DIREITO TRIBUTÁRIO INTRODUÇÃO

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Transcrição:

INTRODUÇÃO Para fazer frente às despesas públicas, o Estado precisa angariar recursos. A fim de que não haja arbitrariedades, a Constituição estabelece limites ao poder tributário, que são os princípios: Legalidade Anterioridade Irretroatividade da lei tributária E também as imunidades: De imprensa Recíproca entre os entes Religiosa Musical 1. Necessidade do Estado de captar recursos para manter sua estrutura, prestar serviços, atendendo às necessidades coletivas. 2. Tributo é fonte de receita pública. 3. Direito Tributário, para Paulo de Barros Carvalho, é o ramo didaticamente autônomo do Direito, integrado pelo conjunto de proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos. 1. (FCC/PROCURADOR DO ESTADO) O Direito Tributário é o conjunto de normas que regula o comportamento das pessoas de levar dinheiro aos cofres públicos. O dinheiro é a receita levada aos cofres públicos para fazer frente às despesas. 1

4. Relação jurídica polarizada: polo ativo (credor fisco) e polo passivo (contribuinte ou responsável tributário). 5. Todo e qualquer dinheiro que ingressa nos cofres públicos, a qualquer título, será denominado de entrada ou ingresso (provisoriedade caução ou fiança, depósito prévio, empréstimo compulsório, empréstimo público), mas nem todo ingresso será uma receita pública (definitividade). Pode ser a receita pública extraordinária (caráter contingencial) IGF, artigo 154, II, CF, ou empréstimo compulsório para calamidades públicas ou para guerra externa, artigo 148, I, CF; e ordinária (caráter regular e periódico) dentro da previsibilidade orçamentária e no desenvolvimento normal das atividades estatais. 6. Receitas Públicas podem ser ORIGINÁRIAS e DERIVADAS. a) ORIGINÁRIAS são as receitas de natureza não tributária. Lei n. 4.320/1664, Art. 39, 2º Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. b) Tal lei foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 como complementar, numa decisão de medida cautelar na ADIN 1726, pelo STF, in verbis: está suprida pela Lei n. 4.320, de 17/03/1964, recepcionada pela Constituição com status de lei complementar (ADI 1726). 2. (CESPE/ANALISTA/TCE-GO) Receitas Públicas originárias são auferidas pelo Estado em decorrência da exploração do próprio patrimônio. Originária do próprio patrimônio receita originária. Derivada do particular receita derivada e o tributo está encaixado. 2

c) DERIVADAS: o Estado se vale de seu poder de império e fará derivar para seu cofre uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas à sua jurisdição. Também chamadas de receitas de economia pública. 3. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO DE ALAGOAS) Receita Pública proveniente de normal arrecadação tributária da unidade da Federação no exercício da sua competência tributária, denomina-se receita derivada, sob a ótica da origem da receita. Receita de economia pública é a economia do povo, e não do patrimônio público. Logo, é receita de origem derivada. d) Lei n. 4.320/1964, no artigo 9º, dispõe que tributo é a receita derivada, instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições, nos termos da CF e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio das atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades. e) Tributo pelo CTN (Lei n. 5.172/1966 artigo 3º): Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 3

Atenção! Não confunda tributo com multa. Ambos são de natureza tributária, porém com finalidades distintas. Existe o tributo mesmo que o valor arrecadado seja oriundo de delito. f) Exemplos de Receitas Derivadas: TRIBUTOS (impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições especiais/parafiscais), MULTAS PECUNIÁRIAS (administrativas e penais) e REPARAÇÕES DE GUERRA. 4. (FCC/PROCURADOR DO TCE-RR/FGV/JUIZ SUBS. TJ-PA) Levando-se em consideração a classificação das receitas públicas, a doutrina afirma que são receitas derivadas e originárias, respectivamente, as taxas e os preços públicos. A tarifa preço público tem natureza contratual, é originária. Pedágio é tarifa, não taxa. Taxa é uma receita derivada porque é um tributo. 5. (FCC/ADVOGADO DA PBGÁS) Receitas originárias são as produzidas pelos bens e empresas de propriedade pública, mas a receita tributária, também chamada de receita derivada, decorre do poder de império estatal. Decorre do poder de fiscalizar poder do império estatal, e existem os princípios e imunidades como limites ao poder de tributar. 4

7. NATUREZA DO : direito público (está num dos polos), obrigacional (vincula o Estado ao sujeito passivo) e comum (regras de caráter geral). 6. (MPMG) São características do Direito Tributário: o ordenamento de direito público; ordenamento de direito comum e ordenamento de direito obrigacional. Ordenamento de direito público direito público. Praticado o fato gerador, é comum a todos a incidência tributária. Obrigacional existe uma relação obrigacional: obrigação principal e obrigação acessória. 8. E SUA AUTONOMIA Doutrina dividida: autonomia absoluta (Ruy Barbosa Nogueira, Paulo de Barros Carvalho, Kiyoshi Harada etc.), autonomia relativa (Alfredo Augusto Becker, Luciano Amaro, Eduardo Sabbag, José Eduardo Soares de Melo etc.). Somente do ponto de vista didático (autonomia relativa). RELATIVIZAÇÃO DA AUTONOMIA. 7. (ESAF/AFRFB) É considerado autônomo apenas do ponto de vista didático, relacionando-se com os demais ramos dado a unicidade do direito. Para efeitos didáticos, a autonomia do direito tributário é considerada relativa. 5

8. (ESAF/AFRFB) Em relação do Direito como um todo, o Direito Tributário é totalmente independente dos demais ramos possuindo metodologia própria de interpretação e estruturação. As bancas têm considerado a autonomia absoluta totalmente independente como incorreta. 9. (FCC/PROCURADOR DO ESTADO) O Direito tributário é o conjunto de normas que regula o destino dos valores arrecadados a título de tributo dentro da máquina do Estado. É o direito financeiro que regula o destino. Divisões para efeitos de estudo: I INTRODUÇÃO II CONSTITUIÇÃO FEDERAL LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR (PRINCÍPIOS E IMUNIDADES). III SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E ESPÉCIES DE TRIBUTOS EM GERAL IV IMPOSTOS EM ESPÉCIE V PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO 6

1. C 2. C 3. C 4. C 5. C 6. C 7. C 8. E 9. E GABARITO Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Marcelo Borsio. 7