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Transcrição:

Tonin et al. 25 Boletim de Conjuntura Econômica Boletim n.55, Dezembro, 203 4 AGROPECUÁRIA Análise do terceiro trimestre/203 Julyerme Matheus Tonin Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador da equipe de conjuntura agropecuária do projeto de extensão Conjuntura econômica brasileira divulgação de análises. jmtonin@uem.br Fernanda Bassani fernanda.agrojr@gmail.com Leandro Melo dos Santos leandro.lms@live.com Maria Vitoria Alves Correia de Azevedo vitoriahaka@gmail.com Mariana Canaver Katz mackatz@hotmail.com Natália Greche nataliagreche@gmail.com Samara Cavalli Piana samara_cavalli@hotmail.com Acadêmicos do curso de Ciências Econômicas e Acadêmicas do Curso de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e participantes da equipe de atividade econômica do projeto. Resumo Para o setor carnes, pode-se verificar um aumento da demanda mundial, o ganhando espaço no mercado internacional e uma elevação de preços no terceiro trimestre do ano. Para a produção de suínos, novamente um embargo afetou esse setor. Desta vez, o embargo foi da Ucrânia. No mercado de carne bovina a Índia despontou como um importante player. Para o setor grãos, o café, mesmo em um cenário de preços mais baixo, ampliou seu mercado devido à diversificação. No milho, a safra de verão sofreu com o clima, mas o cenário adverso contribuiu para uma maior integração com a China. Para a soja, novas pragas elevaram o custo de produção, mas o amplia ainda mais o seu espaço no mercado internacional. Enfim, a situação de dependência das exportações ainda se mantém para o trigo. Palavras-chave: setor grãos; setor carnes. ABSTRACT For the meat industry, it can be seen an increase in global demand, when Brazil in the international market and a rise in prices in the third quarter. For pig production again an embargo affected this sector, this time the embargo was in Ukraine, and in the beef market India is emerging as a major player in this market. For the grain sector, the coffee even in a scenario of lower prices, widen your market by diversifying. In maize summer crop suffered with the weather, but the adverse scenario contributed to greater integration with China. For soybeans, new pests increase the cost of production, but Brazil further expands its space in the international market. Anyway, for wheat the dependence of exports still remain. Keywords: grain industry; meat industry Universidade Estadual de Maringá (UEM) Correspondência/Contato Av. Colombo, 5.790 Bloco C-34 Sala Jd. Universitário - Maringá - Paraná - CEP 87020-900 ]

26 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA AVICULTURA Com base no relatório semestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês),divulgado em novembro/203, registrou para 203 um aumento na produção mundial de carne de frango de,73% em relação à produção do mesmo período de 202. Por sua vez, a China registrou uma queda de,46% na sua produção. As exportações pelo mundo tiveram um acréscimo de 3,07%, onde os países que mais exportaram foram o e os EUA, com taxas de variação positiva de 2,05% e,64%, respectivamente, para 203 em relação a idêntico período anterior. Como país que registrou maior número de importação vem o Japão, com 0,86 mil toneladas, apesar de ter reduzido as importações em,94% em 203 com relação ao mesmo período de 202. Tabela 4. - Balanço da oferta e demanda de carne de frango nos principais países produtores País Dados 20 202 203 Var. % 8,279 83,204 84,640,73% Consumo 80,053 8,655 83,07,67% Exportação 9,537 0,083 0,393 3,07% Consumo Exp. Imp. China 3,200 3,700 3,500 -,46% 2,863 2,645 2,770 0,99% U.E. (27) 9,320 9,550 9,750 2,09% EUA 6,694 6,62 6,958 2,03% China 3,05 3,543 3,345,46% 9,422 9,39 9,9 0,57% U.E. (27) 9,00 9,85 9,325,52% EUA 3,665 3,345 3,656 2,33% 3,443 3,508 3,580 2,05% EUA 3,6 3,300 3,354,64% Japão 0,895 0,877 0,860 -,94% Ar. Saudita 0,788 0,799 0,80,38% Fonte: Livestock and Poultry: World Market and Trade, USDA, Nov./203. Estimativa. Em relação ao abate de aves, no terceiro trimestre foram abatidas em torno de,35 bilhão de aves pelo mundo, registrando uma queda de 0,20% nos abates em relação aos do mesmo período de 202. Porém, no acumulado geral, que soma os abates realizados do primeiro ao terceiro trimestre/203, a redução de aves abatidas se tornou um pouco maior, registrando uma queda de 0,52% em relação ao registrado em idêntico período anterior. O que manteve os abates nessas proporções foram os números alcançados no segundo semestre, chegando a,29 bilhão de aves abatidas. Tabela 4.3 - Balanço do suprimento de carne de frango: alojamento de pintos de corte, produção, exportação e disponibilidade interna Pintos de Corte 2 Exportação 2 Disp. Interna 2 Ano o 2 o 3 o Acum. 202 483,3 522,8 07,8 4023,9 203 56,5 537,2 057, 40,8 Var. % 2,23% 0,95% 3,86% 2,6% 202 326, 3255,9 329,6 9646,6 203 2922,0 3276,9 387,9 9386,8 Var. % -0,40% 0,64%,86% -2,69% 202 974,2 03, 935,5 2954, 203 90,3 988,9 974,4 2864,6 Var. % -7,48% -2,39% 4,6% -3,03% 202 2286,9 2242,8 262,8 6692,5 203 2020,7 2288,0 223,5 6522,2 Var. % -,64% 2,02% 2,34% -2,54% Fonte: de pintos de corte e exportação: Elaborado pela AVISITE com base nos dados da APINCO; Exportação: SECEX/MDIC; Disponibilidade interna: cálculo do autor (Nov. 203). Milhões de Cabeças; 2 Mil toneladas. As exportações brasileiras registraram um aumento de 4,6% no terceiro trimestre/203 em relação ao registrado no mesmo período de 202. No entanto, quando se remete ao acumulado, as exportações registraram uma queda de 3,03% em relação ao obtido no mesmo período anterior. A disponibilidade interna que normalmente contrapõe as exportações, também registrou uma queda no acumulado (2,54%) em relação à do mesmo período anterior. Tabela 4.4 - Exportações brasileiras de carne de frango Volume Receita 2 202 203 Var. % 202 203 Var. % o 974,2 90,2-7,49% 886,9 928,5 2,20% 2 o 03, 988,9-2,39% 93,4 265,0 2,09% 3 o 935,5 974,4 4,6% 797,0 896,4 5,53% Total 2922,8 2864,6 -,99% 565,3 5989,9 6,67% Fonte: SECEX/MDIC (Nov. 203). Mil toneladas; 2 Milhões de US$ FOB. No que diz respeito à cotação da carne de frango (R$/Kg) congelada ou resfriada, apresentou uma elevação de 37,90% nos preços no primeiro trimestre/203 quando comparada à de idêntico período no ano anterior. Tabela 4.2 - Abate de aves Ano o 2 o 3 o Acum. 202.32,6.230,7.307,6 3.859,9 203.243,9.290,9.305,0 3.839,8 Var. % -5,88% 4,89% -0,20% -0,52% Fonte: IBGE (Nov. 203). milhões de aves Os alojamentos de pinto de corte brasileiro registraram a maior variação de capacidade de alojamento nesse terceiro trimestre/203, chegando a uma variação percentual de 3,86% em relação ao obtido no mesmo período do ano passado. Porém, a queda no acumulado da produção (2,69%) deveu-se à baixa produtividade registrada no primeiro trimestre do ano, que apresentou variação negativa de 0,40% em relação ao mesmo período do ano de 202. Figura 4. - Preços do frango resfriado e congelado, série diária Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Nov. 203. O mesmo não acontece se analisarmos os dados do segundo trimestre/203 em relação ao mesmo período de 202. Percebe-se que, apesar do aumento nos preços do primeiro trimestre do ano, no segundo trimestre os preços diminuíram de uma média de R$3,72 no primeiro trimestre para R$2,62 no segundo trimestre/203. No entanto, os preços tanto do frango congelado quanto do frango resfriado apresentam altas elevações para o terceiro trimestre/203, registrando elevação de 2,82% em relação ao mesmo período anterior, que representou a maior cotação para 202. Bol.Conj.Econ./UEM, n.55, p.25-32, Dezembro 203

Tonin et al. 27 BOVINOCULTURA Segundo o relatório Livestock and Poultry do USDA (203), no mercado internacional da carne bovina observou-se um crescimento de 9,29% no volume de comércio mundial. Cabe destacar que o volume exportado do e da Austrália aumentou 8,% e 6,94%, respectivamente, além do surgimento de um novo player no mercado - a Índia. No caso do, mesmo sendo o maior exportador mundial, o país continua conquistando novos mercados. De 2000 a 203 o número de países para os quais o exportou passou de 06 para 42. As exportações do só não aumentaram mais devido à forte concorrência da Índia e ao mercado interno aquecido. Em contrapartida, na Austrália esse volume positivo de exportações é um reflexo da seca nas regiões produtoras, da taxa de câmbio favorável e da demanda internacional aquecida. Tabela 4.5 Balanço da oferta e demanda de carne bovina nos principais países produtores País Dados 20 202 203 Var.% 57,40 57,558 58,485,6% Consumo 55,70 56,07 56,820,43% Exportação 8,086 8,46 8,903 9,29% Consumo Exporta Importa 9,030 9,307 9,600 3,5% EUA,983,849,702 -,24% U.E. (27) 8,4 7,7 7,690-0,27% China 5,550 5,540 5,637,75% 7,730 7,845 7,860 0,9% EUA,646,739,638-0,86% U.E. (27) 8,034 7,762 7,780 0,23% China 5,524 5,597 6,007 7,33%,340,524,800 8,% Índia,268,4,650 6,94% EUA,263,3,5 0,8% Austrália,40,407,530 8,74% Rússia 0,99,023,000-2,25% EUA 0,933,007,024,69% Japão 0,745 0,737 0,767 4,07% Hong Kong 0,52 0,24 0,450 86,72% Fonte: Livestock and Poultry: World Market and Trade, USDA, Nov. 203. Estimativa O recorde brasileiro, tanto em volume exportado (8,%) quanto em receita, que segundo a Associação eira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) foi de US$6,6 bilhões, ou seja, 3,9% maior que os US$5,8 bilhões do ano anterior, deveu-se em partes à forte demanda de Hong Kong pelo produto brasileiro. Hong Kong funciona como uma porta de entrada da carne bovina brasileira para demais países asiáticos, deixando em segundo lugar a Rússia, como demanda de carne bovina brasileira. Nesse contexto, cabe destacar que o tem o segundo maior rebanho do mundo, sendo um rebanho majoritariamente (80%) de raça zebuína, sendo que desta parcela cerca de 90% são da raça Nelore. Essas características colocam o em primeira posição mundial em termos de rebanho comercializável. Tabela 4.6 - Rebanho bovino, países selecionados (milhões de cabeças) Países 20 202 203 Var.% Índia 320,8 323,7 327,,05% 90,9 97,6 203,3 2,90% EUA 92,7 90,8 89,3 -,62% Argentina 48,2 49,6 5, 3,02% Austrália 27,6 28,5 28,4-0,3% Fonte: IBGE ( Nov. 203). Para atender à demanda externa, além do crescimento do rebanho (2,90%), percebeu-se um importante aumento no abate de animais nos três primeiros trimestres do ano. Segundo dados do Instituto eiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando apenas o segundo trimestre, verificou-se que dos 27 Estados brasileiros vinte aumentaram os abates nesse período. Tabela 4.7 - Abate de bovinos (mil cabeças) Ano o 2 o 3 o Acum. 202 5.568,0 5.849,7 6.046,8 7.464,4 203 6.222,7 6.55,8 6.69,3 9.429,8 Var. %,76%,39% 0,66%,25% Fonte: IBGE ( Nov. 203). Na análise trimestral das exportações de carne bovina verificou-se que o ritmo de crescimento se manteve nos três primeiros trimestres do ano. Por exemplo, para o terceiro trimestre, fatores como ajuste na produção de suínos, que reduziu a oferta no trimestre e elevou o preço da carne suína, e pelo nível elevado dos preços internacionais de grãos, em especial milho e soja, que continuam afetando diretamente o preço das proteínas concorrentes, podem explicar o desempenho positivo das exportações de carne bovina. Tabela 4.8 - Exportações brasileiras de carne bovina Volume Receita 2 202 203 Var. % 202 203 Var. % o 258,2 326,3 26,4%.28,9.459,0 9,70% 2 o 298,6 353,5 8,39%.42,7.556,0 0,5% 3 o 338,9 409,5 20,83%.59,6.782, 7,28% Total 895,7.089,4 2,63% 4.5, 4.797,2 5,56% Fonte: SECEX/MDIC (Out. 203). Mil toneladas; 2 Milhões de US$ FOB. A demanda forte da China no mercado externo, bem como a redução da taxa de desemprego e aumento da renda real no mercado interno, além de ajustes sazonais, são fatores que contribuíram para a elevação do preço da arrouba do boi gordo no terceiro trimestre/203. Figura 4.2 - Preços do boi bordo (R$/@), série diária e média trimestral Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Nov. 203. SUINOCULTURA Segundo o relatório Livestock and Poultry do USDA (203), no mercado internacional da carne suína os destaques vão para a queda nas exportações dos Estados Unidos e aumento das importações mexicanas. A queda das Bol.Conj.Econ./UEM, n.55, p.25-32, Dezembro 203

28 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA exportações dos Estados Unidos (6,0%) deveu-se ao acirramento da concorrência internacional. Tabela 4.9 Balanço da oferta e demanda de carne suína nos principais países produtores País Dados 20 202 203 Var.% 02,285 05,65 07,54,76% Consumo 0,934 05,8 07,242 2,02% Exportação 6,948 7,254 7,058-2,70% Consumo Exporta Importa China 49,500 52,350 53,800 2,77% U.E. (27) 22,953 22,526 22,450-0,34% EUA 0,33 0,555 0,508-0,45% 3,227 3,330 3,370,20% China 50,004 52,725 54,250 2,89% U.E. (27) 20,82 20,375 20,268-0,53% EUA 8,340 8,44 8,66 2,07% 2,644 2,670 2,77 3,78% EUA 2,354 2,44 2,292-6,0% U.E. (27) 2,5 2,7 2,200,34% Canadá,97,243,245 0,6% 0,584 0,66 0,600-9,23% Japão,254,259,240 -,5% EUA 0,97,070 0,900-5,89% México 0,594 0,706 0,785,9% China 0,758 0,730 0,750 2,74% Fonte: Livestock and Poultry: World Market and Trade, USDA, Nov. 203. Estimativa. A queda das exportações também foi significativa para o. Segundo a Associação eira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIPECS), o segundo trimestre foi prejudicado pela suspensão temporária da Ucrânia, iniciada em 20 de março e durou até 9 de junho. O desequilíbrio foi corrigido com um aumento na produção de suínos no trimestre seguinte, que reduziu a oferta no trimestre e elevou o preço da carne suína. Com isso, não se vislumbra uma recuperação das exportações no terceiro trimestre, mesmo com o fim do embargo ucraniano. Tabela 4.0 - Exportações brasileiras de carne suína Volume Receita 2 202 203 Var. % 202 203 Var. % o 23,78 20,42-2,72% 35,5 38,6,00% 2 o 45,05 20,0-7,20% 372,0 3,7-6,22% 3 o 59,40 48,77-6,67% 400,3 382,6-4,42% Total 428,23 389,29-9,09% 087,8 02,9-6,89% Fonte: ABIPECS (Out. 203). Mil toneladas; 2 Mil US$ FOB. Fatores como crescimento da oferta de carnes de frango e bovina a preços mais competitivos também tiveram influência sobre os preços no mercado doméstico, que com o fechamento do mercado ucraniano permitiram que os preços caíssem no segundo trimestre. Porém, o aquecimento sazonal do consumo doméstico permitiu uma recuperação dos preços no final do terceiro trimestre. Figura 4.3 - Preços do suíno (SC), série diária e média trimestral Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Nov. 203. CAFÉ Aprodução mundial de café aumentou, de um modo geral, e os muitos governos federais incentivaram seus cafeicultores em um momento de preços baixos para o café arábica. Figura 4.4 - Preços do café, série diária e média trimestral Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Nov. 203. Por sua vez, a indústria do café está a todo vapor. O café em cápsulas ganha espaço com o uso crescente de cafeteiras em residências e a Nestlé lidera as vendas em âmbito mundial nos supermercados. O consumo de café sob todas as formas tem aumentado significativamente em todo o mundo. Um exemplo são os países emergentes, segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), onde o consumo de café aumentou 80% de 2000 a 202. Rede de cafeterias de toda parte tem buscado ampliar seu espaço no mercado, seja ele nacional ou estrangeiro. Grandes nomes como Starbucks e McDonald s (McCafé) tornaram-se ainda maiores e buscam diversificar seus produtos para atrair consumidores, seja pela familiaridade da marca ou por sua qualidade já difundida. A preocupação em servir um produto social e ambientalmente correto é usada como propaganda para atrair consumidores que se preocupam cada vez mais com a procedência do produto que consomem. As redes de cafeterias menores buscam ganhar espaço primeiro em seu país de origem para depois avançar internacionalmente. Essas lojas têm como diferencial oferecer ao consumidor bebidas feitas com grãos produzidos internamente, como por exemplo, a rede colombiana de cafeterias Juan Valdez, que embora já tenha lojas fora da Colômbia ainda destaca seu nacionalismo. CANA-DE-AÇÚCAR os dados da União da Indústria de Ca- (UNICA) a moagem de Nna-de-Açúcar cana-de-açúcar até 5 de novembro foi de 25,77 milhões de toneladas, 9,43% menos em relação ao obtido no ano passado, devido à dificuldade de colheita por ocasião da chuva, com ATR praticamente instável. Assim, foi menor a produção destinada ao açúcar, pois é normal que seja menor no final de safra, e também devido a um aumento da competitividade do etanol em relação à gasolina, sendo que a remuneração do etanol vendido no mercado interno foi melhor se comparada à do açúcar. Em São Paulo, o Estado que mais produz, o MIX de produtos é diferente da região centro-sul, pois Bol.Conj.Econ./UEM, n.55, p.25-32, Dezembro 203

Tonin et al. 29 a maior parte da produção (52%) está sendo destinada para o açúcar. Tabela 4. Acompanhamento da safra de cana de açúcar no centro sul do, produção acumulada Dados 202/ 203 Centro-Sul 203/ 204 Var.% 202/ 203 São Paulo 203 /204 Var % Cana 48,99 542,2 2,50 294,96 33,76 2,48 Açúcar¹ 3,08 3,53,44 20,99 2,94 4,53 E-AC² 7,95 0,09 26,97 5,02 6,32 25,95 E-HC²,34 3,04 5,07 5,50 6,9 2,58 E-Total² 9,28 23,3 9,97 0,52 2,5 8,97 Em novembro a média do preço do açúcar seguia em alta, com a média mensal de R$5,94 segundo o indicador Cepea/Esalq, porém, os compradores pretenderam finalizar as atividades até o final de dezembro fazendo desaquecer a demanda. Em 09 de dezembro o indicador fechou a R$5,02 a saca de cinquenta quilos, com queda de,37% em relação ao registrado na semana anterior, e que continuou decrescendo. ATR 3 35,93 33,89 -,50 35,68 34,00 -,24 MIX Açúcar 49,78% 45,58% 55,04% 5,79% MIX Etanol 50,22% 54,42% 44,96% 48,2% Etanol/ton 4 40,0 42,66 35,65 37,7 Açúcar/ton 5 64,48 58,4 7,6 66,3 Fonte: UNICA, Levantamento Quinzenal (Nov./203). Nota: ¹ - milhões toneladas; ² Etanol Anidro carburante (E-AC) e Etanol Hidratado Carburante (E- HC) em bilhões de litros; ³ - kg de ATR/ ton de cana; 4 - litros de etanol produzidos por tonelada de cana; 5 - quilos de açúcar produzidos por tonelada de cana. Foi expressivo o volume comercializado para o mercado interno, mostrando a crescente demanda pelo etanol, por causa dos reajustes da gasolina de mais de 4%, com destaque para o etanol anidro que cresceu em quase 50% no 3 o trimestre de 203 em relação o mesmo período do ano passado e etanol hidratado com 22,07%. Tabela 4.2 Vendas trimestrais de etanol, por tipo de produto e mercado de destino, pelas unidades da região Centro-Sul do E- AC E- HC Mercado Externo Mercado Interno 202/ 203/ 202/ 203/ Var.% 203 204 203 204 Var.% 2 o 364,4 6,2 67,72%.564, 2.060,8 3,76% 3 o 933,6 742, -20,5%.692, 2.534, 49,76% 2 o 94,3 99,2,24% 2.705,0 3.0,8 5,00% 3 o 45,6 45,4-8,00% 2.95,9 3.559,3 22,07% Fonte: UNICA, Levantamento Quinzenal (Nov./203). Nota: Etanol Anidro carburante (E-AC) e Etanol Hidratado Carburante (E-HC) em mi m 3 A partir de setembro é crescente o aumento de preços, devido ao final da colheita, fato que aumentou a demanda interna em razão da precificação da gasolina. Até no início de dezembro as cotações do etanol hidratado ficaram em média R$,28 por litro, uma alta de 2,7% por litro em comparação com o registrado no mesmo período do ano passado. Para o etanol anidro a alta foi de 6%. Com o aumento dos preços do etanol a perspectiva para o aumento da demanda não é favorável para o setor sucroalcooleiro Figura 4.6 - Preços do açúcar, série diária e média trimestral Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Nov. 203. Em 20, como a grande quebra da safra levou à elevação dos preços do etanol, desestimulou o consumo e fez com que o setor entrasse em crise. Apesar do aumento de 7% nesta safra de cana-deaçúcar, do aumento da demanda e dos preços do etanol, da competitividade em relação à gasolina e da rentabilidade das usinas, não foi o suficiente para tirar o setor da crise, que segundo o jornal El País é o fim do sonho doce do etanol brasileiro. A falta de investimentos do governo, juros altos das dividas e a instabilidade do setor impede que o setor cresça. A perspectiva não é positiva, pois não possui políticas públicas incentivando o setor sucroalcooleiro. MILHO Ocenário externo do milho foi marcado por uma recuperação na produção mundial (,6%) decorrente do aumento de produtividade (,05%) e leve aumento da área plantada (0,50%), segundo dados de novembro/203 do USDA. Nos Estados Unidos a recuperação do quadro de forte estiagem, que atingiu as principais regiões produtores em 202, propiciou uma recuperação da produtividade (29,98%) possibilitando uma marca histórica (355,2 milhões de ton.). Enfim, se as estimativas se confirmarem, os EUA terão uma relação de oferta e demanda de milho mais equilibrada que a do ciclo de 202. Por sua vez, o aproveitou para estreitar as relações comerciais com a China. Durante a reunião da Comissão Sino-eira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), em Pequim, na China, o aproveitou para assinar o protocolo entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da República Popular da China (Aqsiq), que permite a exportação de milho brasileiro para a China. Figura 4.5 - Preços do etanol anidro e hidratado, série semanal Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Nov. 203. Bol.Conj.Econ./UEM, n.55, p.25-32, Dezembro 203

30 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA Tabela 4.2 - Balanço da oferta e demanda de milho nos principais países produtores País Dados 200/ 20/ 202/ 20 202 203 Var.% Área 7,5 76,2 77, 0,50% 886,0 862,7 962,8,6% Produtividade 5,2 4,9 5,4,05% Consumo 865,6 866,8 929,4 7,22% Exportação 7,0 9,5 0,4 20,70% Estoques 32,5 34,9 64,3 2,85% Área 34,0 35,4 35,3-0,6% 33,9 273,8 355,3 29,76% Produtividade 9,2 7,7 0, 29,98% Consumo 279,0 263,6 293,4,3% Exportação 39,2 8,6 35,6 9,4% 29,5 Estoques 25, 20,9 47,9 % EUA China Área 33,5 35,0 35,6,86% 92,8 205,6 2,0 2,63% Produtividade 5,7 5,9 5,9 0,75% Consumo 88,0 202,0 26,0 6,93% Exportação 0, 0, 0, 23,46% Estoques 59,3 65,6 67,5 2,90% Área 5,2 5,8 5,0-5,06% 73,0 8,0 70,0-3,58% Produtividade 4,8 5, 4,7-8,97% Consumo 50,5 53,0 55,0 3,77% Exportação 24,3 22,0 20,0-9,09% Estoques 9,2 6,0,8-26,23% Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, (Nov. /203). Estimativa; Área: milhões ha, produtividade: ton./ha e demais variáveis em milhões de toneladas. No mercado interno o cenário não foi favorável para a produção de milho. Com falta de chuva no período de floração, o Paraná registrou queda de 8% na primeira safra e o cenário para a próxima safra não foi favorável. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou queda na produção do Paraná, em média, de 857 mil toneladas em 204. Segundo o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Mato Grosso deverá reduzir sua produção em 6,2 milhões de toneladas, com um provável recuo no uso de tecnologia e área de semeadura. Porém, devido aos estoques iniciais recordes, a safra 203/204 brasileira terá ainda altos estoques de passagem. Tabela 4.3 de milho nas principais regiões produtoras do (em mil toneladas) a Safra 2 a Safra Total Safras MT PR MG 202/203 535,2 756,5 6834,4 34827,7 203/204 529,5 5868,0 6595,5 33659,5 Var. % -,07% -8,00% -3,50% -3,35% % Total,57% 7,43% 9,59% / 202/203 9.357,80 0.485,90 67,8 46.79,50 203/204 9.357,80 0.485,90 67,8 46.79,50 Var. % 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% % Total 4,92% 22,7%,34% / 202/203 9.893,0 7.642,4 7.452,2 8.007,2 203/204 9.887,3 6.353,9 7.23,3 79.839,0 Var. % -0,03% -7,30% -3,2% -,44% % Total 43,07% 35,4% 5,62% / Fonte: Conab, 2º levantamento intenção de plantio Nov./203. SOJA A s estimativas de produção da safra brasileira 203/204 são favoráveis, tanto em termos de área quanto de produção. Segundo o levantamento de intenção do plantio da safra brasileira de soja na temporada, há um incremento de área de 5,05%, confirmando a opção do produtor nacional em priorizar esse plantio em detrimento de outras alternativas, uma vez que a oleaginosa nas últimas temporadas tem sido beneficiada por preços remuneradores no momento da comercialização. A produção estimada é de 88 milhões de toneladas, representando um incremento de 7,32% em relação à da safra anterior. Tabela 4.4 Quadro de oferta e demanda de soja nos principais países produtores EUA China Dados 20/ 202/ 203 202 203 20/4 Var.% Área 02,93 08,69,58 2,66% 239,5 267,88 283,54 5,85% Produtiv. 2,32 2,46 2,54 3,0% Consumo 256,96 258,44 269,99 4,47% Exportação 92,27 99,95 07,83 7,88% Estoques 55,5 60, 70,23 6,84% Área 29,86 30,82 30,63-0,63% 84,9 82,56 88,66 7,39% Produtiv. 2,82 2,68 2,89 8,07% Consumo 48,72 48,42 48,80 0,80% Exportação 37,5 35,9 39,46 9,88% Estoques 4,6 3,83 4,63 20,96% Área 7,89 6,75 6,60-2,22% 4,48 2,80 2,20-4,69% Produtiv.,84,90,85-2,52% Consumo 72,07 76,3 79,50 4,43% Exportação 0,28 0,27 0,23-3,53% Estoques 5,92 2,9 3,66 2,06% Área 25,00 27,70 29,0 5,05% 66,50 82,00 88,00 7,32% Produtiv. 2,66 2,96 3,02 2,5% Consumo 4,03 37,65 40,0 6,5% Exportação 36,32 4,90 44,00 5,00% Estoques 2,92 5,76 9,76 25,39% Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, Nov./203. Estimativa; Área: milhões ha, produtividade: ton./ha e demais variáveis em milhões de ton. A produção de soja no é liderada pelos Estados de Mato Grosso, com 28,84% da produção nacional; Paraná (8,52%); e a região denominada de Matopiba, formada por municípios situados em Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia deve responder em 203/204 por 0,2% da produção. Essa é uma região situada no Centro-Nordeste do país e que vem apresentando acentuado potencial de produção de grãos. A semeadura da soja em Mato Grosso chega ao fim com os maiores custos da história, podendo vir a aumentar. Ainda nesta safra a produtor deverá gastar 23% a mais para fazer sua lavoura e, com a ocorrência da praga helicoverpa no Estado, foi feito um simulador de elevação no custo de produção dependendo do número de aplicações específicas para essa praga, visto que o ataque está ocorrendo de forma diferenciada no Estado. Desta forma, se alguma área chegar ao número de sete aplicações, seu custo de produção ficará 6% mais caro, chegando a custar R$2.485,42/hectare. Bol.Conj.Econ./UEM, n.55, p.25-32, Dezembro 203

Tonin et al. 3 Tabela 4.5 Área, produção e produtividade da soja nas principais regiões do País MT PR MATO- PIBA BRASIL Dados 202/ 203/ 203 204 Var.% % Total Área 7.88,2 8.365,5 7,00% 28,34% 23.532,8 26.06,7 0,56% 28,84% Produtiv. 3.00 3.0 3,32% / Área 4.752,8 4.990,4 5,00% 6,90% 5.92,4 6.707,9 5,00% 8,52% Produtiv. 3.348 3.348 0,00% / Área 2.963,9 3.44,5 6,09% 0,65% 6.83,2 9.2,7 34,85% 0,2% Produtiv. 2.305 2.929 27,0% / Área 27.736, 29.522,0 6,44% / 8.499,4 90.224,9 0,7% / Produtiv. 2.938 3.056 4,0% / Fonte: Conab, 2º levantamento intenção de plantio Nov./203. As exportações e receitas da safra brasileira em 203 superaram em 30,26% e 3,67%, respectivamente, as da safra de 202, prejudicada pela seca em regiões produtoras. Tabela 4.6 - Exportações brasileiras de soja em grão Volume Receita 2 202 203 Var. % 202 203 Var. % o 6.368,6 4.496,2-29,40% 3.033, 2.427,4-9,97% 2 o 6.557, 2.599,5 30,45% 8.700,0.384,9 30,86% 3 o 8.24,5 4.503, 75,98% 4.685,2 7.805,3 66,60% Total 3.67, 40.598,9 30,26% 6.48,3 2.67,6 3,67% Fonte: SECEX/MDIC (Out. 203). Mil toneladas; 2 Milhões de US$ FOB Por fim, os preços altos da soja no mercado em 202 foram resultado da quebra de safra nos países exportadores do grão, principalmente dos Estados Unidos e, também, dos valores recordes de farelo de soja. As cotações de óleo de soja oscilaram em menor intensidade no ano frente às do farelo, limitadas pelos valores do petróleo. Na safra de 203 já se pode observar uma diminuição dos preços, devido à recuperação dos EUA na produção da commodity. Mesmo com a diminuição dos preços em 203, ainda houve remuneração acima da média, pois os estoques mundiais continuaram baixos e a demanda seguiu firme. hectares; o esperado para a próxima safra é um aumento de,7%. Por sua vez, a produção teve queda de 4,57% em relação à de 20/202. De acordo com os dados apresentados pelo USDA, o maior produtor mundial de trigo é a China. A sua produção corresponde a 8,46% da produção mundial, sendo que essa produção é absorvida internamente, necessitando ainda de importação. O não atinge uma produção satisfatória de trigo para atender à demanda interna, isso justifica a elevada taxa de importação (7,36 milhões de toneladas). Tabela 4.7 Quadro de oferta e demanda de trigo, países selecionados EUA China Dados 20/2 202/3 203/4 Var.% Área 22,25 26,06 29,72,70% 697,50 655,49 706,38 7,76% Produtiv. 3,5 3,03 3,2 5,96% Consumo 688,65 685,83 699,30,96% Exportação 57,78 38,32 53,72,3% Estoques 99,37 75,59 78,48,64% Área 8,50 9,80 8,27-7,70% 54,4 6,67 57,96-6,02% Produtiv. 2,94 3,2 3,7,82% Consumo 32, 38,27 36,28-5,20% Exportação 28,6 27,42 29,94 9,20% Estoques 20,2 9,54 5,37-2,36% Área 24,27 24,20 24,25 0,2% 7,40 2,00 2,00 0,00% Produtiv. 4,84 5,00 4,99-0,2% Consumo 22,50 25,00 25,50 0,40% Importação 2,93 2,96 8,50 87,6% Estoques 55,95 53,94 56,94 5,56% Área 2,7,90 2,20 5,79% 5,80 4,38 4,75 8,45% Produtiv. 2,67 2,3 2,6-6,34% Consumo,20 0,90,40 4,59% Importação 7,34 7,36 7,70 4,65% Estoques,75,00,55 54,89% Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, Nov./203. Estimativa; Área: milhões ha, produtividade: ton./ha e demais variáveis em milhões de ton. Na safra 203/204 o Estado brasileiro que mais produziu foi o Rio Grande de Sul. Sua produção correspondeu a 55,06% da produção total do país. Tabela 4.8 Área e produção de trigo nas principais regiões do Safras PR RS SC 202/203 773,8 976,20 67,.895,40 Área 203/204 976,9.030,20 69 2.8,80 Var. % 26,25% 5,53% 2,83% 5,% % Total 44,77% 47,22% 3,6% / 202/203 2.2,50.894,80 4,6 4.379,50 203/204.77,40 2.650,70 75,5 4.83,80 Var. % -8,70% 39,89% 23,94% 9,92% Figura 4.7 - Preços do soja Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Nov. 203. TRIGO Aárea ocupada para a produção mundial de trigo referente à da safra 202/203 ultrapassou 26 milhões de % Total 35,68% 55,06% 3,65% / Fonte: Conab, 2º levantamento intenção de plantio Nov./203. O necessita da importação de trigo para satisfazer o consumo interno. No terceiro trimestre de 203 o volume de importação do grão foi de 807,5 e a despesa 587,7 milhões. Nesse mesmo período no ano de 202 observamos que o volume importado foi maior, mas a despesa foi mais baixa, Bol.Conj.Econ./UEM, n.55, p.25-32, Dezembro 203

32 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA assim observamos um aumento no preço do trigo no ano de 203. Tabela 4.9 - Importações brasileiras de trigo em grão Volume Despesa 2 202 203 Var. % 202 203 Var. % o.535,0.894,6 23,43% 376,5 64,0 70,26% 2 o.638,3.540,0-6,00% 49,5 53,3 26,64% 3 o.843,.807,5 -,93% 490,0 587,7 9,93% Acum. 5.06,4 5.242,2 4,50%.286,0.759,9 36,85% Fonte: SECEX/MDIC (Out. 203). Mil toneladas; 2 Milhões de US$ FOB. O preço do trigo no terceiro trimestre/203 foi o maior registrado, como observado anteriormente em relação ao volume e despesas da importação. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA - ABIPECS. Exportação eira de Carne Suína. Disponível em:< http://www.abipecs.com.br/>. AVISITE. Exportações de carne de frango. Disponível em:< http://www.avisite.com.br> CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - CEPEA/ESALQ. Relatórios Diversos. Novembro, 203. Disponível em: <http://cepea.esalq.usp.br/ >. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento de safra brasileira: grãos, 2o levantamento intenção de plantio, Novembro 203. Brasília: CONAB, 202. Disponível em: <http://www.conab.gov.br>. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa mestral de Abate de Animais: Animal no 3º mestre de 203, Nov./203. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA - UBABEF. Relatórios diversos. Disponível em: <http://www.abef.com.br/ubabefnovo/index.php>. UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR - UNICA. Relatórios de Acompanhamento de Safra, Novembro, 203, levantamento quinzenal. Disponível em: <http://www.unicadata.com.br>. Figura 4.8 - Preços do trigo Indicador CEPEA/ESALQ. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES - ABIEC. Exportações de carne bovina. Disponível em: <http://www.abiec.com.br>. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA - ABIPECS. Exportação eira de Carne Suína. Disponível em:< http://www.abipecs.com.br/> UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - USDA (203a). World Agricultural Supply and Demand Estimates., Monthly Circular Series WASDE. Washington, DC: Foreign Agricultural Service (FAS/USDA), November, 202. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov>. UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - USDA (203b). Livestock and Poultry: World Markets and Trade. Washington, DC: Foreign Agricultural Service (FAS/USDA), November, 203. Disponível em:< http://www.fas.usda.gov/report.asp>. Bol.Conj.Econ./UEM, n.55, p.25-32, Dezembro 203