ATA DE SESSÃO DE APRECIAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO 02/2011

Documentos relacionados
Prefeitura Municipal de Aratuípe publica:

Prefeitura Municipal de Santa Cruz Cabrália publica:

Prefeitura Municipal de Araci publica:

A SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA E SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

JULGAMENTO DA IMPUGNAÇÃO_03 AO EDITAL

ATA DE SESSÃO DE APRECIAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 004/2014

Jorge Resende Junior

I DA QUALIFICAÇÃO DA IMPUGNANTE

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DO EDITAL PREGÃO PRESENCIAL Nº 069/2017

COORDENAÇÃO GERAL DE LICITAÇÕES

R E L A T Ó R I O T É C N I C O

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO

ATA DE SESSÃO DE APRECIAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 039/2013

MANIFESTAÇÃO Nº 012/2018/CPL/SENAR-AR/MT

DGA Comissão Permanente de Licitação

RESPOSTA IMPUGNAÇÃO CLÁUSULA DO EDITAL REFERENTE À HABILITAÇÃO TÉCNICA

Ministério Público do Trabalho Procuradoria Geral Departamento de Administração

Sobre Certidões de Capacitação Técnica. Lei nº de 18 de Junho de Artigo 24.

JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO LICITAÇÃO

Ref.: IMPUGNAÇÃO ATO CONVOCATORIO Nº 23/2018

Prefeitura Municipal de Ipecaeta-BA

Prefeitura Municipal de Correntina publica:

DECISÃO ADMINISTRATIVA

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DE EDITAL IMPUGNANTE: J.F.E. EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÕES LTDA - ME / CNPJ Nº / I - RELATÓRIO

Prefeitura Municipal de Cotegipe publica:

Prefeitura Municipal de Jaguaquara publica:

Prefeitura Municipal de Quijingue publica:

DA EXIGÊNCIA DE CAPACIDADE TÉCNICO OPERACIONAL DA LICITANTE COMO REQUISITO DE HABILITAÇÃO EM LICITAÇÃO PÚBLICA

PREFEITURA MUNICIPAL DE EUNÁPOLIS - ESTADO DA BAHIA SUPERINTENDÊNCIA DE LICITAÇÕES E CONTRATOS. Decisão

JULGAMENTO 02/2018 PREGÃO PRESENCIAL 01/2018

ESTADO DO PARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA LUZIA DO PARÁ SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO

PREGÃO ELETRÔNICO Nº 008/2018 RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO AO EDITAL

RESPOSTA IMPUGNAÇÃO PREGÃO PRESENCIAL Nº 006/2017 INTERESSADO: INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E PESQUISA SABER LTDA - EPP

Prefeitura Municipal de Nazaré Estado da Bahia CNPJ Nº / Praça Alexandre Bittencourt, 07 Centro Nazaré - Bahia

IMPUGNAÇÃO AO PREGÃO PRESENCIAL Nº 004/2017

Sexta-feira, 20 de Abril de 2018 Edição N 994 Caderno I

Prefeitura Municipal de Itabuna publica:

Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios publica:

PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS

À Comissão de Licitação permanente da UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS MS

Felipe Pinheiro Prates Advogado OAB/RJ

PREFEITURA MUNICIPAL DE CONDE PCA. ALTAMIRANDO REQUlAO, 27. CONDE-BA. m a, C.N.P.J /

Resposta à impugnação apresentada pela empresa Construtora Única Ltda:

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DO EDITAL PREGÃO PRESENCIAL Nº 010/2016

Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Jesus publica:

Resposta à impugnação de edital feita pela licitante AGENCIA COMUNICA LTDA. ME.

PARECER N / ASSESSORIA JURÍDICA / SENAC-DF

PARECER JURIDICO DO RELATÓRIO FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A QUALIFICAÇÃO TÉCNICA NO PROCEDIMENTO LlCIT ATÓRIO E A CAPACIDADE TÉCNICO-OPERACIONAL DO LICITANTE

ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca de Catanduvas Vara Única

Ref.: Pedido de IMPUGNAÇÃO DO EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO 044/2018/SESAN/PMB

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO AO EDITAL

Prefeitura Municipal de Planalto publica:

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO RIO GRANDE DO NORTE

Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Jesus

FICHA DE REGISTRO CADASTRAL. Cep: Cidade: Estado: DDD: Fone: Fax: ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA. Cep: Cidade: Estado: DDD: Fone: Fax:

1. DOS FATOS 2. DAS CONTRARRAZÕES 3. DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE 4. DO RECURSO E DAS ALEGAÇÕES

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACI Estado da Bahia

Noções Básicas Sobre Licitações Públicas. By Marcos Antonio da Silva Blog Licitações Públicas

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DE LICITAÇÃO N.º 008/2018

Em consulta ao sítio eletrônico do CREA-RS verifica-se a Deliberação CEEI/RS nº 01/2016, que determina:

PREGÃO PRESENCIAL N 04/2019 CRITÉRIO DE JULGAMENTO: MAIOR OFERTA

ILUSTRISSIMO SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO DA COMPAGAS - PR

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

RESPOSTA IMPUGNAÇÃO II DO PEDIDO DA IMPUGNANTE:

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE LICÍNIO DE ALMEIDA

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO

ANÁLISE E JULGAMENTO DA IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DE LICITAÇÃO DO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 006/2014, PRC Nº 2014/

EDITAL DE LICITAÇÃO N.º 019/2018 PROCESSO LICITATÓRIO N.º 021/2018 PREGÃO PRESENCIAL POR REGISTRO DE PREÇOS N.º 018/2018

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DO PREGÃO PRESENCIAL N. 02/2015

PREFEITURA MUNICIPAL DE IAÇU

CONCORRÊNCIA Nº 01/2016 PROCESSO SESI-CN 0201/2016 SESSÃO DE ABERTURA: 16/12/2016 às 10h00 SESI - CONSELHO NACIONAL ESCLARECIMENTO 1

Senhor Gerente de Licitações, Patrimônio e Suprimentos,

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

Em resumo o Peticionante informa que analisando os requisitos de habilitação constante do edital, identificou que não constam algumas exigências e

Estado do Pará Câmara Municipal de São Miguel do Guamá Legislando por Um Novo Tempo

ESTADO DE GOIÁS PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTALINA GABINETE DO PREFEITO JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

Ref.: LICITAÇÃO POR CONCORRÊNCIA NACIONAL CN - Nº 002/2016 ASL-1.1

Comissão Permanente de Pregão Eletrônico

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Ciências Farmacêuticas Pregão Presencial nº: 07/2019 FCF Processo nº: RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DO ED

Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães publica:

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE TRAJANO DE MORAES RJ DEPARTAMENTO DE LICITAÇÕES trajanodemoraes.rj.gov.br DECISÃO ADMINISTRATIVA

ATA DE REUNIÃO COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO ANÁLISE DE RECURSO E CONTRARRAZÃO

Impugnante: Elza Ferreira dos Santos Serviços, inscrita no CNPJ: /

DECISÃO DE RECURSO AO JULGAMENTO DAS PROPOSTAS EDITAL TOMADA DE PREÇO Nº 02/2010

Impugnação ao edital da licitação em epígrafe, proposta por NISSAN DO BRASIL AUTOMÓVEIS LTDA, mediante protocolo nº 2018/002400, datado de 24/07/2018.

RESPOSTA À SOLICITAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DO PREGÃO Nº 014/ PROCESSO Nº 086/2015.

À vista desses argumentos, a impugnante, pleiteia à. Administrar:

Essa mesma redação está prevista no item III, subitem 1, do edital impugnado, que assevera:

2. Do questionamento A empresa PJ Construções e Terraplenagem LTDA, em síntese, solicita o saneamento das seguintes dúvidas:

ATA N 03 JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO. Tomada de Preços nº 00541/ Unidade de Gestão Patrimonial TIPO: 05 (cinco).

3. Após análise das razões apresentadas pela impugnante, consignamos o seguinte:

DECISÃO nº. 01/ RECURSO ADMINISTRATIVO

DECISÃO DO PREGOEIRO SOBRE O RECURSO INTERPOSTO PELA EMPRESA ARKUS PROPAGANDA LTDA, RELATIVO AO PREGÃO ELETRÔNICO CFESS N 01/2018.

DECISÃO DE RECURSO 1 DO RECURSO

A Lei n 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, prevê em seus artigos 27 e 30:

Senhor Gerente de Licitações, Patrimônio e Suprimentos,

Transcrição:

ATA DE SESSÃO DE APRECIAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO 02/2011 Processo n.º E-26/053.498/2010 Edital do Pregão Eletrônico nº 02/2011 Prestação de serviços de manutenção de área verde Ementa: Apreciação da impugnação ao Edital interposta pela empresa F.C.F.R. EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS LTDA. Trata-se de Impugnação aos Termos do Edital, tempestivamente apresentada pela empresa em epígrafe, juntada ao presente processo licitatório relativo ao Pregão nº 02/2011, para contratação de empresa especializada em serviços de manutenção de área verde. I - DO HISTÓRICO Por meio do despacho de fls. 109 do Diretor Geral de Administração desta Universidade foi autorizada a abertura de procedimento licitatório que tem por objeto a prestação de serviços de manutenção de área verde. Após a definição da modalidade Pregão, na forma Eletrônica, o certame foi divulgado em 11/01/2011 por meio de publicação em Diário Oficial, Internet e Jornal de Grande Circulação Nacional na forma do artigo 10, inciso I do decreto estadual nº 31.863/02 e 31.864/02, com data de abertura da Sessão Pública prevista para o dia 21/01/2011, às 15h. Em 18/01/2011, a empresa F.C.F.R. EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS LTDA. apresentou impugnação ao Edital, via e-mail, na forma do item 1.6.

II - DA TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO Conforme disposto no item 1.6 do item convocatório, na forma da legislação pertinente, assim facultou, in verbis: 1.6 Os interessados poderão formular impugnações ao edital em até 2 (dois) dias úteis anteriores à abertura da sessão, no seguinte endereço: Av. Alberto Lamego, 2000, sala 214, prédio E1 (Reitoria), Parque Califórnia, Campos dos Goytacazes/RJ, de 09 horas até 16 horas, ou ainda, através do nº (22) 2739-7320, ou pelo e-mail: pregao@uenf.br. Logo, diante da expressa previsão legal do cabimento de Impugnação ao Edital no prazo de até dois dias úteis da data de abertura da sessão pública, a empresa F.C.F.R. EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS LTDA. se utiliza tempestivamente de tal prerrogativa. III DOS ARGUMENTOS DA IMPUGNANTE Intenta a Impugnante averbar o instrumento impugnatório ao Edital em apreço, contra o item 12.2.4 letras b e c, relativos à comprovação de qualificação técnica exigida no processo licitatório em comento. Em síntese, a impugnante insurge-se contra a referida disposição do Ato convocatório, pelas razões que a seguir se resumem: Que o Registro o CREA se faz em nome do Profissional e que não foi estabelecida a parcela de maior relevância técnica dentre os serviços objeto da licitação, não estabelecendo critérios objetivos de julgamento. Que a exigência de atestado em nome da empresa é inócua, pois o CREA não registra atestados em nome da empresa que executou a obra, mas tão somente em nome de seu responsável técnico, de acordo com a legislação do CREA. Por fim, requer a anulação do referido processo licitatório.

IV DA APRECIAÇÃO DA IMPUGNAÇÃO Dada a tempestividade da impugnação, analisando as razões apresentadas pela impugnante, na forma do disposto no item 1.6 e parágrafo 4º do artigo 109, remete-se a presente impugnação à Autoridade Superior para apreciação e julgamento, passando-se ao mérito. Inicialmente, cabe analisar a argumentação trazida pela Impugnante que a exigência de atestado em nome da empresa é inócua, pois o CREA não registra atestados em nome da empresa que executou a obra, mas tão somente em nome de seu responsável técnico, de acordo com a legislação do CREA. Em que pesem as divergências que outrora incidiam sobre o tema, o art. 30, da Lei 8.666/93, ao tratar das exigências habilitatórias pertinentes à capacitação técnica dos licitantes, estabelece a possibilidade de ser comprovada a capacidade técnicaoperacional do licitante (pertinente à empresa), bem com a capacidade técnicaprofissional (relativa ao profissional integrante dos quadros permanentes da empresa e indicado como responsável técnico pela obra ou serviço). Com efeito, determina o Estatuto Federal Licitatório que: " Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: I (...) II comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos".

Mais adiante, dispõe o texto legal, no 1º do art. 30, que a comprovação de aptidão referida no inc. II do caput deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes. Subsiste, ainda, a capacidade técnico-profissional, contemplada pelo inc. I do 1º do art. 30, que é a "comprovação do licitante possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes (...), vedadas as exigências de quantidades mínimas e prazos máximos". Sobressai, portanto, do texto da lei, que pode-se exigir tanto a capacidade técnica-operacional, quanto a capacidade técnico-profissional da licitante. Não obstante, atualmente a doutrina é praticamente unânime ao asseverar que: "É inegável que à época da elaboração da Lei nº 8.666/93 houve a retirada do tópico em que estava prevista a exigência de comprovação de capacidade técnico-operacional dos candidatos (art. 30, 1º, inc. II), levando a supor que com isso se pretendeu extirpar de todos os certames administrativos dito item qualificativo. Nada mais falso, com a devida vênia daqueles que entendem em sentido contrario. A realidade é que, apesar da supressão do inciso legal acima epigrafado, vários dispositivos da mesma Lei 8.666/93 continuaram a prever a comprovação, por parte da empresa, de sua capacidade técnico-operacional.

que: Nas lições, sempre atuais, do saudoso mestre Hely Lopes Meirelles, destaca-se "A comprovação da capacidade técnico-operacional continua sendo exigível, não obstante o veto aposto à letra b do 1º do art. 30. Na verdade o dispositivo vetado impunha limitação a essa exigência e a sua retirada do texto legal deixou a critério da entidade licitante estabelecer, em cada caso, as exigências indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, exigências, essas, que devem ser pertinentes e compatíveis com o objeto da licitação" (Direito Administrativo, 20ª ed., 1995, p. 270). Por sua vez, pondera Carlos Pinto Coelho Motta, in Eficácia nas Licitações e Contratos, 1994, p. 149, citando Antônio Carlos Cintra do Amaral: "1. Para efeito de qualificação técnica de empresas licitantes, a Administração deve, com base na Lei 8.666/93, exigir atestados referentes à sua capacitação técnica, com vistas à comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação (art. 30,II). Além da aptidão da empresa, comprovável em função de sua experiência, a Administração deve exigir comprovação da capacitação técnico-profissional, nos termos do 1º do mesmo art. 30. Essas comprovações podem ser dispensadas no caso de obras licitadas mediante a modalidade Convite ( 1º do art. 37). 2. A Lei nº 8.666/93 não estabelece limites para exigências quanto à capacitação técnico-operacional de empresas licitantes, devendo tais

limites, portanto, ser estabelecidos em cada caso, levando-se em conta a pertinência e compatibilidade a que se refere o inc. II do art. 30, bem como a noção de indispensabilidade, contida no inc. XXI do art. 37 da Constituição Federal". O texto extraído do parecer do Procurador Paulo Soares Bugarin, nos autos alusivos à Decisão nº 395/95 também é esclarecedor: "Assim, não restam dúvidas de que, apesar do veto, a Lei nº 8.666/93 continua permitindo a exigência de comprovação de aptidão para o desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação..." (Boletim de Licitações e Contratos Administrativos, NDJ, 12/2000, p. 631). Essa, inclusive, é a inteligência do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: "Administrativo.Licitação.Interpretação do art. 30, II e 1º, da Lei 8.666/93. 1. Não se comete violação ao art. 30, II, da Lei. 666/93, quando, em procedimento licitatório, exige-se a comprovação, em nome da empresa proponente, de atestados técnicos emitidos por operadoras de telefonia no Brasil de execução, em qualquer tempo, de serviço de implantação de cabos telefônicos classe "L"e "C" em período consecutivo de vinte e quatro meses, no volume mínimo de 60.000 HxH, devidamente certificados pela entidade profissional competente. 2. O exame do disposto no art. 37, XXI da Constituição Federal, e sua parte final, referente a exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das

obrigações, revela que o propósito aí objetivado é oferecer iguais oportunidades de contratação com o Poder Público, não a todo e qualquer interessado, indiscriminadamente, mas sim, apenas a quem possa evidenciar que efetivamente dispõe de condições para executar aquilo a que se propõe (Adilson Dallari). 3. Mandado de segurança denegado em primeiro e segundo graus. 4. Recurso especial improvido" (Res. Nº 172.232-SP, rel. Min. José Delgado, DJU de 21.9.98, RSTJ 115/194) (Grifo Nosso). União: Em abono dessa matiz, também se manifestou o Egrégio Tribunal de Contas da "Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional. Capacitação técnico-operacional. Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação técnico-operacional nos termos do inciso II do art. 30 da Lei nº 8.666/93. (TC-009.987/94-0, publicado no Boletim de Licitações e Contratos, NDJ, 1995, vol. 11, p. 564). Notadamente na Decisão nº 767/98, a Corte de Contas Federal consignou que a lei de licitações "não proíbe o estabelecimento de requisitos de capacitação técnicooperacional, mas, sim, retira a limitação específica relativa à exigibilidade de atestados destinados a comprová-la, deixando que a decisão quanto a essa questão fique a critério da autoridade licitante, que deve decidir quanto ao que for pertinente, diante de cada caso concreto, nos termos do art. 30, II". Invocando Marçal Justen Filho, conclui o relator que a exigência de capacidade técnica da empresa "é perfeitamente compatível e amparada legalmente".

É oportuno ainda alertar para o fato de que, na prática licitatória, temos conhecimento de casos em que, sendo solicitado, por alguns órgãos públicos, apenas a comprovação de capacitação técnico-profissional da licitante, ocorreram inúmeros prejuízos à conclusão de obras daí decorrentes. Isso se deu porquanto algumas empresas, de má-fé, "compravam" o acervo técnico dos profissionais, contratando-os com data retroativa à da abertura da licitação e, por certo, não lograram êxito em concluir satisfatoriamente a obra, uma vez que não possuíam a qualificação técnica necessária. É exatamente para salvaguardar o interesse público de ocorrências dessa natureza, que a lei admite que se verifique a qualificação tanto da empresa, quanto de seu responsável técnico, para efeitos habilitatórios. Negar que a lei admite a exigência de capacitação técnica em relação à empresa, capacitação esta pertinente à características, quantidades e prazos em relação ao objeto licitado, é tornar sem efeito os comandos do inc. II do art. 30, que não foram abarcados pelo veto presidencial e, portanto, continuam em plena vigência. Vale dizer, o art. 30, II da Lei Federal é expresso ao asseverar a possibilidade de exigir-se a comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos e, por certo, na melhor regra de hermenêutica jurídica, a lei não contém palavras inúteis. Equivale a afirmar que, notadamente quanto a questão dos quantitativos, a lei é clara ao legitimar tal exigência, no tocante à capacitação técnica-operacional da empresalicitante. Novamente invocando a Corte Superior de Justiça, citamos o seguinte julgado que corrobora o alegado: "Administrativo. Procedimento Licitatório. Atestado Técnico. Comprovação. Autoria. Empresa. Legalidade.

Quando, em procedimento licitatório, exige-se comprovação, em nome da empresa, não está sendo violado o art. 30, 1º, II, caput, da Lei nº 8.66/93. É de vital importância, no trato da coisa pública, a permanente perseguição ao binômio qualidade e eficiência, objetivando não só a garantir a segurança jurídica do contrato, mas também a consideração de certos fatores que integram a finalidade das licitações, máxime em se tratando daquelas de grande complexidade e de vulto financeiro tamanho que imponha ao administrador a elaboração de dispositivos, sempre em atenção à pedra de toque do ato administrativo a lei mas com dispositivos que busquem resguardar a Administração de aventureiros ou de licitantes de competência estrutural, administrativa e organizacional duvidosa. Recurso provido (Resp. nº 44.750-SP, rel. Ministro Francisco Falcão, 1ª T., unânime, DJ de 25.9.00)" (Grifo Nosso). Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça tem consolidado o entendimento de que a "exigência, no edital, de comprovação de capacitação técnico-operacional, não fere o caráter de competição do certame licitatório" (REsp n. 155.861/SP-1ª Turma). Nesse sentido: STJ: AGSS n. 632/DF-Corte Especial; REsp n. 331.215/SP-1ª Turma; REsp n. 144.750/SP-1ª Turma; REsp n. 172232/SP-1ª Turma; ROMS n. 13607/RJ-1ª Turma), com destaque para a seguinte Ementa referente ao REsp n. 172.232/SP-1ª Turma: Ementa: ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 30, II, 1º, DA LEI Nº 8.666/93. 1 - Não se comete violação ao art. 30, II, da Lei n. 8.666/93, quando, em procedimento licitatório, exige-se comprovação, em nome da empresa proponente, de atestados técnicos emitidos por operadores

de telefonia no Brasil de execução, no País, em qualquer tempo, de serviço de implantação de cabos telefônicos classe "L" e "C" em período consecutivo de 24 meses, no volume mínimo de 60.000 HXh, devidamente certificados pela entidade profissional competente. 2 - 'O exame do disposto no art. 37, XXI, da Constituição Federal, em sua parte final, referente a 'exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações' revela que o propósito aí objetivado é oferecer iguais oportunidades de contratação com o Poder Público, não a todo e qualquer interessado, indiscriminadamente, mas, sim, apenas a quem possa evidenciar que efetivamente dispõe de condições para executar aquilo a que se propõe' (Adilson Dallari). 3 - Mandado de segurança denegado em primeiro e segundo graus. 4. Recurso especial improvido. Assim, demonstra-se que os argumentos da impugnante não se coadunam com o entendimento doutrinário e jurisprudencial em relação aos questionamentos, não merecendo, portanto, prosperar. Analisando as razões levantadas pela impugnante referente à ausência da parcela de maior relevância técnica no item 12.2.4 do edital, revendo a legislação pertinente e o entendimento doutrinário majoritário, esta Pregoeira verificou que assiste razão as alegações da requerente, como se observa especialmente no parágrafo 2º do artigo 30 da Lei 8.666/93: "Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:... II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal

técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;... 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 08/06/94) I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 08/06/94)... 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 08/06/94)".(Grifo nosso) Segundo MARÇAL JUSTEN FILHO, a determinação do 2º do art. 30, da Lei 8.666/93 "destina-se a assegurar o vínculo de pertinência entre a exigência de experiência anterior e o objeto licitado. (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 12. ed., São Paulo: Dialética, 2008, p.416). (grifo nosso)

E ainda cita o renomado doutrinador, No entanto, qualquer exigência no tocante à experiência anterior, especialmente quando envolver quantitativos mínimos ou restrições similares, dependerá da determinação prévia e explícita por parte da Administração das parcelas de maior relevância e valor significativo. Assim está determinado no 2º do art. 30. (Grifo nosso) V DA DECISÃO Ante as considerações apresentadas, analisando as razões da impugnante, a Pregoeira manifesta-se no sentido de dar conhecimento à impugnação, tendo em vista a sua tempestividade, para, no mérito, dar-lhe provimento parcial, opinando pelo cancelamento do presente certame, devendo ser formulado novo edital com a devida inclusão das parcelas de maior relevância e valor significativo no item 12.2.4 e reabrindose os prazos definidos em edital, na forma da Lei. Campos dos Goytacazes, 20 de janeiro de 2011. Ellen Holder da Cruz Almeida Pregoeira Matrícula nº. 00843-3

Aceito integralmente os fundamentos e as conclusões expostas pela Pregoeira, como razões de decidir. Por conseguinte, ACOLHO PARCIALMENTE A IMPUGNAÇÃO apresentada pela empresa F.C.F.R. EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS LTDA., cancelando o Presente e formulado novo edital com a devida inclusão das parcelas de maior relevância e valor significativo no item 12.2.4, bem como reabrindo-se os prazos definidos em edital, na forma da Lei. PUBLIQUE-SE, DÊ-SE CIÊNCIA AO INTERESSADO E DIVULGUE-SE POR MEIO ELETRÔNICO. Campos dos Goytacazes, 20 de janeiro de 2011. ALMY JUNIOR CORDEIRO DE CARVALHO Reitor da UENF