TV UFBA uma experiência em processo Área Temática: Comunicação Marise Berta de Souza Universidade Federal da Bahia (UFBA) Resumo Palavras-chave
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- Ana Coradelli Wagner
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1 TV UFBA uma experiência em processo Área Temática: Comunicação Marise Berta de Souza Universidade Federal da Bahia (UFBA) Resumo: A comunicação se propõe abordar o espaço de produção de uma televisão universitária, a webtv UFBA, como ambiente capaz de promover a convergência entre ensino, pesquisa e extensão; inovação de linguagens; de técnicas e de formatos televisivos; através da divulgação de seus conteúdos, direcionados para a comunicação de interesse público que valorizam a transmissão e a socialização do conhecimento, dando visibilidade a temáticas que privilegiam o diálogo entre campos do conhecimento, a construção de identidades, produções culturais e expressões artísticas. Palavras-chave: TV Universitária, produção e difusão de conhecimento. 1 - Introdução A TV UFBA foi criada em 2001, como um programa institucional da Pró-Reitoria de Extensão, em parceria com a NET, a primeira operadora de TV a cabo em Salvador. A lei N 8.977, de 1995, estabeleceu um acordo abrindo para as Televisões Comunitárias, Legislativas e Universitárias o direito à veiculação de seus programas. Assim, com um canal exclusivo para universidades locais, nasceu o Canal Universitário, a partir de um consórcio entre a Universidade Federal da Bahia / UFBA, a Universidade do Estado da Bahia / UNEB, a Universidade Católica do Salvador / UCSAL e a Universidade Salvador / UNIFACS, ocupando inicialmente o Canal 16 da NET. No entanto, duas das universidades saíram do consórcio, tornando insustentável a permanência no canal fechado. Hoje, a TV UFBA atua como web tv e está passando por um processo de reformulação e redimensionamento institucional tendo em vista torná-la uma ferramenta central da política de visibilidade das atividades da Universidade Federal da Bahia. Posicionada na Pró- Reitoria de Extensão, através da Coordenação de TV e Mídias Digitais, articula e projeta um processo acadêmico interdisciplinar que busca a interação transformadora entre a Universidade e demais setores da sociedade. Nesse sentido, entende-se que essa comunicação se faz em espaço e tempo apropriados. Propõe-se apresentar neste fórum, 6º CBEU, a experiência em processo,
2 entendendo esse local como propício para a discussão e exposição da síntese da proposta, uma vez que as questões aqui discutidas trarão subsídios que alimentarão essa experiência de (re) construção em processo. 2- Contexto e elementos de (re) construção De maneira ampla, a televisão universitária brasileira, aqui denominada TVU, ao longo de seus 45 anos de experiência 1, vem se conformando como um espaço privilegiado de produção de programas regionais sensíveis à nossa diversidade e dimensão, uma vez que estariam sendo desenvolvidos em um ambiente que possui a preocupação prioritária com o campo da Educação e com a área da pesquisa: a universidade. Assim, os programas produzidos e difundidos, tenderiam a apresentar um formato educativo e criativo, e ainda estariam subsidiados pelas pesquisas desenvolvidas. A partir desse pressuposto, a televisão universitária brasileira (TVU), e em especial a TV UFBA, deveria levar em consideração preceitos éticos e estéticos, a divulgação da produção da universidade e a valorização da cidadania, constituindo, assim, um importante diferencial na sua programação, priorizando os aspectos do regional e do local, principal enfoque da TVU, e tendo como referência o conceito do interesse público e social, sem excluir a criatividade e a invenção, cabendo ainda um contexto de espaço permeável à colaboração advinda do interior da comunidade acadêmica, mas também de além de seus limites. Não se pode desconhecer que depois de décadas de pesquisas sobre linguagens que contemplassem o maior número de telespectadores, os denominados meios de comunicação de massa, atualmente, buscam alternativas em programas que atendam de maneira específica à segmentação dos públicos, quer seja por gênero, territorialidade, faixa etária ou classe social. Sob a perspectiva da televisão aberta brasileira, observa-se que representações sociais tendem a ser produzidas nos eixos comerciais, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo, refletindo estereótipos regionais nas grades de programação. Esse modo de produção elege padrões de beleza, fórmulas de sucesso profissional, modelos de competência que podem se distanciar das necessidades cotidianas, a depender do 1 Cf. Cláudio Magalhães. Dossiê TV Universitária: 45 anos de experiência. Revista ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013.
3 local em que o programa esteja sendo veiculado, devido à diversidade territorial brasileira. Dessa forma, constata-se que o vínculo comercial ainda é um forte determinante no desenvolvimento da grade de programação, o que acarreta não só na concentração da produção no eixo Rio de Janeiro - São Paulo, e na sua veiculação em território nacional, determinando padrões éticos e estéticos como no desenvolvimento de programas ditados pela audiência. Estes programas tendem a se afastar dos objetivos formativo e informativo, que deveriam nortear os meios de comunicação, e fazem a opção pela fórmula de entretenimento agregado à venda de produtos. Distanciam-se, portanto, tanto das manifestações sociais regionais, como das produções culturais identitárias. É importante ressaltar que sob o conceito, campo público de televisão, algumas emissoras - legislativas, comunitárias, educativas e universitárias - se reuniram e colocaram como objetivo precípuo o interesse público, que deve ser traduzido em uma programação que contemple alguns princípios norteadores: a formação da cidadania, a educação, a democratização, a diversidade da informação e a valorização da cultura. Nesse ambiente, a televisão universitária brasileira (TVU) 2 se evidencia pela sua sedimentação - dos segmentos que integram o campo publico de televisão é um dos mais antigos - pelo seu crescimento e pela diversidade de modelos de gestão e programação. Nesse contexto, a proposta de reformulação da TV UFBA reivindica uma linha editorial, revista e ampliada. A sua atualização se faz necessária de forma a tanto dar continuidade como contemplar novas possibilidades de produção de conteúdo diferenciadas. Essa atualização baseia-se na perspectiva da indissociabilidade do tripé ensino, pesquisa e extensão e direciona o foco de suas ações para a comunicação de interesse público que valorize a transmissão e socialização do conhecimento, dando visibilidade a temáticas que privilegiem o diálogo entre campos do conhecimento, a construção de identidades, produções culturais e expressões artísticas. A estratégia prevista para levar esse intento adiante consiste em voltar-se para as comunidades interna e externa, sensibilizando-as através de uma programação, 2 Cf. Alzimar R. Ramalho. A contribuição dos canais universitários para a comunicação pública. Revista ABTU. TV Universitária+ TV Pública. ABTU Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013.
4 com conteúdo e linguagem próprios, que contemple a divulgação e a difusão do conhecimento gerado na universidade, divulgação científica, artística e cultural que promovam e reforcem a convivência democrática, a inclusão e a participação social. O desafio desse processo consiste em integrar a televisão universitária da UFBA aos seus demais segmentos, afastando-a de uma tendência à cultura universitária departamentalizada, estendendo-a a toda comunidade acadêmica. Essa perspectiva vem de encontro ao que preconiza Cláudio Magalhães, doutor em Educação, membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Televisão Universitária -ABTU, ao indicar os rumos da TVU: servir de contraponto. Uma alternativa, um antirreferencial, um lugar onde a prioridade é a integração, a comunicação na acepção correta e etimológica, de colocar em comum. A Televisão Universitária oferece a oportunidade de uma integração ativa entre ensino, pesquisa e extensão, sociabilizando seus atores principais: alunos, professores, dirigentes, funcionários e a comunidade onde atua (Magalhães, 2002:50). 3 - Conclusão Dessa maneira, a experiência em processo postula o estreitamento dos vínculos entre a universidade e a sociedade, tendo em perspectiva a diversidade cultural, a cidadania e a democracia, pois o diálogo transformador travado entre a universidade e a sociedade é tributário da natureza do conhecimento produzido e de como ele é devolvido e posto à disposição para a sociedade. O canal universitário é um mediador e difusor desse conhecimento. Portanto, é possível inferir que a necessidade de visibilidade da universidade, em se desvelar e promover a reflexão crítica e construtiva tem no canal universitário um instrumento de interlocução potente e privilegiado, em que se torna possível efetivar a defesa da participação plural, diversa e democrática de todos os seus atores. Referências MAGALHÃES, Cláudio. Manual para uma TV universitária. Belo Horizonte: Autêntica, Dossiê TV Universitária: 45 anos de experiência. Revista ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, RAMALHO, Alzimar. A contribuição dos canais universitários para a comunicação pública. Revista ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU
5 Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013.
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