O Turismo em Portugal após 2009 Oportunidades e Desafios II Conferência Hotelaria e Turismo 18 Junho 2009 1
Importância do Turismo na Economia Portuguesa VAB Turismo / VAB Economia 10% 9% 8% 7% 6% 5% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 VAB do Turismo representou 9% do VAB da Economia Portuguesa em 2007 O Turismo tem crescido acima da Economia Portuguesa, aumentando a sua importância como actividade económica Opinião generalizada de que Portugal tem aptidão e potencial para se assumir como destino de reputação mundial 2
Oferta Hotéis, Apart-hot hotéis, Aldeam. e Apart. Turísticos Hotéis, Apart-Hotéis, Ald. e Apart. 1.200 1.000 800 600 400 200 0 Nº Estabelecimentos Cagr 2,7% 2002 2003 2004 2005 2006 Jul-07 Hotéis, Apart-hotéis, Aldeam. e Apart. Turísticos representam 50% da Oferta Turística CAGR 2004/Jul-07 do número destes estabelecimentos cresce acima do sector (2,7% vs. 0,8%) A qualidade da Oferta associada também aumentou 3
Procura Hotéis, Apart-hot hotéis, Aldeam. e Apart. Turísticos Cagr 5,2% Número de Dormidas 35 30 25 20 15 10 5 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008-1,4% Crescimento anual médio de 5,2% na Procura de 2004-07 Assistiu-se a um ligeiro decréscimo da estadia média associado ao aumento do MICE e City Break Procura abranda crescimento até Verão-08 e cai logo após no ano, cai 1,4% 4
Taxas de ocupação Estabelecimentos Hoteleiros Taxa de Ocupação média anual 48% 46% 44% 42% 40% 38% Hotéis, Apart-Hotéis, Aparts e Aldeam. Turisticos Sector 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Crescimento da procura entre 2004-07 permitiu recuperação das taxas de ocupação Hotéis, Apart-hotéis, Aldeam. e Apart. Turísticos representaram 86,5% das dormidas, quando representam 50% da Oferta... As taxas de ocupação terão inflectido em 2008, devido à queda na Procura e a algum crescimento da Oferta 5
Proveitos Turísticos Proveitos Sector Turístico 1,0% Cagr 7,6% M 2.000 1.500 1.000 500 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Proveitos Aposentos Outros Proveitos De 2004 a 2007, os Proveitos Turísticos registam um forte crescimento anual nominal Com a quebra da procura em 2008, assiste-se a uma estabilização dos Proveitos De forma sistemática, Proveitos Totais = 2/3 Prov. Aposentos + 1/3 Outros Prov. 6
Até meados de 2008 7
Envolvente macro económica de 2005 até meados de 2008 Baixas Taxas juro / Alto gearing financeiro Baixo nível de poupança, associado a elevados níveis de consumo, de investimento e de endividamento fácil e barato Crescimento económico Crescimento económico sustentado nos principais mercados emissores do Turismo nacional Média anual PIB real 2004-2008: Zona Euro 2,0% UK 2,3% Espanha 2,5% Irlanda 4,1% Aumento do crescimento e qualidade da Oferta e Procura no Turismo Sentimento económico salutar Emprego, Rendimento e Níveis de Confiança elevados conduzem a aumento do Consumo e Investimento de Famílias, Empresas e Estados Valorização dos activos reais e financeiros Sentimento de aumento da riqueza e de baixo risco induz tomada de riscos maiores DJ EuroStoxx 600 13,7% ao ano em 2004/07 DJ EuroStoxx Real Estate 12,1% ao ano em 2004/07 Só em 2006 +50,6% 8
Plano Estratégico Nacional - PENT Eixos do Plano Território, Destino e Produtos Marcas e mercados Qualificação de recursos Distribuição e Comercialização Inovação e conhecimento Turismo Residencial City / Short Breaks Saúde & Bem-estar Gastronomia & Vinho Turismo Náutico Turismo Natureza Touring cultural e paisagístico Sol & Mar Golfe MICE Produtos eleitos no Plano 9
Consequências no Investimento e Expectativas Comportamento do Investimento Aumento da quantidade e qualidade da oferta Entrada de marcas e cadeias internacionais Desenvolvimento de novos conceitos / produtos Parte relevante da oferta em projectos Turístico Imobiliários - na verdade, os projectos são imobiliários antes de serem turísticos Expectativas de Rendibilidade Objectivos ambiciosos de Venda, ARR e GOP (eficiência de custos) IRR/Rendibilidades estimadas elevadas Payback rápido (inferior a 5 anos) Rendibilidade da vertente turística dependente: do prospectivo aumento da procura do prospectivo aumento dos ARR da prospectiva eficiência de custos Rendibilidade turística surgiria no futuro 10
Consequências no Financiamento e na Performance do Sector Financiamento dos Projectos Elevada alavancagem financeira Auto-financiamento via cash originado por imobiliário Componente Equity dependente da vertente imobiliária Subsídios (QREN), Participação de Fundos Públicos (F.Turismo) e maior facilidade processual e administrativa (PIN) No entanto, Verificou-se o aumento do custo dos factores (Terrenos, Construção e FF&E), penalizando os valores de investimento,...... o aumento da oferta e da concorrência susteve crescimentos nos ARR / RevPar, e...... o enfoque da gestão nos Proveitos não permitiu obter rapidamente a eficiência de Custos desejada, pelo que...... a aposta em novas unidades, conceitos e marcas viu adiada para o médio prazo as expectativas de rendibilidade 11
Consequência nos Modelos Operacionais Modelo Tradicional Empresas ou Grupos nacionais Pequena/Média dimensão Mono-produto ou baixa diferenciação Peso reduzido da marca Dependência de canais Visão integrada do investimento Modelo de Segmentação Grupos nacionais/internacionais Média/Grande dimensão Multi-produto e alta diferenciação Peso forte da marca Gestão forte dos canais Análise comparativa dos factores PROPRIEDADE DOS ACTIVOS EXPLORAÇÃO E GESTÃO DA OPERAÇÃO PROPRIEDADE DOS ACTIVOS EXPLORAÇÃO GESTÃO DA MARCA Yield exigido? Governance & Contratualização GOP adicional vs. Royalty? 12
Após s meados de 2008 13
Envolvente macro económica após s meados de 2008 Crise Liquidez / Aumento do preço do risco Concessão de crédito cai significativamente, e passa a ser difícil de obter, caro de manter e exigente nas garantias Crise económica Crise económica nos principais mercados emissores do Turismo nacional, incluindo o mercado nacional Média anual PIB real 2008/2009P: Zona Euro 0,6% -> -4,3% UK 0,7% -> -4,1% Espanha 1,2% -> -3,3% Irlanda -2,3% ->-7,5% Crise na Procura => Excesso de Oferta? Existe Rentabilidade? Sentimento económico negativo Desemprego e níveis de confiança reduzidos conduzem a redução do consumo e investimento das famílias e das empresas Desvalorização dos activos reais e financeiros Impairments/ queda do valor dos activos, percepção de riscos malremunerados e elevada incerteza DJ EuroStoxx 600-45,6% 2008 5,3% YTD 2009 DJ EuroStoxx Real Estate -51,7% 2008-2,6% YTD 2009 14
E a oferta? Resorts: 4-6 a Norte de Lisboa 6-8 no Alentejo Interior 5-7 no Alentejo Litoral 8-10 no Algarve (..) cada um com Hotel 5*, Golfe e Habitações para venda Prevista a construção de 30 Hotéis de 5*, 4.500 quartos e 12.500 casas de luxo Seria necessário vender 850 casas de qualidade por ano durante 15 anos 15
E a oferta? 1. Benagil Resort 5. Amendoeira Resort 7. Palmares Resort 12. Meia Praia Bay Resort 11. Algarve Motor Park 2. Tivoli Vitoria 4. Cidade Lacustre 9. Conrad Algarve 10. Marina de Ferragudo 3. Corte Velho 6. Quinta do Vale 8. Verdelago Resort Investimento até 2012 2,9 B 16
Evolução recente da Procura e Consequências no Investimento Evolução da Procura Dormidas no sector caiem 10,8% e em Hotéis, Apart-Hotéis, Aldeam. e Apart. caiem 11,3% (acumulado Abril 2009 / Abril 2008) Quebra acentuada de Dormidas no mercado emissor internacional (13,7%) vs mercado emissor nacional (4,9%) Proveitos no sector caiem 14,6% (acumulado Abril 2009 / Abril 2008) A este ritmo, regressaríamos aos níveis de 2005 Comportamento no Investimento Crise afecta fortemente sector imobiliário, pondo em causa modelo turístico-imobiliário (pelo menos, durante o ciclo actual) Queda na Procura revela fragilidades económicas de projectos turísticos Quebra acentuada dos Proveitos atrasa/adia implementação dos novos projectos 17
Consequências nas Expectativas de rendibilidade e Financiamento Expectativas de Rendibilidade IRR / rendibilidades baixas ou negativas Payback longos ou inexistentes Revisão de Business Plans, recentrando a gestão nas operações Pressão forte nos ARR / RevPar Quão flexíveis são os custos? Qual a rendibilidade efectiva do Turismo? Financiamento + Financiamento Corporate vs. Financiamento ao nível projecto Carestia de capitais próprios e alheios para financiar operações Redução do valor dos activos e aumento do seu risco Reestruturação de dívida: aumento de prazos e garantias 18
Atributos-chave numa boa gestão nesta fase do ciclo (e erros a evitar) + Atributoschave Boa relação preço-qualidade percebida pelo Cliente, e maior exposição a segmentos resistentes à crise e a tendências recentes Inovar e adequar gestão de canais de distribuição Forte enfoque na Gestão de Tesouraria / Fundo de Maneio Estrutura operacional flexível Abordar de forma criativa a remuneração do negócio e dos activos spin off small business units Brand, management, incentive fees + variáveis, + dependentes de + métricas Partilha de risco de CAPEX com a Marca Yield variável ; pagamento condicionado e postecipado - Erros a evitar Por um lado, evitar má relação preço-qualidade, e.g. justificação de prémios em ARR não percebida pelo Cliente Por outro, forçar política de descontos Estruturas operacional e de capital muito alavancadas Estrutura de custos desajustada e pouco flexível 19
Evolução das condições e perspectivas do financiamento bancário ILUSTRATIVO LTV Até meados de 2008 80% Após meados de 2008 < 65% Spreads < 1,5% > 4,0% Debt to Equity 80/20 50/50 Maturidades Debt / Ebitda cruzeiro 15 a 20 anos c. 7 x. 7 a 15 anos c. 5 x. Perspectiva + Projecto + Auto financ. Maior conservadorismo na análise dos Business Plans + Corporate + Equity upfront F&B < 30% Prov. GOP ~ 35% Prov. EBITDA Margin ~30% Prov. 20