Teores de Matéria Seca e Proteína Bruta da silagem de Panicun maximum cv. Mombaça com a inclusão de níveis crescentes de farelo de algodão 1

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1 Teores de Matéria Seca e Proteína Bruta da silagem de Panicun maximum cv. Mombaça com a inclusão de níveis crescentes de farelo de algodão 1 Adesvaldo Jose e Silva Junior 2, Roberto Toledo de Magalhães 4, Eliane Sayuri Miyagi 3, Lucas Cunha Gomes 2, Renan Sousa da Silva 2, Maryelle Durães de Oliveira 2, Cristielle Nunes Souto 2, Rodolfo Lino Rosa 3. 1 Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor, financiado pela FAPEG. 2 Discente do programa de pós-graduação em Zootecnia PPGZ/UFG, Goiânia-GO. adesvaldojr@gmail.com 3 Profª. Dr. Escola de Veterinária e Zootecnia UFG-GO. 4 Prof. Dr. Departamento de Zootecnia PUC-GO. Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar os teores de proteína bruta (PB) da silagem da forrageira Panicum maximum cv. Mombaça com adição de 0, 10, 15 e 20% de farelo de algodão. Na produção das silagens foram utilizados silos cilíndricos de PVC com 0,25 m de diâmetro e 0,75 m de altura, adotando-se uma compactação de 580 kg/m³ e com quatro repetições por tratamento. Após 65 dias, os silos foram abertos e deles coletadas amostras para as analises de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com arranjo fatorial 4x4 (quatro níveis de inclusão e quatro repetições). Observou-se um aumento linear nos teores obtidos nas silagens, à medida que se adicionou o farelo de algodão, sendo 22,08% o maior teor de proteína bruta encontrada (nível de inclusão 20% de farelo de algodão). A silagem de capim Mombaça com o farelo de algodão apresentou maior teor de matéria seca em todos os níveis analisados em relação a silagem sem o farelo de algodão. Palavras chave: ensilagem, digestibilidade, gramínea, nitrogenio, produção vegetal 1

2 Contents of dry matter and crude protein of silage Panicun maximum cv. Mombasa with increasing levels of cottonseed meal Abstract: The aim of this study was to evaluate the levels of crude protein (CP) of silage forage Panicum maximum cv. Mombasa with addition of 0, 10, 15 and 20% cottonseed meal. In the production of silage plastic silos were used with 0.25 m diameter and 0.75 m in height, by adopting a compression of 580 kg / m³ and with four replicates per treatment. After 65 days, the silos were opened them and collected samples for analysis of dry matter (DM) and crude protein (CP). The experimental design was completely randomized design with factorial arrangement 4x4 (four levels of inclusion and four replications). There was a linear increase in the levels found in silages, as cottonseed meal was added, the largest being 22.08% crude protein content found (20% inclusion level of cottonseed meal). The Mombasa grass silage with cottonseed meal showed higher dry matter content at all levels analyzed for silage without cottonseed meal. Keywords: digestibility, grassy, nitrogen, plant production, silage Introdução O uso de silagens de gramíneas tropicais tem se tornado muito comum na produção de ruminantes no Brasil, como forma de utilização do excedente da produção forrageira do período chuvoso do ano para minimizar o problema de escassez de alimento no período seco. Porem, na época ideal para o corte, as gramíneas em geral apresentam alto teor de umidade, baixas concentrações de carboidratos solúveis e alta capacidade tampão. Essas características influenciam negativamente o processo fermentativo, impedindo o rápido decréscimo do ph, permitindo a ocorrência de fermentações secundárias indesejáveis e, consequentemente, prejudicando a qualidade do produto preservado. Com a finalidade de melhorar o processo de fermentação e a qualidade da silagem de gramíneas, vários aditivos têm sido testados, dentre estes, os farelos tem sido amplamente utilizados como absorventes e fonte de carboidratos solúveis, assumindo um importante papel na confecção de silagens de gramíneas, 2

3 melhorando assim sua conservação, seu potencial digestivo bem como suas características nutricionais. Tendo em vista tais características objetivou-se com este trabalho avaliar a influencia da inclusão de 0, 10, 15 e 20% de farelo de algodão farelo de algodão nos teores de matéria seca e proteína bruta da silagem da forrageira Panicum maximum cv. Mombaça. Material e Métodos O experimento foi realizado no Departamento de Zootecnia, no Campus II da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, no Município de Goiânia, situado em latitude S 16º 44 25,5, longitude 49º 12 52,1 W e altitude 767m. A gramínea utilizada foi o Panicum maximum cv. Mombaça, que apresentava altura média de 1,70 m e 65 dias de idade. A gramínea Panicum maximum cv. Mombaça e o farelo de algodão utilizados na ensilagem foram submetidos a analise bromatologica e o resultado dessa respectiva analise encontram-se na tabela 1. Na produção das silagens foram utilizados silos cilíndricos de PVC com 0,25 m de diâmetro e 0,75 m de altura, adotando-se uma compactação de 580 kg/m³ e com quatro repetições por tratamento. Após 65 dias, os silos foram abertos e deles coletadas amostras para as analises. O material coletado foi acondicionado em sacos de papel, identificado e enviado ao laboratório de análises Bromatológicas do Departamento de Zootecnia da PUC-GO, onde foram pesados e colocados em estufa de ventilação forçada a 55ºC por 72 horas para secagem, após esse período as amostras foram moídas em moinho tipo Willey com malha de 2 mm e armazenadas em sacos plásticos. As análises de PB e MS foram realizadas conforme metodologia de descrita por Silva & Queiroz (2006). As variáveis analisadas foram submetidas a analise de regressão, variância e a comparação de médias pelo teste de agrupamentos de Scott-Knott a 5% de probabilidade, pelo software estatístico R versão (R; 2011). Tabela 1. Composição Bromatológica do farelo de algodão, utilizado como aditivo e da forrageira Panicum maximum cv. Mombaça antes da ensilagem. Níveis de inclusão (%) MS (%) PB (%) FDN (% da MS) FDA (% da MS) Farelo de Algodão 90,9 34,9 50,1 34,0 Capim Mombaça 24,8 15,7 70,0 57,0 3

4 Resultados e Discussão Os valores encontrados para PB e MS nesse trabalho apresentaram diferenças significativas (P<0,05) entre os níveis de inclusão conforme e demonstrado na tabela 2. Tabela 2. Teores de proteína bruta e matéria seca da silagem da forrageira Panicum maximum cv. Mombaça em função dos níveis de inclusão do farelo de algodão Variáveis Níveis de inclusão (%) CV (%) Proteína Bruta (%) 12,16 C 20,66 B 20,96 B 22,08 A 29,88 Matéria Seca (%) 22,69 D 27,68 C 30,22 A 31,18 A 19,50 CV= coeficiente de variação Medias seguida de mesma letra na mesma linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott & Knott ao nível de 5% de significância. Os valores encontrados para PB nesse trabalho apresentaram diferenças significativas (P<0,05) entre os níveis de inclusão. Observou-se um aumento linear nos teores obtidos nas silagens, à medida que se adicionou o farelo de algodão, sendo 22,08% o maior teor de proteína bruta encontrado (nível de inclusão 20% de farelo de algodão). Podemos perceber que somente a silagem de capim Mombaça com 12,16% de PB, está acima do preconizado para que ocorra um desenvolvimento reprodutivo e funcional da microbiota ruminal. Embora o mínimo de 7% de proteína bruta na matéria seca preconizado por Van Soest (1994) seja necessário para garantir a fermentação dos carboidratos estruturais no rúmen, um valor superior é interessante para o atendimento das exigências protéicas do organismo animal que varia conforme a raça, idade, sexo, categoria e aptidão. Os percentuais de PB encontrados neste trabalho podem atender as exigências de um animal que requer de 16,65% de PB na dieta, como macho nelore não castrado de 250 kg de peso vivo, com GMD de 0,5 kg (Marcondes et al., 2009). A silagem de capim Mombaça com o aditivo apresentou maior teor de matéria seca em quase todos os níveis analisados. Devido ao aditivo farelo de algodão apresentar alto teor de MS o mesmo funcionou como sequestrante de umidade aumentando assim os teores de matéria seca, em relação a silagem sem adição de farelo de algodão. Os maiores teores de matéria seca encontram-se nos níveis de inclusão de 15 e 20% 4

5 (30,22 e 31,18% respectivamente). O percentual de MS encontrado no maior nível de adição sofreu elevação de 8,49 pontos percentuais nos teores de MS quando comparado às silagens com 0% farelo de algodão. Ressalta-se que as silagens com 20% de adição de farelo de algodão apresentaram teores de MS (31,18%) acima do nível ideal (30% MS) citado por McDonald (1991) como necessário para a predominância da fermentação lática e inibição da fermentação butírica. Conclusões Com esse trabalho podemos concluir que o farelo de algodão funciona como um bom aditivo para silagem do capim Mombaça proporcionando melhores valores nutricionais. Sendo assim como uma fonte alternativa para uma melhora da composição nutricional da silagem do capim Mombaça recomendasse a utilização do farelo de algodão como aditivo. Literatura citada McDONALD, P.; HERDERSON; A.R., HERON; S.J.E. In: The biochemistry of silage. 2. ed. Malow: Chalcombe Publications, P MARCONDES, M. I. ; VALADARES FILHO, S.C.; PAULINO, P.V.R.; VALADARES, R.F.D.; PAULINO, M.F.; NASCIMENTO, F.B.; FONSECA, Mozart Alves. Exigências nutricionais de proteína, energia e macrominerais de bovinos Nelore de três classes sexuais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, p , SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de alimentos (Métodos químicos e biológicos). 3. Ed. Viçosa: UFV, p. VAN SOEST, P. J. Nutritional ecology of the ruminant. 2 ed. Ithaca: Cornell University Press, 1994, 476p. 5