Relatório de Estabilidade Financeira. Banco Central do Brasil Março de 2013

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Transcrição:

Relatório de Estabilidade Financeira Banco Central do Brasil Março de 2013

Pontos abordados para o Sistema Bancário* Base: 2º semestre/12 Risco de liquidez Captações Risco de crédito Portabilidade Crédito - Pessoa física PF - Inadimplência por modalidade, safra e comprometimento de renda Crédito habitacional Crédito - Pessoa jurídica Inadimplência e provisões Rentabilidade do sistema bancário Despesas administrativas e índice de eficiência Solvência Patrimônio de referência exigido Ativos contingentes e comprometimento do PL Testes de estresse Simulação de Basileia III Níveis de concentração Sumário * Integrado pelas instituições banco comercial, múltiplo, caixa econômica, banco de investimento e conglomerados financeiros compostos ao menos por uma dessas instituições. 02

Risco de liquidez (1) Elevação da liquidez com o aumento do prazo médio das captações bancárias e dos ativos de alta liquidez; Estabilidade nos estoques de recursos externos no passivos dos bancos; Crescimento da relação M4/PIB. Índice avançou ao longo do 2º semestre e mantém-se em nível elevado; Aumento provocado pela maior utilização de instrumentos de captação de longo prazo e pela desaceleração na concessão de crédito dos bancos privados. 03

Risco de liquidez (2) Melhora na distribuição da liquidez entre as instituições, com a redução da representatividade dos ativos do grupo de instituições com índice inferior a 1; Redistribuição influenciada em maior medida pela liberação dos compulsórios, mas também pelo aperfeiçoamento do depósito a prazo com garantia especial (DPGE) do FGC; Ainda que declinassem de 10,5% (dez/11) para 7,4% (dez/12) dos ativos do segmento bancário, os compulsórios ainda representam uma significativa reserva de liquidez. 04

Captações (1) Queda no volume de depósitos a prazo compensada pela emissão de títulos, depósitos de poupança e as operações compromissadas; As Letras Financeiras e de Crédito do Agronegócio apresentaram uma expansão mais acelerada; A emissão de títulos se refletem em menores custos e maiores prazos de vencimento. Rendimentos das de LCIs/LCAs isentos de imposto de renda para pessoas físicas; A emissão de LFs é isenta de recolhimento de compulsório e da contribuição do FGC; 05

Captações (2) Captações acompanharam o alongamento de prazo das operações de crédito; Manutenção da relação entre as captações estáveis e o saldo das operações de crédito (principalmente por causa dos depósitos de poupança); Estabilidade da dependência das captações externas em níveis baixos. 06

Risco de crédito Ritmo moderado aproximando-se de uma expansão sustentável de longo prazo; Em 2012, o crédito direcionado cresceu mais que o livre, representando 40,9% do total. Semelhanças entre a atuação recente dos bancos públicos e privados da verificada em 2008/09; Movimento de redução das taxas de juros intensificado a partir de abril teve continuidade no segundo semestre 2012. 07

Portabilidade O cenário de redução nas taxas de juros foi determinante para a evolução da portabilidade de crédito; Concorrência cria incentivos para portabilidade; As instituições públicas foram mais favorecidas. 08

Crédito - Pessoa física Movimento de migração para modalidades de menor risco; Trajetória praticamente estável no financiamento de veículos e arrendamento mercantil; Loan to value (85% no fim de 2010-70% dez/2012); Cartão de crédito: compras a vista e parceladas corresponderam a 73% do total. (meses) Aumento do prazo médio das concessões principalmente por causa do financiamento habitacional (prazo mais longo/crescente participação relativa). 09

PF - Inadimplência por modalidade, safra e comprometimento de renda Destaque para a carteira de veículos, com redução significativa de 7,2%,em junho para 6,4% em dezembro de 2012; Perda de representatividade das safras mais antigas na composição da carteira global deve assegurar trajetória cadente na taxa de inadimplência; Ao longo do tempo, o comprometimento de renda apresenta crescimento mais moderado do que o do endividamento, com queda no último semestre, alcançando 21,9% em dezembro, ante 22,9% em junho. 10

Crédito habitacional A partir de 2009, os financiamentos habitacionais ganham maior relevância (5,8% do PIB); Desaceleração do ritmo de crescimento do crédito imobiliário e o índice de preços dos imóveis residenciais; Loan to value permaneceu em patamar sustentável, atingindo 71,5% em dezembro, praticamente sem alteração em relação a junho de 2012 e dezembro 2011. 11

Crédito - Pessoa jurídica Desaceleração fechando o ano em 16% e mantendo-se estável em relação ao crédito total; Instituições estatais elevaram de 5,5% para 32,2%, agressividade dessas instituições na modalidade capital de giro; Spread das operações prefixadas caiu 7% e em uma amostra composta por empresas de maior porte e menor risco a redução foi de 1,8%. 12

Inadimplência e provisões Inadimplência dos empréstimos corporativos registrou 2,2% em dezembro. A estabilidade no semestre justifica-se se por movimentos opostos: leve aumento dos atrasos das empresas de pequeno e médio porte e pequena retração no nível de default das grandes empresas; Em relação à origem dos recursos, a inadimplência PJ no crédito direcionado se manteve estável em 0,5%, enquanto os atrasos na carteira livre subiram levemente. A inadimplência apresentou leve queda no semestre registrando 3,7% em dezembro ante 3,8% em junho; O índice de cobertura (provisão contabilizada/operações vencidas há mais de 90 dias) apresentou uma pequena elevação, atingindo 1,6 em dezembro; Comparações adicionais entre provisões constituídas e créditos baixados para prejuízo, ou mesmo com o total da carteira considerada de maior risco ( níveis E a H), corroboram a ideia de suficiência das provisões. 13

Rentabilidade do sistema bancário (1) 2012: desaceleração do crescimento do crédito + estabilização da margem bruta de crédito em nível historicamente baixo reduziu o RSPL de 14,7% (junho) para 13,5% (dezembro); Variáveis da dinâmica; (crescimento da carteira/margem bruta/razão entre despesas de provisões e receitas das operações). 1º subperíodo - declínio suave da margem bruta de crédito com avanços consistentes na carteira = RSPL crescente; 2º subperíodo - crise financeira internacional = arrefecimento do crédito`+ elevadas provisões = declínio do RSPL; 3º subperíodo - queda mais acentuada na margem bruta por causa do aumento do custo da captação + avanço nas operações + reversão de provisões = ligeiro aumento no RSPL; 4º subperíodo - margem bruta estável + fraco crescimento da carteira + aumento da razão despesas de provisão/receitas de operações = RSPL reduzindo negativamente. 14

Rentabilidade do sistema bancário (2) Rentabilidade do sistema eminentemente originada em operações financeiras de natureza recorrente (bancária e seguros); RSPL tem se mantido acima da taxa de livre de risco; Análise individual mostra que as instituições com RSPL abaixo da taxa livre de risco representam apenas 9,0% dos ativo; Como o cenário de margens brutas deve se manter no curto prazo, a rentabilidade dependerá cada vez mais da capacidade das instituições financeiras expandirem a carteira de crédito, sem perder de visa a gestão eficiente de risco. 15

Despesas administrativas e índice de eficiência Despesas administrativas apresentaram menor crescimento desde 2009, o recuo foi generalizado exceto depreciação e amortização; Por causa da acomodação na evolução do crédito, o movimento foi incapaz de melhorar o índice de eficiência. Razão entre receita de serviços e despesas administrativas tem se mantido estável em aproximadamente 52% desde 2011. Índice de eficiência: razão entre a soma de despesas administrativas e outras despesas operacionais; e a soma de resultado de intermediação financeira bruto, receita de serviços, resultado de participações societárias, resultado de arrendamento mercantil operacional, outras receitas operacionais e resultado não operacional. 16

Solvência Apesar da adoção de parâmetros mais estritos de requisitos de capital de risco de mercado, o IB demonstrou estabilidade; Comportamento semelhante evidenciado pelo índice de capital próprio sobre ativos (alavancagem); Comparativos internacionais revelam que os indicadores do SFN encontram-se elevados; A solidez do desempenho do sistema financeiro é refletida na relação entre o valor de mercado e contábil. 17

PRE e PR Emissões de DS/IHCD suplantaram os lucros líquidos na elevação do PR; PRE - Destaque para a alocação de risco de mercado; Elevação das operações com menor requisito de capital, em especial, o financiamento imobiliário, levou a uma pequena redução do fator médio de ponderação de risco das parcelas genuinamente de crédito. 18

Ativos contingentes e comprometimento do PL O índice de comprometimento do PL voltou a se reduzir (42,8%); Queda foi possível pela redução nos ágios de investimentos (14,5%) e crescimento no PL (5,4%); Aumento dos créditos tributários de diferença temporária (R$ 116 bilhões); PLCD representa 47% do crédito tributário total. 19

Testes de estresse Indicadores de risco sistêmico Todas as métricas seguem em valores favoráveis quando comparadas a períodos anteriores. Estresse macroeconômico Em todos os cenários analisados, inclusive considerando choques abruptos ou extrema deterioração da situação macroeconômica, o capital regulamentar permanece bem acima do exigido. Análise de sensibilidade Sistema segue suportando os choques. Só em situações extremamente excepcionais de aumento de inadimplência, que nunca ocorreram, o impacto seria relevante. 20

Simulação de Basileia III Estudos do Banco Central não apontam necessidade extra (além das práticas correntes de retenção de resultados) de Capital Principal para o sistema bancário como um todo até 2019; Em 2019, o índice de Capital Principal médio seria de 10,8%, superior aos 7% que será exigido; Avaliando-se as instituições individualmente não haveria necessidade extra de Capital Principal até 2016; As necessidades a partir de 2017 seriam relativamente pequenas e poderiam ser obtidas de forma gradual. 21

Níveis de concentração Em dezembro/12, os valores do IHH para o segmento bancário foram de 0,1363 para ativos totais, 0,1502 para operações de crédito e 0,1629 para depósitos totais (dentro do intervalo considerado como moderada concentração, entre 0,1 e 0,18); O RC4, também do segmento bancário, em dezembro/2012, ficou em 69,72% para ativos totais, 72,25 % para operações de crédito e 75,05% para depósitos totais; Gráficos mostram a evolução desde de 2004, o IHH e o RC4 apresentaram inclinação ascendente, principalmente a partir de 2007; A partir do segundo semestre de 2011 e notadamente para os agregados de operações de crédito e depósitos totais, ao passo que o RC10 manteve-se estável. 22

Sumário Liquidez Disponibilidade de recursos nos mercados doméstico e externo permitiu aos bancos financiar o crescimento da carteira de crédito e aumentar o montante de ativos líquidos. Destaque para a melhora no perfil de captações, com instrumentos de prazo mais longo ganhando representatividade. A redução das taxas de juros tem levado os bancos a buscarem estruturas que mantenham a atratividade aos depositantes e reduzam os custos de gestão de risco de liquidez, em um processo que tem tornado mais claro o trade-off entre liquidez e remuneração. Crédito Menor velocidade de expansão da carteira de crédito aproximando-se de um ritmo mais sustentável de crescimento no longo prazo. Os bancos públicos continuaram ganhando participação no crédito total, assim como a carteira que utiliza recursos direcionados. O movimento de redução de taxas de juros trouxe efeitos positivos sobre o comprometimento de renda das famílias e também sobre a inadimplência pessoa. Essa reversão também se refletiu na carteira de crédito total, uma vez que a inadimplência pessoa jurídica permaneceu estável no período. Retorno sobre o Patrimônio Líquido A margem bruta de crédito manteve-se estável, com isso o arrefecimento do crescimento da carteira contribuiu fortemente para uma rentabilidade mais modesta. Embora o Retorno sobre o Patrimônio Líquido tenha se mantido consistentemente acima da taxa livre de risco, o atual cenário levará a rentabilidade a depender cada vez mais da capacidade de as instituições financeiras (IF) imprimirem crescimento vigoroso à carteira de crédito sem perder de vista a gestão eficiente dos riscos. Capitalização A capitalização continuou a demonstrar a solidez do sistema bancário, o que foi evidenciado pela estabilidade do Índice de Basileia em um elevado patamar, apesar dos parâmetros mais estritos de requisitos de capital para risco de mercado. Tal solidez é corroborada pelos resultados dos testes de estresse, já que em todos os cenários analisados, inclusive naqueles de extrema deterioração da situação macroeconômica, o capital regulamentar permanece em nível confortável. 23

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