FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO JOEDERSON LUIZ SANTOS DANTAS MACAÍBA/RN- BRASIL FEVEREIRO/2018

JOEDERSON LUIZ SANTOS DANTAS FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO Dissertação apresentada Programa de Pós-graduação em Produção Animal - PPGPA, Campus de Macaíba, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Animal. Orientador: Prof. Dr. Marcone Geraldo Costa MACAÍBA/RN- BRASIL FEVEREIRO/2018

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Dantas, Joederson Luiz Santos. Fontes proteicas alternativas na alimentação de ovinos em confinamento / Joederson Luiz Santos Dantas. - 2018. 44 f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Produção Animal. Natal, RN, 2018. Orientador: Prof. Dr. Marcone Geraldo Costa. 1. Alimentação de ovinos - Dissertação. 2. Biodiesel - Dissertação. 3. Cordeiros - Dissertação. 4. Digestibilidade - Dissertação. 5. Consumo proteico (ovinos) - Dissertação. I. Costa, Marcone Geraldo. II. Título. Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262

JOEDERSON LUIZ SANTOS DANTAS FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, Campus de Macaíba, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Animal. BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Marcone Geraldo Costa (UFRN) Orientador Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante (UFRN) Co-orientador Dra. Nívea Regina de Oliveira Felisberto Perdigão (EMBRAPA) Membro Externo

A minha mãe, Marleide Felipe (in memoriam), pelo amor, carinho, amizade, conselhos, exemplo de ser humano e admiração, minha eterna gratidão! Que saudade! Te amo! DEDICO!

Agradecimentos A DEUS, por permitir o dom da vida para que eu possa alcançar meus objetivos de vida, por ser minha fortaleza, e que me proporcionou saúde, sabedoria, gratidão, fé, foco, força de vontade e que nunca me deixou desistir dos meus sonhos! Aos meus pais José Augusto Santos Dantas e Marleide Felipe dos Santos Dantas por todos os ensinamentos, educação, conselhos, refúgio, apoio e que sempre lutaram pela minha felicidade! Aos meus irmãos Jefferson Augusto Santos Dantas e Jaderson Felipe Santos Dantas pela irmandade, união, parceria e amor! A Cida por ter me aberto às portas de sua residência desde a graduação em Zootecnia até hoje, que me deu suporte para realização do meu sonho, minha gratidão eterna! A toda minha família por sempre estarem ao meu lado! A Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao Programa de Pós Graduação em Produção Animal por ter me aberto às portas, concedendo todo apoio institucional, técnico, científico. Aos professores por todos os ensinamentos! Ao meu orientador, professor Marcone Geraldo Costa, pela oportunidade dada, pela confiança no meu trabalho, ensinamentos, amizade, admiração, exemplo de profissional! Ao meu co-orientador, professor Gelson Difante, pela oportunidade dada desde 2011, confiança, ensinamentos, amizade, exemplo de profissional, admiração! A professora Stela Antas Urbano por toda ajuda na melhoria desse trabalho, além de exemplo de profissional! Ao professor Luciano Patto Novaes pela concessão da palma forrageira para que o experimento pudesse ser realizado. Ao Grupo de Estudos em Forragicultura GEFOR nos nomes de Roldão, Leandro, Emmanuel, Nathália, Maxsuell, Pablo Ramon, Maria Tereza, Ana Beatriz, Fernanda, Eldo, Brenda, Francisca, Layninha, Jéssica, Rayana, Igor, Pedro, Ádalla,

Leonardo, Victor, Joelma, Giovana e o professor João Neto pela ajuda na condução do experimento e em especial ao funcionário Severino Vicente da Silva, o seu Severo, pela amizade construída, momentos de descontração e pela ajuda maior para que esse experimento pudesse ter sido realizado! Ao laboratório de Nutrição Animal da UFRN pela ajuda nas análises laboratoriais em especial nas pessoas de Maria de Lourdes, Maximilla e Luiz e Manu. Aos amigos Biriteiros, aos amigos de graduação, de Segue-me que são meus amigos de vida e que sempre apoiaram as minhas decisões! Ao CNPq/CAPES pela concessão de bolsa de estudo e financiamento do projeto. E a todas as pessoas que passaram e estão na minha vida e que contribuíram e contribuem para minha felicidade! Muito Obrigado!

Digam aos justos que tudo irá bem, pois comerão do fruto de suas ações. Isaías 3:10

FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO DANTAS, Joederson Luiz Santos. FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO. 2018. 44f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Nutrição de Ruminantes) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2018. RESUMO: Objetivou-se avaliar o consumo, desempenho e o rendimento de carcaça de ovinos alimentados com fontes proteicas alternativas. Foram utilizados 32 ovinos SPRD (sem padrão racial definido) com peso médio inicial de 22,34 ± 2,05 kg e idade média inicial de 4 meses, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e oito repetições. Os animais foram alojados em baias individuais para acompanhamento de ganho de peso, determinação do consumo e da digestibilidade aparente da matéria seca e dos nutrientes. O feno de capim-massai e a palma forrageira foram bases volumosas das dietas experimentais, que diferiram em relação às fontes proteicas: farelo de soja, torta de babaçú, torta de coco e torta de algodão. Ao atingirem aproximadamente 35 kg de PV os animais foram abatidos a fim de avaliar os rendimentos de carcaça. Observou-se efeito (P<0,05) das fontes proteicas sobre os consumos de matéria seca (CMS), matéria orgânica (CMO), proteína bruta (CPB), carboidratos não fibrosos (CCNF), fibra em detergente neutro (CFDN) e extrato étereo (CEE). Os animais alimentados com farelo de soja apresentaram maiores consumos de matéria seca (1,27 kg/dia), matéria orgânica (1,16 kg/dia), proteína bruta (0,142 kg/dia), e carboidratos não fibrosos (0,640 kg/dia). Os maiores CFDN e CEE foram dos animais alimentados com torta de algodão (0,440 kg/dia) e torta de coco (0,061 kg/dia), respectivamente. Houve efeito (P<0,05) para o GMD com maiores médias para os animais que foram alimentados com torta de algodão. Não foi observado efeito nos rendimentos de carcaça quente e fria. O conteúdo do trato gastrintestinal sofreu efeito das fontes proteicas alternativas com maiores médias para os animais alimentados com torta de coco (6,30 kg). As tortas de algodão e babaçu podem ser utilizadas como alternativas ao farelo de soja em dietas para ovinos em confinamento. Devido ao menor desempenho dos animais alimentados com torta de coco, seu uso deve ser condicionado ao valor econômico e disponibilidade como fonte de proteína. Palavras-chave: biodiesel, consumo, cordeiros, digestibilidade, subprodutos.

ALTERNATIVE PROTEIN SOURCES IN THE FEEDING OF SHEEP IN FEEDLOT DANTAS, Joederson Luiz Santos. 2018. 44f. ALTERNATIVE PROTEIN SOURCES IN THE FEEDING OF SHEEP IN FEEDLOT. Dissertation (Master s Degree in Animal Production: Ruminant nutrition) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2018. ABSTRACT: The objective was to evaluate the consumption, performance and carcass yield of sheep fed with alternative protein sources. Were used 32 SRPD sheep (with no defined racial pattern), with a mean weight initial of 22.34 ± 2.05 kg and initial mean age of 4 months, distributed in a completely randomized design with four treatments and eight replicates. The animals were housed in individual stalls to monitor weight gain, determination of intake and apparent digestibility of dry matter and nutrients. Massai grass hay and cactus forage were the basis of the experimental diets, which differed in relation to the protein sources: soybean meal, babaçú pie, coconut pie and cotton pie. When they reached approximately 35 kg of LW the animals were slaughtered in order to evaluate the carcass yields. It was observed the effect (P <0.05) of treatments on dry matter intake (DMI), organic matter (OMI), crude protein (CPI), nonfibrous carbohydrates (NFCI), neutral detergent fiber (NDFI) and ether extract (EEI). The animals fed soybean meal had the highest of dry matter intake (1.27 kg / day), organic matter (1.16 kg/day), crude protein (0.142 kg/day), and non-fibrous carbohydrates (0,64 kg/day). The highest INDF and IEE were of the animals fed with cotton pie (0.440 kg / day) and coconut pie (0.061 kg / day), respectively. There was an effect (P <0.05) for the DAG with higher averages for the animals that were fed with cotton pie. No effect was observed on hot and cold carcass yields. The content of the gastrointestinal tract was affected by alternative protein sources with higher mean values for animals fed with coconut pie (6.30 kg). Cotton pie and babassu pie can be used as alternatives to soybean meal in diets for confined sheep. Due to the lower performance of coconut pie fed animals, their use should be conditioned to economic value and availability as a source of protein. Key words: biodiesel, by-products, consumption, digestibility, lambs.

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Composição química dos ingredientes dietéticos (g/kgms)...26 Tabela 2: Composição química e percentual das dietas experimentais (%), expressas com base na matéria seca...27 Tabela 3: Médias e coeficientes de variação (CV%) de características relacionadas ao desempenho de ovinos alimentados com fontes proteicas alternativas em confinamento...31 Tabela 4: Consumo de nutrientes por ovinos alimentados com fontes proteicas alternativas...33 Tabela 5: Coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes em função das fontes proteicas alternativas...36 Tabela 6: Médias de rendimentos de carcaça de ovinos alimentados com fontes proteicas alternativas...38

SUMÁRIO 1. REFERENCIAL TEÓRICO...12 1.1 Ovinocultura: características produtivas em confinamento e utilização de fontes proteicas na alimentação...12 1.2 Palma Forrageira...15 1.3 Feno de capim-massai...17 REFERÊNCIAS...18 2. FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO...21 Introdução...23 Materiais e Métodos...25 Resultados e Discussão...30 Conclusões...39 Referências...40

13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 1. REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 Ovinocultura: características produtivas em confinamento e utilização de fontes proteicas na alimentação Em 2014 o efetivo do rebanho ovino mundial era de 1,2 bilhão (FAO, 2015), distribuído em todos os continentes do planeta, e apresenta um crescimento médio anual nos últimos cinco anos de 1,5%. O Brasil possui o 18 o maior rebanho mundial de ovinos, com um efetivo de 18.433.810 cabeças das quais 57,5% do rebanho estão no Nordeste e 29,3% na Região Sul (FAO, 2015; IBGE, 2016). A importância dos ovinos como fonte de proteína em regiões subdesenvolvidas e em desenvolvimento tem sido enfatizada ao longo das últimas décadas, pois, pela rápida expansão e crescimento populacional, a demanda por proteína animal tem excedido a produção. Além disso, os ovinos apresentam elevado potencial fisiológico para produção de carne e constitui uma fonte alimentar de ótima qualidade para população humana e, em se tratando de ovinos deslanados, também de pele de elevada qualidade (BOSA et al., 2012). A adequação no manejo alimentar e nutricional para os rebanhos é um importante desafio para os sistemas de produção de ovinos. Uma estratégia cada vez mais utilizada no período de seca para a ovinocultura, quando se necessita ter produção de carne contínua e bem distribuída ao longo do ano, é a intensificação do modelo de produção com a adoção de confinamento (ARAÚJO et al., 2009). A utilização desta técnica se torna interessante quando relacionada com práticas de produção e conservação de alimentos (MANERA et al., 2009), principalmente porque o semiárido brasileiro caracteriza-se por apresentar um período chuvoso relativamente curto, onde se acumula certa quantidade de forragem com moderada qualidade nutritiva, enquanto na época seca as pastagens apresentam baixa capacidade de suporte e baixo valor nutritivo (ANDRADE et al., 2014). O confinamento de ovinos tem sido nos últimos anos adotado de forma crescente em virtude da redução do tempo para o abate, da maior eficiência no controle sanitário, da melhor qualidade da carcaça, da manutenção da oferta de forragem no período de escassez e, consequentemente, de maior regularidade na produção e na qualidade da carne ovina disponibilizada no mercado (LAGE et al., 2010). Apesar de todos esses aspectos positivos, nem sempre esse sistema de produção é economicamente viável, uma vez que sua viabilidade está atrelada às oscilações de preço dos grãos, principalmente milho e soja. Uma possibilidade de redução dos efeitos dessa situação sazonal é reduzir o custo das dietas empregadas no confinamento por meio do

14 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 aproveitamento de fontes de alimentos disponíveis em cada região (LAGE et al., 2010). Nesse contexto, subprodutos da indústria do biodiesel e da agroindústria podem ser fontes proteicas promissoras para diminuir os custos de produção em sistemas intensivos e semiintensivos de criação, já que existe a necessidade da destinação dos subprodutos gerados pelas indústrias com a finalidade de prevenir danos ao meio ambiente. Com o objetivo de avaliar a substituição do farelo de soja pela torta de algodão em até 100%, Silva et al., (2015) não observaram diferenças significativas para o consumo de MS (1,14 kg/dia), MO (1,07 kg/dia), PB (0,17 kg/dia), FDN (0,44 kg/dia) e CNF(0,49 kg/dia) com o aumento da inclusão da torta de algodão. Porém, os autores observaram diferenças para o consumo de FDN com o aumento de inclusão da torta de algodão. Observaram-se diferenças significativas para o consumo de EE que obtiveram valores médios de 76,6% de digestibilidade com 100% de inclusão de torta de algodão. O aumento dos níveis de torta de algodão não afetou o peso corporal final (36,66 kg), ganho de peso diário (0,190 kg/dia) ou total dos cordeiros (15,7 kg), peso vivo ao abate (35,88 kg), peso de carcaça quente (15,56 kg) e fria (15,44 kg) e as perdas por resfriamento (0,75%). Portanto, a torta de algodão pode substituir 100% o farelo de soja na dieta de cordeiros em terminação, podendo ser uma alternativa viavel para sistemas produtivos com essas características. Sá et al. (2015), quando avaliaram a substituição do farelo de soja pela torta de babaçu nos níveis de 0, 7, 5, 15 e 22,5% na dieta de ovinos, verificaram que não houve diferença entre os níveis de substituição para os consumos de MS, expressos em gramas por dia, com valores médios de 838,3 g/dia, 830,8 g/dia, 854,6 g/dia e 810,3 g/dia nos níveis de 0, 7,5, 15 e 22,5% de inclusão, respectivamente, o que demonstra à possibilidade de inclusão do subproduto na dieta de ovinos. Com o objetivo de avaliar a inclusão do babaçu na dieta de ovinos sob o rendimento e as características de carcaça de ovinos em crescimento em substituição ao farelo de soja, onde os tratamentos foram de 0, 10, 20 e 30% de inclusão da torta de babaçu na dieta, Xenofonte et al., (2009) verificaram que os pesos dos animais e das carcaças e os rendimentos de carcaça quente e fria decresceram de forma linear conforme aumentaram os níveis de farelo de babaçu na dieta. Os animais alimentados com as dietas contendo 30% de farelo de babaçu ganharam em média apenas 50 g/dia, resultando em baixo peso ao abate e da carcaça, o que refletiu diretamente no rendimento de carcaça fria, que ficou em torno de 39,67%. Esse valor também é baixo se comparado aos 47,07; 43,06 e 44,28% obtidos com 0, 10 e 20% de farelo de babaçu nas dietas, respectivamente.

15 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 O rendimento verdadeiro, a perda por resfriamento e a perda ao jejum não foram influenciados pelos níveis de farelo de babaçu na dieta e apresentaram médias de 56,07; 4,74 e 6,06%, respectivamente. Houve efeito linear decrescente para peso de meiacarcaça fria, paleta, costelas (1 a a 13 a ), serrote, perna, lombo e pescoço. Essa redução no peso dos cortes está diretamente relacionada ao peso da carcaça dos animais, que foi menor nos animais alimentados com as rações com níveis acima de 20% de farelo de babaçu. Ao analisar os pesos dos cortes em relação à meia-carcaça e considerando o seu valor comercial, observa-se que a soma dos cortes considerados de primeira (pernil e lombo) foi de 2,93; 2,66; 2,09 e 1,55 kg, respectivamente, para os níveis de 0, 10, 20 e 30% de farelo de babaçu, o que representa rendimento de 42,77; 41,95; 42,22 e 41,89%, respectivamente. As costelas e paletas somaram, nas diferentes dietas experimentais, 2,49; 2,32; 1,87 e 1,42 kg, com rendimentos de 36,26; 36,54; 37,83 e 38,27%, respectivamente. Os autores concluíram que o uso do farelo de babaçu em nível acima de 10% na dieta afeta negativamente os pesos e rendimentos, bem como os cortes comerciais e as medidas lineares, de carcaças de ovinos sem padrão racial definido. Ao avaliar a inclusão da torta de coco, que é um coproduto da extração do óleo de coco, na dieta de ovinos nos níveis de 0, 25, 50 e 75%, Bosa et al. (2012), verificaram que o consumo de matéria seca decresceu à medida que se aumentou a inclusão de torta de coco, variando de 699 a 405 g/dia entre os níveis de 25 e 50% (P< 0,05) de inclusão de torta de coco no concentrado. O mesmo comportamento foi observado quando foi analisado o consumo em relação à porcentagem do peso vivo, com valores de 3,67; 2,15 e 2,00% do peso vivo para os níveis de 25, 50 e 75% de inclusão de torta de coco, respectivamente. O consumo de matéria seca foi significativamente (P< 0,05) afetado com 50% de inclusão de torta de coco no concentrado. A digestibilidade aparente da matéria seca apresentou valores de 76,96; 76,3 e 67,89% para os níveis 25, 50 e 75% de inclusão de torta de coco, respectivamente. Os valores de digestibilidade aparente de proteína foram 81,79; 79,30 e 71,51 para 25, 50 e 75% de inclusão de torta de coco, respectivamente. Os autores enfatizaram que a redução no consumo foi devido ao teor de EE presente na torta de coco. Em experimento realizado por Alves et al. (2016), com o objetivo avaliar fontes proteicas alternativas (torta de mamona desintoxicada, torta de girassol e semente de girassol) ao farelo de soja na dieta de ovinos, os mesmos concluíram que a torta de mamona desintoxicada pode substituir o farelo de soja na dieta de ovinos em confinamento. Os consumos de matéria seca e proteína bruta para a torta de mamona

16 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 foram de 0,964 kg/dia e 0,140 kg/dia, respectivamente, enquanto que os consumos do farelo de soja foram de 0,989 kg/dia e 0,146 kg/dia, respectivamente, não havendo diferenças significativas entre os tratamentos. A digestibilidade de MS para a torta de mamona foi de 700g/kg e de 694 g/kg para o farelo de soja. O ganho médio diário foi de 0,217 e 0,190 kg/dia para o farelo de soja e para torta de mamona, respectivamente. O peso corporal no abate, o peso corporal vazio, o peso da carcaça quente e o peso da carcaça fria foram maiores nos animais alimentados com farelo de soja em comparação com os animais que foram alimentados com outras fontes proteicas. Mesmo assim, a torta de mamona se apresenta como uma alternativa para acabamento de cordeiros. Muitas vezes as fontes proteicas na alimentação são limitadas, principalmente por seu alto custo de aquisição, como é o caso do farelo de soja que representa a fonte de maior qualidade proteica para alimentação animal. Visto isso, é interessante o avanço com pesquisas para fontes alternativas na alimentação animal que venham a baratear os custos com alimentação e aumentar o número de alimentos alternativos para o produtor rural, tornando a atividade pecuária mais rentável. O sucesso econômico de qualquer atividade zootécnica está na dependência da elaboração de um adequado sistema de produção, e das técnicas a serem empregadas; principalmente as que dizem respeito ao desempenho produtivo do rebanho, o qual necessita de estudos que permitam estabelecer melhorias nas dietas e que atendam às necessidades desses animais, observando o tipo de alimento empregado e o custo de aquisição dos mesmos, pois, sabendo-se que a alimentação é o principal componente do custo de produção e que constitui um fator limitante à produção de carne ovina no Nordeste brasileiro, o melhor desempenho destes animais dependerá principalmente das características do animal e da qualidade do alimento que compõem a sua dieta (PINTO et al., 2005; COSTA et al., 2011). 1.2 Palma forrageira A palma forrageira é uma alternativa para suprir o déficit de alimentos na época seca, pois apresenta adaptação às condições edafoclimáticas da região por pertencer ao grupo das crassuláceas e ser eficiente no uso da água (ALMEIDA, 2012). Segundo o mesmo autor, a palma é um alimento que apresenta aceitabilidade, o que possibilita o consumo pelos animais, um alto valor energético e uma boa digestibilidade, além de ser um alimento verde que supre grande parte das necessidades de água durante a época de escassez.

17 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 A palma forrageira apresenta alto teor de CNF e baixo de FDN e FDA quando comparada a outros alimentos volumosos, podendo ser fatores determinantes na utilização da mesma na dieta animal, pois o primeiro é fonte de energia prontamente disponível para fermentação microbiana e os demais têm importante papel na manutenção das condições normais do rúmen (MELO, 2006). No entanto, segundo Oliveira et al. (2011) limitações ocasionadas pelo alto teor de CNF e baixos teores de carboidratos fibrosos, impedem que a palma forrageira seja fornecida aos animais exclusivamente, pois a presença de tais limitações quanto ao valor proteico e de fibra não atendem às necessidades nutricionais do rebanho. Por isso, vê-se a importância de complementá-las com outras fontes de volumosos, como fenos, silagens e capins. Em um experimento com diferentes fontes de silagem (silagem de girassol e silagem de sorgo) e diferentes fontes de feno (leucena, feijão guandu e capim elefante) associadas à palma forrageira, onde foi avaliado o consumo, digestibilidade e parâmetros ruminais em ovinos, Wanderley et al. (2012) concluíram que todas as fontes de volumosos citadas podem ser utilizadas como alternativa alimentar para ovinos na região semiárida do Nordeste brasileiro, o que contribui para o aumento da produtividade desses animais. Os mesmos autores constataram que as diferentes fontes de volumosos associadas à palma forrageira promoveram um equilíbrio entre CNF e carboidratos fibrosos (CF) na dieta, pois proporcionaram um nível de fibra fisicamente efetiva que, provavelmente, resultou numa melhor ruminação, o que estimulou a produção de saliva, e assim mantiveram-se as condições normais de saúde ruminal. Silva (2014), avaliando diferentes fontes de feno (Catanduva, sabiá, gliricídia e catingueira) associados à palma forrageira na alimentação de ovinos, obtive um consumo de matéria seca (CMS) médio de 1,23 kg/dia com um nível de consumo de 3.6% do peso vivo (PV) e com ganhos médios diários variando de 184 g/dia até 215 g/dia, o que evidencia a qualidade nutricional da dieta e que essas diferentes fontes de volumosos associados a palma podem ser uma alternativa de fonte alimentar para os ovinos. Bispo et al., (2010), avaliando o efeito da substituição do capim elefante por palma forrageira como fonte de forragem no consumo e digestibilidade de ovinos, encontraram média de 1,14kg/dia para CMS no tratamento em que a palma teve uma representatividade de 42% na dieta. Com o objetivo de avaliar os efeitos da inclusão de suplementos como farelo de trigo, farelo de soja, farelo de algodão e caroço de algodão na dieta à base de palma forrageira sobre o consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes, ph e nitrogênio

18 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 amoniacal de ovinos, Pessoa et al. (2013) observaram consumo de MS acima de 3,0% PV proporcionando ingestão adequada de nutrientes quando é disponibilizado para os animais, dietas corretamente balanceadas. O coeficiente de digestibilidade de MS médio foi de 60,61%, com ph médio de 6,56, resultados que promoveram condições normais de saúde ruminal. O pico de concentração de amônia foi de 13,89 mg/ml às 3,8 horas após a alimentação, o que promoveu adequada utilização dos nutrientes em dietas à base de forragem com reduzido teor de nitrogênio. 1.3 Feno de capim-massai A fenação é o processo de conservação de forragens através da desidratação parcial da planta forrageira a qual retira água disponível para a ação deletéria de microrganismos, fazendo com que o produto final se conserve por longo tempo (JOBIM et al., 2001). É uma técnica de fácil utilização e pode contribuir de forma significativa para elevar os índices zootécnicos e viabilizar economicamente o empreendimento agropecuário. Para o processo de fenação são indicadas plantas que atingem facilmente o ponto de feno, mantendo o máximo possível do valor nutricional da forrageira original e com menores riscos de perdas. Além disso, deve-se ter uma elevada produção de forragem por unidade de área, alta relação folha:caule e caules finos, boa capacidade de rebrota após colheita e um hábito de crescimento que facilite a colheita. O capim-massai é um híbrido entre o Panicum maximum e o Panicum infestum, caracterizando-se por ser uma gramínea perene de hábito de crescimento cespitoso, folhas finas e decumbentes com altura média das plantas de 65 cm, destacando-se por ser mais adaptada ao estresse hídrico e menor estacionalidade de produção (VALENTIN et al., 2001). Segundo Lopes et al. (2016), o capim-massai revelou importantes características como elevada produção de biomassa foliar, alta relação folha:colmo, baixa produção de colmo, alta capacidade de perfilhamento, entre outros. Todos esses fatores tornam essa cultivar uma alternativa para o processo de fenação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R.F. Palma Forrageira na Alimentação de Ovinos e Caprinos no Semiárido Brasileiro. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Mossoró, v.7, n.4, p.08-14, out-dez, 2012.

19 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 ALVES, F. J. L.; FERREIRA, M. A.; URBANO, S. A., et al. Performance of lambs fed alternative protein sources to soybean meal. Revista Brasileira de Zootecnia. v.45, n.4, p. 145-150, 2016. ANDRADE, L.R.A.; CÂNDIDO, M. J. D.; POMPEU, C. F. F., et al. Desempenho produtivo e econômico do confinamento de ovinos utilizando diferentes fontes proteicas na ração concentrada. Revista Brasileira de Saúde Produção Animal, Salvador, v.15, n.3, p.717-730 jul./set., 2014. ARAÚJO, M. J. et al. Consumo e digestibilidade dos nutrientes em cabras Moxotó recebendo dietas com diferentes níveis de feno de maniçoba. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 38, n. 6, p. 1088-1085, 2009. BISPO, S.V.; FERREIRA, M.A.; VÉRAS, A.S.C.; et al. Comportamento ingestivo de vacas em lactação e de ovinos alimentados com dietas contendo palma forrageira. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.9, p.2024-2031, 2010. BOSA, R.; FATURI, C.; VASCONCELOS, H. G. R., et al. Consumo e digestibilidade aparente de dietas com diferentes níveis de inclusão de torta de coco para alimentação de ovinos. Acta Scientiarum. Animal Sciences. Maringá, v. 34, n. 1, p. 57-62, Jan.- Mar., 2012. COSTA, M.R.G.F., CARNEIRO, M.S.S., PEREIRA, E.S., et al. Utilização do feno de forrageiras lenhosas nativas do Nordeste brasileiro na alimentação de ovinos e caprinos. PUBVET, Londrina, V. 5, N. 7, Ed. 154, Art. 1035, 2011. FAO. FAOSTAT Production live animals. 2015. Disponível em: <http://faostat3.fao.org/ download/q/qa/e>. Acesso em: 20 out. 2017. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA IBGE. Produção Pecuária Municipal 2016. Disponível em: sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/quadros/brasil/2016. JOBIM, C. C.; LOMBARDI, L.; GONÇALVES, G. D. et al. Desidratação de cultivares de Cynodon spp. durante o processo de fenação. Acta scientiarum, Maringá, v. 23, n.4, p. 795-799, 2001. LAGE, J.F.; RODRIGUES, P.V.; PEREIRA, L.G.R. et al. Glicerina bruta na dieta de cordeiros terminados em confinamento. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.45, p.1012-1020, 2010. LOPES, M. N.; CÂNDIDO, M. J. D.; POMPEU, R. C. F. et al. Tillering dynamics in massai grass fertilized with nitrogen and grazed by sheep. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 32, n. 2, p. 446-454, 2016.

20 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 MANERA, D. B. et al. Desempenho produtivo e características de carcaça de cabritos alimentados com diferentes proporções de concentrado. Revista Caatinga, Mossoró, v. 22, n. 4, p. 240-245, 2009. MELO, A.A.S. Palma forrageira na alimentação de vacas leiteiras. 2006. Disponível em:<www. abz.org.br/files.php?file=documentos/airon_melo...pdf >. Acesso em: 22 junho 2016. OLIVEIRA, A.S.C.; CAVALCANTE FILHO, F.N.; RANGEL, A.H.N. et al. Palma forrageira: alternativa para o semi-árido. Revista Verde (Mossoró RN Brasil) v.6, n.3, p. 49-58 julho/setembro de 2011. PESSOA, R. A. S.; FERREIRA, M. A.; SILVA, F. M., et al. Diferentes suplementos associados à palma forrageira em dietas para ovinos: consumo, digestibilidade aparente e parâmetros ruminais. Revista Brasileira Saúde Produção Animal, Salvador, v.14, n.3, p.508-517 jul./set., 2013. PEREIRA, L.; PIRES, A. J. V.; CARVALHO, G. G. P., et al. Nutritional characteristics of lambs meat fed diets with cotton cake. Journal of Food Quality, v. 39, p.140-149. 2015. PINTO, C.W.; SOUSA, W.H.; PIMENTA FILHO, E.C. et al. Desempenho de cordeiros Santa Inês terminados com diferentes fontes de volumosos em confinamento. Agropecuária Técnica, v.26, n.2, p.123 128, 2005. SÁ, H. C. M.; BORGES, I. MACEDO JÚNIOR, G. L., et al. Consumo e comportamento ingestivo de ovinos mestiços alimentados com torta do babaçu (orbignya spp.). Bioscience Journal, Uberlândia, v. 31, n. 1, p. 107-113, Jan./Feb. 2015. SILVA, M. G. T. Uso da palma forrageira e fenos de leguminosas na alimentação de ovinos em confinamento / Maria Gabriela da Trindade Silva. - Macaíba, RN, 2014 (Dissertação). SILVA, R.V. M. M.; CARVALHO, G. G. P.; PIRES, A. J. V., et al., Cottonseed cake in substitution of soybean meal in diets for finishing lambs. Small Ruminant Research. v.137. p.183 188. 2015. VALENTIM, J.F.; CARNEIRO, J.C.; MOREIRA, P. et al. Capim massai (Panicum maximum Jacq): nova forrageira para a diversificação das pastagens do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 2001. 16p. (Circular Técnica, 41). WANDERLEY, W.L.; FERREIRA, M.A.; BATISTA, A.M.V. et al. Consumo, digestibilidade e parâmetros ruminais em ovinos recebendo silagens e fenos em

21 269 270 271 272 273 274 275 associação à palma forrageira. Revista Brasileira Saúde Produção Animal, Salvador, v.13, n.2, p.444-456 abr./jun., 2012. XENOFONTE, A. R. B.; CARVALHO, F. F. R.; BATISTA, A. M. V. et al. Características de carcaça de ovinos em crescimento alimentados com rações contendo farelo de babaçu. Revista Brasileira Zootecnia. v.38, n.2, p.392-398, 2009. 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 2. FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO 290 291 292 293

22 294 295 296 297 298 299 300 301 302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 319 320 321 322 Fontes proteicas alternativas na alimentação de ovinos em confinamento Joederson Luiz Santos Dantas 1 *, Marcone Geraldo Costa 1 1 Programa de Pós-Graduação em Produção Animal UFRN Macaíba, RN. *joedersondantas@outlook.com RESUMO: Objetivou-se avaliar o consumo, desempenho e o rendimento de carcaça de ovinos alimentados com fontes proteicas alternativas. Foram utilizados 32 ovinos SPRD (sem padrão racial definido) com peso médio inicial de 22,34 ± 2,05 kg e idade média inicial de 4 meses, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e oito repetições.

23 323 324 325 326 327 328 329 330 331 332 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 344 345 346 347 348 349 350 351 352 353 354 355 356 357 358 359 Os animais foram alojados em baias individuais para acompanhamento de ganho de peso, determinação do consumo e da digestibilidade aparente da matéria seca e dos nutrientes. O feno de capim-massai e a palma forrageira foram bases volumosas das dietas experimentais, que diferiram em relação às fontes proteicas: farelo de soja, torta de babaçú, torta de coco e torta de algodão. Ao atingirem aproximadamente 35 kg de PV os animais foram abatidos a fim de avaliar os rendimentos de carcaça. Observou-se efeito (P<0,05) das fontes proteicas sobre os consumos de matéria seca (CMS), matéria orgânica (CMO), proteína bruta (CPB), carboidratos não fibrosos (CCNF), fibra em detergente neutro (CFDN) e extrato étereo (CEE). Os animais alimentados com farelo de soja apresentaram os maiores consumos de matéria seca (1,27 kg/dia), matéria orgânica (1,16 kg/dia), proteína bruta (0,142 kg/dia), e carboidratos não fibrosos (0,640 kg/dia). Os maiores CFDN e CEE foram dos animais alimentados com torta de algodão (0,440 kg/dia) e torta de coco (0,061 kg/dia), respectivamente. Houve efeito (P<0,05) para o GMD com maiores médias para os animais que foram alimentados com torta de algodão. Não foi observado efeito nos rendimentos de carcaça quente e fria. O conteúdo do trato gastrintestinal sofreu efeito das fontes proteicas alternativas com maiores médias para os animais alimentados com torta de coco (6,30 kg). As tortas de algodão e babaçu podem ser utilizadas como alternativas ao farelo de soja em dietas para ovinos em confinamento. Devido ao menor desempenho dos animais alimentados com torta de coco, seu uso deve ser condicionado ao valor econômico e disponibilidade como fonte de proteína. Palavras-chave: biodiesel, consumo, cordeiros, digestibilidade, subprodutos. Alternative Protein Sources in the Feeding of Sheep in Feedlot ABSTRACT: The objective was to evaluate the consumption, performance and carcass yield of sheep fed with alternative protein sources. Were used 32 SRPD sheep (with no defined racial pattern), with a mean weight initial of 22.34 ± 2.05 kg and initial mean age of 4 months, distributed in a completely randomized design with four treatments and eight replicates. The animals were housed in individual stalls to monitor weight gain, determination of intake and apparent digestibility of dry matter and nutrients. Massai grass hay and cactus forage were the basis of the experimental diets, which differed in relation to the protein sources: soybean meal, babaçú pie, coconut pie and cotton pie. When they reached approximately 35 kg of PV the animals were slaughtered in order to evaluate the carcass yields. It was observed the effect (P <0.05) of treatments on dry matter intake (DMI), organic matter (OMI), crude protein (CPI), non-fibrous carbohydrates (NFCI), neutral detergent fiber (NDFI) and ether extract (EEI). The animals fed soybean meal had the highest of dry matter intake (1.27 kg / day), organic matter (1.16 kg/day), crude protein (0.142 kg/day), and non-fibrous carbohydrates (0,64 kg/day). The highest INDF

24 360 361 362 363 364 365 366 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 380 381 382 383 384 385 386 387 388 389 390 391 and IEE were of the animals fed with cotton pie (0.440 kg / day) and coconut pie (0.061 kg / day), respectively. There was an effect (P <0.05) for the GMD with higher averages for the animals that were fed with cotton pie. The content variable of the gastrointestinal tract had an effect (P <0.05) of the alternative protein sources. Cotton pie and babassu pie can be used as alternatives to soybean meal in diets for confined sheep. Due to the lower performance of coconut pie fed animals, their use should be conditioned to economic value and availability as a source of protein. Key words: biodiesel, by-products, consumption, digestibility, lambs. Introdução A ovinocultura tem despertado grande interesse dos produtores brasileiros, evidenciado pelo aumento do rebanho, principalmente para produção de carne. A maior procura da carne de melhor qualidade e o crescimento do mercado de peles tem levado a utilização de um sistema de produção que otimize a eficiência biológica e econômica da ovinocultura. Uma estratégia utilizada para melhoria do desempenho de qualquer rebanho de pequenos ruminantes é a utilização de manejo alimentar adequado (ARAÚJO FILHO et al., 2010), com base nos sistemas intensivos de produção (confinamento) durante as épocas de escassez alimentar, visando manter a regularidade na oferta de produtos ao mercado (CUNHA et al., 2008). De modo geral, o desempenho da pecuária do Brasil tem sido limitado pela baixa disponibilidade de forragens, principalmente nos períodos prolongados de estiagem, manejo inadequado dos animais, má utilização dos recursos forrageiros existentes, seja na forma de feno ou silagem e altos custos com alimentação concentrada. A região semiárida tem um agravante que é a imprevisibilidade da estação chuvosa, de maneira que a variação na época do ano em que os índices pluviométricos estarão elevados torna difícil a tomada de decisão sobre o uso dos recursos desse ecossistema. Diante desse cenário, a produção de alimentos para os rebanhos no Brasil deverá ser baseada na conservação de forrageiras excedentes produzidas na estação das águas e em espécies vegetais que apresentem características de alta adaptabilidade às condições edafoclimáticas. A palma é um alimento de grande importância para os rebanhos do semiárido, notadamente nos períodos de estiagens prolongadas, pois além de fornecer nutrientes,

25 392 393 394 395 396 397 398 399 400 401 402 403 404 405 406 407 408 409 410 411 412 413 414 415 416 417 418 419 420 421 422 423 424 425 supre grande parte das necessidades de água dos animais na época de escassez dos recursos hídricos (SANTOS et al., 2006). A mesma apresenta baixos teores de proteína, o que justifica a necessidade de suplementação com nitrogênio para adequado crescimento microbiano no rúmen. Frequentemente observa-se na literatura a inclusão de fontes nitrogenadas não proteicas, como a uréia, para suplementar o baixo teor de proteína da palma e das forrageiras mais utilizadas pelos produtores para a alimentação animal. No entanto, fontes de proteína verdadeira, devem ser adicionadas a fim de satisfazer as necessidades dos diversos tipos de microrganismos ruminais que não utilizam nitrogênio não proteico (NNP) como fonte nitrogenada para promover seu crescimento. O farelo de soja é o concentrado proteico mais utilizado pelos produtores devido a sua conhecida qualidade. Porém, tal alimento apresenta alto custo de aquisição, principalmente em regiões mais distantes daquelas produtoras de grãos. Nesse sentido, conhecer o potencial de fontes nitrogenadas alternativas poderia reduzir a dependência dos proprietários de animais pela compra de grãos ou co-produtos oriundos de outras regiões, e consequentemente, reduzir o custo de produção. Dentre os resíduos da indústria do biodiesel com potencial para ser utilizado na alimentação animal, está à torta de caroço de algodão (ABDALLA, et al., 2008). A torta de coco e de babaçu, resíduos do beneficiamento da agroindústria do coco e do babaçu, respectivamente, também apresentam potencial de utilização na alimentação animal. O teor médio de proteína destas tortas é mediano (26%), com variação de 17 a 42%, sugerindo a utilização como fonte de proteína para animais (NEIVA JÚNIOR et al., 2007; SOUZA JÚNIOR, 2007; XENOFONTE et al., 2008). O teor de extrato etéreo varia de 10 a 15,5%, podendo ser outro benefício para ruminantes, considerando que a inclusão de óleo na dieta aumenta a densidade energética da dieta e pode auxiliar na mitigação do metano entérico (GRAINGER, 2008). Vários trabalhos de investigação da qualidade nutricional das tortas têm mostrado o potencial de utilização destes materiais na alimentação dos animais (BALBINOT et al., 2006; NEIVA JUNIOR et al., 2007; SILVA et al., 2005; VALADARES FILHO et al., 2001). Porém são poucas as informações acerca da associação da palma com tais fontes proteicas oriundas de resíduos da agroindústria na nutrição de ruminantes, objetivando a redução do uso de grãos na dieta de tais animais. Mediante ao exposto, tem-se por objetivo avaliar o consumo, desempenho e o rendimento de carcaças de ovinos alimentados com fontes proteicas alternativas.

26 426 427 428 429 430 431 432 433 434 435 436 437 438 439 440 441 442 443 444 445 446 447 448 449 450 451 452 453 454 455 456 457 458 Materiais e métodos O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias (UAECIA), localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, em Macaíba RN, na área experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, localizado a 5 53 34 de latitude Sul e 35 21 50 de longitude Oeste, durante o período de agosto a dezembro de 2016. Segundo a classificação de Köppen-Geiger o clima predominante é o quente e úmido; com temperatura média de 26 C com amplitude de 7 C; umidade relativa do ar variando de 60 a 80% e precipitações pluviométricas médias anuais de 800 mm distribuídos no período de outono a inverno, onde as maiores precipitações se concentram nos meses de abril a maio. O projeto que deu origem a este experimento foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte CEUA/UFRN, sob protocolo de número 055/2015. Foram utilizados 32 cordeiros SPRD (sem padrão racial definido) inteiros, oriundos do rebanho do GEFOR, com peso vivo médio inicial de 22,34 ± 2,05 kg e idade média de 4 meses. Previamente ao início do experimento, os animais foram identificados, vermifugados, pesados, alojados em baias individuais (1,5 m 2 ) equipadas com comedouros e bebedouros, dispostas em galpão de piso de chão batido e cobertura de telha de amianto, sendo as baias e os bebedouros submetidos a limpezas periódicas. Os animais foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado e passaram por um período de 15 dias de adaptação às instalações e manejo. O período experimental foi de 08/08/2016 a 13/12/2016. Os tratamentos experimentais consistiram na associação da palma forrageira e feno de capim massai (Panicum maximum cv. Massai) a diferentes fontes proteicas, sendo eles: farelo de soja, torta de babaçu, torta de coco, torta de algodão. Os animais foram aleatoriamente distribuídos nos tratamentos. Devido às diferenças no teor de proteína bruta entre as fontes proteicas, foi utilizada a ureia para ajustar este nutriente. As dietas foram ajustadas para serem isonitrogenadas e formuladas para atender as exigências nutricionais para ganho médio diário de 150g, segundo recomendações do NRC (2007). Além disso, foi utilizado o farelo de milho e uma mistura com sal mineral (Ovinofós com monensina ). São apresentadas a

27 459 460 461 462 463 464 465 466 467 468 469 470 471 472 473 474 composição química dos ingredientes dietéticos (Tabela 1) e a composição química e percentual das dietas experimentais com base na matéria seca (Tabela 2). A dieta foi fornecida na forma de mistura completa duas vezes ao dia, sendo 50% da oferta diária feita pela manhã e 50% à tarde. Antes da primeira oferta diária, eram retiradas dos cochos e pesadas as sobras de cada animal a fim de monitorar o consumo de matéria e ajustar a oferta diária de modo a permitir 10% de sobras do total ofertado, proporcionando ingestão voluntária sem seleção de ingredientes. Em seguida às pesagens de cada ingrediente (feno de capim massai + palma forrageira + fonte proteica), os mesmos eram homogeneizados em sacos plásticos. Tabela 1. Composição química dos ingredientes dietéticos (g/kgms). Ingredientes Variável Feno massai Palma Soja Babaçu Coco Algodão Milho MS 814,5 137,7 837,5 897,8 872,8 844,6 840,9 MM 51,3 128,2 63,1 48,9 35,0 45,1 8,5 MO 948,7 871,8 936,9 951,1 965,0 954,9 991,5 PB 26,6 33,1 477,8 168,9 160,2 286,4 74,3 EE 17,5 16,6 25,5 71,7 275,1 45,5 50,5 FDN 724,0 156,5 169,5 515,8 447,2 413,1 65,0 FDA 473,6 140,0 93,7 311,8 301,0 266,7 37,7 Lignina 54,3 15,9 4,3 92,4 97,0 83,7 7,1 CNF 180,6 665,6 264,1 194,7 82,5 209,9 801,7 CHOT 904,6 822,1 433,6 710,5 529,7 623,0 866,7 NDT 536,9 685,1 791,1 602,0 921,2 654,6 902,8 ED** 3,02 2,36 3,48 2,65 4,06 2,88 3,98 MS= Matéria Seca; MM= Matéria Mineral; MO= Matéria Orgânica; PB= Proteína Bruta; EE= Extrato Etéreo; FDN= Fibra em Detergente Neutro; FDA= Fibra em Detergente Ácido; CNF= Carboidratos Não Fibrosos; CHOT= Carboidratos Totais; NDT= Nutrientes Digestíveis Totais; **ED= Energia Digestível (Mcal/kgMS). Tabela 2. Composição química e percentual das dietas experimentais (%), expressas com base matéria seca. Tratamento Parâmetro Soja Babaçu Coco Algodão Composição Percentual Feno Massai 35 35 35 35 Palma 28,2 18,1 18,1 21,3 Farelo de Milho 21,2 21,25 21,30 21,25 Farelo de Soja 14,1 - - - Torta de Babaçú - 23,36 - - Torta de Coco - - 23,30 - Torta de Algodão - - - 20,70 Ureia 0,33 1,12 1,12 0,57

28 475 476 477 478 479 480 481 482 483 484 485 486 487 488 489 490 491 492 493 494 495 496 497 498 Sal Mineral 1,17 1,17 1,21 1,18 Composição Química MS 50,08 55,3 54,75 53,02 MO 94,3 95,27 95,6 95,17 MM 5,7 4,73 4,4 4,83 PB 10,4 9,49 9,29 10,01 EE 2,11 3,23 7,99 2,56 FDN 22,57 28,39 26,79 26,06 FDA 15,09 18,23 17,98 17,32 Lignina 1,7 3,47 3,58 3,14 CNF 36,57 31,33 28,75 32,91 CHOT 59,14 59,72 55,54 58,97 NDT 68,44 64,44 71,84 67,49 MS= Matéria Seca; MM= Matéria Mineral; MO= Matéria Orgânica; PB= Proteína Bruta; EE= Extrato Etéreo; FDN= Fibra em Detergente Neutro; FDA= Fibra em Detergente Ácido; CNF= Carboidratos Não Fibrosos; CHOT= Carboidratos Totais; NDT= Nutrientes Digestíveis Totais; As pesagens dos animais ocorreram a cada sete dias, pela manhã, antes de receberem a alimentação, procedendo-se desta forma durante todo período experimental. De posse do ganho de peso total e do consumo de matéria seca no período, foi calculado a conversão alimentar: CA = (CMS X dias em confinamento) / ganho total A eficiência alimentar foi calculada dividindo-se o ganho de peso total pelo consumo total no período, sendo o valor obtido multiplicado por 100 para expressar em porcentagem: EA = (ganho total / (CMS X dias em confinamento)) X 100 O ganho de peso médio diário foi calculado pela diferença do peso inicial e do peso final, dividido pelo número de dias do período de confinamento. Diariamente foram feitas coletas de amostras de alimentos e de sobras de cada animal, acondicionadas em sacos plásticos e congeladas para posteriores análises. As amostras de alimentos, sobras e fezes foram encaminhadas para o Laboratório de Nutrição Animal da UFRN, localizado no município de Macaíba/RN. Em seguida as mesmas foram secas a 65 o C em estufa de ventilação forçada, durante 72 horas, as quais foram processadas em moinho tipo Willey com peneiras de malha de 1 mm (para alimentos e sobras) e 2 mm (para fezes) e acondicionadas individualmente, à temperatura ambiente, em potes de plásticos com tampa devidamente identificados, para a realização das análises de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM),

29 499 500 501 502 503 504 505 506 507 508 509 510 511 512 513 514 515 516 517 518 519 520 521 522 523 524 525 526 527 528 529 530 531 532 proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002). Para a determinação da fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) dos alimentos, fezes e sobras e para determinação de nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) dos alimentos, foram utilizadas as metodologias descritas no INCT- Ciência Animal (DETMANN et al., 2012). Para a estimativa dos carboidratos totais (CHOT) e não fibrosos (CNF), foi utilizada as seguintes equações propostas por Sniffen et al. (1992): CHOT (%) = 100 (PB + EE + Cinzas) CNF (%) = 100 (FDN + PB + EE + Cinzas) Os cálculos dos nutrientes digestíveis totais (NDT) foi realizado de acordo com a equação proposta por Weiss (1999) e a energia digestível (Mcal/kgMS), segundo Silva & Leão (1979). O consumo de nutrientes foi calculado pela média das diferenças entre a quantidade total do nutriente contido na dieta oferecida e a quantidade deste contida nas sobras dos respectivos dias de coleta. Calculou-se o consumo de MS em Kg/dia, porcentagem peso vivo (%PV) e peso vivo metabólico (PM 0,75 ), consumo de proteína bruta (CPB), consumo de extrato etéreo (CEE), consumo de matéria orgânica (CMO), consumo dos carboidratos totais (CCHOT), consumo de fibra em detergente neutro (CFDN) e consumo dos carboidratos não fibrosos (CCNF). Decorridos 50 dias de experimento procedeu-se o ensaio de digestibilidade que teve duração de seis dias e, durante esse intervalo, foram feitas coletas de amostras de fezes, que foram pesadas e identificadas. Todas as amostras foram armazenadas a -15ºC. Para o ensaio de digestibilidade foram utilizados 16 animais. Foi realizada a coleta das fezes diretamente na ampola retal dos animais nos seis dias consecutivos, uma vez ao dia, em horários diferentes. Posteriormente as subamostras de fezes de cada animal foram misturadas e retirada uma amostra composta para realização das análises. Para estimativa da produção de matéria seca fecal (PMSF), foi utilizado como indicador interno a fibra em detergente ácido indigestível (FDAi) conforme a metodologia descrita por Berchielli et al., (2000). A excreção fecal foi estimada pela fórmula: PMSF = Indicador consumido (g/dia) / Concentração de indicador na MS fecal (g/kgms)