Entrelaçando Revista Eletrônica de Culturas e Educação N. 6 V.2 p. 61-72 Ano III (2012) Set.-Dez. ISSN 2179.8443



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Transcrição:

Entrelaçando Revista Eletrônica de Culturas e Educação N. 6 V.2 p. 61-72 Ano III (2012) Set.-Dez. ISSN 2179.8443 Caderno Temático V Educação, Escolas e Movimentos Sociais do/no Campo HISTORIANDO A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E A ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DO SERTÃO DA BAHIA Gilmar dos Santos Andrade 1 Edjane de Souza Andrade 2 RESUMO A Pedagogia da Alternância realizada pelas Escolas Famílias Agrícolas EFA vêm se constituindo como uma das experiências mais exitosas em educação do campo. Este artigo busca apresentar elementos da história da Pedagogia da Alternância e da Escola Família Agrícola do Sertão EFASE, com o objetivo de contribuir com a sistematização e socialização de experiências de educação do campo. Expondo as condições históricas para o surgimento da EFASE e os desafios e perspectivas para o próximo período. Palavras chave: Pedagogia da Alternância. Escola Família Agrícola. Educação do Campo. ABSTRACT The Pedagogy of Alternation conducted by Agricultural Family Schools - EFA come as constituting one of the most successful experiences in the field of education. This article seeks to present elements of the story and the Pedagogy of Alternation School Family Agricultural Hinterland - EFASE, aiming to contribute to the systematization of experiences and socialization of rural education. Exposing the historical conditions for the emergence of EFASE and the challenges and prospects for the next period. Keywords: Pedagogy of Alternation. Family Farm School. Field Education. 1 Militante da Pastoral da Juventude Rural (PJR), com formação em tecnologia em agroecologia (IFPR) e especialização em educação do campo (UFRB). Atualmente é monitor da Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE). E-mail: gilmarpjr@gmail.com 2 Militante da Pastoral da Juventude Rural (PJR). Estudante de pedagogia (UNEB), educadora social. Foi educanda da primeira turma da EFASE. E-mail: edjanegil@gmail.com

62 INTRODUÇÃO Existe um conjunto de experiências educacionais desenvolvidas pela classe trabalhadora, fomentadas principalmente a partir da segunda década do século passado, que vem se constituindo como importantes referencias para o processo de formação dos sujeitos sociais do campo. Dentre essas experiências exitosas encontra as Escolas Famílias Agrícolas - EFAs. Este trabalho tenciona apresentar elementos da história da Pedagogia da Alternância e da Escola Família Agrícola do Sertão EFASE, com o objetivo de contribuir com a sistematização e socialização de experiências de educação do campo. Inicialmente é importante afirmar que as EFAs não são homogêneas no que concernem às práticas pedagógicas. Existe uma grande diversidade de experiências. A EFAs surgem a partir de demandas concretas nas mais variadas realidades, contudo, existem elementos comuns que as identificam. De acordo com Calvó (1999, p. 17) as características das EFAs são: 1º) uma metodologia pautada no princípio da alternância que integra o meio socioprofissional (família/comunidade) e o centro escolar; 2º) uma associação responsável nos diversos aspectos: econômicos, jurídicos, de gestão, etc.; 3º) a educação e a formação integral da pessoa e finalmente, 4º) o desenvolvimento do meio local através da formação de seus próprios atores. Essas características são consideradas condição sine quae non das EFAs. E, é a partir desses elementos comuns que buscaremos expor balizas constitutivas da pedagogia da alternância e da EFASE. Este trabalho está subdividido em duas partes. A primeira parte do trabalho traz um breve histórico da Pedagogia da Alternância no Brasil, apresentando as características e as fases de consolidação das EFAs. Na segunda parte abordamos as condições histórica do surgimento da Escola Famílias Agrícola do Sertão em Monte Santo - BA. Apresentando na sequencia os principais desafios e perspectivas da EFASE nesse novo momento. 2. HISTORIANDO A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA NO BRASIL

63 Em relação à história da Pedagogia Alternância é importante ressaltar que o seu surgimento e suas bases constitutivas estão vinculadas à construção de uma proposta de educação inovadora, realizada pelos Centros Familiares de Formação por Alternância - CEFFAs 3. Os CEFFAs não são homogêneos e tão poucos as correntes pedagógicas que orientam ou influência as práticas dessas experiências. Em decorrência, evidenciamos na literatura sobre o assunto, várias definições sobre a Pedagogia da Alternância. Todavia, concordamos com a definição feita por Gimonet (1999, p. 44-45) que a Pedagogia da Alternância significa: Alternância de tempo e de local de formação, ou seja, de períodos em situação sócio profissional e em situação escolar; [...] uma outra maneira de aprender, de se formar, associando teoria e prática, ação e reflexão, o empreender e o aprender dentro de um mesmo processo. A Alternância significa uma maneira de aprender pela vida, partindo da própria vida cotidiana, dos momentos de experiências colocando assim a experiência antes do conceito. A Pedagogia da Alternância, nos CEFFAs, dá a prioridade à experiência familiar, social, profissional, ao mesmo tempo como fonte de conhecimentos, ponto de partida e de chegada do processo de aprendizagem, e como caminho educativo (GIMONET, 1999, p. 44-45). O trajeto de construção da Pedagogia Alternância vinculado as EFAs tem aproximadamente 80 anos. A primeira experiência de uma escola que utiliza a Pedagogia da Alternância teve inicio na França na década de 1930, com as Maison Familiale Rurale (MFR), ou Casa Familiar Rural. As MFR foram construídas a partir de um longo processo histórico dos movimentos sociais do campo, com forte inspiração democrática e Cristã. A Europa, nesse período pós 1ª guerra mundial, vivia uma efervescência de pensamentos liberais, socialistas, nacionalista e social cristão 4. Os sujeitos sociais, camponeses e as lideranças 3 De acordo com Begnami (2003, p. 104) a utilização da sigla CEFFA (Centro Familiar de Formação por Alternância) é uma convenção acordada entre a União Nacional das Escolas família-agrícola do Brasil UNEFAB, Associação das Casas Familiares Rurais - ARCAFAR e o PROJOVEM. Este nome tem sido utilizado em comunicações, audiências com autoridades e documentos comuns apresentados a órgãos públicos pelas diversas instituições que utilizam a Pedagogia da Alternância no Brasil. Na verdade, o Brasil comporta uma série de experiências com denominações variadas, quais sejam: Escola Família Agrícola (EFA), Casa Familiar Rural (CFR), Escolas Comunitárias Rurais (ECOR), Escola Familiar Rural e Projovem. A partir de agora ao utilizarmos Pedagogia da Alternância em referência as Escolas Famílias Agrícolas não usaremos o termo CEFFA. Isso porque não é objeto desse trabalho investigar as características especifica dessas experiências. 4 Em 1891, o papa Leão XIII (1878-1903), sensibilizado pela condição dos operários lança a encíclica Rerum Novarum. Com esse documento a Igreja Católica Apostólica Romana ICAR assume a questão social. Nesse momento a questão agrária e a situação dos camponeses não constitui a preocupação principal da Igreja. Pouco depois o papa Pio XI (1922-1939), com a encíclica social Quadragesimo anno, contribui para o surgimento da Ação Católica Geral e na sequência com a Ação Católica Especializada. Esse é um período que a ação da Igreja vai de encontro à situação dos camponeses. A Ação Católica Especializada no Brasil vai ser fundamental na formação de lideranças e organização dos camponeses no período entre 1950 a 1970, principalmente a Juventude Agrária Católica - JAC (PJR, 2012, p. 5-6).

64 dos movimentos estavam diretamente ligados com o pensamento social e às propostas da democracia Cristã (BEGNAMI, 2003, p. 23). Nesse período houve uma grande contribuição dos setores progressistas da Igreja Católica na construção das MFR. Não apenas porque a primeira MFR teve apoio do padre Abbé Granereau, mais principalmente pela influência que o pensamento social da igreja exerceu na formação de organizações camponesas e na formação de lideranças 5. Essa influência da igreja é também determinante no surgimento da EFAs no Brasil, no período entre 1960 e 1970 6. A Pedagogia da Alternância no Brasil surge na segunda metade da década de 60 no estado do Espírito Santo. O marco histórico é a constituição do Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), fundado em 1968 como entidade civil mantenedora das EFAs. Uma organização filantrópica e sem fins lucrativos de inspiração Cristã. O MEPES surge liderado pelo padre jesuíta Humberto Pietrogrande, sacerdote de Anchieta - ES. Vale ressaltar, como afirma Araújo (2005, p. 91) que, (...) o processo de implantação das EFAs, no Brasil, teve início no auge da ditadura militar, período em que o campo sofreu um processo de total abandono por parte dos poderes públicos, excluindo a agricultura familiar. As políticas públicas para o campo, naquela época, estavam centradas na grande produção agropecuária, no modelo de agricultura patronal, voltado para monoculturas e o mercado externo, associado à sofisticação tecnológica, conhecida como modernização conservadora (ARAÚJO 2005, p. 91). Um diferencial da Pedagogia da Alternância praticada pelas EFAs no Brasil é a influência da Pedagogia Libertadora de Paulo Freire, a partir do tripé ação-reflexão-ação, da práxis (ARAÚJO, 2005, p.112). Os educandos e educandas nesse movimento de ir e vir, de combinar o período de quinze dias na escola e quinze dias na família/comunidade possibilita pensar a prática e retornar a ela para transformá-la. O que Freire (1987, p. 122), chama de quefazer é teoria e prática, é reflexão e ação. [...] isso porque ação e reflexão se dão simultaneamente (FREIRE, 1987, p.125). Esse movimento dos educandos e educandas implica em transformar a realidade em que estão inseridos. 5 Apenas a título de exemplo citamos Florent Nové-Josserand, agricultor e formado pela Juventude Agrária Católica e que foi o presidente da União Nacional das Maisons Familiales Rurales de 1945 a 1968 e que foi um dos fundadores da Associação Internacional do Movimentos Familiares de Formação Rural AIMFR (BEGNAMI, 2003, p. 23). 6 Para aprofundamento da influência da Igreja na constituição das EFAs, ver o trabalho. RIBEIRO, Marlene. Movimento camponês, trabalho e educação: liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

65 Sem dúvida, a pedagogia de Paulo Freire, assim como as várias experiências da Educação Popular vão fortalecer as experiências das EFAs no Brasil. A construção das EFAs no Brasil é marcada por fases que caracterizam períodos que apresentam transformações fundamentais. De acordo com Begnami (2003, p. 31-37) podemos demarcar quatro fases. A primeira é a fase da experiência, da escola informal. Esse período pode ser caracterizado pelo Curso Livre e de duração de dois anos. É importante destacar que as primeiras turmas eram constituídas exclusivamente por jovens do sexo masculino. A segunda fase inicia-se partir de 1972. É o período da formalização das EFAs e a oferta dos Cursos Supletivos Regulares 7, no inicio com dois anos (5ª e 6ª séries) e depois, o segundo ciclo fundamental completo em 3 anos, com diploma de conclusão do Ensino Fundamental e pré-qualificação profissional em agropecuária (BEGNAMI, 2003, p. 33). A terceira fase é de expansão das EFAs para outros estados. Inicialmente Bahia e Amazonas. E a quarta fase (anos 90 até nossos dias) é caracterizada pelo fortalecimento institucional e a adequação da formação à nova realidade do campo num período de globalização excludente. A primeira EFA fora do Espírito Santo foi em Brotas de Macaúbas no sertão da Bahia, no ano de 1975. No ano seguinte surge no estado do Amazonas e esse processo se torna mais intenso na década de 80 em outros estados. Essas iniciativas foram sendo implantadas com o apoio da Igreja Católica, principalmente das Comunidades Eclesiais de Bases CEBs (BEGNAMI, 2002, p. 110). A década de 80 é marcada pela ampliação no número de EFAs, como a sua articulação em associações regionais e a nível nacional. Destaca-se a criação em 1982, da União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil UNEFAB. Na Bahia, um dos grandes incentivadores das EFAs, foi o Pe. Aldo Lucchetta. A primeira EFA criada no estado foi em Brotas de Macaúbas, e logo em seguida Riacho de Santana. Essas experiências se espalham rapidamente e em outros municípios surgem Escolas Famílias Agrícolas. Com a expansão das EFAs no estado há a necessidade de criar uma associação regional que congregasse as associações locais mantenedora das EFAs (ARAÚJO, 2005, p. 7). Assim surge a Associação Comunidades Famílias Agrícolas da Bahia AECOFABA em 1979. A segunda associação regional foi criado em 1997, denominada de Rede de Escolas Famílias Integradas do Semi-Árido REFAISA. A abrangência da REFAISA inclui uma EFA em Sergipe. 3. ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DO SERTÃO: ROMPENDO AS CERCAS DO LATIFÚNDIO 7 Hoje seria o equivalente a Educação de Jovens e Adultos EJA.

66 A construção da Escola Família Agrícola do Sertão em Monte Santo BA se dá em um contexto histórico de conflitos agrários na região. Consequência da concentração de terras, da grilagem e da conivência dos poderes públicos com os desmando dos latifundiários. Situação comum a tantas outras regiões do país, e principalmente do Nordeste brasileiro (ANDRADE, 2012, p.6). Essa situação torna a região com altos índices de desigualdades sociais. No campo educacional, a região é caracterizada por elevadas taxas de analfabetismo e pela exclusão dos jovens do sistema de ensino tradicional 8, a partir da carência de vagas, da evasão e repetência escolar. Somando um ensino descontextualizado e longe das reais necessidades das comunidades camponesas, leva os camponeses e camponesas a criar uma Escola que se constituísse num instrumento da classe trabalhadora. O desafio inicial seria formar filhos de agricultores como técnicos e agrícolas com capacidade de contribuir com as comunidades no campo da produção e da organização política (ANDRADE, 2012, p.7). Havia no município uma organização das comunidades camponesas, principalmente fruto do trabalho da Igreja Católica, a partir das Comunidades Eclesiais de Bases CEBs. Isso contribuiu para que entre os anos de 1995 a 1997, fosse formada a Associação Regional da Escola Família Agrícola do Sertão AREFASE, que mais tarde se tornaria a entidade mantenedora e representação jurídica da EFASE. Durante esses dois anos a AREFASE 9 elabora os princípios básicos, considerando a experiência de outras entidades com o MEPES e orientada para um projeto pedagógico que apresentava a perspectiva da agroecologia e da convivência com o semiárido. É um período de mobilização das comunidades e de preparação do quadro de monitores. A associação decide fundar a EFASE e iniciar as atividades pedagógicas numa sede improvisada, cedida pela comunidade de Lagoa do Saco, no ano de 1998. Os educandos tinham aulas durante a semana e nos domingos, junto com monitores e as comunidades, realizam mutirões para a construção da sede. O local escolhido foi cedido pelas comunidades de Fundo de Pasto de Capivara e Lagoa do Pimentel. Território que foi conquistado arduamente em luta contra grileiros. Vale ressaltar a permanente agressão que essas comunidades ainda hoje enfrentam para manter as conquistas obtidas na luta pela terra (ANDRADE, 2012, p.8). 8 A expressão exclusão do sistema de ensino tradicional é aqui empregada tem o sentido que Bourdieu (1998) adotou ao analisar o sistema educacional. O autor aponta que este sistema, ao empregar em sua ação pedagógica as necessidades e a cultura da ordem social vigente, exclui por si só os mais desfavorecidos economicamente. 9 Formada por representantes e lideranças das comunidades.

67 As primeiras turmas da EFASE, de 5ª a 8ª série 10, foram fundamentais para a escola obter, a partir dos Planos de Estudos (PE) 11 e das visitas de monitores as informações mais precisas das comunidades e assim redimensionar o projeto pedagógico, a fim de atender as reais necessidades das famílias camponesas e melhorar a relação escola e comunidade. A EFASE, em 2004, acrescentar em seu projeto pedagógico o ensino médio profissionalizante. O curso de Educação Profissional Técnica em Agropecuária Integrada com o Ensino Médio A primeira turma de ensino médio teve inicio em 2005. Os educandos e educandas do ensino médio passam a realizar atividades de acompanhamento 12 às famílias camponesas. O acompanhamento técnico as famílias é um grande avanço, já que sempre houve uma ausência por parte da que se refere a ATER às comunidades de abrangência da EFASE. Contudo, isso coloca a escola com uma tarefa ainda maior. A necessidade de formar técnicos que rompa com atual lógica do ATER, que se baseia na difusão de inovações e transferência de tecnologias. Nesse processo, os camponeses são vistos como meros depositários de conhecimentos e de pacotes gerados pela pesquisa, na maioria das vezes inadequados para as condições específicas de seus agroecossistemas 13 (CAPORAL e RAMOS, 2006, p. 6). As Atividades de Retorno (AR) desenvolvidas pelos educandos e educandas da EFASE não buscam ocupar e tão pouco substituir o ATER. A AR tem fundamentalmente uma finalidade pedagógica. Porém, as ações juntos as famílias constituem momentos de formação técnica, política e organizativa para as famílias e comunidades. 3.1 DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA EFASE 10 Correspondente, hoje, ao 6º e 9º ano do ensino fundamental. 11 O Plano de Estudo (PE) é um dos instrumentos da Pedagogia da Alternância. O PE é uma pesquisa realizada pelos educandos na comunidade, a partir de um tema definido na escola. Os educandos realizam essa investigação e retornar na sessão seguinte para a escola e realizam a socialização. Os monitores contribuem com a síntese coletiva da pesquisa. A seguir, os monitores planejam as atividades tendo presente as demandas trazidas da comunidade, mediante a pesquisa dos educandos. 12 O acompanhamento é através da Atividade de Retorno (AR). A AR consiste em fazem um levantamento prévio na comunidade de temas a serem abordados durante o ano. Esses temas são discutidos com os monitores e a turma, a fim de organizar e fazer alterações que julguem necessário. Os temas escolhidos retornam como uma ação dos estudantes na comunidade (ANDRADE, 2012, p.11). 13 Agroecossistema é um ecossistema artificializado pelas práticas humanas ligadas a agricultura, sendo esta vista como um conjunto de valores, relações sociais, políticas, culturais, econômicas, tecnológicas e ambientais (MST/AS-PTA/INSTITUTO GIRAMUNDO MUTUANDO, 2005. p. 14).

68 A EFASE está completando 15 anos de existência. Certamente podemos elencar várias conquista ao longo desse período, principalmente no desenvolvimento das comunidades camponesas, seja no que se refere aos educandos formados nesse período, seja nas ações de convivência com o semiárido. Até o momento não há uma sistematização dessas conquistas. Esse artigo também não se propôs a tal tarefa. O que pretendemos, brevemente, é expor dois desafios e uma perspectiva da EFASE para os próximos anos. Os desafios são pedagógicos. O primeiro é melhorar o processo formativo dos educandos. Não pode haver uma acomodação. Nesse momento histórico o desafio é maior em função do número de educandos e da área de abrangência da escola (figura 1). Figura 1. Abrangência territorial da EFASE Fonte: Andrade (2012, p.11).. Já abordamos que o processo formativo não acontece exclusivamente no espaço físico da escola, ele se estende as comunidades e entidades/movimentos de origem dos educandos. São tempos e espaços formativos que precisam de acompanhamento pedagógico por parte da equipe de educadores/monitores. Nesse sentido, a ampliação da atuação da EFASE para 20 municípios da

69 Bahia, precisa ser respondida com maior capacidade de atender esses sujeitos em seus locais e demandas específicas. Com isso destacamos a necessidade de melhorar a formação dos educadores/monitores; ampliar a equipe e oferecer condições de dedicação exclusiva a escola. De acordo com Andrade (2012, p. 8-9), (...) na EFASE não há uma separação entre família, comunidade e escola. A EFA só se constitui de fato como uma escola família na união indissociável entre estes sujeitos/espaços formativos. O que ocorre é que em determinadas realidades, períodos e EFAs pode haver uma ênfase maior em determinado espaço constitutivo, que quase sempre é o espaço escolar. De fato o espaço escolar é o local privilegiado da construção do conhecimento. Porém, é na forma que se articula a proposta pedagógica da escola, com as necessidades reais das famílias e das comunidades que a escola cumpre a sua função de educar para a vida real, concreta (ANDRADE, 2012, p. 8-9). O segundo desafio, conectado ao primeiro é o crescente numero de educandos (gráfico 1). Ao longo desse 15 anos a EFASE foi ampliando o número de turmas e simultaneamente a abrangência territorial. No ano de 2012 foram matriculados 304 educandos e educandas. Esses estudantes são originários de 20 municípios do semiárido baiano 14 Gráfico 1. Relação de estudantes por municípios 14 Andorinha, Antônio Gonçalves, Araci, Campo Formoso, Cansanção, Canudos, Conceição do Coité, Itiúba, Jeremoabo, Monte Santo, Nordestina, Pindobaçú, Ponto Novo, Queimadas, Quijingue, Retirolândia, Santa Luz, Serrinha, Uauá e Valente.

70 Fonte: Andrade (2012, p. 7). Sendo que dos 304 estudantes, 237 (78%) estão matriculados no ensino médio e 67 (22%) no ensino fundamental II. Esses dados revelam a grande procura de vagas em curso médio e profissionalizante na região, principalmente porque a EFASE é a única escola nesse formato a oferecer a modalidade de ensino médio (ANDRADE, 2012, p. 7). Nesse quesito abordado, os desafios são os mesmo do anterior. É importante destacar ainda a tendência no aumento do número de educandos para os anos seguintes no ensino médio. A projeção é que neste ano de 2013 sejam matriculados mais de 300 educandos apenas no ensino médio. Diante desse quadro, e das necessidades dos movimentos sociais do campo, há uma perspectiva da EFASE buscar parcerias para ofertar um curso superior. O primeiro passo é o convênio com o Programa Nacional de Educação em Áreas de Reforma Agrária - PRONERA, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia UFRB, para a realização do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia, previsto para ter inicio no primeiro semestre de 2013.

71 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Escola Família Agrícola do Sertão é mais uma instituição educacional, vinculado as organizações e movimentos sociais comprometida com a formação de sujeitos do campo, que possam, a partir se sua intervenção transformar as condições em que estão inseridos. Nesses 15 anos de atuação a EFASE vem desenvolvendo ações pautadas nos princípios da agroecologia a partir da compreensão de convivência com o semiárido. Atualmente a escola tem os desafios de melhorar a sua prática pedagógica na medida em que amplia o número dos educandos e simultaneamente amplia a abrangência territorial. A perspectiva que se apresenta nesse novo cenário é ofertar curso superior. Há uma demanda crescente entre a juventude camponesa de ter no campo ensino superior e de qualidade. Esse é um desafio na construção da Educação do Campo. Referências ANDRADE, Gilmar dos Santos Andrade. Escola Família Agrícola do Sertão: Experiência da Relação Escola-Família/Comunidade. In: UFRB. Anais do I Seminário Estadual de Educação do Campo. Amargosa, 2012 (CD ROM).

72 ARAÚJO, Sandra Regina Magalhães. Escola para o trabalho, escola para a vida: o caso da escola família agrícola de Angical Bahia Salvador, 2005. Dissertação (mestrado) Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação. Campus I. Disponível em http://www.ppgeduc.com. Acesso em 04 de maio de 2012. BEGNAMI, João Batista. Uma geografia da Pedagogia da Alternância no Brasil. a experiência das Casas Familiares Rurais. Brasília: UNEFAB, 2002. (Documentos Pedagógicos). BEGNAMI, João Batista. Formação pedagógica de monitores das Escolas Famílias Agrícolas e Alternâncias: um estudo intensivo dos processos formativos de cinco monitores. Belo Horizonte. 2003. 263 p. Dissertação (Mestrado Internacional em Ciências da Educação)- Universidade Nova de Lisboa e Universidade François Rabelais de Tours. BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1998. CALVÓ, Pedro Puig. Introdução: Centros familiares de formação em alternância. In: Pedagogia da Alternância e desenvolvimento. Brasília: União Nacional das Escolas Famílias do Brasil, 1999. COPORAL, Francisco Roberto; RAMOS, Ladjane Fátima. Da extensão rural convencional à extensão rural para o desenvolvimento sustentável: enfrentar desafios para romper a inércia. Brasília, setembro de 2006. Disponível em <www.agroeco.org/socla/archivospdf.> Acesso em 29 de janeiro de 2011. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. GIMONET, Jean-Claude. Nascimento e desenvolvimento de um movimento educativo: as casas familiares rurais de educação e orientação. In: Pedagogia da alternância: alternância e desenvolvimento. Brasília: União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil, 1999. MST/AS-PTA/Instituto Giramundo Mutuando. Agroecologia: notas introdutórias e análise de agroecossistemas. Cartilha mimeo. 2005. PJR BRASIL. História da PJR: 30 anos a serviço da Juventude Camponesa (1983-2013), 25 anos de PJR Brasil (1988-2013). 2012 (no prelo). RIBEIRO, Marlene. Movimento camponês, trabalho e educação: liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana. São Paulo: Expressão Popular, 2010.