Exército-Povo estadunidense. Nestas circunstâncias, a História Militar será difundida ao povo na forma de cartazes, discursos, em cerimônias cívico-militares, através de filmes, audiovisuais, programas de TV, rádio, jornais, publicações específicas e visitas a museus de organizações militares. ATUALIDADE No momento (em 1965), os historiadores do Exército dos Estados Unidos concentravam suas atenções no estudo histórico-militar de sua experiência na 2ª Guerra Mundial, buscando ensinamentos doutrinários, decorrentes de erros e acertos na conduta das operações. Estas análises abrangiam o desempenho operacional de grandes unidades, e subunidades e a determinação do perfil do soldado americano no conflito. Os casos de improvisações operacionais bem sucedidas são analisados profundamente e, conforme o caso, incorporados à Doutrina. A grande e constante valorização da história pelos norte-americanos, incluindo seu extenso passado militar, é elemento crucial para construção de sua identidade Grupos de historiadores do Exército mergulharam na História Militar, buscando subsídios para o desenvolvimento de uma doutrina de combate à guerrilha no Sudeste O Tuiuti - 6

Acima, da esquerda para a direita, capas dos manuais de minha autoria publicados em 1978 e 1999 pelo Estado-Maior do Exército, projeto que teve início em 1972, como Membro da Comissão de História do Exército do EME, depois de conhecer e absorver o regulamento AR 850-5, regulador das atividades de História Militar nos EUA e traduzido pelo Major José Spangenberg Chaves. Só conseguimos publicar a 1ª edição ao assumirmos a função de instrutor de História Militar na AMAN por três anos. Em 1962, a ECEME realizava a relevante pesquisa de histórica militar crítica tendo por objetivo levantar o desempenho do Combatente Brasileiro na Itália, assunto do qual acabamos de fazer referências no informativo O Guararapes n 13. Na extrema direita, capa do livro A Pesquisa em História Militar. Asiático. Não só analisam suas experiências passadas como as de outros povos. No tocante à Ação Cívico-Social, estavam estudando a experiência do Brasil, principalmente no tocante aos trabalhos desenvolvidos neste setor pelos Batalhões de Engenharia de Construção que, após atuarem no Sul, desenvolvem seus trabalhos no Nordeste e Norte. As forças terrestres do Brasil possuem uma tradição de quadro séculos em matéria de Ação Cívico-Social, em decorrência da organização militar portuguesa, em que todo cidadão era militar de 1ª linha, miliciano ou de ordenança, tradição mantida até o início do século XX com a extinção da Guarda Nacional. Três anos antes da publicação da AR 850-5 Military History a ECEME, sob influência ali exercida por longo tempo pelo Marechal Castelo Branco 2, realizou a valiosa pesquisa de História Militar Crítica tendo por tema O Combatente Brasileiro na Itália, a qual resgatamos em parte no O Guararapes nº 13-FAHIMTB, disponível no site da FAHIMTB www. ahimtb.org.br em Informativos. Assim finalizamos nosso livro A Pesquisa em História Militar do qual vale aqui repetir: Livro que reproduz nossa palestra na AMAN no Encontro de Historiadores O Tuiuti - 7

Militares em 2012. Obra apresentada pelo Cel Carlos Roberto Peres, Vice- Presidente da FAHIMTB e AHIMTB/ Resende - Marechal Mário Travassos e prefácio do Gen Bda Júlio Cesar Arruda, Comandante da AMAN, 3º Presidente de Honra da FAHIMTB e 1º Presidente de Honra da AHIMTB/ Resende. E na capa focaliza os livros produzidos por nós e co-autores, em especial o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis, sobre o Projeto História do Exército no Rio Grande do Sul, sob a égide da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) e do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS). Desde o início da AHIMTB, que, em 23 de abril de 2011, Bicentenário da AMAN, foi transformada em FAHIMTB, inicialmente com quatro AHIMTB federadas, trabalhando para contribuir com o Exército, em especial, na conquista do Objetivo Atual n 1, então definido em documento pelo Centro de Comunicação Social do Exército: Pesquisar, preservar, cultuar e divulgar a memória histórica, as tradições e os valores morais, culturais e históricos do Exército. Força Terrestre e proporcionar subsídios para a formação e o aperfeiçoamento dos quadros e da tropa. E, para finalizar, recorremos às afirmações feitas em nosso manual Como estudar e pesquisar a História do Exército, repetidas em 1993 em publicação da ECEME sobre nossa Metodologia de Ensino e Pesquisa História Militar através dos seguintes conceitos. Do general alemão Moltke - o Velho: A História Militar, por dominar a conduta prática da guerra (e não teórica) é uma fonte inesgotável de ensinamentos para a formulação de uma Doutrina Militar. E também, segundo definição para as Atividades do Exército no Campo da História, constante da Diretriz do Estado-Maior do Exército n 73 de 20 Out 1982: Contribuir para a formulação e desenvolvimento da Doutrina da O Tuiuti - 8

Do norte-americano General Patton: A leitura Crítica da História Militar é condição de êxito para o militar. Do francês Marechal Ferdinand Foch, que saiu da Cadeira de História Militar da Escola Superior de Guerra para comandar a Vitória na 1a Guerra Mundial: Para alimentar o cérebro de um Exército na paz, para melhor prepará-lo para a eventualidade de uma guerra, não existe livro mais fecundo em lições e meditações do que o da História Militar. Este pensamento é adotado pela FAHIMTB em seus diplomas, para inspirar seus membros. Sobre o assunto ouvimos, em palestra do 2 Presidente de Honra da FAHIMTB, o Gen Ex Ueliton José Montezano Vaz, Chefe do DECEx, na AMAN, por ocasião do 201 aniversário, em 23 de abril de 2012, aquela autoridade abordar, entre outros, os objetivos Estratégicos do Exército, a seguir: - Elevar o nível de Operacionalidade da Força Terrestre; - Aperfeiçoar o Sistema de Doutrina Militar Terrestre; - Atingir elevado grau de Dissuasão Militar Terrestre; - Fortalecer a consciência de Defesa Nacional em todos os segmentos da Sociedade Brasileira. - Ampliar a Projeção Internacional do Exército Brasileiro, em apoio à Política Externa do Brasil. Até hoje desconhecemos, na História Militar Mundial, chefe, planejador, pensador e historiador militar com autoridade vivida em Arte da Guerra, afirmar o contrário. Ou seja, que a História Militar Crítica, a qual a Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil vem se dedicando há 16 anos, não seja a mestra das mestras do profissional das armas ou do soldado. E mais, O Tuiuti - 9

que a conquista dos acima citados Objetivos Estratégicos do nosso Exército passam obrigatoriamente, salvo melhor juízo, por sua História Militar Crítica, operacional e institucional. Isto foi o que aprendemos e ensinamos na AMAN, como instrutor de História Militar (1978/80), ao estudarmos a história das grandes potências militares. Ou seja, de que país rico deve ser militarmente forte. O Brasil é hoje rico, e não está suficientemente forte. Espera-se que este panorama seja mudado pelas lideranças eleitas pelo povo brasileiro, do qual suas Forças Armadas são o seu braço armado. E hoje, insuficientemente armado. Constatar é obra de simples raciocínio e verificação. Por via de consequência, consideramos da maior urgência o Brasil construir poder militar defensivo dissuasório compatível, no caso das Forças Terrestres, em Defesa de sua Amazônia Verde, cuja riquezas são alvo de ambições internacionais crescentes. Notas: 1 Em 1972, como membro da Comissão de História do Exército do Estado- Maior do Exército (CHEB), que tinha por missão produzir a Historia do Exército Brasileiro - Perfil militar de um povo, como contribuição do Exército às comemorações do sesquicentenário da Independência, produzimos este artigo para a Revista Cultura Militar nº 221 do EME, com o apoio de tradução pelo então Major José Spangenberg Chaves, do AR O Tuiuti - 10

870-5 Miltary History - Responsabilities, Policies and Procedures, 1965, do Exército dos EUA. Aproveitamos, decorridos 41 anos, para republicá-lo, resgatando-o do sepulcro do número 221 da Revista Cultura Militar do EME, desde então extinta e sem um índice, da preciosa Coleção, que facilitasse a consulta dos artigos que ela publicou. 2 Foi, mais tarde, pensador militar, depois de retornar da FEB, da qual fora o Oficial de Operações. Gen Adhemar, Cmt Militar do Sudeste, 1º Presidente de Honra da AHIMTB/SP - Academia General Bertoldo Klinger, e o Cel Bento, Presidente da FAHIMTB, na solenidade da instalação da AHIMTB/São Paulo (Sorocaba) em 28 de maio de 2013 Sobre o Autor: O Cel Cláudio Moreira Bento é Historiador Militar e Jornalista. Presidente da Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) e da AHIMTB/Resende Marechal Mário Travassos, do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), da Academia Canguçuense de História (ACANDHIS), presidente Emérito fundador das Academias Resendense (ARDHIS) e Itatiaiense (ACIDHIS) de História, acadêmico fundador da Academia Barramansense de História (ABH), correspondente do Instituto de Estudos Vale paraibanos (IEV), em Itatiaia, sócio dos institutos Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP) e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba (IHGGS). O Tuiuti - 11

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