Luciano Jorge de Carvalho Junior. Rosemarie Bröker Bone. Eduardo Pontual Ribeiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro



Documentos relacionados
DEMANDA BRASILEIRA DE CANA DE AÇÚCAR, AÇÚCAR E ETANOL REVISITADA

Valor do Trabalho Realizado 16.

Equações Simultâneas. Aula 16. Gujarati, 2011 Capítulos 18 a 20 Wooldridge, 2011 Capítulo 16

Universidade Federal de Pelotas UFPEL Departamento de Economia - DECON. Economia Ecológica. Professor Rodrigo Nobre Fernandez

ENGENHARIA ECONÔMICA AVANÇADA

exercício e o preço do ativo são iguais, é dito que a opção está no dinheiro (at-themoney).

O EFEITO DIA DO VENCIMENTO DE OPÇÕES NA BOVESPA 1

VALOR DA PRODUÇÃO DE CACAU E ANÁLISE DOS FATORES RESPONSÁVEIS PELA SUA VARIAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA. Antônio Carlos de Araújo

UMA APLICAÇÃO DO TESTE DE RAIZ UNITÁRIA PARA DADOS EM SÉRIES TEMPORAIS DO CONSUMO AGREGADO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS

METODOLOGIA PROJEÇÃO DE DEMANDA POR TRANSPORTE AÉREO NO BRASIL

Campo magnético variável

Estudo comparativo de processo produtivo com esteira alimentadora em uma indústria de embalagens

O Fluxo de Caixa Livre para a Empresa e o Fluxo de Caixa Livre para os Sócios

Função definida por várias sentenças

3 O impacto de choques externos sobre a inflação e o produto dos países em desenvolvimento: o grau de abertura comercial importa?

Taxa de Juros e Desempenho da Agricultura Uma Análise Macroeconômica

Dados do Plano. Resultado da Avaliação Atuarial. Data da Avaliação: 31/12/2010

COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DO ETANOL BRASILEIRO: DETERMINAÇÃO DE VARIÁVEIS CAUSAIS

CAPÍTULO 9. y(t). y Medidor. Figura 9.1: Controlador Analógico

HIPÓTESE DE CONVERGÊNCIA: UMA ANÁLISE PARA A AMÉRICA LATINA E O LESTE ASIÁTICO ENTRE 1960 E 2000

UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DOS COMPONENTES QUE AFETAM O INVESTIMENTO PRIVADO NO BRASIL, FAZENDO-SE APLICAÇÃO DO TESTE DE RAIZ UNITÁRIA.

Uma avaliação da poupança em conta corrente do governo

Modelos Econométricos para a Projeção de Longo Prazo da Demanda de Eletricidade: Setor Residencial no Nordeste

CHOQUES DE PRODUTIVIDADE E FLUXOS DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS PARA O BRASIL * Prof a Dr a Maria Helena Ambrosio Dias **

Espaço SENAI. Missão do Sistema SENAI

12 Integral Indefinida

Curso de preparação para a prova de matemática do ENEM Professor Renato Tião

Boom nas vendas de autoveículos via crédito farto, preços baixos e confiança em alta: o caso de um ciclo?

Multicointegração e políticas fiscais: uma avaliação de sustentabilidade fiscal para América Latina

Taxa de Câmbio e Taxa de Juros no Brasil, Chile e México

Capítulo 5: Introdução às Séries Temporais e aos Modelos ARIMA

O IMPACTO DOS INVESTIMENTOS NO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA MESTRADO EM ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

OBJETIVOS. Ao final desse grupo de slides os alunos deverão ser capazes de: Explicar a diferença entre regressão espúria e cointegração.

CAPÍTULO III TORÇÃO PROBLEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS TORÇÃO - PEÇAS DE SEÇÃO VAZADA DE PAREDES FINAS

Análise econômica dos benefícios advindos do uso de cartões de crédito e débito. Outubro de 2012

Influência de Variáveis Meteorológicas sobre a Incidência de Meningite em Campina Grande PB

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO PESSOAL E HABITACIONAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS FATORES MACROECONÔMICOS NO PERÍODO PÓS-REAL RESUMO

POSSIBILIDADE DE OBTER LUCROS COM ARBITRAGEM NO MERCADO DE CÂMBIO NO BRASIL

Análise da Interdependência Temporal dos Preços nos Mercados de Cria Recria e Engorda de Bovinos no Brasil

Pessoal Ocupado, Horas Trabalhadas, Jornada de Trabalho e Produtividade no Brasil

ACORDOS TBT E SPS E COMÉRCIO INTERNACIONAL AGRÍCOLA: RETALIAÇÃO OU COOPERAÇÃO? 1

BBR - Brazilian Business Review E-ISSN: X bbronline@bbronline.com.br FUCAPE Business School Brasil

PREÇOS DE PRODUTO E INSUMO NO MERCADO DE LEITE: UM TESTE DE CAUSALIDADE

Centro Federal de EducaçãoTecnológica 28/11/2012

Figura 1 Carga de um circuito RC série

Escola E.B. 2,3 / S do Pinheiro

Artigos. Abordagem intertemporal da conta corrente: Nelson da Silva Joaquim Pinto de Andrade. introduzindo câmbio e juros no modelo básico*

Escola Secundária Dom Manuel Martins

CONSUMO DE BENS DURÁVEIS E POUPANÇA EM UMA NOVA TRAJETÓRIA DE COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO RESUMO

A Linha Híbrida de Pobreza no Brasil

Variabilidade e pass-through da taxa de câmbio: o caso do Brasil

O Custo de Bem-Estar da Inflação: Cálculo Tentativo

Testando as Previsões de Trade-off e Pecking Order sobre Dividendos e Dívida no Brasil

Governança Corporativa, Risco Operacional e Comportamento e Estrutura a Termo da Volatilidade no Mercado de Capitais Brasileiro

3 PROGRAMAÇÃO DOS MICROCONTROLADORES

As exportações nos estados da Região Sul do Brasil por intensidade tecnológica entre 1996 a 2007

4 Cenários de estresse

OTIMIZAÇÃO ENERGÉTICA NA CETREL: DIAGNÓSTICO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE GANHOS

Modelos de séries temporais aplicados a índices de preços hospitalares do Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina

DEMANDA DE IMPORTAÇÃO DE VINHO NO BRASIL NO PERÍODO ANTÔNIO CARVALHO CAMPOS; HENRIQUE BRIGATTE; UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

José Ronaldo de Castro Souza Júnior RESTRIÇÕES AO CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL: UMA APLICAÇÃO DO MODELO DE TRÊS HIATOS ( )

1 TRANSMISSÃO EM BANDA BASE

Ivone Gonçalves Luiz FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS

Estrutura a Termo da Taxa de Juros e Dinâmica Macroeconômica no Brasil*

Prof. Luiz Marcelo Chiesse da Silva DIODOS

APLICAÇÃO DE MODELAGEM NO CRESCIMENTO POPULACIONAL BRASILEIRO

Esquema: Dados: v água 1520m. Fórmulas: Pede-se: d. Resolução:

Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Programa de Mestrado Profissional em Economia. Bruno Russi

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Economia Dissertação de Mestrado. Um Modelo de Investimento Aplicado ao Brasil

RESTRIÇÕES DE FINANCIAMENTO E POLÍTICA DE GESTÃO DE CAIXA NAS EMPRESAS DA BOVESPA

TAXA DE CÂMBIO, RENDA MUNDIAL E EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS: UM ESTUDO PARA ECONOMIA CEARENSE

A EFICÁCIA DO CRÉDITO COMO CANAL DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA NO BRASIL: ESTRATÉGIA DE IDENTIFICAÇÃO DA OFERTA E DEMANDA DE CRÉDITO

METAS INFLACIONÁRIAS NO BRASIL: UM ESTUDO EMPÍRICO USANDO MODELOS AUTO-REGRESSIVOS VETORIAIS (VAR)

A Guerra entre Comprados e Vendidos no Mercado de Opções de Compra da Bolsa de Valores de São Paulo

Palavras-chave: Análise de Séries Temporais; HIV; AIDS; HUJBB.

Ascensão e Queda do Desemprego no Brasil:

DÍVIDA PÚBLICA, POUPANÇA EM CONTA CORRENTE DO GOVERNO E SUPERÁVIT PRIMÁRIO: UMA ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE

BBR - Brazilian Business Review E-ISSN: X bbronline@bbronline.com.br FUCAPE Business School Brasil

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL DENILSON ALENCASTRO

ANÁLISE DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR QUE CARACTERIZA A QUANTIDADE DE SAL EM UM RESERVATÓRIO USANDO DILUIÇÃO DE SOLUÇÃO

Área de Interesse: Área 3 Macroeconomia, Economia Monetária e Finanças

Economia e Finanças Públicas Aula T21. Bibliografia. Conceitos a reter. Livro EFP, Cap. 14 e Cap. 15.

Fatores de influência no preço do milho no Brasil

Elasticidades da demanda residencial de energia elétrica

ANÁLISE ESTRUTURAL DA SÉRIE DE PREÇOS DO SUÍNO NO ESTADO DO PARANÁ, 1994 A 2007

ANÁLISE DA TRANSMISSÃO DE PREÇO PARA O LEITE PARANAENSE UTILIZANDO MODELOS DE SÉRIES TEMPORAIS

EFEITO DA VARIAÇÃO DOS PREÇOS DA MANDIOCA EM ALAGOAS SOBRE O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO 1

Rcupom ) 1. Rcupom = cupomt. cupom ) t

CURVA DE KUZNETS AMBIENTAL ESTIMATIVA ECONOMÉTRICA USANDO CO2 E PIB PER CAPITA

Autoria: Rafaela Módolo de Pinho, Fabio Moraes da Costa

Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas (EPGE/FGV) Macroeconomia I / Professor: Rubens Penha Cysne

4 O Papel das Reservas no Custo da Crise

Análise da competitividade do algodão e da soja de Mato Grosso entre 1990 e 2006

Física. MU e MUV 1 ACESSO VESTIBULAR. Lista de Física Prof. Alexsandro

2. Referencial Teórico

AÇÕES DO MERCADO FINACEIRO: UM ESTUDO VIA MODELOS DE SÉRIES TEMPORAIS

Curva de Phillips, Inflação e Desemprego. A introdução das expectativas: a curva de oferta agregada de Lucas (Lucas, 1973)

EQUIVALENTES DINÂMICOS PARA ESTUDOS DE HARMÔNICOS USANDO ANÁLISE MODAL. Franklin Clement Véliz Sergio Luis Varricchio Sergio Gomes Jr.

Medidas de Desempenho: Um Estudo sobre a Importância do Lucro Contábil e do Fluxo de Caixa das Operações no Mercado de Capitais Brasileiro

Transcrição:

Análise do preço e produção de peróleo sobre a lucraividade das empresas perolíferas Luciano Jorge de Carvalho Junior Rosemarie Bröker Bone Eduardo Ponual Ribeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro

In he pas years, oil companies had significan profi increases, following he oil price boom. I remains o be seen he effec of he recen price fall on profiabiliy. The goal of his aricle is o idenify he effec of hydrocarbons prices and oupu on he profiabiliy of some of he larges companies in he secor. In order o achieve his goal, quarerly daa from he firs quarer, 2001 o he second quarer, 2008 is used o esimae an economeric model for Exxon Mobil and Chevron, publicly held companies, and for Perobras and Eni, mixed-economy companies. The resuls differ beween firms. The main variable o explain he profiabiliy (operaing margin) of ENI and Chevron is he price of oil. For ExxonMobil i is he oil price and producion, which suggess he presence of economies of scale. And for Perobras, he profiabiliy is driven by he producion level, which also indicaes economies of scale. The reason for he oil price no o be a significan variable for Perobras is because his company does no pass changes in shor-erm inernaional oil prices. There does no seem be a clear paern o separae mixed-economy companies from privae companies as regards o he profiabiliy. One can say ha Perobras and ExxonMobil are in beer posiion o face momens of crisis since hey are less vulnerable o volailiy in oil price and undersand he moivaion of hese wo companies o add reserves a a pace much higher han producion. Aé o agravameno da crise econômica marcado pela quebra do Lehman Brohers em seembro de 2008, as empresas perolíferas apresenam crescimenos significaivos no lucro. Ese lucro em sua origem em vários elos da cadeia produiva; conudo, na Exploração e Produção, onde o produo é homogêneo e o preço é deerminado pelo mercado, uma maior eficiência produiva esá associada à redução dos cusos médios operacionais com a expansão da produção. Dese modo, a pesquisa sobre o ema orna-se relevane ao er como objeivo idenificar o efeio desa expansão sobre a lucraividade de algumas das maiores empresas do seor. Selecionam-se, assim, quaro empresas que se desacam pelo valor de mercado que possuem e por se disinguirem como privadas ou esaais. Esas empresas são as nore-americanas Exxon Mobil e Chevron, a brasileira Perobras e a ialiana Eni SpA, onde as duas primeiras são de capial abero e as duas úlimas economias misas. Posicionam-se ainda em função da capialização de mercado no seor perolífero para o ano de 2008 em 1º, 4º, 9º e 10º, respecivamene, segundo ranking da PFC Energy. Para alcançar o objeivo dese rabalho, a lucraividade das empresas é idenificada pela relação enre lucro operacional/receia operacional, compondo o índice margem operacional. Esse indicador é usado para comparar as empresas no que diz respeio ao grau de aderência da produção aos ciclos econômicos. Saliena-se que a pesquisa não busca saber qual empresa é mais lucraiva, por que não são considerados os cusos e receias financeiras. Assim, o presene rabalho é composo por quaro seções, do qual esa é a primeira seção. Na segunda seção, é exposa a meodologia usada nese rabalho. Esa seção mosra o modelo economérico do qual se faz uso e as fones de onde são reirados os dados para a esimação. Já na erceira, faz-se a análise dos resulados obidos para cada empresa selecionada, iniciando a discussão dos mesmos que é aprofundada na quara seção, a conclusão.

A análise feia nese arigo uiliza informações colhidas das demonsrações financeiras de cada empresa selecionada, fazendo uso de dados rimesrais provenienes dos demonsraivos financeiros 10K e 10Q, para as companhias americanas, e 20F e 6K, no caso da Eni e da Perobras. Eses relaórios são obidos juno a Securiies and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários dos Esados Unidos, e fornecem os dados da produção diária de hidrocarboneos, do lucro operacional e da receia operacional líquida de cada empresa. Desa forma, o quociene do lucro operacional pela receia operacional líquida fornece o índice financeiro margem operacional, a variável dependene do modelo economérico. Já a produção de hidrocarboneos e o preço do barril de peróleo consiuem as variáveis explicaivas. O preço do barril de peróleo, obido aravés da Agência de Informação Energéica americana (EIA, na sigla em inglês), é a média do preço praicado no rimesre em quesão e deflacionado pelo índice de preços ao consumidor nore-americano a valores consanes de junho de 2008. Como premissa, a margem operacional varia no mesmo senido que o preço do barril de peróleo e a produção de hidrocarboneos, pois um preço maior significa uma margem operacional maior e não há senido em se produzir um campo se ese não é economicamene viável. Assim sendo, faz-se inicialmene a esimação dos parâmeros do modelo pelo méodo dos mínimos quadrados ordinários (MQO). Observando -se a exisência de auocorrelação serial, ese problema é corrigido pelo méodo ieraivo de Cochrane-Orcu. A análise economérica é realizada uilizando-se o sofware Grel e ransformando as variáveis produção de hidrocarboneos e preço do barril de peróleo em logarimos naurais, além de maner a margem opercional como um índice. Esa regressão se uiliza de 30 observações rimesrais e cobre o período que vai do primeiro rimesre de 2001 (T1 2001) aé o segundo rimesre de 2008 (T2 2008). Uiliza-se, assim, o seguine modelo economérico para a análise feia nese rabalho: MO = b 0 + b 1 ln P + b 2 ln Q + ε ; onde: MO Margem operacional Lucro Operacional Receia Operacional Líquida P.Q C P.Q.Q P C P C 1 P P Q = preço a valores consanes de junho de 2008 do barril do ipo Bren deflacionado pelo índice de preços ao consumidor nore-americano (CPI) em dólares no empo ; e, = quanidade média diária de peróleo produzida em milhares de barris por dia de cada empresa no período ; Os coeficienes b 1 e b 2 represenam, respecivamene, a elasicidade-preço (variação da margem operacional em função da variação do preço do barril) e a elasicidade-produção em relação à margem operacional (variação da margem operacional em função da variação da produção de peróleo). Já ε é um ermo residual, que represena a influência coleiva de quaisquer variáveis omiidas no modelo que ambém possam afear MO, e b 0 é o pono de inerseção da rea com o eixo verical.

Como viso acima, o objeivo desa seção é esimar os parâmeros do modelo elaborado, usando o méodo dos mínimos quadrados ordinários para a regressão. Os resulados da regressão da lucraividade da Chevron são apresenados na abela 1, com os valores dos coeficienes, desvios-padrão, esaísica e nível de significância. Deve-se aenar ambém para os valores do coeficiene de deerminação R 2 e da esaísica de Durbin- Wason, onde o primeiro indica o percenual de variação da variável dependene aribuído a odas as variáveis explanaórias e o segundo se exise auocorrelação de resíduos para valores disanes de 2. Méodo: Mínimos Quadrados Ordinários Variável Coeficiene Desvio-Padrão Esaísica p-valor Cons 1,00548 1,39738 0,720 0,47799 ln Bren 0,0795624 0,0208843 3,810 0,00073 *** ln Hidrocarboneos -0,152767 0,175074-0,873 0,39058 R 2 = 0,389682 Esaísica de Durbin-Wason = 1,70469 Tabela 1 Esimação de modelo para a lucraividade da Chevron Apesar de a variável Hidrocarboneos não apresenar o sinal esperado, esa não se mosra esaisicamene significaiva, pois não passa em um ese de hipóese de 10% de significância (p-valor > 0,10). A não-significância do coeficiene desa variável permie inferir que a margem operacional não é afeada pelas escalas de produção, mas que em como seu deerminane os preços do peróleo. Assim, o próximo modelo considera somene a variável explanaória preço do barril de peróleo para esimação de seus parâmeros. Méodo: Mínimos Quadrados Ordinários Variável Coeficiene Desvio-Padrão Esaísica p-valor Cons -0,211845 0,0799467-2,650 0,0131 ** ln Bren 0,0831327 0,0203922 4,077 0,0003 *** R 2 = 0,389682 Esaísica de Durbin-Wason = 1,70469 Tabela 2 Esimação de modelo para a lucraividade da Chevron A variável preço do barril de peróleo apresena parâmero posiivo e elevada significância esaísica (p-valor = 0,0003), sendo responsável por explicar 39% da variação ocorrida na margem operacional. Observa-se ainda ausência de auocorrelação residual, segundo a esaísica Durbin-Wason, indicando que uma variação de 1% no preço do barril gera uma variação de 0,08% na mesma direção sobre a margem operacional. Enreano, pode-se invesigar a causa do modelo apresenar o comporameno inesperado, raduzido pelo sinal negaivo do coeficiene da variável produção de hidrocarboneos, devido ao fao de 2001 e 2002 ser um período aípico para a Chevron, que apresena lucro negaivo em seus relaórios, em virude de se considerar as despesas anes de imposos provenienes da fusão com a Texaco.

Porano, realiza-se a esimação por MQO com as observações que se esendem do primeiro rimesre de 2003 ao segundo de 2008 e cujo resulado é mosrado na abela 3. Méodo: Mínimos Quadrados Ordinários Número de Observações: 22 (T1 2003 T2 2008) Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons -0,590668 0,629763-0,938 0,36006 ln Bren 0,0305279 0,0108074 2,825 0,01082 ** ln Hidrocarboneos 0,0762963 0,0817686 0,933 0,36249 R 2 = 0,383758 Esaísica de Durbin-Wason = 1,65111 Tabela 3 Esimação de modelo para a lucraividade da Chevron. Os parâmeros apresenam desa vez os sinais esperados, esando em consonância com o previso. Observa-se ambém que a variável preço do barril é a única significane em explicar as variações ocorridas na margem operacional. Assim, a próxima abela mosra a análise de regressão feia pelo méodo de Cochrane-Orcu e considerando-se somene a variável preço do barril. Méodo: Cochrane-Orcu Número de Observações: 21 (T2 2003 T2 2008) Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons -0,00494601 0,0520361-0,095 0,92527 ln Bren 0,0338451 0,0126221 2,681 0,01477 ** R 2 = 0,372828 Esaísica de Durbin-Wason = 1,86659 Tabela 4 Esimação de modelo para a lucraividade da Chevron Pode-se observar que a variável preço do barril é significaiva ao nível de significância de 5% e se consiui como o deerminane da lucraividade desa empresa, com seu coeficiene indicando que uma variação de 1% acarrea uma variação no mesmo senido de 0,03% da margem operacional. Os modelos esimados para a lucraividade da ExxonMobil seguem a mesma disposição dos que foram feios para a Chevron e são visos nas abelas 5 e 6. Méodo: Mínimos Quadrados Ordinários Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons -1,61527 0,456184-3,541 0,00147 *** ln Bren 0,0738066 0,00738671 9,992 <0,00001 *** ln Hidrocarboneos 0,176164 0,0536525 3,283 0,00284 *** R 2 = 0,787597 Esaísica de Durbin-Wason = 0,869704 Tabela 5 Esimação de modelo para a lucraividade da ExxonMobil Pela abela 5, vê-se que o ese de Durbin-Wason indica auocorrelação serial. Assim, o próximo

modelo faz uso do méodo ieraivo de Cochrane-Orcu para corrigir o problema da auocorrelação dos erros, o que esá represenado pela abela 6. Méodo: Cochrane-Orcu Número de Observações: 29 (T2 2001 T2 2008) Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons -1,40107 0,359371-3,899 0,00061 *** ln Bren 0,0730861 0,0124911 5,851 <0,00001 *** ln Hidrocarboneos 0,150458 0,0414102 3,633 0,00121 *** R 2 = 0,854348 Esaísica de Durbin-Wason = 1,97449 Tabela 6 Esimação de modelo para a lucraividade da ExxonMobil Pode-se observar que o modelo enconra-se bem ajusado ao er as duas variáveis independenes explicando 85,4% da variação ocorrida na margem operacional. Além disso, a variável produção de hidrocarboneos se mosra como o faor de maior elasicidade da margem operacional (0,15), sugerindo a presença de economias de escala para o período analisado. Os resulados da regressão do modelo para a lucraividade da Eni esão apresenados na abela 7, dealhados com os valores dos desvios-padrão, esaísica-, assim como o nível de significância. Méodo: Mínimos Quadrados Ordinários Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons 0,294276 0,680078 0,433 0,66866 ln Bren 0,0371071 0,0222970 1,664 0,10763 ln Hidrocarboneos -0,0316661 0,101781-0,311 0,75810 R 2 = 0,204311 Esaísica de Durbin-Wason = 1,62821 Tabela 7 Esimação de modelo para a lucraividade da Eni Primeiramene, noa-se que a esaísica de Durbin-Wason indica a presença de auocorrelação serial, o que deve ser corrigido pelo méodo de Cochrane-Orcu. Observa-se ambém que nenhuma das duas variáveis explanaórias são esaisicamene significaivas e que a variável produção de hidrocarboneos em o sinal de seu coeficiene negaivo, o que esá em desacordo com o esperado. Além disso, o coeficiene de deerminação R 2 apona que o modelo em um ajuse fraco enre suas variáveis. Enreano, o p-valor da variável preço do Barril (p = 0,107) ainda é capaz de jusificar que um próximo modelo, conforme a abela 8, enha seus parâmeros esimados segundo o méodo ieraivo de Cochrane-Orcu. O resulado sugere um comporameno semelhane ao da Chevron, pois o preço do barril é a variável deerminane sobre a margem operacional e raz uma variação no mesmo senido de 0,037% sobre a margem operacional quando os preços variam em 1%, manidos consanes os demais faores.

Méodo: Cochrane-Orcu Número de Observações: 29 (T2 2001 T2 2008) Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons 0,0574282 0,0427481 1,343 0,19032 ln Bren 0,0371555 0,0108581 3,422 0,00200 *** R 2 = 0,318529 Esaísica de Durbin-Wason = 1,99017 Tabela 8 Esimação de modelo para a lucraividade da Eni A esimação do modelo proposo para a Perobras é demonsrada nas abelas que se seguem. Méodo: Mínimos Quadrados Ordinários Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons -2,12853 0,973061-2,187 0,03754 ** ln Bren -0,0687558 0,0410984-1,673 0,10589 ln Hidrocarboneos 0,346431 0,145442 2,382 0,02453 ** R 2 = 0,190029 Esaísica de Durbin-Wason = 0,897454 Tabela 9 Esimação de modelo para a lucraividade da Perobras Observa-se nesa abela que a variável preço do barril de peróleo apresena sinal negaivo, conrariando a previsão, mas que ambém esa é não-significaiva. Além disso, a esaísica de Durbin- Wason indica auocorrelação posiiva. Porano, a abela 10 faz uso do méodo de Cochrane-Orcu uilizando somene a variável produção de hidrocarboneos em sua esimação. Pelo resulado obido na abela 10, observa-se que a Perobras é a empresa, denre as esudadas, que reage mais foremene em sua lucraividade frene a alerações na produção de hidrocarboneos, com uma resposa de 0,38% de variação sobre a margem operacional ao se variar 1% na produção de óleo e gás naural. Méodo: Cochrane-Orcu Número de Observações: 29 (T2 2001 T2 2008) Variável Coeficiene Desvio-Padrão esaísica- p-valor Cons -2,66252 1,25885-2,115 0,04380 ** ln Hidrocarboneos 0,379481 0,164105 2,312 0,02861 ** R 2 = 0,46995 Esaísica de Durbin-Wason = 1,83791 Tabela 10 Esimação de modelo para a lucraividade da Perobras Ese resulado indica que a Perobras apresena economias de escala. Tal suposição é feia endo em visa que a Margem operacional 1 Cuso Preço e o preço é uma variável não-significaiva. Assim, do modelo, em-se que a margem operacional é uma função da produção de hidrocarboneos e que, porano, um aumeno de cusos é seguido de um aumeno mais que proporcional da produção.

O modelo economérico proposo para a medição da lucraividade, aravés da margem operacional, como função do preço real do barril de peróleo e da produção de óleo e gás naural de cada empresa, permie ober as seguines conclusões: A principal variável para explicar a lucraividade, expressa pela margem operacional, da ENI e Chevron é o preço do barril de peróleo; A margem operacional da ExxonMobil é deerminada pelo preço do barril e produção de hidrocarboneos, sugerindo que esa empresa possui economias de escala; A margem operacional da Perobras é diada pela produção de hidrocarboneos e, ao conrário das ouras companhias, o nível de preço do barril de peróleo do ipo Bren é uma variável nãosignificaiva. Iso se deve ao fao de a Perobras não repassar para o mercado inerno as variações em curo prazo dos preços inernacionais praicados; A Perobras apresena economias de escala, sendo mais compeiiva, porano, que ouras empresas no seor de Exploração & Produção. Compreende-se daí a moivação da Perobras em acrescenar reservas em um rimo muio superior à produção; Não é definido um padrão capaz de disinguir as empresas de economia misa das empresas de capial privado, pois a produção de hidrocarboneos é a principal variável que permie explicar as variações da margem operacional, no caso da ExxonMobil e da Perobras, ao conrário da Eni e Chevron, que apresena como deerminane o preço do barril de peróleo. Desa forma, a Perobras e a ExxonMobil enconram-se em melhor siuação para enfrenar momenos de crise, pois esão menos sujeias à volailidade dos preços do peróleo. ASSAF NETO, A. Finanças corporaivas e valor. Alas. São Paulo, 2001. BRIGHAM, E. F. e al. Adminisração financeira: eoria e práica. Alas. São Paulo, 2001. ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION EIA. World Crude Oil Prices. Disponível em: <hp://www.eia.doe.gov>. Acesso em: 20 de jan. 2009. MATOS, O. C. Economeria básica: eoria e aplicações. Alas. 2ª ed. São Paulo, 1997. PFC ENERGY. PFC Energy 50. 2008. Disponível em: <hp://www.pfcenergy.com>. Acesso em: 22 de maio 2009. PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. Microeconomia. Makron Books. São Paulo, 1994. ROSS, S. A. e al. Adminisração Financeira: corporae finance. São Paulo: Alas, 1995. U.S. BUREAU OF LABOR STATISTICS BLS. Consumer Price Index: All Urban Consumers. Disponível em: <hp://daa.bls.gov/cgi-bin/surveymos?cu> Acesso em: 8 de mar. 2009. U.S. SECURITIES AND EXCHANGE COMMISSION SEC. Vários formulários. 2008. Disponível em: <hp://www.sec.gov>. Acesso em: 23 de abr. 2009.